Caminho da Fé com rota no Strava

Por Paulo Lange

Acabei de realizar o caminho da fé, de Águas da Prata até Aparecida, completamente pelo caminho da fé mesmo, sem desvios! Fui eu e um amigo apenas, no início era apenas eu, depois foram surgindo outros interessados, depois alguns foram sumindo, e no final sobrou apenas eu e o Alexandre!

Essa foi minha primeira viagem de bike! Foram 6 dias de pedal, começava a pedalar as 08:00 e terminava as 17:00, às vezes não parava nem pra almoçar, apenas comia algumas coisas pelo caminho e continuava a pedalar! Foi bastante exaustivo, a maioria das subidas são muito íngremes, não dá pra subir pedalando, tinha que empurrar e o pior é que a bike + bagagem pesava uns 23kgs! Achei que seria melhor pecar pelo excesso do que pela falta, por pura falta de experiência mesmo, mas eu estava errado, rsrs! Para subir os morros empurrando esse peso todo foi complicado!

As pousadas que dormimos são bastante simples, algumas são mega improvisadas, mas sempre com a melhor das intenções! A turma se vira nos 30 pra dar hospedagem pra galera, e sempre sorrindo e contando várias histórias legais! Alguns serão sempre lembrados, e visitados também!

O que mais cansava eram os finais dos dias, quando você rezava (literalmente) pra pousada estar próxima, ai você via aquela subida interminável…. Lembro da pousada da vó Maria, em São Bento do Sapucaí, que vimos uma placa que ainda faltava 6km e era um morro gigante à frente! E a placa era mentirosa também, faltava 8km na realidade! Depois ainda teve a placa dos 600m, que também era enganosa, rsrsrs! Mas quando chegamos lá, o Jucemar (dono) saiu gritando pra gente ir lá tomar água, quando acenamos que iríamos, ele saiu gritando “mãe faz um suco para os peregrinos”! Imediatamente ele veio até nós falando pra gente tomar banho em uma ducha de água de mina que ele instalou estrategicamente no meio do jardim, ao lado de duas redes!

Ele nem perguntou se a gente ia ficar ou não, foi puro altruísmo da parte dele! Em Campos do Jordão, a pousada em que ficamos tudo é liberado, você se serve do que quiser (até de baden) e você mesmo marca o que está consumindo, depois, tem uma caixa de madeira com dinheiro dentro, você mesmo acerta sua conta, pega seu troco e não precisa prestar contas de nada! Os donos, Marilda e Sergio estão dedicados aos peregrinos e tem muitas histórias bacanas pra contar!

Caminho da Fé com rota no Strava
Caminho da Fé com rota no Strava. Foto: acervo pessoal Paulo Lange

Tivemos apenas um pneu furado, porém vários problemas mecânicos com o freio a disco da bicicleta do Alexandre. O freio dele era Hayes, e as pastilhas fritaram no segundo dia e ele não levou reserva. Em Borda da Mata conhecemos uma pessoa que conhecia o dono da bicicletaria, e ele abriu as portas pra gente em pleno domingo! Mas infelizmente ele não tinha as pastilhas, mas ele inverteu a da frente pela de trás para ter um pouco de freio na traseira, onde estava o peso.

Seguimos para Estiva, e lá chegando, o Alexandre foi procurar a única pessoa que mexe com bicicletas na cidade, mas ele também não tinha nada de freio a disco. Uma alma caridosa ouviu a história e imediatamente se propôs a levar o Alexandre até a cidade de Cambuí para procurar! Eles seguiram para lá e pararam e uma bicicletaria, onde não acharam a pastilha. Seguiram para uma segunda, também não acharam. Ai o Alexandre seguiu minha dica e comprou um par de freios a disco simples, para poder seguir viagem. Retirou os hidráulicos e instalou os mecânicos. Infelizmente estes freios duraram apenas um dia, quando estávamos seguindo de São Bento do Sapucaí para Luminosa, o freio traseiro deu problema. Ele espanou por dentro, mas a gente ainda não sabia disso, desmontamos, remontamos, deu pressão e achamos que tinha resolvido. Porém ao chegar no final da descida, o freio perdeu pressão novamente, como se soltasse a mola. Falei para o Alexandre para trocarmos os freios, pegar o da frente e colocar atrás, e depois colocar o hidráulico na frente novamente e pegar a pastilha boa e instalar nele. Mas o Alexandre achou que tinha conseguido resolver o problema e seguimos por mais duas ruas, e deu problema novamente. Ai fizemos a troca, deixamos o mecânico bom com pastilha nova atrás, e voltamos o hidráulico para a frente e instalamos a pastilha que tinha ido para o hidráulico traseiro novamente nele.

O meu freio, v-brake, também derreteu, literalmente, no segundo dia, junto com as pastilhas do Alexandre, mas eu levei sapatas extras, e troquei em borda da mata, nem precisei comprar, felizmente! De problema mecânico foi apenas isso, tive que trocar meu cambio antes de ir porque estava com a mola muito fraca (9 anos de uso) e não estava pulando marchas legal. Meu pedivela estava com a coroa do meio torta, amassada, mas só fui perceber no meio da viagem, mas nada que comprometesse, segui assim até o final! A roda da frente, estava tudo ok, no final da viagem, ultimo dia, ao soltar as mãos do guidão no asfalto, a frente tremia. Mas também segui assim até o final!

Bagagens, gastos e dicas

Nenhum tombo, graças a Deus, mas também evitamos abusar porque sabíamos que se a gente levasse um tombo, por mais bobo que seja, com o corpo quente e dolorido, seria o fim da viagem. As descidas são muito perigosas, muita pedra, buraco, curvas fechadas e veículos trafegando em várias delas. E o peso do bagageiro piora tudo. Infelizmente errei nas medidas, poderia ter levado menos coisas, mas como não conhecia nada da viagem, preferi pecar pelo excesso, o que me ajudou apenas a perder mais peso (MEU peso), rsrs! Ali a regra do “quanto menos melhor” vale sim. Todos locais têm tanque pra lavar roupa, se você calcular bem os horários de término de cada dia, dá tempo de levar e secar para o dia seguinte. Referente aos gastos, tudo é muito barato, os preços das pousada condizem com o preço que está no site do Caminho da Fé, e as refeições extras você não gasta muito não, mas é bom ter um porquinho extra pra poder quebrar caso tenha alguma peça da bike cara que tenha que trocar. Freios extras são imprescindíveis, impossível não gastá-los.

O Percurso

Sobre o percurso, ele não foi feito pra ser fácil, foi feito planejado pra ser difícil mesmo! Tem trecho que você entra e pensa “seria muito mais fácil ter ido por ali…” e pode acreditar que provavelmente você estava certo, porém você está lá pra fazer o caminho da fé, e não o “atalho da fé”! Se for fazer o percurso já vá com isso em mente! O caminho foi concebido dessa forma pra ser apreciado, pra ter seus momentos de dificuldade, e pra ser feito na sua integridade! Vá com o pensamento de que ele é difícil de propósito mesmo, e que você está lá pra seguir o caminho, e você terá mais forças pra terminar a viagem, podem acreditar!!

O tempo ajudou muito a gente, teve vários dias que o tempo nublou e ajudou. Pegamos alguns chuviscos no meio do caminho mas foi apenas para refrescar! Apenas no último dia que pegamos chuva pra valer, chegamos a Aparecida debaixo de temporal, temporal mesmo! Os ventos fortes tiravam a bike da reta! Já o calor, foi de lascar… Inclusive para dormir! Muito abafado e quente.

Enfim, toda viagem foi muito boa, muito difícil também, mas já voltei com saudade dessa turma e certeza que os verei novamente, em breve! E a basílica também! Nunca tinha ido para Aparecida, e quero voltar com a família para conhecer melhor a basílica, e poder apreciar essa enorme obra de arte!!

Caminho da Fé com Rota no Strava

1º dia: Águas da Prata até Barra – Hospedagem na Pousada Tio João

Strava: https://www.strava.com/activities/414974173

2o dia: Barra a Borda da Mata

Strava: https://www.strava.com/activities/415856918

3o dia: Borda da Mata a Estiva – Hospedagem na Pousada do Poka

Strava: https://www.strava.com/activities/416282958

4o dia: Estiva a Cantagalo – Hospedagem na pousada Vó Maria

Strava: https://www.strava.com/activities/416971598

5o dia: Cantagalo a Campos do Jordão – Hospedagem na Pousada do Peregrino

Strava: https://www.strava.com/activities/417630316

6o e último dia: Campos do Jordão a Aparecida

Strava: https://www.strava.com/activities/418050209

É isso ai, espero que gostem do relato e se encorajem a ir!! Ano que vem se Deus quiser irei novamente rever toda essa gente simpática e as belas paisagens do caminho!

[Nota do blog:] Muitos ciclistas pedalam de vários lugares do Brasil com destino a Aparecida. Veja opções de hospedagem em Aparecida neste link

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.

Reencontro com a bicicleta

Por Carlos Roberto Pinto

Minha história começa mais ou menos igual a todo mundo: quando criança andava muito de bicicleta com amigos. Passeios, nadar em rios, viagens, tudo na magrela. Mas a vida passa e começam as responsabilidades. Comecei a trabalhar já na adolescência e mesmo assim ia trabalhar na bike, fazendo entregas e cobranças. Tudo com ela, fora o percurso de ida e volta do trabalho .

Com a juventude veio a primeira moto. A segunda, a terceira, o casamento, as filhas, o primeiro carro, o sedentarismo. E de 73 quilos para 119.900 quilos, Começaram as dificuldades: duas cirurgias de coluna e apneia do sono, dormindo ligado à um aparelho chamado cepap. Com 95.500 quilos começa a luta.

Fui desafiado pelo Otorrino que me receitou o cepap para fazer algum exercício pra emagrecer dezessete quilos. Ele me perguntou se eu já havia andado de bike, e eu disse que já faziam trinta anos que não andava na mesma.

Peguei uma Caloi Mountain Bike de minha filha que estava parada a alguns anos e comecei a aventura lá por perto de casa. Eu me alegrava quando andava 7, 8, 9 km, pois já não o fazia há 30 anos. Comprei uma segunda bike e já estou na terceira. Hoje pedalo três vezes por semana. Aos 55 anos e com 78 quilos, estou fazendo trilhas com 40, 50, 70 e até 90 km com altimetria de até 1.500 metros. Estou me sentido super bem e com muitos desafios ainda pela frente de fazer minha primeira viajem de 215 km.

Agradeço aos amigos que sempre me ajudaram e incentivaram e principalmente a minha esposa que sempre me ajudou .

Reencontro com a bicicleta.
Reencontro com a bicicleta. Foto: acervo pessoal Carlos Roberto Pinto

[Review] Guidão Borboleta Ergotec

Nesse artigo apresentamos o review do Guidão Borboleta Ergotec. O modelo é indicado para cicloturismo e ciclismo urbano. Confira nossos testes, opiniões e avaliações. A nota que demos para o produto está no final do artigo.

O Guidão Borboleta Ergotec

Guidão Borboleta Ergotec
Guidão Borboleta Ergotec preto. Foto: André Schetino

O Guidão Borboleta Ergotec é feito pela empresa alemã Humpert, e recebe esse nome por conta de seu formato, semelhante às asas de uma borboleta. É feito em alumínio nas cores prata e preto (que foi o que eu comprei). Sua largura proporciona um melhor controle sobre a bicicleta, e seu formato possibilita múltiplas pegadas, aumentando o conforto durante as pedaladas. O guidão pesa aproximadamente 550 gramas (sem espumas ou fitas).

Porque escolhi o Guidão Borboleta

Quando faço avaliação de produtos que eu comprei para uso pessoal (veja aqui nossa política de reviews) gosto de explicar o motivo da minha escolha por ele.

Escolhi o Guidão Borboleta Ergotec primeiramente por indicação médica. Tive uma lesão chamada dedo em gatilho (veja nesse artigo o perrengue que eu passei). Após tratar o problema com bastante fisioterapia, foi também indicado que eu investisse no meu conforto durante as pedaladas. Meu guidão anterior possibilitava apenas um tipo de pegada (poderia ampliar pra dois tipos, caso instalasse um bar end), e isso cansava muito a musculatura e os tendões nas pedaladas de longa distância. Com o guidão borboleta existem 4 tipos básicos de pegada (veja nas fotos abaixo e no vídeo desse post), além de inúmeras pequenas variações de posição entre as mesmas.

Guidão Borboleta Ergotec
Pegada tradicional. Foto: André Schetino

Guidão Borboleta Ergotec
Pegada lateral. Foto: André Schetino

Guidão Borboleta Ergotec
Pegada avançada. Foto: André Schetino

Guidão Borboleta Ergotec
Pegada interna. Foto: André Schetino

Além disso, existem poucas opções de marcas e modelos de guidão borboleta para compra online. Entre as duas que encontrei disponíveis, escolhi a Ergotec, que um colega já tinha instalado na bike e me recomendou.

O teste do Guidão Borboleta Ergotec

Mandei instalar o guidão em um bike shop e coloquei colocando uma fita de guidão. O primeiro grande teste do guidão borboleta foi em minha cicloviagem de Caxambú a São Bento do Sapucaí, em junho de 2015 (vídeo acima).

Experimentei um pouco de tudo: além da cicloviagem que teve muita terra e lama, faço meus deslocamentos e pedaladas mais longas por asfalto. Continuo pedalando com ele e já estou perto dos 1000km.

Dica importante: a única mudança que fiz com relação à cicloviagem foi colocar mais uma fita de guidão de cada lado (são dois pares de fita no total). Isso melhorou muito o conforto, e pra mim ficou ideal. Você pode também optar pela espuma, ou combinar espuma e fita de guidão.

Minha opinião sobre o Guidão Borboleta Ergotec

O guidão aumenta consideravelmente o conforto durante as pedaladas. Quando não temos opção não percebemos e ficamos sempre na mesma pegada. Agora eu mudo constantemente durante as pedaladas, às vezes sem perceber, no caso de subidas por exemplo. Percebi também que nas pedaladas mais longas – 2horas em diante – alterno mais as pegadas, geralmente por causa do cansaço.

É um produto pra quem procura conforto nas pedaladas, e não está tão preocupado com o peso da bicicleta.

DADOS TÉCNICOS:

Produto: Guidão Borboleta Ergotec

Fabricante: Humpert (http://www.humpert.com/en/bikeparts/marke/?marke=ergotec)

Material: Alumínio AL 5000 série 2.2.

Dimensões: Comprimento: 565mm / altura: 125mm / diâmetro: 25,4mm

Peso: aproximadamente 550 gr (sem a espuma ou fita de guidão).

Preço: R$ 98,00 (em maio de 2015). Para preço atualizado clique aqui.

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Esse produto foi comprado pela equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta para uso pessoal e avaliado de forma gratuita. Esse review representa a opinião da equipe do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta. Entenda como compramos/recebemos e avaliamos os produtos em nossa Política de Reviews

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Dedo em Gatilho: um problema comum entre os ciclistas?

Nesse post vou falar sobre um problema que tive e que me afastou das pedaladas por cerca de um mês: o Dedo em Gatilho. Vou falar um pouco sobre o problema e como consegui resolver, no meu caso, sem cirurgia.

No início do ano, no dia seguinte a um treino longo (166km), acordei com o dedo médio da mão direita “travado”. O dedo estava flexionado e eu não conseguia estendê-lo, a não ser com a ajuda da outra mão. Ao estender o dedo de maneira forçada, sentia um pequeno estalo, como se estivesse liberando uma engrenagem obstruída, e o movimento era acompanhado de um pouco de dor e bastante incômodo.

Preocupado, resolvi procurar logo um fisioterapeuta. Mas antes mesmo da consulta, ao conversar com o amigo que havia pedalado comigo no treino anterior ele disse: ” Dedo em Gatilho, já tive isso”. Logo me lembrei que meu pai, que pedala bastante, também teve o mesmo problema e resolveu com cirurgia.

Fiquei pensando que esse problema pudesse ser comum a mais ciclistas, especialmente os que pedalam bastante, passando longas horas segurando o guidão da bicicleta. Não encontrei nenhum estudo dizendo que ciclistas seriam mais propensos a desenvolver o Dedo em Gatilho por causa da prática da modalidade. Porém, no meu caso, vi que a minha rotina de trabalho contribuiu para o quadro.

Eu passo muito tempo na frente do computador, e utilizo bastante o dedo médio da mão direita no botão de scroll do mouse, para subir e descer pelas páginas da internet, além da digitação, é claro. Mas antes de mostrar o meu caminho para resolver o problema, é importante conhecer mais sobre ele.

O que é o Dedo em Gatilho

Dedo em gatilho é o nome popular da tenossinovite estenosante. É uma inflamação no tendão responsável por flexionar o dedo. Imagine que o tendão é como um cabo de aço de um aparelho de musculação. Esse cabo de aço fica posicionado na parte central de uma polia, e desliza livremente sobre ela. Quando ocorre a inflamação do tendão, ele passa a não deslizar mais livremente pelas articulações do dedo. Ao flexionar o dedo, essa inflamação impede que ele retorne novamente de maneira fluída e sem dor.

dedo em gatilho
Dedo em Gatilho

Segundo o site Fisioterapia Manual, “essa inflamação do tendão pode ter causa genética, além de ser agravado por outros fatores, como a realização de atividades manuais de extremo esforço ou repetitivas. Algumas doenças também podem contribuir ao surgimento do “dedo em gatilho”: diabetes, hipotireoidismo, problemas reumáticos e infecções como tuberculose e artrite reumatoide, são exemplos.”

Abaixo um vídeo que demonstra o processo do Dedo em Gatilho:

Dedo em Gatilho: como eu resolvi o problema e voltei aos pedais

Meu relato será bem genérico, mas vale antes o alerta: se por acaso você apresenta esse quadro de dedo em gatilho, procure um médico. Cada caso é único e pode ter especificidades na abordagem e no tratamento. Foi exatamente o que eu fiz quando tive esse problema.

Quando procurei o médico – que por coincidência também era ciclista! – ele me informou sobre o problema, dizendo que o tratamento poderia ser feito com cirurgia ou fisioterapia. Minha primeira opção foi obviamente evitar a “faca”.

Procurei então uma fisioterapeuta que trabalha há muito tempo com atletas, e fui muito bem cuidado. Além de sessões para tratar a inflamação, trabalhei também o fortalecimento de musculaturas que estavam sobrecarregando os tendões. No meu caso, existiam músculos fracos desde as costas, que estavam sendo compensados por outras musculaturas e contribuindo também para sobrecarregar os tendões. Passei por um processo de consciência corporal, e tive que reaprender a recrutar os músculos nos movimentos para evitar a sobrecarga nos tendões.

Dedo em Gatilho e dicas para ciclistas: melhore o conforto durante a pedalada.

Outra coisa que achei bem legal foi que a fisioterapeuta deu algumas dicas para melhorar o conforto nas pedaladas. No meu caso a principal delas foi variar as pegadas no guidão em pedaladas de longa distância. Meu guidão antigo permitia apenas uma pegada. Imagine pedalar por 6, 8, 10 horas – no caso de provas de longa distância, cicloturismo etc – segurando o guidão sempre na mesma posição!

Como estava bem chateado pelo problema de dedo em gatilho resolvi investir. Eu optei então por comprar um guidão borboleta, que permite vários tipos de pegada durante a pedalada. Fiz um review dele que você pode ver neste link. É muito confortável, uma diferença enorme comparado ao guidão normal. Outra opção é a instalação de um bar end, que permite a pegada lateral além da pegada tradicional do guidão. Nas bicicletas com guidão curvo (estradeiras) existem também múltiplas opções de pegadas.

Veja na galeria abaixo o Guidão Borboleta e as diferentes pegadas que ele permite.

Desde que fiz essas mudanças e o tratamento o problema não retornou. E você, já apresentou um quadro de Dedo em Gatilho? Como foi seu tratamento? Tem alguma informação que possa ajudar ciclistas com o mesmo problema? Escreva aqui nos comentários.

De Ourinhos (SP) a Aparecida (SP)

Por Jackson Tamura

Iniciei minha Romaria de Ourinhos até Aparecida de bike as 06:30 horas do dia 31/07/2015. Meu projeto era chegar até Ouro Fino, aproximadamente 450 km sem contar entrar e sair das cidades no domingo a tardezinha.  Meu amigo Chico Veríssimo foi comigo até Ouro Fino me acompanhando de moto e ajudando minha hidratação. De Ouro Fino pegaria o Caminho da Fé e ele voltaria para Ourinhos.

No primeiro dia foi sem sustos, tirando um pneu furado e um pneu murcho (não enchi bem a câmara de ar que coloquei). Pedalei aproximadamente 173 km até Jaú, chegamos em Jaú por volta das 22:00 horas. Arrumamos um hotel, jantamos e dormimos. Algumas dores musculares.

No segundo dia errei o caminho e saí por uma estrada que daria uns 20 km a mais. Em vez de ir direto até Itirapina, saímos para Mineiros do Tietê, Dois Córregos, Torrinha, Brotas até Itirapina. Descemos a Serra de Rio Claro por volta das 22:00 horas e as 23:30 horas estávamos no hotel. Cidade com muitas ciclovias, legal lá. Pedalei uns 150 km. Dores musculares permaneciam a batata da perna tava uma ‘bola’ me preocupou um pouco. Aí era tomar diclofenaco e cápsulas de potássio.

Saímos de Rio Claro no domingo 02/08/2015 de manhã com destino a Jacutinga MG. Erramos a saída de Mogi Mirim fomos pra Mogi Guaçu para voltar o caminho certo até Itapira, seguimos até Jacutinga, por volta das 21:30 horas faltando menos de 5 km até Jacutinga queria dormir em Ouro Fino, no ritmo que estava chegaria perto da 1:00 hora da matina em Ouro Fino, porém um pneu furado frustrou meus planos. Andei uns 150 km com o erro nesse dia.

Saímos dia 03/08/2015 de manhã, enrolamos um pouco, por isso saímos por volta das 09:30 horas e chegamos ao início do Caminho da Fé por volta do meio dia. Andei uns 45 km. A partir daí meu amigo Chico voltou pra Ourinhos e era só eu, Deus e os amigos/família no meu coração. Consegui chegar em Tocos de Moji no primeiro dia que pedalei pelo Caminho da Fé.

No segundo dia cheguei depois de muito esforço em Paraisópolis. Em Inconfidentes no primeiro dia troquei a corrente em uma bicicletaria da cidade, em Paraisópolis o Guto da Brisa’s Bike trocou as duas pastilha de freio da bike. Muitas serras em Mg. Antes de Borda da Mata tem uma gigante. Entre Estiva e Consolação tem outras, em especial a famigerada Serra do Caçador. Depois de Paraisópolis até Campos do Jordão tem a mais famosa, a Serra da Luminosa.

Dormi o último dia (05/08/2015 ), em Campos do Jordão, na Pousada dos Peregrinhos, antes tomei uma cerva na Baden.

Ourinhos
De Ourinhos a Aparecida. Foto: Acervo pessoal Jackson Tamura.

O último dia foi só alegria, descida da Serra de Campos do Jordão até a chegada pela cidade de Potim. O povo mineiro é fantástico, hospitaleiro e os meus amigos e minha família, em especial minha esposa Daniela foram essenciais para dar essa força espiritual.

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

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Pedalando pela Costa Cearense em 1987

Por Ricardo Whitaker Pacheco

Corria o ano de 1983 , eu um esportista nato , num lance de uma partida de futebol de salão tive uma torcida de joelho monstruosa. Gelo, repouso, perna pra cima e médico, que me recomendou um reforço muscular no quadríceps femoral.

Fui fazendo a fisioterapia até que veio a ideia de comprar uma bike . Faria o percurso casa-faculdade e ao mesmo tempo a “musculação”.

Viagens sempre fizeram parte da minha vida. Vinha muito curtir praias do Nordeste durante as ferias escolares (morava em São Paulo). E percebi que a areia ficava muito dura nas marés baixas. Em 1986, numa história inacreditável fui parar na Europa. Lá vi vários cicloviajantes. Pensei: quero fazer isto pelas praias do Nordeste.

Ano seguinte fiz a primeira: A Costa Cearense pelas areias da praia. De Aracati até Camocim (fronteira com Piauí ). Foram 20 dias para percorrer os 400 e tantos kms. Arrumar as malas que se adaptam ao bagageiro foi um sufoco: não havia nas lojas naquela época. Um amigo emprestou um par para fazermos uma cópia.

O fabricante só conseguiu fazer um par de cópias (eramos 2 ciclistas), e não hesitamos em “pegar emprestado” o molde original para conseguir realizar a viagem. As primeiras pedaladas eram terríveis, pois o esforço era muito maior que o despendido no asfalto. Fizemos 20 e poucos km “chorando”. Aos poucos fomos pegando a forma física e a viagem se tornou mais ágil.

Dormindo em casas de pescador, barracas de praia (só com teto) ou simplesmente na areia, comendo peixe fresquíssimo e comendo muito coco, aveia e leite em pó conseguimos tranquilamente (ainda que as bikes tivessem sofrido um pouco, principalmente por causa da maresia) completar o percurso…

Costa Cearense
Pedalando pela Costa Cearense. Foto: acervo pessoal Ricardo Pacheco

Foi uma experiencia tão boa que 3 anos depois partimos para a segunda: Natal – Aracaju , também pela areia…

Hoje morando em Natal , começo a organizar passeios de um dia pela areia da praia. A sensação de liberdade , a brisa do mar batendo e poder tomar um banho de mar onde quiser são indescritíveis.

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