O Escocês Voador – Filme sobre ciclismo

Atualizado em 15/08/2018

O Escocês Voador

O escocês voadpr
Cartaz do filme O Escocês Voador

Aqui no Até Onde Deu pra ir de Bicicleta temos uma bela seção de filmes dedicados às bikes, e hoje vou falar de um deles: O Escocês Voador.

O filme de 2006 é baseado na história do ciclista escocês Graeme Obree, muito bem interpretado pelo ator Jonny Lee Miller. Graeme Obree quebrou o recorde mundial da hora no ano de 1993 e 1994, e foi campeão mundial de ciclismo em 1993 e 1995.

Graeme Obree em 1994. Foto: Wikipedia
Graeme Obree na bicicleta desenvolvida por ele. Foto: Wikipedia

Por tudo isso, O Escocês Voador fez muito sucesso entre os amantes do ciclismo – dentro dos quais eu me incluo. Assisti ao filme e gostei muito! Me impressionou como o ciclismo, um dos esportes que mais desenvolve tecnologia no mundo, foi revolucionado pelas ideias de Graeme Obree. O cara era muito criativo! Além de projetar uma bicicleta leve, ele revolucionou o ciclismo com inventando uma nova posição sob a bicicleta, muito mais aerodinâmica e agressiva.

Confira a sinopse abaixo, retirada do site Filmow.

Sinopse: Jonny Lee Miller está inesquecível neste inspirador relato baseado na notável história verdadeira de Graeme Obree, campeão mundial de ciclismo. Apesar das origens modestas e de uma batalha incansável contra um distúrbio bipolar, este competidor tenaz e criativo deixou sua marca indelével na história do esporte. Em 1993, Obree projetou e construiu uma bicicleta com sobras de metal e peças de uma máquina de lavar roupa. Competindo contra os melhores do mundo numa corrida de profissionais, ele quebrou o recorde mundial, que acabou perdendo depois numa controvérsia tempestuosa. A emocionante história de paixão e triunfo de Obree vai fazer você vibrar!

Ficou com vontade de assistir O Escocês Voador? Abaixo está disponível o filme completo, com legendas em português.

Ou, se você preferir, pode assistir apenas ao trailler do filme. Mas se fizer isso há grandes chances de querer assistir ao filme completo…

 

Veja aqui nossa lista completa de filmes sobre bicicletas e ciclismo

Livros e bicicletas: Ciclovias Cariocas

Ciclovias Cariocas

CapaCC
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Aproveitando que falei sobre pedalar no Rio de Janeiro em um post anterior, aproveito para indicar o belíssimo livro Ciclovias Cariocas. O livro mostra porque o Rio é a “Capital Nacional da Bicicleta”. Mais do que cidades que tenham proporcionalmente um maior número de bicicletas por habitante, ou cidades que implementem políticas para uso da bicicleta como meio de transporte, a cultura da bicicleta está fortemente enraizada na Cidade Maravilhosa. O livro traz um breve histórico sobre a história da bicicleta e sobre a criação das ciclovias, dicas de segurança para pedalar no trânsito, além de belas fotos e de um mapa detalhado dos 140kms de ciclovias da cidade.

A foto pequenina da capa foi retirada do site da ONG Transporte Ativo.

Quer mais dicas de livros?

Temos outros artigos aqui no site com ótimas sugestões pra você. É só conferir nos links abaixo:

Listas: bicicletas e livros, filmes e músicas…

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É legal perceber como a bicicleta se relaciona com a sociedade desde o seu surgimento, e como a partir disso passa a ocupar diversas mídias e espaços. Pensando nisso tive a idéia (não muito criativa ou inovadora, mas com certeza muito divertida) de publicar posts sobre  livros, filmes e músicas onde a bike seja tema marginal ou principal.

A regra é clara: basta ter bicicleta no meio que nós publicamos. Desde o início da seção em 2009, nossa lista já cresceu (e continua crescendo) um bocado. Quer conferir? É só clicar nos links abaixo:

Nossa lista já está grande e cresce a cada dia! Veja nossas listas completas de posts!

Músicas e bicicletas

Filmes e Bicicletas

Livros e bicicletas

Bicicletas no Aterro do Flamengo

Estive esse fim de semana no Rio de Janeiro, onde morei por 2 anos (2006-2008) e onde continuo indo frequentemente, para minha alegria. O período no Rio foi, ciclisticamente falando, contraditório: 2 anos estudando a história da bicicleta, sem pedalar. No primeiro ano devido a restições de espaço e moradia, mas no segundo foi vacilo mesmo. Deixei a bike em BH e só pedalava quando aparecia por aqui em algum feriado prolongado ou período de férias. O corpo e a cabeça sentiram. Voltando ao final de semana, estive no Aterro do Flamengo, que no domingo é o palco do que se pode chamar, “a festa das bicicletas”. Na verdade, a orla do Rio de Janeiro no domingo é uma festa. Ruas fechadas para os carros (que sonho ver isso um dia aqui em BH… não a orla, mas as ruas fechadas) e tomadas por pessoas a pé, de patins, skates, bikes e afins. Mas o Aterro do Flamengo é, dentro dessas possibilidades, um espaço privilegiado para todos os ciclistas, de iniciantes a iniciados. Estradas planas, largas e com bom asfalto (além das pistas internas do Aterro). Tem pontos de aluguel de bicicletas, triciclos e quadriciclos, além de serviço de reparos básicos. Quando morava no Rio pensava sempre nas minhas possibilidades com a bike lá, os passeios por toda a orla, pequenas viagens… e o Aterro bem na frente de casa. Fiquei vendo aquele tanto de bicicletas diferentes e me alegrei.

Triciclos para alugar no Aterro do Flamengo...
Triciclos para alugar no Aterro do Flamengo…
... com a tecnologia da "emenda", de última geração! rs.
… com a tecnologia da “emenda”, de última geração! rs.

Tem certas coisas que não se pode voltar atrás não é mesmo? Mas pra tudo tem jeito. Próxima visita ao Rio, bike alugada e uma pedalada de domingo. Pelos velhos tempos.

A festa das bicicletas no Aterro do Flamengo, para todos os gostos: concertos e consertos
A festa das bicicletas no Aterro do Flamengo, para todos os gostos: concertos e consertos

P.S. – As fotos foram tiradas, por mim, em uma câmera de celular de baixíssima qualidade.

Veja também uma galeria com 9 fotos e um vídeo de uma pedalada pelo Aterro do Flamengo 

Pedalar sozinho ou em grupo: encontros na estrada

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Pedalar sozinho ou em grupo pra mim nunca foi muito uma questão de opção, mas sim de realidade. Em vários anos de pedal, posso dizer que pedalei sozinho 99% das vezes, pela falta de um companheiro(a) com o mesmo ânimo/empolgação. Ajudou o fato de eu gostar mesmo de pedalar, nunca deixando que a falta de companhia fosse um impedimento pra sair pedalando estrada afora. Não querendo ser injusto com meu atual companheiro Barba, e com grandes amigos em pontuais pedaladas do passado, estive me lembrando de dois encontros na estrada. Pedaladas para as quais me preparei pra ir sozinho e acabei arrumando um companheiro ao longo do caminho.

Em 2003 estava indo para a cidade de Sete Lagoas (aproximadamente 70km de Belo Horizonte), quando encontro um ciclista na estrada. Aparentando pouco mais de 40 anos, ele se apresentou como Wilson, mais conhecido como Wilson Downhill. Atleta de MTB das categorias master, Wilson me disse que pedalava 50kms diárias naquela região, e me acompanhou durante grande parte do percurso de ida.

Há quase um mês atrás um encontro diferente. Estava desanimado para pedalar, mas resolvi ir até Sabará, a fim de marcar a distância da minha casa até o centro histórico da cidade por um caminho que até então desconhecia. Após 20kms pedalados, quando fazia a curva para tomar o caminho de volta, emparelha um ciclista em uma Caloi Strada, perguntando para onde eu ia. Disse que estava desanimado, e que já estava retornando, mas ele então respondeu: “estou querendo subir a Serra da Piedade, vamos nessa?”. Nesse momento a empolgação falou mais alto, pois após algumas experiências sei que não é nada fácil acompanhar um ciclista numa speed. Uma pedalada de 40km se transformou em uma de 126km.

Esses encontros sempre me reservaram novas experiências, e felizmente todas positivas até o momento. Encontrar um ritmo que não é seu, e sim do grupo, troca de idéias, lidar com diferenças. Gosto de pensar que pedalar é estar sempre aberto a encontros. Mesmo que eles sejam consigo mesmo.

Minha Bike, meu divã…

minha bike, meu divã

Minha bike, meu divã

Seria muito clichê começar falando que nos dias de hoje a dinâmica do mundo moderno leva o homem a um estado de permanência que está além de sua natureza física e psicológica, mas já que comecei assim, deixem-me continuar…

Estresse, angústia, raiva, depressão são apenas algumas das inúmeras conseqüências que aparecem como a ponta de um iceberg, emergindo neste mar gélido e caótico que se tornou a vida do homem moderno.  Passamos dias inteiros tentando cumprir tudo que nos é cobrado, ou até mesmo que nós mesmos nos cobramos. É como se estivéssemos, para usar uma imagem interessante que vi em uma genial peça de teatro – O Congresso Internacional do Medo, do grupo Espanca – “correndo atrás do nosso pensamento”. Passamos o dia sentados em um lugar, em determinado tempo e espaço, mas nossas mentes se encontram perdidas em outro. Estamos em nossas casas, mas nossas cabeças se perdem no trabalho. Estamos no caminho para o trabalho mas nossas mentes se perdem nos desejos não realizados do final de semana que passou. Estamos com nossos 27 anos, mas nossas mentes insistem em lembrar o que não fizemos aos 18 ou, ainda, se atormenta com as incertezas dos futuros 40 anos.

Nestes momentos transitamos neste tempo e espaço em uma velocidade tão nefasta que nos impedem de perceber o agora.

Mas em cima de duas rodas o tempo presente é o que me importa. São minhas pernas, meu corpo, meu limite, que ditam a velocidade que desloco no mundo. É em cima de duas rodas que o tempo e o espaço se sincronizam ao meu pensamento e ao meu corpo. Como se uma linha percorresse minha mente, passando por cada parte do meu corpo e adentrasse pelo solo que percorro em uma troca de energias em sentido duplo, da terra para mim e de mim para terra. Assim, cada pedalada se traduz em uma distância, em alguns segundos, em algumas gotas de suor. Cada quilômetro vencido é percorrido pelo contato dos pneus com o solo, mas também com o passeio de meus olhos atentos a cada detalhe do percurso. Cada respiração traz até a mim inúmeras informações sobre o lugar que passo, o cheiro das folhas verdes, o ar úmido ou seco, o mato cortado, até mesmo a fumaça dos grandes centros. Neste deslocamento o vento que bate em meu rosto me presenteia com o frescor e alivia o esforço que meu corpo despende. É neste momento que percebo que faço parte de um todo, estou imerso em um universo de forças, um universo de sensações, que só posso ter consciência se estiver presente, se estiver no presente.

Ali, em cima de duas rodas, os problemas se evaporam, como as gotas de suor que o vento seca. É em cima de minha bicicleta que tomo consciência de mim.

Barba,

paz.