Minha história com a bike: superação no pedal noturno

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Foto: acervo pessoal Anete Batista

Por Anete Batista da Costa

Numa quarta-feira à tarde, minha irmã mandou um convite para participar de um passeio de bicicleta que aconteceria à noite. Fiquei curiosa mas não muito animada. Estava cansada e não via como deixar os meninos em casa para ir. Além do que tive medo do percurso. Voltei a pedalar depois de muitos anos parada e estava fazendo um percurso de 6 km, 3 vezes por semana, no Taguaparque (Taguatinga – DF). Naquela semana ainda não havia pedalado.

À noite, minha irmã mandou um recado perguntando se eu iria. Num primeiro momento respondi que tinha que preparar uma sopa para o jantar e que não daria tempo. Ela insistiu. Acelerei as coisas, servi o jantar para os meninos, avisei minha mãe que iria pedalar e fui.

Chegando ao local da concentração, encontrei com minha irmã, meu cunhado e mais três amigos. Saímos pelo Pistão Norte de Taguatinga em direção à via Estrutural. Pensei que iríamos para o Taguaparque, mas pegamos a pista no sentido Plano Piloto (Brasília). Minha bike estava com os pneus murchos e logo senti muita dificuldade e cansaço. Pedi ajuda a um dos participantes, que encheu os pneus e seguimos em frente.

Em pouco tempo eu fui contagiada por um prazer indescritível. Sabia que teríamos que voltar pela EPTG e não seria fácil. Mas resolvi não pensar naquilo e comecei a conversar com uma moça que estava na turma. Meus amigos já haviam dito que caso eu não conseguisse iriam me “guinchar” – empurrar.

Éramos 42 pessoas ao todo. Um ventinho delicioso me acariciava o rosto e a sensação era de muito prazer e realização. O tempo todo, minha irmã e duas colegas me incentivavam e me davam dicas para um melhor desempenho nas pedaladas. Minha bike é estilo “pé duro”. Bem simples. Daquelas que a gente compra só pra passear um pouco. Mas eu já tinha pedalado algumas vezes na FLONA (Floresta Nacional – Brasília), cerca de 10 ou 15 km e tinha gostado muito.

Senti um pouco de dificuldade na subida, que era curta. Mas, logo entramos no SIA e foi muito legal quando o “chefe” da turma ficou dando voltas (todos nós) em torno de um balão. Todos nós rimos muito e alguns fizeram várias fotos. Paramos num posto de gasolina para beber água, ir ao banheiro e fazer fotos.

Seguimos pela EPTG (Sentido Taguatinga). Aí a coisa começou a ficar mais tensa. Muito trânsito. Fiquei com medo dos carros. A Janaína, uma ciclista que conheço me dava dicas e força pra continuar. O Chicão, seu marido, também me ajudou muito. Ele me empurrou no trajeto mais difícil, uma subida bem longa. Dizia o tempo todo que minha bike era “ruim, ruim, ruim” e eu nem conseguia rir de tão cansada. No entanto, estava muito feliz para ficar pra trás. Ao contrário, ele ia me dando muitas dicas e eu me sentia cada vez mais forte e capaz. Uma mulher passou por mim e disse: “muito bem! Deixando as novinhas para trás!”, me senti o máximo nessa hora. Um homem também passou por mim e disse: “gostei de ver! você subiu forte, heim?!”

Eu estava no pelotão de frente. Muita gente bem mais nova e mais magra que eu estava pra trás. Enquanto o Chicão dizia que eu tinha que trocar de bike eu ficava pensando na incrível peripércia que acabara de fazer. Pedalei por 31km sem preparo nenhum! Eu fui sem saber o percurso e nem me importei muito com isso. Curti durante todo o trajeto. Foi demais! Uma sensação de vitória e satisfação comigo mesma. Orgulho! Muito orgulho!

superação no pedal noturno
Superação no pedal noturno. Foto: acervo pessoal Anete Batista

Quando estava voltando pra casa, juntei-me a um grupo de três pessoas. Coincidentemente, o homem que havia me elogiado me reconheceu e voltou a dizer que eu tinha ido muito bem. Participar desse pedal foi uma das melhores experiências da minha vida!

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