Dando continuidade a série, mostraremos hoje a segunda bike da frota: “Juliana”
Esta é a quinta bike de alumínio que monto, sendo a terceira para uso em trilhas, e mais uma da Caloi! (as outras duas anteriores eram da mesma marca)
Origem do nome:
Assim como a “Erika”, esta bike recebeu o nome de uma garota da qual também tive um amor platônico. A diferença é que, com a tal garota, acabamos passando boa parte do tempo juntos (estudamos juntos no mesmo colégio e éramos vizinhos). Filha de pais empresários, tinha um ar de “intocável” por não aparecer muito no grupinho do bairro, e dessa vez nossos pais já se conheciam desde muito tempo.
Ela também era loira (acho que fica explícito minha preferência por loiras não? hehe) com pouco mais de 1,70 e feições alemãs, totalmente diferente dos pais dela, e chamava a atenção por onde passava. Tínhamos um bom relacionamento como colegas de classe nos primeiros meses de escola, até que outros “colegas” começavam a espalhar rumores de que havia algo a mais entre a gente. Foi o suficiente para ela “virar a cara” pra mim. Isso até que não foi tão ruim, até o momento em que um vizinho novato passou a conversar com ela e terem mais afinidade. Meu mundo caiu outra vez 🙁
Depois de um bom tempo acabei mudando de bairro e desde então perdi totalmente o contato com ela. O pouco que sei até então é que ela fez intercâmbio na Alemanha, ficando lá por alguns anos, e que não mora mais em Arapongas/PR. Acredito que, a essas alturas, já deve estar casada e morando em algum lugar do Brasil (ou na Alemanha, o que não duvido nada!)
Origem do nome “2ª versão”:
Depois de pouco mais de um ano morando em Itapema/SC, estava eu na casa se um colega de trabalho comentando sobre minhas vitórias nas competições do estado. Em um momento, ele me pergunta o nome da bike, e eu respondo “Juliana”. Logo, ele fez alusão a “Republica Juliana”, referindo-se aos revolucionários que tinham laços com a Revolução Farroupilha (era praticamente uma extensão dessa revolução), que buscavam independência politico/econômica do restante do Brasil. Acredito que faça mais sentido, pois tal como os revolucionários, a Juliana era praticamente uma guerreira pois encarava as competições em pé de igualdade com demais bikes de maior tecnologia e valor agregado, e em muitas vezes chegando ao topo do pódio dentro da categoria Sub 25 (categoria onde participei de 4 corridas, vencendo 3 delas e desistindo da última devido a uma quebra do câmbio traseiro, e ainda assim conquistando o segundo lugar geral da categoria e com 3 corridas a menos!)
Sobre a bike:
Esta é a terceira bike de trilha que monto, e desde então é a “titular” para trilhas e competições (essa última um tanto raras de aparecer,devido a falta de treinos e grana para as inscrições). As duas primeiras que havia montado (ambas Caloi Aspen Extra Aluminum) eu acabei vendendo depois de muita insistência dos então interessados pelas bikes. O curioso é que eu não tinha pretensão de revende-las, uma vez que havia montado elas para meu divertimento, e olha que os componentes usados nem eram de boa qualidade! Em dias em que meus amigos me chamavam para fazer trilhas, me via obrigado a colocar os pneus Pirelli BM85 Demon na Erika pra poder acompanhar a galera. Estava passando da hora de montar uma bike exclusiva para trilhas!
Foi então que, em uma fim de tarde de inverno, descubro que um dos colegas que estavam iniciando no Down Hill havia trocado o quadro dele, uma Caloi Supra Aerolight, por um com geometria “slooping” e mais reforçado (acreditem: o cara usava o quadro da Ju para fazer Down Hill!!!). Eu já gostava do formato desde quadro muito antes de iniciar no ciclismo, mais precisamente quando vi uma na cor amarela com adesivos diferenciados da Caloi e preparada para correr no asfalto. Me apaixonei pelo modelo e botei na cabeça que iria ter um desses!
Voltando ao “encontro do quadro”: lá estava eu na bicicletaria que frequentava, quando me deparei com aquele quadro. Reconheci a peça de longe e eu conhecia o dono dela. Para minha sorte, o dono dela apareceu lá e logo o abordei sobre o mesmo. Ele não tinha interesse em vender o quadro (na real ele nem sabia o que fazer com ele!) Mandei uma oferta pra ele e ele aceitou, e acertamos de dar o dinheiro pra ele no dia seguinte. Dito e feito, pagamento efetuado e lá estava eu todo feliz levando o quadro pra casa 😀
E como todo começo, montar essa bike não foi fácil (cheguei a montar uma bike mais simples pra poder trocar ela por um par de rodas Aero para colocar na Ju). Algumas peças eu já tinha, e outras tive que ir comprando aos poucos para poder montar a bike. Como nessa época eu já prestava serviços de montagem de bikes novas da Caloi para uma autorizada, eu conseguia algumas peças com preços reduzidos.
Como era de se esperar, apareceram mais interessados por esta bike, mas jurei a mim mesmo que esta eu não iria vender, e assim se segue até hoje! Por pouco eu não troco ela por uma Brandani customizada, mas pensei muito e não fiz a troca. Pena que a tal Brandani foi vendida para uma garoto que acabou destruindo a bike e largando o quadro jogado no quintal da casa dele. Uma pena :/
A bike é feita com alumínio 6061 -T6 e possuía um desenho diferente do que era oferecido na época, em fins da década de 1990. Era vendida no mercado com o nome Caloi Aluminum Supra, e a nomeclatura interna na Caloi era Aerolight, devido ao downtube de desenho aerodinâmico e de maiores proporções. Esta parte também era usada para fazer a Caloi T- Type a partir de 1998. Originalmente, o quadro era polido, mas o antigo dono mandou pintar de azul brilhante (quase no mesmo tom que a Caloi usava), e a cor permanece inalterada, com exceção dos riscos devido as várias quedas que já tive com essa bike.
A bike já encarou muitas competições e trilhas, e foi a que mais sofreu upgrades ao longo de quase 10 anos em minha mãos. Ela sim pode ser chamada de guerreira, pois já passou por vários tombos, uma quebra de gancheira, várias quebras de câmbio e está lá firme e forte. Pena que tive que desistir das competições por um bom tempo pra poder melhora-la. Hoje ela usa componentes Shimano Deore 27V, pedais clip Shimano, e o último upgrade dela foi um guidão reto em alumínio.
Quem sabe um dia eu volte a competir em definitivo… Mas uma coisa eu sei: competindo ou não essa bike ficará comigo até eu morrer (não só ela mas as demais 7 que possuo)
Gostaram da história? Então vão se preparando que no próximo post falarei da “Gaby”, minha Caloi Aluminum Extra.
Até a próxima o/
Fotos, texto e edição: Kiko Molinari Originals®
O nome da minha bicicleta é Rocinéia.
http://ciclojornada.com.br/2015/01/01/rocineia-a-bicicleta/