Por Raquel Correia – teambiker.com
7:30 da matina de domingo em Agosto… o Sol acabou de acordar mas eu ainda estou com o cérebro em pijama.
Arrancamos os dois de Palmela em direcção a Setúbal, onde nos vamos encontrar com o Sandro (mais uma vítima do “bicho-bike-spirit” do qual vos falarei mais adiante).
A intenção do dia de hoje é fazermos um treino a rondar os 120 km´s com um acumulado de 1000 metros. Outro dos objectivos será manter uma velocidade velocidade média acima dos 25 km´s/h para que o regresso não seja penoso com o calor (advinham-se 40º perto das 12:00). Para os homens que me acompanham não é tarefa difícil, mas para mim que recomecei treinos há cerca de 2 meses é algo desafiador. Chegámos a Setúbal “num fininho”, e ainda deu tempo para o João dar umas afinações na bike do Sandro (material a estrear).
Das melhores sensações que há é iniciar o dia a fazer-se algo que se ama… muito.. Sentir o fresco da noite a ir embora, o calor do Sol a tentar entrar na atmosfera, não haver quase ninguém na estrada e ouvir os pássaros que acabaram de acordar à pouco.
Lá nos metemos à estrada e tentei dar ao pedal, mantendo uma cadência que se aproximasse da dos meninos. Alcácer é uma vila lindíssima situada a cerca de 50 km´s de Setúbal, ladeada por um rio chamado Sado e cheia de campos de arroz, que nesta altura do ano tem um verde que não vos consigo transmitir nem por fotos nem por palavras! A maior parte do trajecto até lá é feito em boas condições de rodagem no que que diz respeito a asfalto, bermas e declives suaves tipo “carrossel”.
Posso-vos afiançar que até lá chegar, ia com um “ritmozinho” muito porreiro o que me deixou super satisfeita. Como bons portugueses que somos, mal chegámos escolhemos uma esplanada virada para o rio e encostámos as “binas” para um segundo pequeno-almoço.
As conversas são sempre muito engraçadas… fazem lembrar as dos pescadores, as dos caçadores, futebolistas de fim-de-semana. Quase sempre o tema cai sobre as bicicletas, as novidades, truques para melhorar a performance, os suplementos, a comida da véspera, as lesões, os sites onde se pode encontrar material fixe e barato com “boas reviews”. Fico a apreciar os diálogos, sem grandes intervenções até porque me considero caloira nestas andanças e porque adoooooooro ver os diferentes pontos de vista. Passada revista às temática, paga-se a conta e arranca-se para a segunda etapa: o regresso.
A temperatura já não é bem a mesma. Constato (uma vez mais) que os primeiros dez km´s são para voltar a aquecer a perninha. Para lá, temos pela frente três subidinhas mais exigentes, sendo que uma delas é já a chegar a casa. Não esqueci a hidratação, os suplementos (“gel e barrinhas”) a roupa confortável, as dicas do mister. Mas a partir do km oitenta a média começou a baixar e o rendimento não foi mais o mesmo.
Daí para a frente foi lidar com temperaturas entre os 35 e os 40º, a dor no joelho direito a apertar comigo (resultado de uma queda da bike três semanas antes), parestesias no pé esquerdo em resultado de defender a dor no membro contra-lateral… a única coisa que me safou foi a cabeça ter aguentado mais vinte km´s.
Mas lá está… fazendo as contas… ainda faltavam outros vinte para casa certo? Ai ai… nem cabeça, nem perna, nem gel, “nem arrebita mortos”, nem levar na tola do mister ajudaram a uma pedalada mais eficaz. Que raiva!!! Apenas vos digo que todas as sensações menos boas”, frustações pessoais acabaram por desaparecer após chegada a casa, tomar duche, reorganizar ideias e pensar no próximo desafio… porque quem gosta…gosta. Mas quem ama…ama!!!! E nem a tareia, nem o calor, nem a queda me demove de continuar a levantar com as galinhas e a pôr a pedalar o “bicho-bike-spirit”.
* Bicho-Bike-Spirit – é uma espécie entre vírus e bactéria que se aloja na cabeça e pernas da malta e nos faz meter em cada uma 🙂
Algumas fotos pelo caminho
Detalhes da viagem registrados no GPS:
Raquel Correia- Teambiker
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Bem Vinda a equipa Raquel 😀
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Abraços e bons giros o/
Kiko Molinari