Dando inicio a esta série, apresentaremos a primeira bike da frota, a “Erika”
Esta bike é a minha terceira bike que montei, sendo a segunda utilizando quadro em alumínio e sendo da Caloi.
Caloi Sigma Hybrid Comp, ou simplesmente “Erika”, ainda quando morava no PR
Origem do nome:
O nome “Erika” se deve ao meu “primeiro amor platônico“, isso quando eu tinha meus 8, 9 anos mais ou menos. A menina (na época com 10 anos) é filha de agricultores que moravam no mesmo bairro que eu, e tinham um sítio um pouco mais afastado da cidade. Nos conhecemos inicialmente na escola, e pouco tempo depois nossos pais se conheceram, uma vez que ficaram sabendo que eles vendiam leite “in natura”, o que na época era uma grande vantagem frente aos altos preços do leite na época.
Aquela “sélfie” básica antes dos treinos (e olha que nem se usava essa palavra em 2005)
Era loira e tinha perto de 1,70 de altura (isso com 12 anos!) e de uma simpatia ímpar, bem típico de pessoas do interior/sitiantes. Eu gostava muito dela, mas não sabia me expressar (minha timidez era gritante). Lembro do dia em que fomos nos matricular no mesmo colégio, iniciando os estudos no 2º Grau (hoje ensino médio). Pena que minha felicidade logo virou fumaça ao saber que ela iria se mudar de estado (saindo do Paraná em direção ao Mato Grosso do Sul)
Primeira foto da “Erika” em solo catarinense
Alguns anos depois, reencontro ela e familiares fazendo uma visita na cidade. Foi uma alegria muito grande em vê-la, e fiquei muito admirado com a transformação dela (ficou “gigante” e já tinha sido eleita Miss MS, devido ao porte de modelo que tinha). Cheguei a conversar com ela a sós por um tempo, e notei claramente que ela evoluiu por completo, ou seja, já se portava como gente grande, enquanto eu ficava meio envergonhado por ainda me sentir “pirralho”. Nos abraçamos e cada um foi para seu lar, e desde então nunca mais tive notícias dela. As únicas coisas que sei até então é que ela mora com os pais em Sidrolândia/MS, em uma pequena fazenda. A essas alturas, já deve estar casada e com filhos, mas não esqueço daquela que foi meu primeiro “amor platônico“. Ainda assim, decidi escolher este nome para minha até então “bike principal“, pois me fazia lembrar de tudo de bom que passei ao lado dessa pessoa.
Erika no mirante próximo a PRF na BR101, em Itapema/SC
Sobre a Bike:
Trata-se de um quadro Caloi da linha Sigma, um dos modelos mais leves que a marca já fez em solo brasileiro. Cheguei a publicar no “finado” Orkut um breve resumo sobre este modelo depois de algumas pesquisas em revistas da época. Segue matéria: (incluindo mais detalhes sobre minha bike)
“A minha é uma Sigma 21 marchas (originalmente ela era conhecida como Aspen Extra 21V e Sigma é a linha de quadros que na época de seu lançamento era equivalente a linha Elite hoje). Essa bike fui montando aos poucos sendo o quadro, garfo e sistema de direção comprado em separado (dei um quadro, tambem da Caloi, com garfo e direção e mais 50 mangos a troco desse conjunto). Eu a batizei de “Sigma Hybrid Comp” por usar elementos de bikes de estrada como pneus finos e coroa maior se comparado as MTB´s (eu a chamo carinhosamente de “Erika”)”
Erika, sempre na parceria: participando de um encontro de fuscas e derivados
Breve histórico da linha Sigma :
A Caloi lança em meados de 1995 a Caloi Sigma para substituir a já consagrada Caloi Andes “Tri Cell Technology” que vinha com grupo Shimano Alivio MC10 e Altus C10. Considerada o quadro mais leve e resistente feito pela Caloi até hoje, a Sigma inicialmente vinha com grupo Shimano STX e STX-RC seguido das linhas Alivio (MC 12) Acera (não lembro do código) e Altus (CT90 e CT 92). Alem dessas peças as mais “top” vinham com suspa Suntour DuoTrack, a mesma que vinha nas Andes de antigamente. A Caloi já chegou a desenvolver a Sigma Team XT com peças Shimano Deore XT e quadro com geometria Slooping. Muitos acreditam ter sido apenas um protótipo mas muitos outros já viram ela rodando (eu mesmo já vi, mas não com todas as peças : vi só o quadro slooping e vi uma Sigma tradicional com as peças XT da época !). Alem dela chegou a ser lançada uma série especial (não confirmada) chamada de Sigma Comp com peças Shimano STX RC 24V e suspa Rock Shox (não lembro do modelo agora), alem do quadro com geometria Slooping. Na época tambem se cogitava o lançamento de uma bike Full Suspension, ainda mais com a divulgação do protótipo Caloi XT, que era uma Sigma transformada em Full e usando componentes Shimano Deore XT. Seu formato era quase semelhante a Sundown FS3 de hoje*. (*lembrando que este foi publicado em 2005!)
Essa bike me leva a qualquer lugar (asfaltado), e sempre encontrando raridades.
Originalmente as Sigma vinham com as “orelhinas” das gancheiras traseiras furadas para a instalação de bagageiro (assim como na Caloi City Tour de hoje), alem de dois suportes de caramanhola (garrafinha). A partir do final de 1996 a linha sigma começa a vir mais despojada com peças mais baratas (um tanto vagabundas eu diria) para “desovar” o estoque de quadros que ainda existia na fabrica. As ultimas vinham com as gancheiras sem furar e com um suporte de caramanhola a menos. As cores disponíveis eram as “neon” como nas primeiras Aluminum e depois foi ganhando cores metálicas, alem da versão polida (em ambas usavam-se tintas liquidas e não tinta epóxi como se comentavam)
“Gaby” e “Erika”, em um passeio em um sábado desses…
No mesmo período estava a venda a nova Aspen Extra e um ano depois surgia a Aspen Supra com quadro Aerolight (com down tube mais grosso. Veja meu album). A diferença entre a Sigma e a nova Aspen era a gancheira forjada e o peso, mas pesada. Curiosidade : foram feitas algumas unidades com geometria slooping e usando essa gancheira forjada, alem de duplo suporte de caramanholas. Tanto a Sigma quanto essa Aspen slooping vinham na cor Azul Cobalto fosco. Nesse mesmo tempo chegava a T Type (final de 1995) com melhorias e grupo Shimano TY 22 e suspensão Pro Shock. A partir daí é outra história…
A bike atualmente conta com aros VZAN Extreme 36 furos e pedais clip Shimano. A última a peça a ser trocada nessa bike foram os aros, que eram um par de Escape 260 também da VZAN, e que estão guardadas para, quem sabe, reaparecer em outra bike…
Gostaram da história? Então vão se preparando que no próximo post falarei da “Juliana”, minha Caloi Aluminum Supra Aerolight.
Até a próxima o/
Fotos, texto e edição: Kiko Molinari Originals®
Tenho um quadro assim, com o mesmo grupo, porém a gancheira é diferente, não tem furos e não está escrito Caloi. Sabe me dizer se é 95 ou 96?
Olá João! Essa bike era do Kiko, que escreveu esse artigo aqui pro blog. Vou aprovar seu comentário, geralmente algum leitor passa por aqui e pode contribuir nessa resposta.
Um grande abraço e boas pedaladas,