Bici Clique: bicicleta com bagageiro acolchoado

Mais uma bike diferente fotografada na nossa seção Bici Clique. Essa bicicleta tem uma chapa de madeira acolchoada sob medida em cima do bagageiro. Fiquei na dúvida, mas provavelmente não veio com a bike, e sim foi adaptada/encomendada pelo dono da bicicleta. A magrela foi clicada em Arraial D’Ajuda (BA), e provavelmente carrega pessoas na garupa (vi muita gente andando assim por lá), o que faz do bagageiro acolchoado um conforto pro carona. Vejam no detalhe abaixo.

 

O blog já fez um Bici Clique em Canela (RS), que mostrou uma outra bicicleta com bagageiro acolchoado (bem mais confortável que esse da bicicleta amarela). Para ver é só clicar no link acima ou aqui.

Veja todas as fotos da seção Bici Clique

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Na seção Bici Clique publicamos fotos exclusivas tiradas pelo autor do blog, seus colaboradores e leitores. Quer ver sua foto aqui? É só enviar um email paracontato@ateondedeuprairdebicicleta.com.br com o assunto “Bici Clique”. Não esqueça de mandar uma legenda para as fotos, explicando como e onde ela foi tirada.

Cicloturismo na Estrada Real (relato – parte 6 – FINAL)

Cicloturismo na Estrada Real

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6º e último dia de viagem – Cunha (SP) a Paraty

Acordamos por volta das 6:30 da manhã e deixamos tudo arrumado para o início da pedalada. Nosso último dia começava bem, com o melhor café da manhã de toda a viagem: curau de milho, arroz doce, biscoitos, broa de fubá e outras delícias, todas feitas pela dona da pousada.  Estávamos prontos para partir!

O acúmulo dos dias pedalados com pouco preparo (não treinamos para a viagem) não era nada perto da nossa vontade de chegar. Sabíamos que tínhamos as subidas mais duras de todo o percurso (maior inclusive do que a do dia anterior), mas que depois de vencida, daria lugar a longa descida até Paraty.

Como no dia anterior, combinamos o “empurra bike” com pedaladas nas subidas. O destaque ficou para uma cachoeira que beirava a estrada, que mereceu uma boa parada pra descanso e lanche (banho não, pois ainda estava bem frio!).

Pausa na cachoeira para um descanso…
Pra continuar subindo!

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Interessante como o próprio caminho estabelece marcos, divisas e transformações. Nossa subida foi toda em asfalto, por uma estrada linda (a mesma, SP-171). Quando finalmente vencemos a subida, a paisagem e o tempo se transformava: a divisa entre os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o fim do asfalto e início da estrada de terra, o fim do sol e a neblina à frente. Cruzar fronteiras é um marco simbólico que acho muito interessante. A estrada continua, mas já estamos em outro lugar.

Entre SP e RJ – rumo ao destino final.

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Do ponto de vista do esforço, estávamos bastante contentes pois sabíamos que a dureza das subidas tinha acabado, que de agora em diante seriam só descidas e melhor, que estávamos chegando.

A descida até Paraty é um dos momentos especiais da viagem. São mais de 20 km de descidas em estrada de terra, trecho do Parque Nacional da Serra da Bocaina, saindo de 1500m de altitude e chegando ao nível do mar!

A descida foi fantástica. A neblina não nos permitiu curtir a paisagem nos pontos com mirantes, mas não comprometeu a visibilidade do caminho, e ainda adicionou mais um componente de adrenalina na nossa aventura. A estrada é muito acidentada, a terra estava bastante úmida, com pontos de lama. Não devemos ter encontrado mais do que 5 carros durante toda a descida (a maioria 4×4), além de pedaços de carro que ficavam pela estrada.

Mirante encoberto na estrada.

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Nós, de bike, descíamos com tudo! As mãos controlando os freios o tempo todo, íamos soltando as bicicletas o máximo que podíamos dentro dessa situação. Não sei como o pneu não furou com tantas batidas nos buracos e pedras. Ríamos muito e curtíamos cada momento da nossa descida.

Faltando 2km pra terminar a estrada de terra chegamos a um bar onde fizemos nossa última parada. Parecia que a medida que íamos chegando éramos brindados com momentos maravilhosos. Lanchamos junto a muitos pássaros maravilhosos, que voavam pelo bar comendo frutas deixadas pelo dono. Eram mais de 20, 30, incontáveis, que chegavam pertinho da gente sem medo algum. Demais!

Nossos companheiros de lanche.

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Terminamos a estrada de terra e a descida continuava forte pelo asfalto. Agora era a hora de acelerar! Senti o cheiro de borracha queimada da sapata de freio da bike de meu amigo Nizier. A neblina tinha finalmente terminado e já conseguíamos ver Paraty ao longe. Depois de montanhas e mais montanhas, lá estava o mar!

Depois da neblina, Paraty aparece…

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Momento “Ode ao Mar”

Ah, o mar! Esse objeto de fascinação de 10 entre 10 mineiros, especialmente desse blogueiro que vos escreve! As vezes é difícil pra quem mora na praia entender, mas tudo bem! Eu entendo quem não entende que o mar é algo tão maravilhoso! E com ele tão pertinho da gente, nossa chegada foi bastante tranquila e numa alegria só. Pegamos um pequeno trecho com uma ciclovia, entramos pela cidade, e como bons mineiros, fomos direto para a praia.

A chegada em Paraty!

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Terminava ali nossa viagem de bicicleta. E  que aventura! Foram 6 dias (que pareceram 12!), quase 300km e muita história bacana, que tenho o prazer de dividir com vocês aqui no blog. Além é claro do processo de conhecimento, os encontros, conversas, as transformações, a mudança de perspectiva e da forma de ver o mundo e as pessoas que uma viagem de bicicleta pode (ou não) proporcionar. Felizmente, no meu caso, saio dessa viagem diferente de como entrei.

Um agradecimento especial ao meu cumpadre Nizier. Foi minha primeira cicloviagem acompanhado, e pedalar contigo foi ótimo amigão! Durante a viagem já planejamos voltar a Estrada Real, para percorrer o trecho que pulamos de ônibus. Que venham mais pedaladas, sempre!

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Dados técnicos do 6º dia de pedaladas – percurso Cunha (SP) a Paraty (RJ)

Percurso: asfalto (+-60%) e terra (+-40%)

Distância percorrida: +-50km

Velocidade média: 11,5 km/h

Veja também:

Clique aqui e conheça o projeto da nossa viagem de Cicloturismo pela Estrada Real

1º dia de viagem

2º dia de viagem

3º dia de viagem

4º dia de viagem

5º dia de viagem

Bicicletas Azuis

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Bicicletas Azuis, obra da artista plástica brasileira Inha Bastos, de 2004.

Para ver todos os posts sobre a presença das bicicletas nas obras de arte (temos mais de 90!), clique aqui.

Cicloturismo na Estrada Real (relato – parte 5)

Cicloturismo na Estrada Real

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5º Dia de Viagem – Aparecida (SP) a Cunha (SP)

Saímos de Aparecida as 4:40 da manhã, e apenas 7km depois por dentro da cidade já chegávamos a Guaratinguetá. Ainda fazia bastante frio (foi o único dia que pedalei de calça e balaclava), estava escuro e não encontramos nenhuma padaria aberta para tomar café. Seguimos então pedalando pela rodovia SP-171 rumo a Cunha.

Ainda de madrugada, em frente a Igreja Matriz de Guaratinguetá

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Um dia viajando de ônibus já foi suficiente pra deixar nosso ânimo para as pedaladas lá em cima. Estávamos bastante “adrenados” no início do caminho, especialmente por pedalar no escuro na rodovia. Mesmo com colete refletivo e piscas em ação, a escuridão (e o silencio) da estrada impressionavam. Apertamos o ritmo e pedalamos forte, como se a velocidade dos pedais fosse impulsionar o nascimento do sol, que já nos angustiava um pouco. Mas com o inverno e as montanhas, o sol só veio iluminar nosso caminho por volta das 6:15 da manhã, após pouco mais de 1h30 de pedaladas no escuro.

O sol demorava a aparecer na estrada Guaratinguetá – Cunha

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Tomamos café na estrada, em cima de uma pedra grande com uma vista maravilhosa! A subida da serra foi dura, mas o asfalto estava com ótima qualidade. Depois de fritar as penas na subida da serra no 1º dia de viagem, já havíamos aprendido que o empurra bike era a melhor solução. Além de descansar, mantínhamos praticamente a mesma velocidade de quando estávamos pedalando. Alternamos então o empurra bike (nas subidas mais íngremes) com as pedaladas nas subidas mais tranquilas da serra.

Na hora do café da manhã, a belíssima vista da estrada.

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Estávamos ansiosos pelo trecho de descida até Cunha, e quando vencemos a subida ficamos empolgados pra soltar as bikes no asfalto. Depois de longos trecho a 6km/h, era hora de acelerar rumo aos 60km/h não é mesmo?

Mas que nada!

Depois de “roer o osso” na subida, quando achávamos que o “filé mignon” nos aguardava descida abaixo, mais uma surpresa do caminho: muita neblina à frente, frio cortante e uma estrada horrível, muito esburacada. Tivemos que redobrar a atenção e voltar com o nosso “kit trevas” (refletivos, piscas, agasalhos, balaclava, luvas…). Abaixo, uma foto e 40 segundos de vídeo que mostram a nossa entrada no “momento-perrengue” (depois disso a câmera embaçou completamente…).

Estrada em péssimas condições, e com baixíssima visibilidade

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Já estávamos bem cansados quando finalmente chegamos a uma lanchonete na estrada. Fizemos uma parada longa e finalmente tomamos o merecido café da manhã. De ânimo e humor recuperados, seguimos para Cunha. O trecho horrível da estrada agora dava lugar a um longo trecho em obras, há +- 2km da entrada da cidade. A neblina e o frio finalmente foram embora!

Chegamos em Cunha por volta da 1 da tarde e apesar de já estarmos ansiosos com a chegada em Parati, tomamos a sábia decisão de ficar na cidade e seguir no dia seguinte. Nos instalamos numa pousada simples e muito aconchegante (R$ 50 por pessoa. A mais cara que pagamos, mas também a melhor de toda a viagem). A cidade estava cheia e enfeitada, pois realizava a Festa do Divino Espírito Santo, além do evento Acordes da Serra. Aproveitamos pra passear a noite pela cidade, e depois de comer bem e ver um pouco da festa, já estávamos de volta à pousada.

Bicicleta no mirante da cidade de Cunha

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No dia seguinte, partiríamos para o fim da nossa cicloviagem.

Era o dia da chegada!

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Dados técnicos do 5º dia de pedaladas – percurso Aparecida (SP) a Cunha (SP)

Percurso: asfalto

Distância percorrida: +-50km

Velocidade média: 11 km/h

Veja também:

Clique aqui e conheça o projeto da nossa viagem de Cicloturismo pela Estrada Real

1º dia de viagem

2º dia de viagem

3º dia de viagem

4º dia de viagem

6º dia de viagem

2 ideias para alimentação nas pedaladas e cicloturismo

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Nesse post vou dividir com vocês uma de minhas experiências de alimentação feitas na última cicloviagem pela Estrada Real. Lembrando que trata-se apenas de um relato de experiência, e não se trata de uma “receita de bolo” (para aproveitar a metáfora alimentícia rs). Vale cada um buscar o que é melhor dentro do seu gosto alimentar e das recomendações de nutricionistas quando for o caso.

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Decidi variar um pouco das tradicionais barrinhas de cereal e montei alguns lanches rápidos para comer seja durante a pedalada ou em paradas mais curtas. Vejam abaixo 2 ideias para alimentação nas pedaladas e cicloturismo.

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1 – Castanhas

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Eu escolhi as castanhas que gosto mais: Castanha do Pará, Castanha de Caju e Amêndoa Torrada. Em cada saquinho coloquei a quantidade recomendada de consumo diário, e fiz um saquinho por dia. Você pode adicionar outros tipos de oleaginosas de sua preferência.

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2 – Frutas secas/desidratadas

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Essas são particularmente minhas preferidas. Montei os saquinhos com banana-passa, manga, abacaxi, maça e damasco. Como as frutas não tem muitas restrições, fiz muitos saquinhos e comia de 2 a 3 por dia, dependendo do tempo que ficava pedalando e da fome. As frutas secas/desidratadas tem duas vantagens: ocupam menos espaço e se mantém conservadas por muito tempo, sem necessidade de refrigeração. A desvantagem é que são um pouco caras (especialmente as frutas desidratadas). A banana custou R$ 13 o quilo. O damasco R$ 22 e as demais frutas R$ 50! Apesar disso acho que vale muito a pena, pois com alguns gramas de cada você faz uma boa combinação. Eu comprei as frutas prontas no mercado, mas há quem goste de comprar a fruta e depois desidratar. Basta escolher as frutas de sua preferência e saborear durante o pedal.

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Esse esquema das frutas e castanhas foi muito bom durante a viagem. Usei esses lanches entre as refeições principais: como pedalamos o dia inteiro, não abri mão de café da manhã, um lanche mais caprichado e também um jantar (no fim do dia de pedaladas), seja nas cidadezinhas por onde passávamos ou preparado por nós no acampamento.

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E você? O que come durante as pedaladas e viagens de bike? Comente e conte pra gente!

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Veja aqui outras dicas para pedalar feitas pelo blog

Bici Clique: pé no pedal, pé no futuro

Vejam só a bicicleta que eu cliquei na cidade de Casa Grande (MG), durante uma cicloviagem pela Estrada Real. Achei a bike bonita, e foi isso que motivou inicialmente o clique. Agora, ao analisar a foto com mais detalhes (clique na imagem para ampliar) e pesquisar na internet, descobri que se trata de uma bicicleta “especial”. Essa bicicleta foi feita pela Caloi para a ação “Pé no pedal, pé no futuro”, feita pela companhia de seguros Aliança do Brasil nos anos de 2008 e 2009.  Esses modelos de bicicleta eram sorteados entre os clientes que adquiriam algum produto da empresa, que pertence ao banco do Brasil. Vi que no ano de 2009 foram 4 mil bikes sorteadas (o que as deixa com um status de edição limitada não é mesmo?).

Veja as bikes novinhas abaixo, no vídeo da campanha.

Legal né? E uma dessas magrelas foi parar no interior de Minas Gerais.

 

Veja todas as fotos da seção Bici Clique

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Na seção Bici Clique publicamos fotos exclusivas tiradas pelo autor do blog, seus colaboradores e leitores. Quer ver sua foto aqui? É só enviar um email paracontato@ateondedeuprairdebicicleta.com.br com o assunto “Bici Clique”. Não esqueça de mandar uma legenda para as fotos, explicando como e onde ela foi tirada.