Home Relatos de viagens Cicloturismo: Rio de Janeiro – Angra dos Reis

Cicloturismo: Rio de Janeiro – Angra dos Reis

Cicloturismo: Rio de Janeiro – Angra dos Reis
.

Por Fabio Moreira

Olá!

Meu relato é sobre uma viagem que fiz no feriado da semana santa no final de Abril de 2011. Éramos em oito, mas casa um era de uma cidade diferente. Combinamos nossa viagem via orkut e telefone.

Petrópolis, der 22. April 2011 (sexta-feira):

Tudo combinado para a viagem e é chegada a hora de partir. Combinei com o Allo e mais o vizinho dele de nos encontrarmos às 04:00h na Casa do Alemão da BR-040 em Duque de Caxias-RJ. Eu atrasei uma meia-hora por que eu não tinha dormido direito. Por causa disso eu saí de casa às 03:30h da manhã e encontrei com eles às 04:30h. Enfim, nos encontramos e seguimos pela BR-040 até chegarmos à Av. Brasil e esperarmos o Márcio na entrada da Via Dutra. Isso foi às 05:30h e entramos na Dutra para encontrar o restante do grupo: Samuel, Sandro, Sidnei e o sobrinho dele, o Sandro.

.
.

Na Dutra, encontramos o Samuel, dono da casa em Angra dos Reis. Daí seguimos adiante até encontrar os outros três restantes na altura de Queimados-RJ. Nos encontramos e tiramos algumas fotos do grupo e das bikes. Seguimos mais um pouco para uma lanchonete de beira de estrada, pois pelo menos eu já tinha rodado bastante. Eu era o de mais longe do grupo. Da esquerda para a direira: Sidnei, Samuel, eu, Allo, o vizinho dele (esqueci o nome), Sandro e Sandro (sobrinho do Sidnei):

.
.

Estômago forrado, caramanholas cheias e retomamos a Dutra. De repente precisamos parar assim que começamos a andar: o Allo furou o pneu traseiro. Paramos para esperar ele consertar a câmara de ar (acho que ele só tinha levado remendos e nenhuma câmara reserva). Enfim, câmara consertada e seguimos até entrarmos em Seropédica. Lá conhecemos a UFRuralRJ de Seropédica. Vimos que Seropédica não tem nada a não ser uma estrada estadual:

.
.
.
.
UFRuralRJ
UFRuralRJ

Nas fotos acima também estão as da reta de Piranema, uma reta de 11km que liga Seropédica a Itaguaí. É um trecho bem perigoso, pois não tem acostamento e passam alguns caminhões. Pelo menos no dia em que fomos não tinha muito caminhão. Até paramos para uma água de côco:

.
.

Saímos da Reta de Piranema e pegamos a Rio-Santos (BR-101). A estrada estava ótima, mas o vento contrário atrapalhou um pouquinho. Tinha uma pedra no meio do acostamento e o Samuel não tinha visto. O pneu traseiro furou e paramos para ele consertar a câmara.

.
.

Samuel trocou a câmara e seguimos. Paramos num restaurante à beira da estrada, pois a fome já tinha chegado com força. Alguns já estavam cansados por causa da distância percorrida. o engraçado é que os que cansaram eram os que menos tinham rodado. Mesmo assim eles tiveram seu momento de soneca antes de retomar a estrada. O restaurante onde almoçamos tinha uma comida muito boa e barata.

.
.
Recomendo!
Recomendo!

Estômago cheio, soneca tirada e seguimos novamente pela Rio-Santos. Já passavam das 14:00h e faltavam ainda uns 90km para o destino. A estrada estava boa e o acostamento excelente. Mais adiante começava o sobe-e desce entre Mangaratiba e Angra dos Reis. Faltava bastante ainda para chegarmos e alguns já começaram a dar sinais de cansaço como mostrei nas fotos anteriores. Então tivemos que diminuir o ritmo um pouco para eles nos acompanharem. Mesmo assim deu para contemplar as belas paisagens que as serras nos ofereciam pelo caminho. Eis abaixo o pelotão da frente:

.
.
.
.
.
.
.
.

Durante este trecho final aconteceram muitas coisas: o Sandro, sobrinho do Sidnei, desistiu do restante da viagem já em Mangaratiba, onde ficou na casa de parentes, porque ficou muito cansado; o Allo furou o pneu não sei quantas vezes mais, o Márcio também teve um furo no pneu traseiro da bike; O Sandro se machucou muito depois de cair no meio da noite ao bater a roda dianteira numa tartaruga de asfalto que tinha no acostamento. Então ele se medicou em Conceição de Jacareí, onde ele caiu, e ficou na casa de parentes também ali por perto; o Allo teve dores no tornozelo e voltou para casa de ônibus junto com o vizinho dele. Então só seguimos Márcio, Samuel, Sidnei e eu para o destino. As serrinhas continuaram e eu mal podia esperar para chegar a Angra, pois já estava com muita fome e muito sono, já que eu tinha dormido muito pouco para a viagem. O restante do caminho que faltava rendeu bastante, pois estávamos doidos para chegar logo e conhecer a cidade. E o principal, chegar à casa do Samuel, tomar um banho e descansar da viagem. Nem deu mais para fotografar porque a noite já tinha caído.

Quando nós quatro chegamos em Angra, deixamos nossas coisas na casa do Samuel, onde a irmã e o primo dele nos receberam com um bom lanche ( e quem disse que foi o suficiente para matar nossa fome? kkkkkk) e fomos a um bar onde tinha costela no bafo. Mandamos ver, já que estávamos famintos. Batemos papo, comentávamos sobre a viagem e, quando dei por mim, já estava dormindo sentado de tanto sono. Depois pagamos a conta e voltamos para a casa do Samuel. Lá nós tomamos banho e fomos dormir.

Angra dos Reis, der 23. April 2011 (sábado)

Quando acordamos o Sidnei já tinha ido porque ele tinha que buscar o sobrinho dele em Mangaratiba na casa de parentes. Então nós três, eu, Marcio e Samuel, tomamos café-da-manhã e demos uma volta pela cidade, já que à tarde o Márcio tinha que ir embora de ônibus porque tinha um compromisso.

.
.
.
.
.
.
.
.

Almoçamos e fomos para casa. Márcio arrumou a bagagem dele e foi embora e o Samuel foi comigo à casa da avó dele, que era perto da casa onde ficamos. A família dele e eu conversávamos sobre a viagem. Samuel teve que comprar sua passagem de volta com muita antecedência, já que era feriadão e muita gente estava lá em Angra a passeio. Enquanto isso eu fiquei com a família dele e assistimos TV. Depois de muito tempo Samuel volta e tinha comentado que ficou um tempo numa praça onte um grupo de índios sul-americanos do Peru, se não me engano, dançavam e cantavam. Ele até chegou a comprar um DVD que os índios vendiam. Então resolvemos pegar as bikes para dar uma volta pelas redondezas e paramos no bar onde comemos no dia anterior. Lá ficamos batendo papo até tarde. Depois fomos para casa dormir, pois acordaríamos no dia seguinte para irmos a uma cachoeira que tinha por perto.

.
.
.
.
.
.

Angra dos Reis, der 24. April 2011 (domingo)

Samuel e eu acordamos e tomamos café-da-manhã. Depois fomos de bike a uma cachoeira que tinha pelas redondezas. A água estava gelada, mas ainda assim estava boa para um banho. O lugar era bem legal e seguro, sem risco de a correnteza levar alguém. Ainda bem, pois eu não sei nadar. Lá eu adorei, pois cachoeira é tudo de bom. Até que não estava movimentada. Também, o tempo não estava muito aberto e tinha algumas núvens no céu que ameaçavam chuva. Depois pegamos as bikes e fomos à praia, que ficava a poucos quilômetros da cachoeira.

Na hora do almoço fomos a um restaurante e, enquanto almoçávamos, a chuva caiu forte. Tivemos que esperar a chuva pelo menos amenizar um pouco para irmos para casa, pois não tinha condições de ir sob a chuva que caía. Depois que a chuva deu uma estiada rápida fomos para casa e descansamos do almoço. Pra quê? kkkkk Pegamos no sono. Acordei por volta das 20:00h e chamei o Samuel. Então pegamos as bikes e saímos para lanchar por aí. Fomos àquele bar onde comemos costela no bafo. Depois de um tempo voltamos para casa para arrumarmos nossas coisas para a viagem no dia seguinte e tentamos dormir, mas o sono não vinha porque dormimos de tarde. Aí o que restou foi jogar conversa for a até altas horas da madrugada.

Angra dos Reis, der 25. April 2011 (segunda-feira)

Acordamos bem cedo, pois Samuel tinha que embarcar para Nova Iguaçu no ônibus de 06:10h. Fui à rodoviária com ele para comprar minha passagem para o Rio e poder vir embora. Como eu temia, não tinha passagens, me despedi do Samuel, que embarcou logo, e pedalei até Conceição de Jacareí, onde tomei meu café-da-manhã com bolo de chocolate e café-com-leite. Troquei de camisa e pus a de ciclismo. Notei que os ônibus que iam a Duque de Caxias não tinham um bagageiro com tamanho suficiente para caber uma bike e resolvi, então, voltar de bike mesmo. Encarei todo o sobe-e-desce inicial até passar por Muriqui, de onde peguei pista plana até Piabetá, já em Magé. Quando eu estava entre Muriqui e Itaguaí, parei para tomar uma água, pois estava com um pouco de sede e hidratação é o essencial. Depois segui viagem para almoçar em Itaguaí. Já estava perto da hora do almoço e já tinha rodado mais de 80km. Quando estou perto de Mazomba, lugar onde almocei na ida para Angra, ultrapasso um outro ciclista que estava numa bike velha. Ele queria me ultrapassar, mas não deixei ele me ultrapassar. Aumentei a velocidade e ele ficou bem para trás. Hehehehehe! Mais adiante eu atravessei a pista e entrei em Mazomba (Itaguaí) para almoçar. Isso já era meio-dia. Comi um belo prato feito que tinha arroz, feijão, macarrão, carne e farofa e também bebi uma garrafa inteira de 1250ml de Coca-Cola. Fiquei lá por duas horas, pois eu ouvia música no fone de ouvido enquanto descansava o almoço.

Às 14:00h retomei o meu caminho de volta e entrei na reta de Piranema. Estava eu lá, sozinho mais a reta. Até que, por ser dia de semana, a estrada não estava perigosa como imaginava que seria: apesar de ter bastante caminhão na estrada, muitos caminhoneiros acenavam ou buzinavam em sinal de cumprimento quando passavam por mim. Ao sair da tal reta, entrei em Seropédica e depois saí para a Dutra. Lá sim estava bastante movimentado, pois já passava das 15:00h e a tendência era ter mais movimento ainda. Eu tomava muito cuidado nas entradas e saídas de acessos que tem lá. Quando eu estava no km 199, vejo uma garota de bike também, numa Caloi Poti ou algo parecido, e perguntei brincando a ela se ela queria vir comigo a Petrópolis rsrsrsrs. Ela riu e disse que não. Então conversamos um pouco até ela entrar num acesso ao Parque Industrial de Queimados. Então aumentei o ritmo, pois a noite já caía. Quando passava por São João de Meriti, no km 170, o trânsito estava infernal, pois era hora de maior movimento, por volta das 15:00h, e redobrei a atenção, pois tinha lugar sem acostamento. Segui com muita cautela até pegar a saída 167 para chegar a Duque de Caxias.

Aliviado por ter saído do inferno do trecho final que peguei na Dutra, sigo com mais calma por Sumaré e Prainha até chegar ao centro de Duque de Caxias, pois eu queria lanchar. A fome apertava e eu só estava com o almoço no estômago. Então procurei um lugar para lanchar e aproveitei para ligar para casa, a fim de avisar onde eu estava. Lanchei, liguei para casa e segui agora pela BR-040. Já era noite e liguei o pisca traseiro e o farol. Quando passo na altura da REDUC, em Campos Eliseos, vejo um cara numa bike rosa e aciono o modo strobo do farol da bike quando eu já estava perto dele para chamar a atenção, pois a luz é muito forte. Quando passei por ele, passei muito rápido. Ele apenas falou: “Ih, caraça!” e segui em ritmo forte. Quando eu resolvo olhar para trás, vejo ele tentar me alcançar e comecei a correr para valer, dando uma boa distância dele. Por causa do meu sangue já quente da viagem, eu conseguia andar em ritmo muito forte. Eu já tinha rodado mais de 180km. Quando chego na altura de Figueira, a chuva começa a cair forte e tive que parar debaixo da rampa de uma passarela, onde tinha umas pessoas. A chuva estiou e segui para pegar a BR-116 para Piabetá. Assim que eu entro nesta estrada, a chuva voltou de novo e parei num posto de combustível e esperei a chuva passar um pouco. Ela deu trégua e segui bem depressa para Piabetá, pois a chuva podia cair forte a qualquer momento. Passei pela praça de pedágio e atravessei a BR-116 para pegar o acesso para Piabetá. Assim que cheguei ao centro de Piabetá a chuva caiu forte, um temporal. Então não tive escolha. Já era por volta das 20:00h e a chuva não parecia parar tão cedo. Ainda bem que só faltavam 25km para chegar em casa. Então esperei um ônibus para subir a serra para Petrópolis. Quando eu cheguei no Alto da Serra, já em Petrópolis, a minha surpresa: não chovia forte mais. Então subi na bike e peguei o caminho de casa com calma. Quando eu entro no meu bairro, chovia, mas bem fraquinho. Subi lentamente a minha rua, pois, além de a bike estar pesada, eu estava um pouco cansado da viagem. Cheguei em casa e tomei aquele banho quente, pois eu estava todo molhado da chuva fina. Estava com fome e lanchei bem depois. Após isto eu dormi feliz por causa da viagem, por ter aproveitado tanto meu feriadão sobre duas rodas com os amigos, apesar de alguns problemas. Eu, com certeza, repetiria a dose, pois me causou um grande bem-estar para mim e para meus amigos.

Espero que tenham gostado do meu relato e das fotos. Recomendo a todos a fazerem uma viagem assim, pois é algo que faz bem para o corpo, para a mente e para o espírito.

Um forte abraço!

Paz e pedal sempre!!!

Fabio Moreira Aiello

[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.

3 COMMENTS

  1. Olá eu gostei dessa história do pedal para Angra, eu sou louco para fazer esse pedal até Angra nem que seja para voltar de ônibus. Eu saí do Rio domingo e fui a Mangaratiba na Praia Brava e depois voltei pedalando até em casa na volta passando por Muriqui , Itacuruçá e voltei pela BR101.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here