Cicloturismo: Subida da Serra da Piedade – Parte 2 (relato)

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Essa é a segunda parte de nosso roteiro de cicloturismo – subida da Serra da Piedade em Caeté (MG)

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“A vingança das bikes”

Foi o nome que demos ao relativamente pequeno (e cansativo) trecho que subimos carregando as magrelas nas costas ao tomarmos a segunda opção. Seguir por completo o Caminho do Sabarabuçu tinha se tornado uma possibilidade sedutora, apesar de não sabermos a sua extensão, e nem mesmo seu estado de conservação.

Após a subida, a recompensa. Um trecho maravilhoso de trilhas fechadas, alternando subidas leves e descidas, exigindo alguma atenção com pedras, tocos de árvore no chão, e alguns trechos mais estreitos (mata fechada de um lado e barrancos do outro). Alguns filetes d’água e mesmo um pequeno riacho, que foi ideal pra dar uma refrescada nas magrelas, já bem enlameadas. A curtição terminou numa ponte estreita que balançava muito, onde aproveitamos pra nos divertir um pouco.

Eu e Joelma: tirando o excesso de lama
Eu e Joelma: tirando o excesso de lama

Depois as coisas foram mudando. O caminho tinha ficado realmente fechado, nos colocando em dúvida se seguíamos ou não a direção correta (na ponte estreita tínhamos encontrado o último dos postes do Caminho. Seguimos por em trecho com muito mato e bem fechado, onde mal se via a trilha. Mesmo na dúvida entre esse trecho e outras “picadas” abertas, saimos em uma “rua” de pedras, provavelmente uma antiga linha de trem desativada(estavam só as pedras, sem trilhos). Lá estava mais um poste do Caminho. Estavamos na direção certa. Seguimos um pequeno trecho nas pedras para a esquerda e avistamos a continuação da estrada, agora aberta. O tempo quente e seco do inverno mineiro já estava ficando mais forte…

Daí em diante a coisa se complica mais. Subidas pesadas e muito cascalho, dificuldades pros pneus de Joelma. Mesmo as descidas, com muitos degraus me exigiram muita atenção e cuidado. Normal era apoiar os pés no chão em trechos mais técnicos e descer da bike pra empurrar nas primeiras subidas (bem pesadas). Nesse trecho Barba foi na frente todo o tempo (tirando inclusive fotos do meu sofrimento em algumas subidas). Depois de uma descida forte, um susto: uma ponte de madeira, estilo “mata-burro”, camuflada em meio a muito mato, obrigou meu amigo a parar bruscamente. Ao apoiar os pés no chão, a coroa “beliscou” sua perna, fazendo alguns furos que sangraram por um tempo.

Por entre as montanhas: subidas fortes e com muitas pedras soltas
Por entre as montanhas: subidas fortes e com muitas pedras soltas

Não havia muito o que fazer, a não ser terminar o caminho. Cercados por montanhas, não tinhamos certeza de quanto faltava. Ele lavou o machucado, que dentro de pouco tempo, parou de sangrar e melhorou um pouco a aparência. Não sei quanto ao meu amigo, mas já começava a pensar se tinha sido mesmo uma boa idéia nossa opção pela trilha ao invés do asfalto. Não pela curtição, mas por ser um caminho desconhecido. Finalmente, após fortes subidas, o barulho de um carro… o Caminho de Sabrabuçu estava terminado. Aproximadamente 15km de trilhas com alguns trechos bem pesados (subidas) e alguns trechos técnicos. O Caminho terminava em um trecho da estrada de asfalto.

O final do Caminho do Sabarabuçu: 15 km de trilhas...
O final do Caminho do Sabarabuçu: 15 km de trilhas…
... recompensados por uma bela vista. Ao fundo, encoberta pelas nuvens, a Serra da Piedade. Nosso objetivo final.
… recompensados por uma bela vista. Ao fundo, encoberta pelas nuvens, a Serra da Piedade. Nosso objetivo final.

Pedalar em trilhas é um desgaste imensamente maior comparado ao asfalto. Já não tinha certeza sobre nosso objetivo inicial, a subida da Serra da Piedade. Estavamos com 39km pedalados no total. Perguntei ao Barba sobre seu machucado, se estava tudo ok, e sobre o que faríamos naquele momento. Ele disse: “eu vim aqui pra subir a Serra”.

E lá fomos nós

Continua (parte 3 – final)…

Ler a parte 1…

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