Dando sequencia a série, hoje mostraremos a terceira bike da frota: a Caloi Aspen Extra ALuminum Gaby
Esta é Caloi Aspen Extra Aluminum. A sexta bike de alumínio que monto, sendo a segunda para uso em asfalto, e mais uma da Caloi (acho que ficou claro que sou fã da marca né? hehe)
“Gaby”: mais uma integrante da (crescente) frota de bikes
Origem do nome:
O nome, ou apelido nesse caso, homenageia uma garota que conheci “nas interweb´s da vida”. Era meados de 2008, e eu tinha acabado de mudar para uma cidade pequena chamada Primeiro de Maio, distante 100 km de Arapongas (minha cidade natal), no norte do Paraná. Era uma cidadezinha pacata onde todo mundo se conhecia, com uma tranquilidade ímpar (que de tão tranquila chegava a irritar… mas ai é outra história.)
Era sábado, dia quente, e lá estava eu usando o computador de minha mãe como de costume, verificando o Orkut, e-mail´s e MSN, e eis que surge uma solicitação de amizade no Orkut. O nome dela era Gabriela, que também mora em uma cidade pequena, no estado de São Paulo. Demorei uma semana pra aceitar a solicitação, já que devido a minha certa popularidade no Orkut e dos altos casos de perfis “fakes” na rede, eu tinha que verificar quem estava me adicionando. Aceitei a solicitação, e alguns dias depois ela me pede pra add no MSN. Pedido feito, pedido aceito.
Gaby em Balneário Camboriú, dentro da loja Ciclo Sport (Autorizada Caloi)
Era raro alguma garota pedir pra me add tanto no Orkut quanto no MSN, mas decidi “tentar a sorte”. Começou com um papo tímido, mas logo as conversas foram desenrolando, e naqueles dias quentes (que por sinal me deixa um tanto irritado), eu passava a conversar com ela como se fossemos amigos de infância, onde eu reclamava de tudo na maior parte do tempo, seja da internet via rádio ruim ou do calor que fazia naquela cidade. Ela viu algo em mim que a atraiu, mas só fui me dar conta depois de muito tempo.
Era notório o interesse dela sobre mim, mas custei a enxergar isso. Alguns meses depois acabei me mudando para Santa Catarina, e obviamente ela ficou um pouco chateada com isso, mas essa chateação logo passou quando entrei em contato com ela. Fiquei surpreso com a felicidade dela quando entrei em contato, algo que nunca tinha visto até então. Nossas conversas iam “aos trancos e barrancos”, pois se um dia eu tinha como acessar a internet e ela não, na semana seguinte a situação se invertia.
Uma das várias fotos pós montagem da Gaby
Foram anos de ótimas conversas, de desabafos, de palavras – amigas, enfim, tudo de bom que eu não tinha com pessoas reais mas que tinha com essa pessoa “virtual”. Era tudo perfeito, era…
Em meados de 2012 (fins de Abril, começo de Maio) eu estava em uma situação muito difícil: crises em todos os lados e totalmente perdido com os acontecimentos, e nessa época ela me conta algo que me deixou estarrecido (não entrarei em detalhes). Dentre tantos golpes, o dela foi justamente o mais forte pois veio de quem eu gostava muito. Fiquei um bom tempo sem conversar com ela desde então, e ficava mal com o ocorrido (não só esse, mas com os outros que ocorrerem antes e os seguintes). Desde então fiquei +/- 1 ano sem falar com ela, só voltando a ter contato em junho de 2014. Continuamos amigos, mas sem a mesma intensidade das conversas de antigamente (falta de tempo, e assunto, para ambos é gritante)
No quintal da minha antiga residência
A Caloi Aspen Extra Aluminum:
Esta é a sexta bike de alumínio que monto e a ideia de montar ela surgiu no momento que eu vi o número de componentes sobrando que tinha guardado em casa. Conforme ia fazendo upgrades na “Erika“, eu ia guardando as peças numa caixa e as deixava lá. Em uma das minhas “pesquisas”, comecei a separar os componentes que eram da Erika e alguns outros que já tinha guardado algum tempo antes. Constatei que, para montar mais uma bike “nova” eu precisaria apenas de um quadro!
“Gaby” parcialmente montada, dividindo espaço com a “Juliana” e “Erika”
Logo lembrei de um que tinha na primeira loja de bikes que trabalhei em SC, a J Bike, localizada no centro de Itapema. O quadro é um Caloi Aluminum, linha Aspen Extra (o mais popular da marca e ainda em produção, com pequenas diferenças). O quadro era de cor branca (pintura não original) toda descascada e com a gancheira do câmbio destruída. Era um quadro “condenado” por estar com a gancheira estragada, mas eu tinha uma carta na manga, ou melhor, uma gancheira!
Enquanto eu ainda morava em Arapongas, eu conheci um amigo ciclista que também era especialista em soldas em alumínio, e já fiz vários serviços de solda com ele, e na última (e mais trabalhosa) a missão era implantar uma gancheira de roda em uma T-Type, sendo que tal parte veio de outro quadro do mesmo modelo, e essa peça forjada tinha gancheira de câmbio que depois foi cortada e guardada. Ainda contarei sobre essas “cabritagens” que fazia (ou não…)
“Gaby” depois do “batismo na chuva” em uma noite de verão
Voltando a SC… : consegui um contato de um recuperador de rodas com o Jean, dono da J Bike, para poder implantar a gancheira que tinha nesse quadro. Uma semana depois (e 50 pratas a menos) o serviço estava pronto. Nem parece que a gancheira de câmbio havia sido destruída! Quanto a pintura, tentei raspar ela com removedor pastoso que comprei para esse fim (quinta foto). Não deu muito certo e acabei gastando um pouco mais no jato de areia para retirar a tinta do quadro. O quadro acabou ficando áspero, mas nada que alguns polimentos não resolvam (algo que eu não o fiz até hoje 🙁 )
Depois de pronta, a bike se assemelha muito com a “Erika”, sendo que a diferença é o suporte de guidão mais baixo (mais “socado” no garfo melhor dizendo) e o quadro, um pouco mais pesado. A bike foi calçada com pneus IRC Smoothie 26 x 1.25, que garantiu boa agilidade e conforto ao pedalar (primeiras quatro fotos). O primeiro giro longo dela foi até Balneário Camboriú, rodando pouco mais de 40 km naquele dia nublado. Era pra ser só um giro por Itapema, mas acabei encontrando um amigo de pedal e fui acompanhando-o, e quando me dei conta já estava em “BC”, dentro de uma loja de bikes (segunda foto).
“Gaby” com pneus Levorin Rua 26 x 1.0: mais arisca e quase indomável!
Pouco tempo depois, a bike herda os pneus Levorin Rua 26 x 1.0 da “Erika”, já que a mesma recebeu pneus e câmaras novos do mesmo modelo. A bike se tornou mais “nervosa e instável”, e não raras as vezes as quase quedas com essa bike (talvez seja um aviso que essa bike me dava para uma “queda” ainda maior, como já citei lá na “origem do nome”).
Assim como a Gaby “virtual”, acabei ficando sem andar com a bike por um longo período, ficando toda empoeirada. De vez em quando eu enchia os pneus para que eles não de deformassem. Recentemente fiz algumas trocas de pneus entre as bikes, e ela recebeu novamente os IRC Smoothie 1.25, enquanto os velhos Levorin Rua 1.0 foram para a “Black Sheep”, uma das últimas bikes que montei (e adivinha? Mais uma Caloi!)
“Gaby” e “Erika”, em algum ponto de Itapema.
O fato é que o tempo acabou por cicatrizar essas “feridas”, e quando voltei a pedalar a “Gaby” notava que voltou a ser uma bike ágil e arisca como antes, porém mais dócil e precisa, em especial nas trocas de marchas e freios. Esse é um dos casos onde a bike se torna a personificação de alguém que gostaria que estivesse mais perto. Pode parecer loucura tudo isso que escrevi até agora, e nem tem como explicar mais, o que explica a demora na hora de redigir esta postagem. É algo que só quem é apaixonado por bikes (e por determinadas pessoas) podem entender isso.
Gostaram da história? Então vão se preparando que no próximo post falarei da última bike com nome de gente: “Simone”, minha Caloi Aluminum Extra.
Até a próxima o/
Fotos, texto e edição: Kiko Molinari Originals®