Por João A. Muller Jr.
Foi em uma páscoa início dos anos 2000. Começa essa pequena empreitada numa quinta-feira Santa, eu e um grande amigo, o Popó (o cara é um monstro, pedalava demais, não cansava nem parava nunca, difícil de acompanhar). Saimos de Taquara-RS em direção ao nosso objetivo que seria descer a Serra da Rocinha já no estado de Santa Catarina. A intenção era fazer em 4 dias, sem muita programação.
Primeiro dia apenas subimos a São Francisco de Paula (43km). No segundo dia, mais puxado um pouco, a ideia era fazer 100km, mas acabamos passando do ponto (Cambará do Sul – 80km) e acabamos seguindo até a divisa na descida da serra. Ainda havia um bom tempo de sol, então resolvemos descer, chegando ao município de Timbé do Sul – SC. Uma descida fantástica, uma visão única, uma sensação de conquista, algo indescritível. Fora alguns detalhes do tipo “muito amador”, como descer aqueles 20 e poucos km com um freio cantilever, mas faz parte.
Seguíamos firmes em direção a BR 101, já pensando em onde acampar (sim, levamos uma barraca, nenhum colchonete, algumas mudas de roupa, uma panela e um fogão improvisado). Engraçado falar nesse fogão, adiante eu explico. Acabamos por fazer quase todo o trajeto nesse primeiro dia, como falei anteriormente, o Popó não parava nunca, e acabou por me levar junto.
Enfim, anoitecera, e agora é a hora de acampar, mas onde? Já na BR 101, em Sombrio-SC, resolvemos seguir um pouco na estrada em direção ao Rio Grande a procura do melhor local. Encontramos uma pequena borracharia no posto de Furnas em Sombrio. Montamos a barraca, ajeitamos as coisas, tomamos banho no posto, e fomos comer. Aí entra o famoso fogão que nada mais era do que uma lata de coca-cola cortada ao meio na qual colocávamos um pouco de álcool e aquecíamos nossas refeições, compostas basicamente de macarrão instantâneo salsicha em lata.
Descanso merecido. Hora de seguir em frente, rumo ao Rio Grande. Saímos muito cedo, menos de 20km e fura o pneu da bicicleta do Popó, um pequeno atrasado logo recuperado. Passando a fronteira em Torres-RS surge um empecilho: o sol estava forte e o esperto aqui sem protetor. Minhas mãos começaram a queimar, resolvemos então ir até o município de Torres para tomar um banho de mar e comprar um protetor.
Tomando o rumo de casa pela Estrada do Mar, já extenuado pois meu preparo era para grandes distâncias, mas um pouco por dia. Acabamos por exagerar um pouco, mas seguindo em frente, parando de quiosque em quiosque na beira da estrada para repor energia, tomamos muito caldo de cana.
O que não esperava era que o protetor junto com o suor das minhas mãos, fariam um efeito contrário e as mesmas já estavam bastante queimadas. Foi nesse ponto na cidade de Osório-RS que chamamos um colega de Taquara-RS para nos buscar. Ao final de tudo, uma lição para o cicloturismo: planejar melhor as próximas viagens, equipar melhor a bike e, sobretudo, seguir o cronograma! Pois foram 420km em um curtíssimo espaço de tempo!
Arrependimentos: NENHUM!!! Guardo essa viagem viva em minha mente como se tivesse feito ela ontem!!!!
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