Primeiro dia: de Parnaíba a Cajueiro da Praia
Saí de Parnaíba tarde, e um pouco perdido. A bike ficou pronta as 10:00h. Saí rumo ao Porto das Barcas, de onde partem os passeios para o delta do rio Parnaíba. Vi que seria impossível fazer o passeio, que tinha 6hs de duração. Valeu a pena pra tirar uma foto perto do rio e marcar o ponto de partida da viagem. Segui rumo a cidade de Luis Correia, 14km pelo asfalto. O sol já estava forte, mas o caminho foi tranquilo: estrada com acostamento e praticamente reta. Chegando a Luis Correia, fui perguntando até chegar na praia de Atalaia. Ver o mar foi uma alegria, como geralmente é para a maioria dos mineiros. Me despedi sem dificuldades do asfalto (sem saber que não o veria mais ao longo de toda a viagem) e parei logo para um banho de mar. Totalmente astralizado, segui pedalando feliz da vida pela praia.
A maré estava baixa, tranquila para pedalar (posteriormente vou fazer um post com algumas impresões sobre a viagem, e falarei especificamente sobre pedalar na praia). Seguia com média de 15km/h, parando para fotos ou então filmando enquanto pedalava. A praia de Atalaia possui estrutura para turismo: bares, restaurantes, aluguel de quadriciclos, mini buggys e afins. O calor era forte, e logo começou a cair uma chuva, rápida e fraca, pra amenizar o tempo quente. Segui pedalando pela praia de Barro Preto, até chegar em Coqueiro da Praia. Já era hora do almoço, e parei num bar para comer algo e perguntar até onde era possível chegar pela areia.
Ao conversar com um funcionário do bar, um homem que estava com a família ficou muito interessado em minha história e chegou pra conversar. Disse já ter percorrido todo o litoral do Piauí e Ceará de 4×4, e que eu teria que aproveitar a maré baixa (que a essa hora já subia), pedalando até a praia de Macapá, onde pegaria um barco para atravessar o rio, e daí seguir até Cajueiro da Praia.
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O trecho seguinte seria o mais difícil. Talvez por isso seu nome era Praia do Arrombado. A maré tinha subido e tive de empurrar Sebastiana por um longo trecho de areia fofa. Mais a frente consegui voltar a pedalar. O caminho então seguia tranquilo – e muito bonito. Pedalava por alguns quilômetros totalmente sozinho, hora ou outra passando por um pequeno vilarejo, ou estrutura simples de bares a beira mar. Sempre perguntando a pessoas que encontrava, ia me certificando do caminho e da distância, que eu então desconhecia. Após algumas horas, cheguei até a barra do Rio Macapá. Lá fiz minha primeira travessia de barco. Era um serviço de passeio pela região, mas conversando com o dono do barco ele me cobrou R$ 2,50 pela travessia, que não durou 5 minutos. A idéia de atravessar de barco, evitando assim voltar ao asfalto me agradou muito, mesmo não sabendo qual a distância e o percurso que me esperavam. Perguntava sempre às pessoas que encontrava, geralmente mais de uma, vendo se as opiniões destoavam. Em último caso, tinha o roteiro e os mapas rodoviários.
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Chegando ao outro lado, já estava perto do meu destino. Pedalei pela praia até Barra Grande, seguindo por uma estradinha à beira-mar até Barrinha, e finalmente, por volta das 16:00 hs, chegando a Cajueiro da Praia, última cidade do Litoral do Piauí.
Em Cajueiro, encontrei a Pousada da Lú (uma das 3 pousadas da cidade), que oferecia um quarto a 20 reais, o que me fez logo desistir da barraca e primar por um pouco de conforto. Não pedalava faziam 9 dias, além disso a bike nova, carregada, o sol forte e o esforço do terreno. Depois de um bom banho, fui passear pela cidade. Apesar de ser uma cidade, Cajueiro da Praia parece uma vila, de casas simples, porcos passeando pelas ruas e grande tranquilidade.
Num mercadinho perguntei sobre o percurso do dia seguinte. Entraria no Ceará pelo asfalto, seguindo 53km de asfalto até Barroquinha, e depois seguiria até Camocim. Porém, o dono do mercadinho disse: “tem uns meninos que vem pra cá que pagam os pescadores pra atravessar o rio até Bitupitá. De lá da pra seguir pela praia até Camocim”. Já saí do mercado acompanhando uma mulher que me levaria a casa de seu pai, um pescador da cidade. Depois de um tempo de conversa acertei tudo. No dia seguinte, as 6 da manhã, chegaria ao Ceará de barco.
Resumo do dia
Trecho: Parnaíba (PI) – Cajueiro da Praia (PI)
Distância percorrida: 61,9km
Velocidade média: 12,5km
Passeio em Parnaíba até a chegada na Praia de Atalaia (Luis Correia): 23,54km
Da Praia de Atalaia até a travessia do rio Macapá: 24,46km
Da barra do rio Macapá (outro lado da travessia) até Barra Grande (pela praia): 3 km
De Barra Grande até Cajueiro da Praia (estradinha calçada): 10km
Sequência das praias e lugarejos: Atalaia, Barro Preto, Coqueiro da Praia, Praia do Arrombado, Maramar, Macapá, Barra Grande, Barrinha, Cajueiro da Praia.
Acompanhe nos links abaixo todos os posts dessa cicloviagem
Parte 1 – Planejamento da viagem
Parte 3 – de Cajueiro da Praia (PI) a Camocim (CE)
Parte 4 – de Camocim (CE) a Jericoacoara (CE)
Video da Cicloviagem entre Parnaíba (PI) e Jericoacoara (CE)
Cicloturismo e fotografia: fotos do caminho entre Parnaíba (PI) e Jericoacoara (CE)
ola
muito legal tua postagem
estou indo p Parnaiba – vc sabe se tem local p alugar uma bike na região?
obrigado
egon
Olá Egon, obrigado por seu comentário. Estive lá em 2009, já faz bastante tempo. Na época montei a bike na oficina do Reginaldo. Talvez hoje já possuam serviço de aluguel.
Vale uma pesquisada pelo local. Um abraço e boas pedaladas pra você!