Por Martin Conti
Em Janeiro do 2012 eu entrei no Brasil com a ideia de percorrer o litoral até o Amazonas de carona, tentando conhecer o mais que pudesse da cultura brasileira, incógnita para os outros países de latino America, já que existe uma fronteira implícita entre o Brasil e o resto.
Ao tempo que eu foi percorrendo mais enchia minha cabeça de diferentes picos pra conhecer. Na metade de 2012 abandonei a ideia de só litoral e foi em Minas Gerais onde tudo mudou para melhor. Em Ouro Preto, na casinha onde eu e outros 3 viageiros morávamos juntos, chegou um casal que tinha viajado de bike de Asunción (Paraguay) até São Paulo. Na baixada paulista roubarem a bicicleta da menina ficando a outra na casa de um amigo, perto de Jaraguá (SP), esperando comprador. Eles falaram histórias que eu rapidamente adaptei as minhas expectativas. Então comprei a bike deles e viajei até o encontro da magrela, de carona, até a capital paulista.
É assim que em 28 de Setembro de 2012 fui de trem até Mogi das Cruzes para sair da cidade tranquilo, e pedalei de bike até Belém do Pará. No caminho deu para me encher de historias de solidariedade e amor, e também momentos difíceis que ensinam na prática a vida no mundo.
Assim saindo pela Tamoios até Caraguatuba para o norte pedalei o litoral Norte de SP, RJ, ES, BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE, PI, MA, PA. Entre a cidade de Jericoacoara (CE) e Parnaíba (PI) os ventos que batiam nas praias eram tão fortes que deu para botar uma vela de windsurf no quadro da bicicleta e do jeito navegar-pedalar é preciso, desfrutar das praias e os mangues bonitos da região. Desde João Pessōa ate São Luiz Maranhão o 90% da pedalada foi pela areia da praia mesmo. Nunca esquecerei os povos pesqueiros isolados na mistura de sertão e mar.
Em Belém chegou a hora de viajar na barca até Santarém e ali pedalar a região perto de 200km. Volta na barca para Manaus. Nessa cidade minha ideia de pedalar até o monte Roraima trocou pela falta de dinheiro e a Dengue que me deixou sem grana definitivamente. Então peguei barca até Porto Velho RO, pedalei com problemas até Cuibá MT para trabalhar com malabares no sinal de trânsito. Ali abandonei a pedalada, saindo de ônibus finalmente em 7 de Maio de 2014 pela divisa entre Cáceres MT e San Matias (Bolívia).
No meio peguei duas caronas e dois ônibus por problemas na historia, mas pelos cálculos no mapa são 6.500km de bicicleta pelo Brasil. Atualmente estou na Bélgica trabalhando e juntando dinheiro para voltar por mais tempo na estrada com a “Negrita”, minha Raleight Mojave 2.0.
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