Por Carlos Roberto dos Santos
Quando criança eu era mais pobre do que sou hoje, e não tinha recursos financeiros para o sustento da família. Então meu velho pai, empreendedor desde a época em que essa palavra nem existia, teve uma ideia genial. Passou no Mercadão Municipal de São Paulo, comprou uma caixa de limão galego, um pacote de redinhas plásticas e uma caixa de maçãs vazia. Chegou em casa e me ensinou o que fazer com tudo aquilo: encher as redinhas com 12 limões cada uma, amarrar a caixa no bagageiro da velha bike aro 28 (sem marcha), carregar os pacotes e sair pedalando pela vizinhança vendendo o limão de boteco em boteco, até que a caixa estivesse vazia, e eu com um pouco de dinheiro para ajudar nas despesas de casa.
Isso se repetia varias vezes na semana, sempre nas horas vagas, pois nunca deixei de estudar para trabalhar e ajudar em casa. Tenho saudades daquela velha bike, dos tombos, e das vezes que ela quebrava e me deixava a pé com a caixa de limões.
Aprendi que para conseguir ganhar meu sustento tinha que trabalhar e estudar, e me preparar para futuro.