Nesse artigo apresentamos o review da Fita Antifuro Zéfal Z-liner. Foram 4.000km entre janeiro e setembro e nenhum furo! Confira os testes com vídeo, fotos e avaliações. No final do post está a nota que demos para o produto.
Junto com a fita antifuro eu comprei também pneus e câmaras de ar da Specialized. Você pode conferir o review deles nos links abaixo:
A fita antifuro Zéfal Z-liner é indicada para proteger o conjunto pneu/câmara de ar contra furos, aumentando a sua durabilidade. Além disso, previne contra o incômodo que é ter um pneu furado durante o pedal. É feita em material plástico e em medidas diferentes, de acordo com a largura e o tamanho do pneu.
Meu pneu é 700×23, e a fita que eu comprei é para bikes de estrada (rodas tamanho 700) com 19mm de largura.
O Teste da Fita Antifuro Zéfal Z-liner
De janeiro a setembro percorri cerca de 4.000km com o pneu. Foram cerca de 3950km em asfalto e uns 50km em estradas de terra batida, sem chuva. No video abaixo você confere as características do produto e como instalar a fita antifuro no pneu.
Minha opinião sobre a Fita Antifuro Zéfal Z-liner
Eu já pedalo com fita antifuro faz algum tempo e acho um ótimo investimento. Com a fita antifuro Zéfal Z-liner foram 4.000km e sem nenhum furo. É importante dizer que um bom pneu também ajuda.
Durante esse tempo pedalando passei por algumas situações de alto risco de furos, como cacos de vidro e os arames de pneus de caminhão (que são o verdadeiro terror dos acostamentos de rodovias). Em um pedal recente em estrada passei por cima (sem querer) de um deles, e sem perceber acabei pedalando por cerca de 170km com um pedacinho desse arame no pneu e ele não furou.
Nessas situações a fita antifuro é bem efetiva. Além disso são bem leves (esse modelo tem 70g o par). Acho um peso leve pelo benefício que ela traz para o ciclista.
Dados técnicos
Produto: Fita Antifuro Zéfal Z-liner 700 & 27
Fabricante: Zéfal
Dimensões: 700mm de comprimento e 19mm de largura
Peso: 70g (o par)
Preço: R$ 72,00 (janeiro de 2016)
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Esse produto foi comprado pela equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta para uso pessoal e avaliado de forma gratuita. Esse review representa a opinião da equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta. Entenda como compramos/recebemos e avaliamos os produtos em nossa Política de Reviews
Nesse artigo apresentamos o review da Câmara de ar Specialized 700×20-28c. Comprei um par do modelo com válvula presta, uma com tamanho de 60mm e outra com 48mm. Foram 4.000km de pedal entre janeiro e setembro e nenhum furo! Confira abaixo os testes com vídeo e avaliações. No final do post estão os dados técnicos e a nota que demos para o produto.
Junto com a câmara de ar, eu comprei também o Pneu Specialized All Condition Armadillo e uma fita antifuro. Você pode conferir o review deles nos links abaixo:
Câmara de ar Specialized 700×20-28. Foto: André Schetino
A Câmara de ar Specialized é fabricada utilizando o método de moldagem, que garante uma espessura uniforme da borracha butílica. A empresa tem os modelo Padrão (que eu testei nesse review), além dos modelos Airlock (com selante) e Turbo (alta performance em para o ciclismo de estrada). Os modelos são desenvolvido para todos os tamanhos e espessuras de pneus, também variando com os dois tipos de válvulas: Schader (tradicional) e Presta (bico fino)
Meu pneu é 700×25. Então eu comprei pra esse review um par com as medidas 700×20-28. Os dois com válvula presta (de bico fino), uma com 48mm e outra com 60mm. testado nesse review.
O teste da Câmara de ar Specialized 700×20-28
De janeiro a setembro percorri cerca de 4.000km com o conjunto pneu, câmaras e fita antifuro. No vídeo abaixo você confere a apresentação do modelo da câmara com os dados técnicos, além de algumas fotos.
Minha opinião sobre a Câmara de ar Specialized 700×20-28
Eu sempre pensei que “câmara de ar fosse tudo igual”, então sempre comprei os modelos mais baratos.
Dessa vez resolvi investir comprando pneus e câmaras de qualidade, além da fita antifuro. Coincidência ou não (e eu acredito que não), foram 4.000km sem nenhum furo.
A principal diferença que eu senti foi na qualidade mesmo da câmara. Válvulas de boa qualidade e bem moldadas na borracha da câmara. Quando a bike fica parada por alguns dias (até mesmo por algumas semanas) o conjunto pneu/câmara perde pouquíssima pressão.
Vou observar agora com o desgaste dos pneus. Fiz a inversão do pneu traseiro com o dianteiro e espero rodar mais 4.000km com o conjunto. Espero que também sem furos.
Esse produto foi comprado pela equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta para uso pessoal e avaliado de forma gratuita. Esse review representa a opinião da equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta. Entenda como compramos/recebemos e avaliamos os produtos em nossa Política de Reviews
Nesse artigo apresentamos o review do Pneu Specialized All Condition Armadillo 700x25c. O modelo é indicado para asfalto, mas também passei por algumas estradas de terra e terrenos mais acidentados. Foram 4.000km entre janeiro e setembro e nenhum furo! Confira os testes com vídeo, fotos e avaliações. No final do post está a nota que demos para o produto.
Junto com o pneu, eu comprei também câmaras de ar e uma fita antifuro. Você pode conferir o review deles nos links abaixo:
O Pneu Specialized All Condition Armadillo é indicado para rodar no asfalto, apesar de não fazer feio em estradões de terra batida, desde que seca (experimentei por uns 50km). É um pneu bem resistente, ideal para rodar longas distâncias. Suas ranhuras aumentam a aderência ao asfalto molhado ou durante as chuvas. No caso de chuva ou estradas de terra molhada pra quem tem rodas 700, eu sugiro um pneu de ciclocross.
Eu comprei o pneu com medidas 700×25, mas ele também é encontrado em outros tamanhos. Abaixo uma tabela com as medidas, pressão e peso aproximado dos modelos da linha All Condition Armadillo.
[row cols_nr=”3″]
[col size=”4″]
Medidas
700×23
700×25*
700×28
700×30
700×32
27×1-1/4
[/col]
[col size=”4″]
Pressão
110-125 psi
110-125 psi
85-95 psi
85-95 psi
85-95 psi
85-95 psi
[/col]
[col size=”4″]
Peso aproximado
355g
395g
440g
480g
510g
460g
[/col]
[/row]
*modelo testado nesse review.
O Teste do Pneu Specialized All Condition Armadillo 700×25
De janeiro a setembro percorri cerca de 4.000km com o pneu. Foram cerca de 3950km em asfalto e uns 50km em estradas de terra batida, sem chuva. Confira abaixo o vídeo com algumas imagens.
O Pneu Specialized All Condition Armadillo experimentando estradas de terra…… calçamento…… e muito asfalto
Minha opinião sobre o Pneu Specialized All Condition Armadillo 700×25
O fato de ter pedalado 4.000km sem nenhum furo já é um ponto muito positivo. Vale ressaltar que junto com o pneu, investi em câmaras de ar Specialized e coloquei também uma fita antifuro.
Mas o pneu é muito resistente. Em um pedal recente em estrada passei por cima (sem querer) dos temidos arames de pneu de caminhão. Retirei um deles, mas não percebi o outro. Pedalei por cerca de 170km com um pedacinho desse arame no pneu e ele não furou.
Quanto à durabilidade, também vejo ele como superior aos pneus que já havia usado. Só agora, com 4.000km que inverti o pneu traseiro com o dianteiro. Espero rodar mais 4.000km com eles antes de avaliar se será necessário trocar.
Na cidade, durante os deslocamentos, o pneu é bastante confortável. Mas gostei bastante do seu comportamento na estrada, onde o pedal rendeu muito, especialmente comparado aos pneus que usava antes (700×38).
Dados técnicos
Produto: Pneu Specialized All Condition 700×25
Fabricante: Specialized
Material: Carcaça 60TPI, talão de arame e Composto 70a
Esse produto foi comprado pela equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta para uso pessoal e avaliado de forma gratuita. Esse review representa a opinião da equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta. Entenda como compramos/recebemos e avaliamos os produtos em nossa Política de Reviews
O roteiro cicloturístico Caminhos do Imperador, em Alagoas, revive uma expedição histórica realizada por D. Pedro II e sua comitiva imperial, realizada em outubro de 1859, minuciosamente registrada em seu diário e publicado no livro ¨Viagem às províncias do Norte do Brasil¨. O objetivo era conhecer as potencialidades do Rio São Francisco, em especial, a Cachoeira de Paulo Afonso (BA).
A comitiva imperial singrou pelas águas do Velho Chico passando por Piaçabuçu (AL), Penedo (AL), Propriá (SE), Porto Real do Colégio (AL), Traipu (AL), Pão de Açúcar (AL) e Piranhas (AL), de onde partiram, a cavalo, rumo a Paulo Afonso (BA). Esta fantástica viagem inspirou os turismólogos Jairo Luiz Oliveira, Ana Rogatto e Lúcia Regueira a idealizarem esta rota como uma opção turística para a região do baixo e médio São Francisco.
Nosso contato com este roteiro foi através do relato de Sérgio Novis, publicado na Revista Bicicleta, em março deste ano. A ideia ficou arquivada na nuvem memorial até o início deste semestre, quando decidimos marcar a data. Como em outras cicloviagens, nosso foco era o caminho e não o destino.
Foto: Acervo pessoal Sebastião Filho
Caminhos do Imperador – Dia 01
Assim, planejamos minimamente e nos entregamos de corpo e alma ao caminho, cuja primeira etapa foi entre Aracaju (SE) e Penedo (AL), via travessia de balsa entre Brejo Grande (SE) e Piaçabuçu (AL), totalizando 145 km, dia 20.08.2016. Neste percurso destacam-se as belezas naturais do Pantanal de Pacatuba (SE), uma área cheia de lagoas e várzeas, paralela à praia e próxima à Foz do Rio São Francisco.
Participaram desta extraordinária aventura: Alberto Silva, Fernando Barreto, Francisco Dantas, Gilton Melo e eu, Sebastião Filho, todos, membros do Grupo Ciclístico Os Zuandeiros, de Aracaju (SE).
O trecho entre Piaçabuçu (AL) e Penedo (AL), 30 km, é todo asfaltado, com acostamento, e ambos em ótimo estado. Todavia, começar o pedal em Penedo, principalmente se houver condições de dedicar pelo menos um dia para conhecer os atrativos da cidade é também uma excelente opção.
O Imperador tinha razão, Penedo é muito bela a atraente, cujo centro histórico encontra-se bem conservado. Ruas e ladeiras com calçamento de pedras e muitas construções antigas, incluindo igrejas, museus (Paço Imperial, Casa do Penedo), o Teatro Sete de Setembro, o Convento N. S dos Anjos, além da belíssima vista para o rio fazem de Penedo, realmente, a joia do Velho Chico, considerando os padrões de beleza das cidades do interior nordestino. Outra atração que vale a pena é contratar um barqueiro e contemplar o belo pôr do sol sobre as águas do São Francisco.
Saímos do Hotel São Francisco(R$ 76,00/pessoa) por volta das 9h, após um merecido e reforçado café da manhã. De Penedo seguimos em direção a Rodovia AL 110 e depois de cerca de 9 km dobramos à esquerda e iniciamos o pedal numa estrada de terra batida. Aproveitamos este trecho para apreciar, curtir e fotografar o belo cenário que nos acompanhava, sem pressa para chegarmos ao destino. Nesta etapa encontramos muitos povoados (Marizeiro, Cajueiro, Tapera, Crastro etc), o que facilitou o abastecimento de bebidas e lanches. Praticamente não há subidas. No Pov. Xinaré demos uma pausa no pedal para um refrescante e inesquecível banho na prainha.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
É bom ficar atento ao caminho, pois não existe sinalização em nenhuma parte do roteiro. As alternativas são baixar o caminho de algum aplicativo disponível na internet e/ou testar o que diz o ditado popular: ¨Quem tem boca vai a Roma¨.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Para se chegar a Propriá (SE) é necessário atravessar a ponte sobre o Rio São Francisco, localizada na BR 101, a qual conecta os Estados de Sergipe e Alagoas. A ponte esta passando por uma obra de duplicação, mas a travessia é tranquila, porque há uma passagem exclusiva para pedestres. Existem várias pousadas e restaurantes no lado sergipano da cabeceira da ponte. Ficamos no Restaurante e Pousada Katty (R$ 50,00/pessoa), onde almoçamos uma deliciosa peixada.
Caminhos do Imperador -Dia 3
Propriá (SE) – Traipu (AL) / 57 km
Mapeamento: Wikiloc / Trilha: CI 2 – Propriá(SE)-Traipu (AL)
Depois do café da manhã seguimos em direção a Porto Real do Colégio (AL) e São Brás (AL), um trecho asfaltado de aproximadamente 16 km, passando por Tibiri, um notável exemplo de concentração dos PIBs alagoano e sergipano. Atenção, em São Brás é preciso decidir qual percurso seguir. No nosso caso optamos por um mais afastado do rio. Todavia, no aplicativo Wikiloc é possível baixar o roteiro do caminho que margeia o São Francisco, considerado o mais clássico desta etapa (Traipu-Penedo, autor Bento Junior). Mais informações sobre esta opção consultar relato de Sérgio Novis, Revista Bicicleta, março 2016.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Mais beleza, muitas fotos, algumas subidas leves, e bastante verde para os padrões do Agreste Nordestino. Isso decorre do fato de termos feito a viagem numa época posterior ao período das chuvas na região. Paramos para almoçar em D. Benedita, no Pov. Mumbaça. Comida simples, caseira, porém muito saborosa (R$ 12,00 / pessoa).
Em Traipu (AL), quando chegamos a Pousada Minha Casa, Sua Casa, muito recomendada pelos internautas, localizada na Av. Beira Rio, D. Dulcinéia, proprietária, não se encontrava. Nosso cansaço nos conduziu para a Pousada Beira Rio, ao lado (R$ 35,00/pessoa, sem café da manhã. Café: R$ 12,00). Não foi uma boa opção. Pousada pouco cuidada, embora a proprietária seja atenciosa: precisamos passar por três quartos e ficamos em um sem ar e sem fechadura na porta (Um pedaço de cordão foi adaptado para tal fim). Fui conhecer a Pousada Minha Casa, Sua Casa: aconchegante, confortável, bem estruturada, enfim, corresponde a ótima reputação.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Caminhos do Imperador -Dia 4
Traipu (AL) – Pão de Açucar (AL) / 71 km
Mapeamento: Wikiloc / Trilha: CI 3 – Traipu(AL)-Pão de Açúcar(AL)
Este trecho foi o mais exigente fisicamente. Não há subidas fortíssimas, ou uma subida de destaque, mas sim, uma sequência de subidas leves e médias, acompanhada de diversos tipos de piso pouco cooperativos para um pedal agradável (pequenas pedras soltas, areia, cascalho etc). Acrescente-se, ainda, a alta temperatura do dia. O Sol castigou muito. Aqui começamos a adentrar no Sertão Alagoano e comprovamos que Euclides da Cunha tinha razão quando asseverou em seu livro Os Sertões: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Como não há sinalização utilizamos o GPS “Quem tem boca vai a Roma”. Paramos para almoçar em Belo Monte (AL), pequena cidade ribeirinha, rodeada por montes, como o próprio nome sugere. O restaurante fica de frente para o Velho Chico e após o almoço aproveitamos para um relaxante banho e a tradicional sesta.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Os próximos 24 km até Pão de Açúcar nos contemplaram com paisagens cinematográficas. Em função da exigência do percurso e de nossa proposta cicloturística chegamos à noite. ¨A vista do Pão de Açúcar é bonita¨, registrou D. Pedro em seu diário ao pernoitar na cidade entre os dias 17 e 22 de outubro de 1859.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Caminhos do Imperador -Dia 5
Pão de Açúcar (AL) – Piranhas / 61 km
Mapeamento: Wikiloc / Trilha: CI 4 – Pão de Açúcar-Piranhas (AL)
Se houver condições vale a pena visitar o Cristo de Pão de Açúcar, inaugurado em janeiro de 1950, com quase 15 metros de altura, incluindo o pedestal, é a principal atração turística do município. Localizado no morro do Cavalete, proporciona uma bela vista de toda a cidade e de algumas comunidades ribeirinhas, a exemplo de Ilha do Ferro e Niterói.
Partimos de Pão de Açúcar às 8:30h, com destino ao Povoado de Entremontes, famoso pela produção de rendas e bordados, localizado 25 km antes de Piranhas. Outro trecho exigente, com várias subidas, algumas fortes, e, acompanhados de muito calor. A beleza do sertão nordestino apresentou-se com toda sua personalidade e intensidade. Quem não conhece precisa conhecer o sertão nordestino para internalizar o que estamos registrando.
A estrada, bastante movimentada, principalmente pelo trânsito de motos, segue por um estradão ate próximo de Entremontes, quando entramos em estradinhas desafiadoras e na altura do km 34 enfrentamos uma descida que dá acesso ao Povoado, a qual merece respeito e cuidado, em face da extensão, declive acentuado, piso muito irregular e cheio de valas.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Almoçamos no bucólico Povoado, apreciando a beleza do São Francisco e fazendo elucubrações sobre julho de 1938. Na outra margem do rio, um pouco acima de onde estávamos, encontra-se a famosa Grota do Angico, local onde o lendário Lampião, sua companheira Maria Bonita, e vários outros cangaceiros foram mortos pela volante comandada pelo Tenente João Bezerra, dia 28 de julho de 1938.
Após nosso tradicional descanso pós-almoço partimos pela estrada principal em direção a Piranhas. Pelas pesquisas feitas no Google existe outro caminho mais próximo ao rio, mas nosso compromisso com horário de retorno a Aracaju (SE) não permitiu desbravá-lo.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Depois de 381 km de pedal, desde Aracaju, cinco pneus furados, nenhum problema mecânico, muita beleza guardada na memória de uma região sofrida, mas de formosura singular, chegamos a Piranhas no final da tarde de quarta, dia 24.08.2016, onde nosso companheiro de pedal, também membro dos Zuandeiros, Nestor Andrei, mais conhecido como ¨Tchê¨ (Sim, ele é gaúcho), já estava nos esperando para retornamos a Aracaju.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Piranhas é uma cidade histórica, as margens do Rio São Francisco, muito charmosa e rica em atrativos turísticos, incluindo bares e restaurantes diferenciados, na qualidade e no preço. Aqueles que não conhecem a região devem dedicar pelos menos dois dias para visitar algumas atrações impressionantemente lindas e únicas, tais como: Museu do Cangaço, Museu de Arqueologia de Xingó, Cânion do Rio São Francisco, Usina Hidrelétrica de Xingó, Grota do Angico (Rota do Cangaço), como também vivenciar um pouco do cotidiano piranhense, incluindo sua vida noturna.
Esse é um post especial do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta sobre o Granfondo na Itália. Elaboramos um guia completo, que é atualizado anualmente, com as informações de todos os granfondos registrados na Federazione Italiana de Ciclismo.
Neste guia você vai conhecer ou saber mais sobre as provas de granfondo: as regras, estrutura, como são organizadas, os percursos. Além disso, cada um dos 32 granfondos desse Guia ganhou um artigo especial, com informações sobre a data da prova, percursos (distância e altimetria), dicas de turismo e hospedagem na cidade/região onde a prova acontece e muito mais.
Espero que esse seja realmente um guia completo, e que todas as informações que você busca sobre Granfondo na Itália sejam encontradas aqui ou nos artigos específicos de cada Granfondo. Ah! E além deste Guia eu preparei um material bem bonito pra você: um infográfico sobre os Granfondos na Itália. É só clicar no link abaixo para fazer o download:
A Maratona das Dolomitas, um dos Granfondos mais tradicionais da Itália
O que é Granfondo?
Granfondo é uma palavra de origem italiana utilizada para as provas de longa distância de diversos esportes, como o ciclismo, motociclismo, automobilismo, ski, entre outros. Aqui no Brasil o termo ficou bem popular por ser usado pelo Strava, aplicativo mais popular entre os ciclistas.
Então, no ciclismo, podemos dizer que o Granfondo é o termo usado para nomear uma pedalada de longa distância. Existem ainda os termos Medio Fondo e Fondo, para designar pedaladas menores.
O Granfondo na Itália é uma prova competitiva do ciclismo amador. Se assemelham muito às provas de corrida de rua no Brasil, com premiação, kits para o participante, sistema de registro de tempo por chip etc.
Essas provas são muito populares na Itália. Granfondos tradicionais como o Nove Colli e a Maratona das Dolomitas são provas internacionais que atraem ciclistas do mundo todo, podendo chegar a cerca de 9 mil participantes!
O Granfondo Nove Colli 2015. Foto: Garnfondo Novecolli
[icon size=”medium” name=”e-info-circled”] Se você planeja participar de um Granfondo na Itália, no final deste Guia eu tenho boas dicas pra você. Mas antes vamos conhecer mais sobre as provas!
Qual a distância de um Granfondo?
Foto: Depositphotos
A distância de uma prova de granfondo pode variar bastante de prova para prova. A Federaçaõ Italiana de Ciclismo sugere que o Granfondo tem a distância variando entre 120 e 170km, enquanto o Medio Fondo vai de 70 a 110km.
Mas na prática, pela popularidade do nome e atratividade, o termo Granfondo é amplamente utilizado nas provas, que podem possuir até 3 percursos:
Percurso único: Granfondo, com distâncias acima dos 100km
Percurso longo e percurso curto: também podem ser chamados de granfondo e medio fondo.
Percurso longo, percurso médio e percurso curto: também chamados de Granfondo, medio fondo e sellaronda
Vejamos dois exemplos das duas provas mais famosas na Itália:
Granfondo Nove Colli 2016: Percurso Longo: 205km; Percurso Curto: 131,7km.
Ou seja, as denominações de percurso longo, médio e curto podem variar, mas servem para comparação dentro de uma mesma prova.
As regras de uma prova de Granfondo na Itália
O Granfondo Roma. Foto: Guidorubino.com
As regras podem variar um pouco de acordo com cada prova, mas o principal é que a distância do Granfondo deve ser percorrida dentro de um tempo máximo. Esse tempo geralmente é o mesmo para o percurso longo e o curto, o que faz com que a prova do percurso longo tenha uma exigência maio, devendo ser cumprida com uma média de velocidade mais alta.
Exemplo: em maio de 2016 eu participei do Granfondo Squali. O tempo máximo para cumprir a prova era de 6 horas e 30 minutos. Para o percurso longo (136km e 2250m de elevação), a velocidade média deveria ser no mínimo de 24km/h. Para o percurso curto (84km com 1150 de elevação) a velocidade média deveria ser de no mínimo 14km/h.
Esse tempo máximo pode variar de acordo com a prova, levando em conta a distância e altimetria do percurso.
Além disso, uma nova lei exige que todo praticante – italianos e estrangeiros – apresente um atestado médico que comprove a aptidão para atividade física.
A estrutura de uma prova de Granfondo na Itália
A estrutura de uma prova de Granfondo também varia de acordo com o tamanho e número de inscritos. Mas em geral, temos um estrutura básica muito boa que inclui:
ambulância(s) acompanhando a prova
seguro para os atletas
sistema de cronometragem de tempo por chip
sinalização do percurso
ponto(s) de alimentação e hidratação
kit do atleta: número de identificação para ciclista, placa de identificação para a bike
Além das questões básicas acima, as provas tem investido muito em uma estrutura de apoio e parceiros. Algumas provas promovem festas para os ciclistas, e os kits do atleta podem vir recheados de brindes. Abaixo, você vê uma foto do kit do Granfondo Squali, do qual participei. Tinham brindes como squeeze, gel de carboidrato, WD 40 e até pizza!
Kit participante do Granfondo Squali 2016. Foto: André Schetino
Calendário de Granfondo na Itália – todas as 32 provas
As provas estão organizadas por região da Itália, com o nome da cidade e mês no qual costuma acontecer. Clicando em cada uma delas, você abrirá em uma outra janela um artigo detalhado contendo:
data exata das provas
informações sobre os percursos de cada prova – mapas, distância e altimetria
dicas de hospedagem e de turismo para você programar não só a sua prova, como também os passeios na região.
Obs: estou adicionando os artigos específicos sobre os granfondos aos poucos. Em breve todos terão links disponíveis!
Qualquer dúvida é só conferir antes o mapa da Itália com as regiões.
24 – Granfondo nel Parco – Villetta Barrea, junho.
25 – Granfondo Roma – Roma, outubro.
Granfondos em Marche
26 – Granfondo di Ancona – Ancona, março.
27 – Granfondo Porto S. Elpidio – Porto Sant’Elpideo, abril.
Granfondos na Umbria
28 – Granfondo di Assisi – Assisi, maio.
29 – Granfondo di Perugia – Perugia, maio.
Granfondos na Campania
30 – Granfondo dei Gladiatori – Santa Maria Capua Vetere, junho.
Granfondos na Sicilia
31 – Granfondo Nibali – Milazzo, Setembro.
Granfondos na Sardegna
32 – Granfondo delle Miniere – Iglesias, junho.
[icon size=”medium” name=”e-info-circled”] Importante: os dados foram retirados do site da Federazione Italiana de Ciclismo. As datas estão sujeitas a alteração em cada ano, então vamos atualizar essas informações anualmente. E sugiro que cliquem nos links das provas de seu interesse para informações mais detalhadas.
Granfondos da Itália organizados por distância
Granfondo Strade Bianche, na Toscana. Foto: Facebook Granfondo Strade Bianche.
Confira as distâncias de cada prova de Granfondo para os percursos longo e curto. As provas estão organizadas da maior distância para a menor, levando em conta o percurso longo.
Legenda: As provas marcadas com * tem também um percurso médio (clique no link da lista acima para conhecer).
Granfondo Nove Colli – 205km (longo) e 131,7km (curto)
Sportful Dolomiti Race – 204,1km (longo) e 133,8km (curto)
Granfondo La Campionissimo – 175km (longo) e 85km (curto)
Granfondo Felice Gimondi – 162,1km (longo) e 89,4km (curto)
Granfondo Città di Perugia – 159,2km (longo) e 95km (curto)
La Pina Cycling Marathon – 158km (longo) e 114,2km (curto)
Granfondo Nibali – 155km (longo) e 115,5km (curto)
Granfondo Città’ di Porto S. Elpidio – 152,3km (longo) e 138,3km (curto)
Granfondo di Torino – 152km (longo) e 120km (curto)
Granfondo Città’ di Fara in Sabina – 145,5km (longo) e 86km (curto)
Granfondo del Centenario – 144km (longo) e 109,6km (curto)
Granfondo Charly Gaul – 141km (longo) e 57km (curto)
Granfondo Firenze – 140km (longo) e 96km (curto)
Granfondo Eddy Merckx – 139km (longo) e 85km (curto)
Granfondo Maratona dles Dolomites – 138km (longo) e 55km (curto)
Granfondo degli Squali – 136km (longo) e 84km (curto)
Marcialonga Cycling Craft – 135km (longo) e 80km (curto)
Granfondo Città di Ancona – 125,6km (longo) e 82,6km (curto)
Granfondo Strade Bianche – 124km (longo) e 87km (curto)
Granfondo La Strasubasio – terre di Assisi – 122,9km (longo) e 104,9km (curto)
Granfondo Bike Summer Festival – 120km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Giro delle Miniere – 120km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Roma – 119,7km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Sestriere – 117,7km (longo) e 93km (curto)
Granfondo Noberasco – 116,2km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo dei Gladiatori – 115,4km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Cooperatori terre di Lambrusco – 112,1km (longo) e 91,1km (curto)
Granfondo Laigueglia – 110,7km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo dell’Appennino – 110km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo nel Parco – 107,4km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo internazionale Alassio – 105,3km (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Isola Verde – 100km (longo) e 70km (curto)
Granfondos da Itália organizados por Altimetria
Ciclistas aguardam a largada do Granfondo Torino. Foto: Granfondo Torino
Sabemos que a elevação do percurso é um dado fundamental pra saber o nível de dificuldade de uma prova. Abaixo você pode ver quais são os granfondos mais “casca grossa”, e os percursos que tem menos subidas.
As provas estão organizadas da maior elevação para a menor, levando em conta o percurso longo.
Legenda: As provas marcadas com * tem também um percurso médio (clique no link da lista acima para conhecer).
Sportful Dolomiti Race – 4569m (longo) e 2755m (curto)
Granfondo La Campionissimo – 45009m (longo) e 1850m (curto)
Granfondo Maratona dles Dolomites – 4230m (longo) e 1780m (curto)
Granfondo Charly Gaul – 4000m (longo) e 2000m (curto)
Granfondo Nove Colli – 3840m (longo) e 1871m (curto)
Marcialonga Cycling Craft – 3279m (longo) e 1894m (curto)
Granfondo Sestriere – 3200m (longo) e 2400m (curto)
Granfondo Felice Gimondi – 3050m (longo) e 1400m (curto)
Granfondo Firenze – 2700m (longo) e 1100m (curto)
Granfondo Città di Fara in Sabina – 2507m (longo) e 1543m (curto)
Granfondo del Centenario – 2500m (longo) e 1200m (curto)
Granfondo Eddy Merckx – 2500m (longo) e 1250m (curto)
La Pina Cycling Marathon – 2430m (longo) e 1400m (curto)
Granfondo degli Squali – 2250m (longo) e 1150m (curto)
Granfondo Cooperatori terre di Lambrusco – 2214m (longo) e 1741m (curto)
Granfondo Isola Verde – 2200m (longo) e 1500m (curto)
Granfondo Nibali – 2165m (longo) e 1501m (curto)
Granfondo Noberasco – 2144m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo di Torino – 2140m (longo) e 1537m (curto)
Granfondo Città’ di Porto S. Elpidio – 2114m (longo) e 1851m (curto)
Granfondo Bike Summer Festival – 2100m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Internazionale Alassio – 1991m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo La Strasubasio – terre di Assisi – 1916m (longo) e 1587m (curto)
Granfondo dell’Appennino – 1900m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Città di Perugia – 1850m (longo) e 1300m (curto)
Granfondo Laigueglia – 1833m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Città di Ancona – 1824m (longo) e 1204m (curto)
Granfondo nel Parco – 1730m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Roma – 1700m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo dei Gladiatori – 1590m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Giro delle Miniere – 1500m (longo) e não possui percurso curto
Granfondo Strade Bianche – 1350m (longo) e 950m (curto)
Bônus – Infográfico do Granfondo na Itália.
Após compilar todos esses dados, fiz um infográfico bem caprichado sobre os Granfondos Italianos. São 7 páginas com dados, mapas, fotos e informações que você pode baixar no link abaixo:
Além deste Guia e dos infográficos, nosso blog está se especializando no ciclismo italiano. Se você quer pedalar um Granfondo na Itália, basta entrar em contato através desse link.
Você receberá o contato de um especialista da Italy Bike Tour, especializado em levar brasileiros para Granfondos e Trainning Camp na Itália.
No dia 05 de maior de 2016, tive a oportunidade de passar a tarde, conversar e entrevistar Siwei Zhong (Sílvio Zhong, no Brasil), ciclista chinês que está dando a volta ao mundo e que esteve pela cidade de Santa Maria.
Zhong entrou no Brasil, pelo Rio Grande do Sul, pela cidade de Barra do Quaraí. Dirigiu-se a Alegrete, Santiago, Ijuí, Cruz Alta, Júlio de Castilhos, Itaara e Santa Maria. Encontrei-o na Praça dos Bombeiros, em Santa Maria.
Bom, mas até encontrá-lo foi algo difícil. Fiquei sabendo da passagem dele por Júlio de Castilhos, via redes sociais e mídias da cidade. Conforme entrevistas que deu, ele passaria pela cidade de Santa Maria. Entrei em contato com Zhong via seu Facebook e disse que gostaria de conhecê-lo e entrevistá-lo. Ele logo me retornou, falou que estava pela cidade, no campus da UFSM e que à tarde, iria visitar a Feira do Livro, que na ocasião realizava-se na Praça Saldanha Marinho.
Um ciclista amigo por coincidência havia encontrado Zhong na praça, entrou em contato comigo logo em seguida, pois o chinês havia comentado em meu nome, que estava me esperando para conversar e que depois partiria para outra direção. Peguei a bicicleta, dirigi-me o mais rápido possível a praça. Chegando lá acabei encontrando meu amigo e o ciclista chinês já havia partido.
Procurei pela praça, arredores, mas não o achei. Perguntei se o chinês havia dito para onde iria. Chiquinho respondeu que Zhong disse que iria dar umas voltas pelo centro.
Voltei para casa decepcionado, pois não tinha conseguido encontrar o ciclista para entrevistá-lo. Decidi novamente mandar mensagem via Facebook. Para minha surpresa, ele respondeu dizendo que estava na Praça dos Bombeiros. Pedi que esperasse lá, que não saísse desta vez, que iria ao seu encontro. Lá fui eu, peguei a bike e novamente saí pela cidade, em direção à praça.
Encontrei Zhong na praça, com sua bike Mountain Bike Merida. Me aproximei e tentei me apresentar. Quando pensei em entrevista-lo, também levei em conta a dificuldade na comunicação que ambos teriam para se entender. Era algo que seria inevitável, mas talvez não impossível, e que não me desmotivou em conhecer o ciclista e tentar conversar com ele. Apresentamo-nos. Zhong perguntou se eu falava inglês. Disse que não. Ele entendia algumas palavras e frases em português e espanhol. Então, começamos a conversar em espanhol, que logo virou uma mistura com o português (portunhol).
Foi difícil a conversa inicial. Percebi que ele estava na praça para visitar algum lugar por ali. Ele falava da Quitanda. Mostrou-me um cartão do local, com um nome. Indiquei-lhe o estabelecimento. Ele queria fazer um lanche. Fomos, então, até a Quitanda com Mais.
Foi engraçado. Quando vi, estava levando a um lugar, alguém de outro país que a recém tinha conhecido, para fazer um lanche. Quando chegamos à Quitanda, deixamos as bikes ao lado de fora. Fomos muito bem recebidos pelo pessoal do estabelecimento.
Apresentei-me, disse com quem estava, perguntei se alguém sabia inglês ou se pudia ajudar, pois percebi que a dificuldade com a comunicação ainda seria problema. Então, tive uma ideia. Perguntei se a Quitanda tinha wi-fi livre e se podiam fornecer a senha aos clientes, pois com a internet poderia usar o tradutor para entender e me comunicar melhor com o chinês e vice-versa.
A partir daí a conversa fluiu. Consegui me apresentar melhor. Conversamos um pouco sobre nossas famílias. Disse-lhe que gostaria de entrevistá-lo porque é uma oportunidade que tinha de conhecer histórias de pessoas e suas aventuras, pois me chamam atenção essas situações pela coragem e desprendimento. Falei de uma página do Facebook que tenho “Diários de Ciclista” que me motiva a conhecer histórias como a dele, ainda mais com relação a bike, algo que também compartilho e gosto. Ainda lhe contei que também entrevistei outras pessoas como ele que passaram pela região.
Durante a conversa, descobri que Zhong estava na Praça dos Bombeiros à procura da Quitanda, pois quando esteve em Alegrete uma senhora (nome que estava no cartão) falou que se estivesse por Santa Maria procurasse o local para comer algo. A senhora que lhe deu o cartão é parente de um dos responsáveis do local.
Durante o lanche, então, fui fazendo algumas perguntas ao ciclista, que descrevo abaixo:
Jâneo: Você vem de onde? Qual objetivo desta aventura? Zhong: Eu sou da província de Jiang Xi, do sul da China. Tenho 29 anos, estudei Gestão em Turismo na Universidade de Changchun. Como gosto de pedalar, decidi sair de bicicleta para dar a volta ao mundo. Há dois anos e onze meses que estou nesta aventura. Em agosto deste ano, quero chegar ao Rio de Janeiro para ver as Olimpíadas. Depois sigo ainda mais dois anos até terminar a volta ao mundo.
Jâneo: Você gosta do Brasil? Quais países já passou? Zhong: Gosto muito do Brasil. Acho um país lindo. Até chegar aqui já passei por 23 países. Vou te dizer alguns deles: Nepal, Sri Lanka, Egito, Sudão, Etiópia, Quênia, Uganda, Ruanda, Burundi, Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbábue, Moçambique, Suazilândia, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.
Jâneo: Após o Rio de Janeiro para onde seguirá? Zhong: Quero passar pelas capitais como Vitória, Salvador, Recife e Fortaleza no Brasil. Talvez seguir a costa do Atlântico. Na América do Sul pretendo passar pela Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e Colômbia. Passarei pelos países da América Central. Depois vou em direção a América do Norte: México, Estados Unidos, Canadá e quero sair da América pelo Alasca rumo à Rússia.
Jâneo: Como é teu dia a dia? Zhong: Eu pedalo cerca de 70 quilômetros por dia. Em média 5 a 6 horas. Vou parando nas cidades. Em algumas conheço pessoas que me ajudam. Em outras fico em lugares públicos ou com amigos. Eu tenho um grupo de amigos que me ajuda da China e um patrocinador. Além disso, tenho um cartão para usar, no caso do dinheiro.
Jâneo: E após Santa Maria, qual o próximo destino? Zhong: Bom, vou em direção a Porto Alegre. Vou descansando nas cidades até lá. Uma das paradas é Santa Cruz do Sul. Aqui em Santa Maria fico mais um dia. Estou parando na UFSM.
Após o lanche, registramos com fotos o momento na Quitanda. Saímos e pegamos nossas bikes. Zhong ia vir para a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), então o acompanhei até o bairro Nossa Senhora das Dores. Além de ter passado um período da tarde conversando e sabendo mais sobre a história do ciclista chinês, ainda realizamos uma pequena pedalada pela cidade. Por fim, me despedi de Zhong, desejei boa viagem e aventura, e disse-lhe que havia sido um prazer e grande aprendizado tê-lo conhecido e conversado. Ele também falou o mesmo, me desejou bons estudos, trabalho e pedaladas.
Gostaria de agradecer o meu amigo ciclista Chiquinho Arruda que me ajudou a encontrar Zhong. Também ao pessoal da Quitanda com Mais, pelo atendimento, compreensão e colaboração. Em especial a Francine Gabbardo e Bruno Medeiros. Recomendo o local, muito bom. Atendimento de qualidade e lanches excelentes.
Quitanda Com Mais (Fruteira, Café e Bistrô) Cor, Sabor e Amor
Fone: 33477737
Rua Cel. Niederauer, 913 – Na Praça dos Bombeiros – Santa Maria – RS.