Nesse post eu vou dividir com vocês uma ideia bonita e barata para guardar a bicicleta e decorar a sua casa. Eu usei essa opção para guardar a minha bicicleta roda fixa, e além de prático ficou tão bacana que serviu como parte da decoração da sala – e fez sucesso com as visitas 🙂
Eu adaptei uma das indicações de um outro artigo que fiz aqui para o blog, com 12 ideias para guardar a bicicleta no apartamento. Veja como ficou nas fotos abaixo, e depois eu mostro em detalhes como eu fiz:
Foto: André SchetinoFoto: André SchetinoFoto: André SchetinoFoto: André SchetinoFoto: André Schetino
Escolhi essas cores pra imitar o asfalto, e “deixar a bike na estrada”, mesmo quando ela está guardada. Legal demais não é mesmo? Abaixo eu explico em detalhes tudo o que eu usei:
Guardando a bike e decorando a casa – você vai precisar de:
1/4 de galão de Coral Decora Cinza Maravilhoso dulux 50BG 14/036 (acetinado) – R$ 33,32.
1/4 de galão de Coral Decora Amarelo Ômega dulux 37YY 61/867 (acetinado) – R$ 44,19.
Total: R$ 97,41 (orçamento feito em fevereiro de 2016)
Medidas da pintura
A faixa cinza escura de asfalto ficou com 65cm de largura. Você deve medir a largura do guidão da sua bike para saber que largura utilizar. Você também pode aumentar a largura se quiser colocar mais de uma bicicleta, por exemplo.
As faixas amarelas da pista ficaram com 5 cm de largura por 30 cm de altura.
Dicas importantes
Essas tintas que eu indiquei foram as que eu usei na minha decoração. Você pode usar outras marcas e tons, inclusive deixando o projeto mais barato.
Mas tenho duas dicas: use cores escuras e tintas laváveis. Assim você evita que a sujeira apareça muito e, caso precise limpar, a sujeira vai sair facilmente.
Você pode adaptar essa ideia para guardar duas ou mais bicicletas. É só alargar a área pintada, criando “novas pistas” para as bicicletas. Você pode usar mais suportes individuais, ou então experimentar esse suporte para duas bicicletas.
Quer saber mais sobre bicicletas e decoração?
Aqui no blog nós temos mais de 10 artigos sobre uso de bicicletas na decoração da sua casa, e também de peças de decoração com bicicletas. para saber um pouco mais, você pode dar uma olhada nos links abaixo:
Nossa viagem com destino à Praia do Forte (BA), a partir de Aracaju (SE), foi minuciosamente planejada. Ao fazermos uma viagem de reconhecimento de trilha para nosso grupo de pedal “Os Zuandeiros”, em janeiro deste ano, decidimos fazer esse percurso: ou seja, planejamos não planejar nada minuciosamente. Consultamos a tábua de maré, verificamos a disponibilidade de todos e marcamos a data.
(ARACAJU – PONTAL / 95 km)
Assim, Fernando Rocha, Gilton Melo, João de Deus, Marcos Nascimento, Omar Aguiar e eu (Sebastião Filho), iniciamos nosso desafio. Eu e Gilton resolvemos sair pedalando de Aracaju. Após 95 km chegamos ao Povoado Pontal, localizado no lado sergipano do Rio Real. Depois de 20 minutos de barco, aproximadamente, chegamos a Mangue Seco.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
A beleza desta vila de pescadores foi apresentada ao Brasil e ao mundo pelas cenas da novela “Tieta”, da Rede Globo, baseada na obra “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, exibida no final de 1989.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Costa dos Coqueiros – 1º Dia: (MANGUE SECO – SIRIBINHA / 35 km)
No sábado, dia 07, depois do sufoco de o carro ter quebrado no trajeto entre Aracaju e Pontal chegaram os demais aventureiros. Partimos imediatamente, em função da tábua de maré, com o objetivo de fazermos o percurso em três dias. Para sair de Mangue Seco em direção à praia temos duas alternativas: caminhar cerca de 1 km passando por uma suave duna ou contratar bugres para transportar ciclistas e bikes. Fomos caminhando, claro!
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Iniciamos nossa pedalada por volta de meio-dia com destino ao Sítio do Conde, distante 47 km. Não conseguimos. Após 35 km chegamos à foz do Rio Itapicuru. Se esta travessia não coincidir com um final de semana é recomendável contatar antecipadamente um barqueiro (Leo, 75 9849 0580), pois não é possível atravessar andando.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Devido ao cansaço aportamos em Siribinha, bela e bucólica vila de pescadores, localizada às margens do Rio Itapicuru e de frente para o mar. Ficamos na Pousada Ondas do Mar (71 9955 3002).
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Costa dos Coqueiros – 2º Dia (SIRIBINHA – BAIXIOS / 47 km)
Primeira mudança de plano: não seria possível fazermos o percurso em três dias. Reorganizamos para quatro. Saímos de Siribinha, sempre acompanhando o horário da tábua de maré, com destino ao Povoado Baixios, 47 km “adelante”. Percorremos os primeiros 13 km por uma estrada de terra que margeia a praia até o Sítio do Conde, onde tomamos um delicioso mingau de milho na praça principal e seguimos, pela praia, até Barra de Itariri. Aqui é possível atravessar caminhando.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Seguimos nossa viagem contemplando paisagens deslumbrantes até à foz do Rio Inhambupe. Novamente atravessamos caminhando. Ambas as travessias, se forem feitas nos finais de semana, poderão contar com a preciosa e imprescindível ajuda, para alguns, de salva-vidas municipais.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Uma pausa para um delicioso banho, hidratação e uma peixada. Depois seguimos para Pousada Recanto Lagoa Azul (75 9983 1699). Até aqui 82 km.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Costa dos Coqueiros – 3º Dia (BAIXIOS – PORTO DE SAUÍPE / 41,5 km)
Dando continuidade ao nosso roteiro de relaxamento e extrema beleza, partimos em direção ao Porto de Sauípe, distante 41,5 km. Este terceiro dia foi desafiador, por termos de enfrentar um longo trecho de areia fofa: “fue terrible”. Foram aproximadamente 18 km de via crucis até chegarmos à foz do Rio Subaúma. Atravessamos também caminhando. Não vimos salva-vidas nesta travessia.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Almoçamos e zarpamos. Mais beleza e encanto, incluindo a Praia de Nudismo de Massarandupió, depois de 11 km de pedal. Dois quilômetros antes de Porto de Sauípe fomos convidados a deixar a praia e seguimos por dentro de um condomínio particular, em face de a maré já se encontrar muito alta.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Hospedamo-nos na Pousada Alameda Sauípe (71 9909 5760). A noite uma agradável surpresa gastronômica para compensar o dia: o jantar no Restaurante e Pousada Lita, de um italiano que além de proprietário é um Chefe de mão cheia. Experimentamos um magnífico spaghetti de frutos do mar. Simplesmente divino.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Costa dos Coqueiros – 4º Dia (PORTO DE SAUÍPE – PRAIA DO FORTE / 25 km)
No último dia tínhamos pela frente 25 km até a Praia do Forte. Saindo de Porto Sauípe e depois de 1,5 km de pedal chegamos à foz do Rio Sauípe. Tivemos que contratar um barqueiro. É fácil, na margem do rio existem vários bares. Se houver tempo para um agradável bate papo procure meu xará, Sebastião, dono de um dos bares. Caso contrário, localize Sr. Cícero, pescador, e negocie a travessia. Seguimos viagem na companhia de mais beleza e encanto.
Foto: acervo pessoal Sebastião FilhoFoto: acervo pessoal Sebastião Filho
Nesse trecho passamos pelo Complexo Costa de Sauípe, Praia de Imbassaí, Rio Imbassaí (estava praticamente seco) e o Hotel Ibero Star. Um pouco mais de areia fofa, pedras e, finalmente, por volta do km 23 preparem-se para uma cansativa caminhada, compensada pela beleza das piscinas naturais até a Praia do Forte.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Almoçamos e depois perambulamos pelo encantador Povoado da Praia do Forte até o final da tarde quando retornamos, de carro, para Aracaju. Foram quatro dias de belíssimas e inesquecíveis paisagens, rica convivência relacional e 148,5 km de pedal para os que saíram de Mangue Seco e cinco dias e 243,5 km para os que iniciaram a aventura em Aracaju.
Foto: acervo pessoal Sebastião FilhoFoto: acervo pessoal Sebastião Filho
[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:
Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.
Olá amigos e amigas do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta.
Tive a oportunidade de bater um papo muito bacana com o Gasparello, dono do blog e do Canal do Youtube Tocandira.
A entrevista foi publicada agora e compartilho com vocês abaixo. Conversamos sobre cicloturismo, ciclismo como meio de transporte e sobre o trabalho aqui no “Até Onde”.
O Tocandira é um blog que trata de diversos assuntos como sobrevivência, camping, caminhadas, cutelaria, pesca, arco e flecha, tiro esportivo, preservação. Eles tem também um belo canal no Youtube com quase 80 mil assinantes (até o momento) e muitos vídeos legais.
Acho que muitos cicloturistas se interessam pelo conteúdo do Tocandira, assim como muitos amantes da natureza curtem também a bicicleta.
A hospedagem é um dos pontos principais de uma viagem de bicicleta, e é sobre ela que falarei neste artigo. Eu já experimentei um pouco de tudo quando o assunto é hospedagem no cicloturismo: já acampei, já fiquei em pousadas e também em hotéis.
O tipo de hospedagem escolhida pode variar de acordo com o seu estilo de viagem, o local para o qual está viajando e é claro, o seu orçamento. Nesse post vou falar um pouco sobre cada tipo de hospedagem para que você que pensa em fazer cicloturismo possa avaliar qual delas faz o seu estilo.
Se preferir pode conferir este conteúdo no vídeo abaixo:
Ou então, continue a leitura do artigo e boa hospedagem!
Os tipos de hospedagem no cicloturismo:
1 – Hospedagem solidária
Muito utilizada por cicloturistas que procuram hospedagens de baixo custo (ou nenhum custo) em suas viagens. As hospedagens solidárias podem variar muito com relação ao conforto.
Alguns exemplos de hospedagem solidária:
Casas de amigos ou parentes.
Casas de cicloturistas que recebem outros cicloturistas.
Terrenos, varandas ou quartos cedidos pelos proprietários durante uma cicloviagem.
2 – Camping
Hospedagem no cicloturismo: Camping no Parque Náutico da Jaguara (MG). Foto: André Schetino
Uma outra boa opção pra quem quer viajar com baixo custo, quer experimentar a autossuficiência e é claro, gosta de acampar! De forma geral existem dois tipos de camping:
Camping “selvagem”: Você pode montar a sua barraca em algum local seguro (atenção para a segurança!) que não seja específico para essa atividade. Pode ser um espaço cedido pelo dono de uma propriedade rural, a areia da praia, varandas ou quartos disponibilizados por moradores, etc;
Áreas de camping: você pode buscar por serviços de campings. Eu gosto sempre de indicar o FuiAcampar, que considero o site mais completo sobre o assunto no Brasil. Eles tem uma lista de campings muito completa e com boas informações.
3 – Pousadas e hotéis
Essa é a minha opção preferida já faz algum tempo. Ideal pra quem quer um chuveiro quente e uma cama confortável depois de um longo dia de pedaladas. É a opção com o maior número de opções, para todos os gostos e bolsos.
Escolher pousadas e hotéis em uma cicloviagem pode ser uma tarefa difícil, especialmente quando se tem muitas opções. Pensando nisso eu tenho 2 dicas legais pra você:
Pesquise no Booking.com
O Booking.com é um site bastante conhecido e utilizado para o serviço de hotéis e pousadas. No site você possui uma seção na qual pode enviar mensagens aos responsáveis pelo estabelecimento. Eu costumo contactá-los antes, informando que estou indo de bicicleta. Além disso, no Booking.com você encontra muitos hostels, hotéis e pousadas bike friendly, que oferecem boa estrutura para quem chega de bicicleta.
Aqui no blog nós temos o Guia de Hospedagem para Cicloturistas. Um ebook colaborativo sobre hospedagem no cicloturismo, com uma lista de hostels, hotéis e pousadas para cicloturistas. É um material feito com indicações de cicloturistas que já se hospedaram nesses locais e foram bem recebidos com suas bicicletas. A lista também conta com estabelecimentos que possuem algum serviço e estrutura especial para receber os cicloturistas, como bicicletários, serviços de passeios de bike etc.
E se você quer informações sobre cicloturismo, eu indico os nossos Guias para Viajar de Bicicleta. São dois ebooks com tudo o que você precisa saber para fazer cicloturismo. E o melhor, com download gratuito! É só clicar nos links abaixo:
Guia para Viajar de Bicicleta Volume 1 – 40 páginas sobre planejamento de viagens de cicloturismo: escolha de roteiros, tipos de viagens, hospedagem, o que levar em uma cicloviagem e como organizar sua bagagem e muito mais.
Guia para Viajar de Bicicleta Volume 2 – 35 páginas com dicas para você utilizar durante as suas viagens de bicicleta: treinamento, alimentação, segurança, vestuário e muito mais.
Porto Alegre a Colônia Del Sacramento: um desafio de 898 km e 11 dias de pedal
Para muitos ciclistas pode não ser algo extraordinário, mas, para nós, foi uma odisséia intempéries (muito frio, vento, chuva), encanto e beleza. País de belas paisagens, boa gastronomia e dos vinhos tannat (rico em resveratrol: anti oxidante que reduz o mal colesterol, dentre outros benefícios). Sem falar na aparente segurança e num povo hospitaleiro e educado.
Compartilhei a intenção com Vera Ferreira no início deste ano, sem qualquer pretensão de materializar esta empreitada no curto prazo. Vera é neta do famoso cangaceiro Lampião e coordenadora do Grupo Pedal do Forte. Viajei no mês de agosto e pra surpresa minha ela estruturou o desafio. Inicialmente não iria participar, em função do impacto orçamentário de duas viagens seguidas, mas…
No dia 30.09.2015 embarcaram em Aracaju com destino a Porto Alegre Vera Ferreira, Suzana Passos, Stella e Francisco Dantas (Chico). No dia seguinte juntei-me ao grupo. Fernando Loureiro e Nelson Mota, nosso anjo protetor do carro de apoio (alugamos um Fiat Strada), ambos de Porto Alegre, completaram o grupo expedicionário. A montagem e os ajustes finais foram feitos dia 31.09.2015 em Dudu Bike (Bairro Tristeza), onde fomos super bem atendidos por Marcelo e Dudu.
1º dia – Porto Alegre / Camaquã – (148 km)
O primeiro dia de pedal começou com elevado nível de stress na saída de Porto Alegre, em função do roteiro (saímos do Bairro Ipanema) e do trânsito congestionado e não muito educado no centro da capital. Na verdade, foi um percurso pouco relaxante: enfrentamos muito vento, tráfego intenso na BR 116, acostamento “padrão nacional”, acompanhado de um tombo com alguns arranhões leves. Chegamos ao entardecer e nos hospedamos no Hotel Bartz.
Outro dia desafiador: frio, muito frio (começamos o pedal com 11°C. É bom lembrar que somos do Nordeste), chuva, trovão, relâmpagos, mais vento e acostamento em pior estado de conservação em relação ao trecho do dia anterior. Acrescente-se a esta situação cinco pneus furados e duas bikes com pequenos problemas mecânicos, decorrentes de duas suaves quedas. Resumo do dia: não completamos o percurso. Anoiteceu e tivemos que parar no pedágio, 20 km antes do nosso objetivo, para sermos transportados pelo carro de apoio até a Pousada Vila Rica, localizada em Capão do Leão.
Percebemos que o planejamento original precisava ser repensado. Quando o destino for a Costa Uruguaia não vale a pena iniciar o pedal em Porto Alegre. Por isso, decidimos ir de ônibus até Chuí. Levamos as duas bikes para o conserto na Dudu Bikecenter (Pelotas), cujo atendimento foi nota dez. Embarcamos, à tarde, com destino ao extremo Sul do Brasil, numa viagem de quatro horas. Os preços das diárias dos hotéis em Chuí são elevados e descasados do que oferecem. Além do mais, a cidade deixa a desejar em vários ouros aspectos. Ficamos no Hotel Internacional.
Atrasamos um pouco na saída, em função da necessidade de fazermos operações de câmbio e abastecermos o carro de apoio com alimentos, água, isotônico etc. Embora o real valha cerca 7,5 pesos, os preços no Uruguai estão pouco atrativos.
Na Aduana o procedimento foi tranquilo, sendo que com Passaporte é mais rápido do que com a Carteira de Identidade. Quanto às bikes, nenhuma exigência burocrática para entrar no País.
Outro dia de pedal frio (10°C pela manhã), muitas, muitas retas cortando as belas fazendas, sempre na companhia conhecido e temido vento uruguaio. Pedalamos 36 km e chegamos ao belíssimo Forte de Santa Teresa. Este percurso é desprovido de posto de gasolina, lanchonete e coisas do gênero. Na entrada do Forte há uma lanchonete, mas é bom ter precaução. Visitamos o Forte e fomos conhecer também o igualmente lindo Parque de Santa Teresa.
Em Punta Del Diablo ficamos hospedados nas cabanas do simpático casal (Sr. Walter e D. Marta, telefones 44772138, 099867000). Localizada entre a Laguna Negra, o Oceano Atlântico e ao lado do Parque Nacional de Santa Teresa, Punta Del Diablo é um refúgio para valorizar a tranquilidade, a boêmia e a liberdade, nada parecido com Punta Del Leste. Nas noites de verão, contudo, transforma-se num point de balada, burburinho e agito.
5º dia – Punta Del Diablo / Cabo Polônio, passando por Aguas Dulces e Valizas (78 km)
Tomamos um reforçado café feito pelas meninas, batemos um papo agradável com Sr. Walter, nos despedimos e partimos. Mais retas, planícies, fazendas, nada de frio e, para felicidade geral de todos, abandonados pelo vento. Na altura do km 40 deixamos a Rota 9, entramos a esquerda pela Rota 16 em direção as nossas visitas do dia: Aguas Dulces e Valizas (este trecho assemelha-se a uma suave montanha russa).
“A praia Aguas Dulces, nomeada assim devido a sua cachoeira de águas puras e doces, se caracteriza pelas pequenas casas misturadas irregularmente sobre a areia. Um lugar para os que gostam de férias sem apuros, com muitos livros e com espírito de descanso. A praia tranquila e extensa e o pequeno centro oferecem um encanto rústico entre bares a artesanatos.” (http://www.uruguai.org/atrativos-de-aguas-dulces/)
Valizas é uma aldeia de pescadores e artesãos, com ares de ambiente hippie e descolado. A visita à foz do Arroyo Valizas, cujas paisagens das praias e dunas se destacam na paisagem bucólica do local, é imperdível.
De Valizas rumamos, via Rota 10, até o Terminal de Cabo Polônio. O acesso ao centro da vila é feito por caminhões 4X4, que não transportam as bikes, com duração de 25 minutos. Todavia, encontramos Emiliano, funcionário do terminal e um anjo protetor de bikes: não mediu esforços para acomodá-las num depósito de máquinas e equipamentos da equipe de manutenção do Parque. Sem este auxílio passariam a noite no estacionamento da estação, num local que exige cadeado e um pouco de oração, menos do que no Brasil, claro!
Cabo Polônio era uma aldeia de pescadores que se transformou num polo turístico rústico, sem iluminação pública, pavimentação, esgotamento sanitário, mas, sem dúvida, um local de beleza natural ímpar. Na baixa temporada a população de lobos marinhos deve ultrapassar tranquilamente a de moradores fixos (cerca de 100 pessoas).
Neste período do ano as opções de hospedagem são restritas e exigem uma grande elasticidade no nível de exigência, mesmo tendo como parâmetro acomodações simples. Compramos mantimentos e vinho no único ponto de venda disponível e Fernando, eleito chef do grupo, preparou uma deliciosa massa. Sara, uma portuguesa peregrina (esta rodando pelo mundo há dois anos), foi nossa convidada para o jantar na cozinha compartilha do Hostel Viejo Lobo.
Retornamos de Cabo Polônio no primeiro caminhão do dia seguinte, às 10h e 30min. Organizamos as bagagens, bikes e iniciamos nosso pedal num maravilhoso dia de sol, sem vento, sem frio, perfeito! Planícies e belas paisagens rurais, enfeitadas pelo mimoso gado uruguaio, foram nossas companhias.
Fizemos o check in no Hotel Viola e saímos para procurar uma lavanderia e a Central de Turismo para obtermos informações sobre a travessia da Laguna de Rocha. Sem utilizarmos esta alternativa seria necessário pedalarmos mais 35 km. Não conseguimos as informações, pelo contrário, várias pessoas disseram que não era possível realizá-la.
Decidimos seguir rigorosamente a dica de Aline e Ari. Pegamos o carro de apoio e nos dirigimos até a vila de pescadores de Laguna, em busca da casa de D. Olga (09880 1921), distante 14 km do centro. Literalmente, a última casa da vila. Tudo certo com a encantadora D. Olga: travessia agendada para o dia seguinte ao custo de 150 pesos/pessoa.
7º dia – La Paloma / Punta Del Leste, passando Jose Ignacio (90 km)
Ao acordamos percebemos que seria um dia desafiador: temperatura 7°C, muito vento e neblina. Depois do café pegamos a Av. Del Navío em direção à Laguna de Rocha onde encontraríamos D. Olga, uma pescadora que nasceu e se criou em torno da Laguna. A travessia dura mais ou menos 30 minutos.
Do outro lado da Laguna, sem carro de apoio, seguimos por uma estrada de chão, meio deserta e com baixa densidade populacional, que na verdade é a continuação da Rota 10, até Laguna Garzon, distante 31 km. Ponto combinado para reencontrarmos o carro de apoio. Atravessamos num pequeno ferry-boat público e gratuito e, de volta ao asfalto, percorremos mais 11 km até a charmosa Jose Ignacio. Chuva, vento e frio foram nossos companheiros inseparáveis até Punta Del Leste.
Nosso planejamento contemplava um dia descanso em Punta Del Leste, todavia em decorrência da chuva torrencial que enfrentamos no momento da chegada não tivemos condições de procurar um hotel/hostel mais acessível monetariamente e ficamos no Hotel Ajax, cujo preço estava bem acima de nossa referência. Ótimo hotel, mas…
A natureza é bela e surpreendente. O dia amanheceu lindo. Depois do tradicional biketur pelos principais pontos turísticos e de um desencontro com o carro de apoio, em função de problemas mecânicos, zarparmos. Pedalamos 12 km e uma surpresa: a primeira e única ladeira de todo o percurso, sendo rigoroso com o conceito.
Essa ladeira dá acesso à Casa Pueblo, antiga casa de verão do pintor e escultor Carlos Páez Vilaró, recém-falecido, agora transformada em galeria de arte, museu, café e num hotel. Sua construção durou mais de 30 anos e foi realizada, em grande parte, pelo próprio artista. Esta aberta ao público das 10h às 18h.
Visita realizada, partimos em direção à charmosa Piriápolis. Biketur concluído, ficamos hospedados no Hotel Lujan.
Tomamos café da manhã e enfrentamos mais um dia de pedal com frio e vento, via Rota Interbalnearia. Dois pneus furados e um parafuso de gancheira quebrado foram os aperitivos do percurso.
A surpresa maior ainda estava por vir. Não sabíamos que 12 de outubro é feriado nacional no Uruguai (Dia do Descobrimento da América). Tivemos uma dificuldade enorme para encontrar hotel com vagas disponíveis. Horas e horas de procura e felizmente conseguimos acomodações no Hotel Mediterrâneo, onde fomos muito bem recepcionados pelo solícito Antônio.
11º dia – Montevidéu / Colônia Del Sacramento (185 km)
Na reunião extraordinária feita na noite anterior decidimos dormir em algum local nas imediações do km 100, contudo, o dia estava maravilhoso, as condições da rodovia eram ótimas, nada de vento, estávamos descansados e por volta das 13h tínhamos percorrido pouco mais de 100 km.
Assim, resolvemos encarar o desafio e batemos nosso recorde diário de pedal, cuja premiação foi podermos contemplar o belíssimo por do sol no estuário do Rio da Prata. Passada a euforia dos 185 km/dia e ainda encantados com a beleza do pôr do sol, revivemos a síndrome do “déjà vu”.
Escureceu e não conseguimos acomodação, pelo mesmo motivo de Montevidéu. Além disso, havia uma festa na cidade. O desespero já estava batendo à porta quando fomos salvos pelo Hostel El Espãnol. Que alívio!
No dia seguinte Fernando e Nelson retornaram para Porto Alegre com as bikes na Strada e nós atravessamos o Rio da Prata. Duas noites de descanso e passeios em Buenos Aires.
Finalizamos nossa odisseia numa viagem de ônibus, com duração de 18 h, até a capital gaúcha.
Dicas de Hospedagem nesse Roteiro
Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.
Um dos objetivos do Projeto Conhecer Pedalando é conhecer lugares, belezas naturais e pessoas, com intuito não apenas de conhecer, mas de divulgar e disseminar as experiências e vivencias obtida nas pretendidas buscas. Buscamos conhecer o proposto por meio da bicicleta quando possível, pois acreditamos que a mesma pode oferecer uma experiência e relação com os lugares e as pessoas de forma única e diferenciada dos meios de transportes motorizados. Diante do exposto segue um relato de uma viagem de bicicleta pelo litoral e cidades próximas da região Costa Verde Mar.
A viagem mencionada neste relato passou pelas cidades de Gaspar, Ilhota, Itajaí, Navegantes, Penha, Balneário de Piçarras, Luiz Alves, Camboriu, Itapema e Balneário Camboriú. O trajeto seguiu muitas das vezes a rota do Circuito Costa Verde Mar de Cicloturismo e mais trechos e atrativos próximos à rota, dos quais serão apresentados no presente relato. Esta viagem teve a duração de 3 dias, com aproximadamente 300 quilômetros percorridos. Algumas imagens desta viagem podem ser visualizadas no link https://www.facebook.com/media/set/?set=a.764115280359571.1073741828.764066890364410&type=1&l=63038c4a53 e mais informações sobre o Circuito Costa Verde Mar de Cicloturismo e sobre o Projeto Conhecer Pedalando podem ser acessadas nos link http://www.costaverdemar.com.br/cicloturismo/ e http://conhecerpedalando.wix.com/projeto.
Recém iniciado o novo ano de 2016, levantei-me cedo para dar inicio a mais uma viagem de bicicleta. Saindo de Gaspar sobre fina garoa após uma semana inteira de sol e calor, pensei em parar e esperar a chuva passar, mas as interferências climáticas estão sempre presentes em viagens de bicicletas e também como dizia Raul “a chuva é minha amiga e não vou me resfriar”. Pedalando pela rodovia Jorge Lacerda passando também por Ilhota segui rumo a Itajaí.
Chegando em Itajaí, pedalei pelo centro da cidade, onde passei e parei na praça da bela Igreja Matriz, lá conheci o simpático Sr. Rafael, paulista que morou por muito tempo em Foz do Iguaçu e agora reside em Itajaí, trabalhou um bom tempo com baterias e hoje aposentado está gostando muito de morar na cidade.
Dando continuidade a viagem cheguei no Morro da Cruz, onde se tem uma vista panorâmica da cidade e do encontro do Rio Itajaí-Açu com o mar. O morro é calçado e de fácil acesso, próximo a Univali. Partindo do Morro da Cruz segui em direção ao Parque Natural Municipal do Atalaia, uma unidade de conservação da qual vale a pena visitar, o parque é contemplado por dois mirantes que oferecem belas vistas das praias de Itajaí e região. Uma boa opção de caminhada em meio à natureza para as comunidades locais e turistas.
Seguindo viagem, visitei o Morro do Careca, localizado entre Itajaí e Balneário Camboriú, um ponto de voo livre com parapentes que também oferece uma bela vista das praias e região. O acesso ao morro é asfaltado, onde infelizmente há congestionamento de carros na alta temporada. Eu e os pedestres tivemos dificuldades em passar em meios aos carros parados, fervendo ou queimando embreagens e pneus na tentativa frustrada de estacionarem o mais próximo do topo.
Comecei a seguir a Rota de Cicloturismo Costa Verde Mar a partir do Morro do Careca que é um dos atrativos mencionados na rota. Seguindo a rota, passei pela praia Brava uma área que há décadas atrás era preservada ambientalmente e hoje já ameaçada e atingida pela especulação imobiliária, sofre com as visíveis agressões ao meio ambiente causados pelos grandes empreendimentos imobiliários e turísticos. Passei também pela praia de Cabeçudas e por parte do centro de Itajaí, onde no ultimo citado, se há um belo exemplo de infraestrutura de lazer e para mobilidade de pedestre, ciclistas e afins. Peguei a balsa do centro de Itajaí para Navegantes, onde pernoitei na casa de amigos.
Iniciando em Navegantes, a jornada começou mais cedo no segundo dia de viagem, mais preciso às 5h da manhã. Passei pela Meia Praia de Navegantes, Praia de Gravatá e várias praias do município de Penha. Esperei o dia amanhecer na beira da praia Grande em Penha, e após o dia amanhecer continuei visitando as próximas praias, inclusive praias que não são mencionadas na rota do circuito. Uma praia de Penha que não visitei nesta viagem, mas recomendo visitar é a bela e preservada praia Vermelha.
Seguindo viagem cheguei a Balneário de Piçarras, percorri por diversas praias do município. Além das praias citadas na rota de Cicloturismo visitei também as do bairro Barra Velha. Acessei a BR 101, onde tive que pedalar aproximadamente 11km para retomar a rota do Circuito que no próximo trecho seguia rumo a Luiz Alves.
Ainda na BR conheci o seu Ciro e Aline, um casal de Itaqui RS que viaja de bicicleta há algum tempo e estava a caminho de Ponta Grossa PR. Seu Ciro mecânico de carros já aposentado diz ter viajado por todo Brasil e também países da America do sul. O casal normalmente viaja pelas BRs e dormem em postos de gasolinas e albergues, suas bicicletas são extremamente simples e levam apenas o essencial para a sobrevivência. O que pode parecer encantador em uma visão um tanto ingênua e romântica sobre a realidade do casal, pode também ser interpretado de forma diferenciada por meio de outra visão. Após conversa com o casal, soube que o mesmo não possui residência e almeja conseguir de alguma forma adquirir uma Kombi para morar e poder vender artesanato ou algo que lhe dê sustento, visto que dependendo de uma aposentadoria de um salário mínimo não conseguem garantir uma sobrevivência digna com acesso à moradia, alimentação, lazer… Então seguem viajando de bicicleta nas perigosas BRs na aventura pela sobrevivência.
Pedalei até Luiz Alves por trechos de estradas de barro que me levaram ao centro da pequena cidade cercada de Alambiques. Chegando à cidade procurei algum lugar para passar a noite, onde perguntei aos bombeiros a respeito de um lugar seguro para se acampar. Os bombeiros não poderiam ter indicado lugar melhor, me sugeriram uma bela e tranquila gruta da cidade. Pernoitei na bela Gruta Nossa Senhora da Imaculada Conceição que é um local em meio à natureza, com quedas da água no seu topo e cachoeiras no seu inicio.
Ao amanhecer do terceiro dia quando eu estava levantando acampamento tive o privilégio de conhecer o seu Pedro e a dona Marta, um casal de Blumenau que tem grande fé pela santa e pelo local e que em todos os meses visitam a gruta para orar e agradecer à santa. Dona Marta me contou que foi curada pela santa de um problema que tinha na perna da qual dificultava a sua locomoção, onde antes não conseguia chegar ao topo da gruta e agora curada após um dia iluminado visita à santa todos os meses. Despedimo-nos agradecidos pelo nosso encontro e desejando felicidades uns aos outros.
Dando continuidade a viagem, segui sem intenção a um caminho oposto ao da rota, não havendo problema algum mesmo tendo que retornar alguns quilômetros para voltar à rota, pois prossegui por uma estrada em subidas ao lado de um belo riacho. Voltando a rota, pedalei em direção a Ilhota, percorrendo na maioria da parte em estradas de barro. Contornei o Morro do Baú em Ilhota até chegar à balsa, atravessando o rio pela balsa segui o roteiro rumo a Camboriú.
Chegando a Camboriú passei pelo centro da cidade e comecei a subir o Morro do Encano, uma subida longa por estrada de barro em meio à mata. No fim da subida procurando um local para ter uma visão do entorno do morro encontrei o seu Claudio, gente finíssima, que após conversarmos me levou a sua residência onde há uma vista privilegiada da região. Seu Claudio me mostrou os vários pontos de Itapema que podem ser vistos da sua varanda. Conheci as plantações e arredores da residência de seu Claudio e experimentei algumas frutas de seu pomar. Após despedir-me do novo amigo que me deixou o convite para visita-lo novamente, desci o morro do Encano do qual me levou a beira da BR 101 em Itapema.
Cruzando a BR 101, fui aproveitar um pouco da praia da Ilhota de Itapema. Partindo da praia da Ilhota segui em direção à praia de Taquaras pela rodovia Interpraias, da qual contempla mirantes e o acesso a belas praias como Estaleirinho, Estaleiro, Praia do Pinho, Taquaras, Taquarinhas e Laranjeiras.
Em Taquaras fui ao encontro com familiares, onde pretendia passar alguns dias com eles, resolver pendências necessárias em Florianópolis e Gaspar, e seguir a viagem rumo a Porto Belo e Bombinhas, continuando pela rota do circuito e conhecendo atrativos e lugares além da rota. Mas infelizmente tive que adiar a continuação da viagem até então pretendida devido a uma indisposição física diante de febre, dores no estômago e mal estares. Fiquei debilitado após voltar de Gaspar para Taquaras de bicicleta, onde já não me sentia bem fisicamente por causa de dores no estômago da qual se agravou pelo esforço físico da volta para Taquaras.
Assim que possível pretendo conhecer pedalando o restante dos lugares e atrativos que desejava conhecer nesta viagem, buscando realizar desde modo uma nova aventura de forma econômica e de baixíssimo impacto ambiental.
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