No dia 03 de Abril de 2015 as 07:00 estava deixando a cidade de Santana do Livramento rumo a cidade de São Gabriel.
Um sol bem forte me acompanhou nos 165 km, foi um percurso bem tranqüilo com muitas paradas para fotos e para alimentação. Isso era apenas o começo, pois muitos km’s vinham pela frente.
As 15:45 eu cheguei ao meu primeiro destino cidade de São Gabriel-Rs. Foram 8 horas e 45 min de pedal. Na cidade estava ocorrendo o 10º Marechal Moto, evento promovido pelo moto grupo Marechais do Asfalto.
Na chegada fui recepcionado pelos integrantes do grupo, logo em seguida segui para o local do evento onde recebi o troféu de participação. A noite se aproximava e centenas de motociclistas chegavam de toda parte do RS, SC e Uruguai, muitos ainda impressionados por eu ter ido ao evento pedalando.
A noite chegou e eu precisava descansar pois no dia seguinte(04) eu iria novamente para a estrada para a segunda etapa.
As 05:00 eu sai de São Gabriel rumo a Vila Nova do Sul, que fica a 45 km. Foi uma ida tranquila até Santa Margarida do Sul, depois venho uma pequena serra, subidas e mais subidas.
Cheguei então ao meu destino, fotos dali, fotos daqui, e já retornei para São Gabriel. Vinha então mais 45 Km. Foram 90 km no segundo dia, 4 hrs e 45 min de pedalada, tudo na maior tranquilidade.
Foto: acervo pessoal Anderson Alves
Eu tinha então um dia inteiro para curtir o 10º Marechal Motos, evento que já estava bombando no Sábado com diversas atrações durante o dia.
Bom, a noite chegava e eu tinha que ir descansar para enfrentar os últimos 165 km’s. A 01:00 do dia (05) eu parti para a o último dia de viagem.
Ao percorrer 6 km iniciou a chuva, resolvi seguir em frente com chuva mesmo. Uma chuva que ficava cada vez mais forte. Percorri 130 km com chuva e mais chuva, eu tinha então que triplicar a atenção, pois era bastante chuva e eu só enxergava os reflexos das faixas na lateral da pista.
A cada caminhão que passava era um jato de água no rosto, nas decidas o cuidado maior pois era água e mais água e qualquer falta de atenção poderia ser fatal. Percorri 65 Km e fiz uma parada em Rosário do Sul. Alimentação, fotos, do nada a chuva parou, mas foi por uns instantes e seguiu novamente.
Segui então pois tinha ainda 100 Km pela frente. A 35 km de Livramento a chuva parou e tudo melhorou. Fiz uma pausa para alimentação e segui novamente. Foi uma chuva que me atrasou muito,pois era poça d’água para todo lado e me exigia mais ainda. A 8 km da cidade furou o pneu traseiro,uma tremenda sorte furar na chegada, pior seria furar na noite e no meio da chuva.
Eu então cheguei a Livramento depois de 9 hrs e 30 min, feliz da vida pois percorrer 420 km e com uma parte com chuva não foi nada fácil,um gostinho de vitória depois de tantos km’s percorridos.
Essa é história desses 420 km de pura aventura. Agradeço aos meus patrocinadores UPGRADE e MAFERR BIKES ao Moto Grupo Marechais do Asfalto pelo grande apoio e principalmente a Deus por tudo ter dado certo.
Anderson Alves (BIKE AVENTURA)
Sant’Ana do Livramento-Rs 05 de Abril de 2015
Dicas de Hospedagem nesse Roteiro
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Para começar este relato, coloco que eu, como a maioria das pessoas, quando pensa em Uruguai, logo pensa em Montevidéu.
Ou melhor, pensava. Pois em janeiro deste ano, tive a sorte de conhecer um uruguaio que estava viajando de bicicleta pelo Brasil e pernoitamos o mesmo camping. Trocamos muitas ideias e fiquei com uma vontade absurda de conhecer o Parque Nacional de Santa Tereza, em Rocha, Uruguai.
Eu pretendia voltar ao Rio Grande do Sul para terminar um roteiro interrompido, mas a vontade de visitar a terra castelhana foi tanta que decidi mudar meu roteiro. Depois de encarar horas dentro de ônibus (aproximadamente 18), desembarquei na manhã do dia 13 de fevereiro no Chuí – RS. Extremo sul do país, divisa com Chuy – URU. Apesar do cansaço, logo desdobrei a bicicleta coloquei a bagagem, e parti para Dieciocho de Julio, cidade bastante próxima onde se localiza o Parque Nacional San Miguel. Lá se localiza o Fuerte de San Miguel, uma construção que começou em 1734 a partir de uma fortificação de campanha e evoluiu para um imponente forte no formato retangular, com baluartes pentagonais nos vértices, arrematados por guaritas.
A construção e o parque são maravilhosos. Cheguei lá por volta das nove e meia da manhã. O forte só abre para visitação às onze. Eu desconhecia o horário de funcionamento. Aproveitei o tempo para fazer meu desjejum e passear pela área do parque. Existe um cemitério ao lado do forte onde pude curtir um pouco do silêncio e o sol da manhã.
De bicicleta dobrável no Uruguai. Foto: acervo pessoal Ariadne Dan’Chior
Após visitar cada espaço do forte, retornei para o Chuí e segui até o famoso Farol da Barra do Chuí, onde funciona um rádio farol. Mas infelizmente só é aberto à visitação pública terças e quintas. E lá estava eu em plena sexta no lado de fora da cerca, com a bicicleta praticamente atolada na estrada de areia fofa, decepcionada.
Deixei a decepção de lado e fui comer em uma bizcocheria. Pois apesar de estar no Arroio Chuí do lado brasileiro, praticamente todos os moradores são uruguaios. Confesso que o fato tornou o passeio ainda mais interessante, pois ao me deparar com a porção de placas em espanhol, eu já entrava no clima do que estava por vir.
Ao visitar os campings, nenhum me atraiu. E meu corpo após horas mal acomodada em ônibus, pedia uma boa noite de sono. Retornei novamente para o Chuí em busca de um local para pernoitar. Encontrei uma pousada ruim, mas ao custo de R$ 50. O que na região é muito barato. Tomei um banho e fui visitar as lojas da fronteira e aproveitei para trocar mais reais por pesos. Jantei e fui descansar.
Depois de uma boa noite se sono, ajeitei a Cleópatra (sim, ela tem nome) e rumei para o Uruguai novamente, porém entrando pelo Chuy. Por este caminho é preciso passar pela alfandega uruguaia. Perdi um pouco de tempo, porém sem problemas.
Depois de uns 35kms, cheguei no Parque Nacional de Santa Tereza. O mesmo é administrado pelo exército. Pedi aos guardas informações sobre o camping e eles me encaminharam para o escritório onde eu pude acertar as taxas e procurar um local tranquilo para armar minha barraca. Após tudo terminado, fui fazer um reconhecimento do local e curtir a praia.
A infraestrutura do parque é ótima! Tinha até um mercadinho. Pontos como camping, banheiro, restaurantes e o mercadinho são longe uns dos outros. Mas não para quem está de bicicleta. Passei os três próximos dias pedalando e visitando lugares maravilhosos.
Lá foi possível me divertir com a paisagem, belas praias, trilhas, ruínas, e outros. Mas sem sombra de dúvidas os atrativos mais encantadores foram a Fortaleza de Santa Tereza, o Invernáculo (tipo de jardim botânico) e o Sombráculo (onde também tem um aquário). A Fortaleza data de 1762 e é uma belíssima construção. Dentro é possível entender como era a rotina da época.
O Invernáculo e o Sombráculo foram construído em 1939 e nele são cultivadas espécies de plantas dos 5 continentes. É interessante a arquitetura de pedras e cúpulas de vidro somada às plantas. E entre ambos, o Rosedal, jardim com aproximadamente 300 espécies de rosas.
Com a bicicleta foi possível percorrer aproximadamente 50 kms dentro do Parque.
Pena que a partir do segundo dia o clima novamente se revoltou contra mim, tendo eu novamente ter que enfrentar chuvas. No quarto dia resolvi retornar. Eu havia feito planos de percorrer mais alguns quilômetros do litoral uruguaio. Mas desisti, pois a temperatura baixou bastante e eu particularmente não gosto do desse tipo de clima, me resfrio muito facilmente.
O retorno não foi fácil, pois o acostamento lá é péssimo e as pancadas grossas de chuvas castigavam bastante.
Ao chegar no Brasil, fui comprar as passagens. O ônibus era somente a noite e eu ainda tinha muito tempo. Almocei e fiquei zanzando pela cidade. No entanto a chuva deu uma trégua e rumei para a Barra do Chuí, distante 15 km. Curti um pouco da praia e da Barra e retornei para embarcar.
As muitas horas no ônibus foram entediantes, porém pude deleitar-me com as lembranças de um pequeno pedaço de um país pelo qual me deslumbrei. Lá vivenciei momentos incríveis e experiências consideráveis, a começar pelo idioma. Uruguai, espero poder te “pedalar” novamente!
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Cicloturismo no Uruguai: Na estrada e na vida “Quem menos tem é quem mais compartilha”
Assim que o dia raiou, saindo de Punta Del Diablo, Uruguay, retomei o meu caminho. Início de inverno em pleno Uruguay, o Brasil já ficara pra trás há mais de dois dias de viagem. Naquela luz e o ar seco fazia o horizonte dos pampas parecer infinito, com a Ruta 09 toda a frente, longa, interminável.
Passando por uns cavalos que pastavam a beira de uma lagoa descobri que é verdade o que dizem: o frio é psicológico. Ao reparar que o brilho das águas na verdade era uma crosta de gelo, de imediato passei a bater os dentes de frio.
Agora certo de que o frio realmente é psicológico, me concentrei naquele horizonte hipnotizante e aproveitando o vento a favor segui pedalando numa boa velocidade. Senti falta do ciclo computador, cujo imã havia perdido nas areias do Brasil, ainda na Barra do Chuí.
Assim, em plena estrada deserta, somente com o barulho do vento como companhia, num ritmo de pedalada frequente, compassada, que passou a soar como um mantra, esvaziando a minha cabeça me levando a uma total ausência de pensamentos, que era quebrada apenas em pequenos lampejos, trazendo rostos conhecidos, situações vividas há muito tempo e logo me esqueci do mal estar do frio e assim continuei por quase três horas, totalmente inserido na paisagem até ao longe avisto um pequeno grupo de pessoas em minha direção. Ainda distante, sem saber se tratava de uma carroça e de quantas eram as pessoas, curioso, acelerei o ritmo, me dando conta de que havia horas que não falava om outro ser vivo.
Chegando perto me deparei com um casal, seus três filhos e um vira-latas. O homem e um filho pré-adolescente puxavam a carroça enquanto a mulher e um casal de crianças os acompanhava em meio a brincadeiras. Lógico que a curiosidade era mútua. De um lado um brasileiro viajando de bicicleta, com bolsas amarradas de todo jeito e vestindo capacete. Do outro, eu, depois de uma manhã inteira me deparo com uma família, numa felicidade contagiante, puxando a própria carroça.
Foi quando descobri uma profissão totalmente longe da minha realidade. Catadores de lenha. Esta família sobrevive catando madeira, seja de galhos e troncos caídos no caminho, como também de reciclagem, como pallets e embalagens de madeiras deixados pelos caminhoneiros ao longo da estrada, em postos de combustível ou onde mais encontrar, para vendê-las para outras famílias que a noite acenderão suas lareiras.
Não precisa dizer o quão humilde era esta família, roupas velhas, poucos dentes. Logo após matar a curiosidade deles, de onde vinha, para onde ia, etc., insistiram em saber se precisava de alguma coisa. Ofereceram pousada em sua casa que ficava alguns quilômetros dali. Agradeci, dizendo que não era necessário, pois estava programada a minha chegada naquela tarde no Lago Garzon e teria que pedalar, pelos meus cálculos, até por volta das 16 horas. Ou seja, por mais umas cinco horas. Então ofereceram insistentemente o seu almoço e de tão felizes e orgulhosos de receber um estrangeiro em sua terra, que para não ofende-los, resolvi aceitar.
Não me arrependi. De uma velha garrafa térmica o homem preparou um mate, que sorvemos vagarosamente, e para comer desembrulharam um pão com salame. Devo dizer que foi o melhor salame que comi na minha vida e segundo a mulher era caseiro, feito por uma amiga. Da minha parte ofereci bananas e barras de cereal para as crianças. Ficamos ali não muito mais de meia hora.
Nos despedimos e cada um seguiu o seu destino. No meu, voltei aos meus devaneios e neles constantemente vinha aquela família que me impressionou um bocado. A humildade e a alegria em compartilhar o pouco que tinham com um desconhecido me contagiou pelo resto daquela viagem maravilhosa.
Ainda hoje eles me vêm no pensamento, principalmente nos dias frios. Será que viram em mim um companheiro de estrada? Será que ainda estão catando lenha? Será que guardaram um pouco para acender sua própria lareira? O que estarão fazendo as crianças? Que Deus abençoe Dario, Alba e as crianças Andres, Daniel e Estela.
Cicloturismo no Uruguai. Foto: acervo pessoal Klaus Bigelli
Numa cicloviagem são as pessoas que encontramos no caminho que completam a paisagem. Mesmo em um contato de poucos minutos, nos deixam saudades. Como o índio na praia de Caraíva, quando fazia a Rota do Descobrimento na Bahia ou do agricultor mineiro, quando fazia o Caminho da Fé. Mas isso são outras histórias.
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Sempre tive bicicleta. Acho que a primeira foi uma cecizinha, cinza, de cestinha. Amo cestinhas. Morávamos em capital, fui crescendo e minha mãe não concordou com as pedaladas na rua.
Como tínhamos uma casa na praia, lá eu podia ter bicicleta e algumas vezes, passava o dia em cima dela. A primeira bicicleta era antiga, comprada usada, não me lembro o modelo mas foi apelidada carinhosamente de Harley Davidson por um amigo. A segunda foi comprada nova e era uma MTB bacaníssima mas foi roubada sem ter rodado seus primeiros 50km.
Depois disso fiquei anos sem pedalar, não tinha vontade e a selva de pedra contribuía para isso.
Em 2011, querendo fugir do tédio, eu e meu marido decidimos voltar a pedalar. Sem fazer muita pesquisa, afinal queríamos só passear, compramos 2 t-types da Caloi e, apesar de termos levado as magrelas até o distrito de Tabuleiro/MG, não andamos nem 100km naquele ano. 2012 não foi diferente. Em 2013 engravidei e soube que não voltaria a pedalar tão cedo.
Mudamos de BH para Teresópolis, de Teresópolis para Macaé, com mudança, bicicletas e menino debaixo do braço.
Levou algum tempo para que eu animasse a levar a bike para dar uma volta na ciclovia da orla. São 12km de um asfalto bem lisinho e muitas bicicletas. Quando o bebê fez 8 meses arranjei um jeito de comprar uma cadeirinha pra ele e passamos a sair algumas vezes na semana e rodar pela orla.
Em um desses giros me deparei com um grupo de mais ou menos 30 ciclistas no inicio da praia mas só na segunda vez que os encontrei parei para ”assuntar” e saber como fazer parte da turma. Esse grupo faz parte de um pedal de iniciantes que gira cerca de 30km toda quarta à noite. Enturmei com a parte feminina do grupo e fui convidada para fazer um pedal light em um sábado de manhã.
De light o pedal não teve nada. 5 horas rodando em asfalto, estradão e cerca de 30km de single track. A exaustão chegou antes do fim do pedal mas contei com o carinho e a ajuda de algumas pessoas fantásticas.
Foto: acervo pessoal Monique Furtado
Desde então pedalo de 70 a 100km toda semana com um grupo que conheci aqui em Macaé. Redescobri essa paixão, que me motiva, me move e me trás felicidade.
Quinta feira. Cheguei na minha casa as 21:00hs. Ficar sozinho em casa, dar uma pedalada ou ver TV? Fiquei com segunda opção. Liguei para o Carlão .
– E ai Carlão tudo bem, que horas vai sair o pedal de hoje ?
-Saímos as 21 hs. Ele respondeu.
-Beleza, estou precisando dar uma pedalada. Daqui a pouco estou por ai. Valeu!
Desliguei o telefone e fui atrás de uma bermuda, tinha vinte minutos para chegar . A galera é radical, chegou atrasado perdeu o trem.
Troquei a camisa por uma camiseta esporte, o sapato pela tênis. Peguei duas fatias de pão , despejei um pouco daquela imitação de mel chamado Kero, era o que tinha no momento. Enchi um copo de coca cola, virei garganta a baixo e tossi . cof, cof, cof. Eu tinha um cachorro que começou com uma tosse assim… kkkkkkk. Enfiei o capacete na cabeça , peguei as luvas e ganhei as ruas.
A noite estava de inverno, uma leve brisa fria sussurrando através dos carros.
Desci a Henrique Schaumann , segui pedalando feliz pela Av. Brasil. O céu estava azul contrastando com a verde oliva das arvores em silêncio. Há uma certa tensão nos motoristas. Bocejam, mudam as marchas de seus carros e seguem com seus rostos frios ou vermelhos tentando nos convencer que o excesso de maquiagem é pele saudável. Seguem feito máquinas atravessando faróis, olhando ao redor com um certo escárnio. São almas ingênuas, com certificados e diplomas garantidos pela publicidade de consumista urbano. Gosto de vê-los se sentindo os rebeldes do acelerador.
Cheguei em frente ao Clube Paulistano. Tinha uma turma grande aguardando o chefe. Um grupinho formado por mulheres sorriam felizes, gosto disso. Deviam estar falando de receita de bolo, política, ou algo do gênero. Os homens estavam dispersos e pensativos como sempre.
Foram chegando mais ciclistas, em questão de segundos estavam todos ali. O chefe chegou de carro, pediu para tirarmos duas bikes estacionadas onde ele ia por seu automóvel . Estacionou, tirou sua bike do porta malas, montou e alertou.
– Hoje vai ser pedal rápido, distancia e velocidade. Vi olhos se arregalando, e beleza.
O pedal de quinta é CAVEIRA. O lema é assim. “ VAI QUEM QUER, CHEGA QUEM PUDER “. Ui que medo. A verdade não é nada disso, só exige um pouco de pratica no ciclismo, isso é obrigação e não terror. E blá, bla´, blá.
Partimos, eba, será que é divertido ser líder ?kkkkk .Tô fora. Um é bom, dois é porque um estava ausente , mais que isso é três, ai, fala você o que acha ou pergunte pro líder…kkkkkk
Seguimos pela Av. Brasil, encontramos outro grupo de ciclistas parados no farol da 9 de Julho. Seguimo sem frente. Antes de chegarmos no porque do Ibirapuera , um motorista saiu da faixa da esquerda , entrou no meio do grupo . Vi o cara entrando e não acreditei. Gritaram com ele para ele ter cuidado, mas não adiantou, o cara estava com a namorada. Devia estar querendo mostrar poder, mostrar que era macho pra impressionar a garota. Baixinho e Pinto pequeno, são fodas, melhor nem discutir.
Pedalei ao lado dele e falei sem alterar a voz.
– O que você esta fazendo, você entrou no meio de um gripo de ciclistas acelerando, poderia ter atropelado alguém…
– Eles não iam nos deixar virar na Republica do Libano. Respondeu.
– Era só você ficar na sua faixa da direita. .
– Não entendi ? falei pra ele.
Virou o rosto para a garota. Na sequência me devolveu .
– Vocês são um bando de folgados. Respondeu, fechou o vidro e saiu acelerando pela lateral direita do parque.
Entramos no parque do Ibirapuera.
O silencio encantador do lago, as sombras escorrendo pelas ruas, paz e segurança, nos alertou. Estávamos dentro do parque. A liberdade esquecida a pouco sorriu docemente enquanto atravessamos feito flecha por suas árvores.
Ganhamos as ruas novamente. Saímos do parque. O calor de Co2 invadiu os pulmões na voltas às ruas. Subimos a Borges lagoa sentido a Vila Mariana, entramos a direito , viramos uma ruas e descemos pro Ipiranga. Na Ricardo Jafet, parei para encher o pneu de uma ciclista novata. Eu vinha dando apoio pra ela, a bike dela não ajudava muito. O transito estava pesado e com uma bike que não ajuda é bem pior. Pedalar é liberdade e como tudo tem riscos e obrigações. Paramos para calibrar o pneu. O chefe veio que nem abelha enlouquecida pra cima da gente. Mandou aquele discurso de chefe .
– Xavier já falei que não é para parar para encher o pneu de ninguém, isso já foi falado e não vamos esperar. O pedal é caveira e vem…etc, etc, etc… rs.
– Não esquenta, é que o pneu dela esta muito murcho, ela não tem experiência. Daqui a pouco encontramos vocês, não esquenta, relaxa…
Coloquei 60 libras no pneu dela. Arregalou os olhos, como se fosse tivesse visto um fantasma. Falou que ia explodir.
– Pedala agora. Falei pra ela.
Saiu se sentindo numa Ferrari. Saímos os dois em meio aos carros em plena Ricardo jaffet . Cade a noção de grupo. A galera estava bem na frente. Silêncio e perguntas e ciclistas a serem alcançados, só quero me exercitar pedalando, não preciso de respostas sugestivas.
Encontramos o grupo no primeiro farol. Ouvi vozes admitindo o perigo deste trajeto. Tímido e apático cortamos a centro da cidade concentrados no grupo. Eu estava fazendo o trabalho de batedor no fim da fila. Atravessaram uma Av. com milhões de carros. Parecia uma manada de búfalos enfurecidos, buzinas e monóxido de carbono para todo lado.
Silêncio, abram as cortinas…
Enrolei você leitor até aqui, porque esta é parte mais importante desta história. Este é o momento do drama, a hora da tensão, do fantasma da morte. Morte isso mesmo, minha morte. Chega de conto com final bonitinho, o carro da foice esta vindooooo.
Eu estava dando suporte para os ciclistas, pedalando no final da fila . Atravessaram uma Av. com milhões de carros. Parecia uma corrida de motores enfurecidos, buzinas e monóxido de carbono para todo lado.O céu estava azul e apático, muitas nuvens cinzas passeando perdidas no céu.
O grupo atravessou no sinal verde, o amarelo abriu as pernas rapidamente e numa fração de segundos … Vermelho.
Bateu o farol vermelho e estávamos em três ciclista no meio da pista. Eu estava entre o Celso e uma gata loira, se morrer agora espero que ela suba comigo, quem sabe pode ser divertido lá em cima….rsrs.
O carro estava vindo a mais de 140 Km, o filho da puta esta acelerando, e não tinha como parar. Começou a reduzir, mas estava a vinte metros da gente, sem chance. Será que vamos tentar passar, não vai dar tempo. Ele não vai conseguir parar, fodeu. Olhamos uns para os outros. Paramos feito estatuas. Três ciclistas esperando a cagado do pombo. Venha seu cara de merda, um cabeçudinho qualquer decidindo a vida de três pessoas do bem. E o cara estava vindo mesmo. Quem disse que aproveitar o farol verde, sem dar tempo pro outro ser humano atravessar a rua é economizar gasolina? Quem ensinou este ser. Merda. Não tem leito suficiente nos hospitais. Os médicos são doidos. Você fratura a orelha eles operam o seu pé, não quero iro pro hospital. O coração é um caçador solitário, o meu estava em busca de uma verdade pra justificar o amor, ou a morte talvez. Deserto, frio, lama, realidade e não temos pra onde correr. Nuvens, os astros entretidos apostando no colhedor de almas. Três almas, eu pago vinte que a loirinha se salva! Ou será que desta vez o negro vai se sair bem? Duvido, nem no céu apostam nos negros. Desta vez fodeu, não vai sobrar nem bracinho, nem perninha intactas. Quero ver quem vai para penitencia no céu.
Os anjos estavam se divertindo enquanto o motorista mantinha a máquina da morte veloz em nossa direção. Numa fração de segundo o monstro de lata desviou levando morte com ele, seguindo veloz em busca da próxima vitima. Ufa, não foi desta vez.
Olhei pro Celso. Balbuciou alguma coisa, mas não lembro o que. O cara tinha acabado de ver um fantasma, eu vi uns anjos fazendo apostas. A loirinha abriu um riso de flor, que linda, será que lá no andar de cima eu teria uma chance com ela? Pode ser um bom negocio o andar de cimas. Pode ser que lá seja um grande tédio, e, sei lá. Sei que estávamos vivos, ufa, difícil a realidade humana.
Refleti sobre a perda da liberdade. O pior não deve ser morrer ,e sim saber que estão vendando jornais com a sua partida. Você lá no paletó de madeira, sem nenhuma verdade. Esticadão no maior frio, e os carras falando que você era um baita cara legal, que daria um bom pai de família, que plantou a árvore, publicou livro e tal. Tudo pra vendar jornal e se aproveitar do seu silêncio. Só de imaginar fico com asma, urgh.
Pedalamos mais um pouco. Paramos numa lanchonete para comer cachorro quente. Pedi um sorvete. Nenhum comentário a respeito. Este é o ócio da vida. Um amigo ligou. Tinha brigado com a namorada. E vida louca… A gora sim voltei a realidade. Briga de casais, má alimentação, cerveja e cachorro quente após uma pedalada.
Olhei pro céu, celebrei a vida tomado de felicidade. Atravessamos avenidas com milhões de carros enfurecidos. Buzinas, monóxido de carbono para todo lado. Rodamos observando o céu azul e apático, nuvens cinzas a morte passando tão veloz quanto um piscar de olhos. Fazemos parte deste todo. A bike precisa da gente, a vida de aventuras.
Despedi da galera e sai pedalando. Meu amigo estava precisando conversar. As mulheres são boas no nocaute.
Virei uma rua a direita o mais rápido que pude. Nenhuma expressão verbal foi preciso para exaltar a noite, a luz ou Deus. Foi só mais um dia de ciclista com sua aventura humana, numa quinta feira luz, diante de um céu cinza, alguns carros enfurecidos e quem sabe poderia ter sido uma grande farra com a loirinha no céu. hummmmm…
Este documentário tem por finalidade passar para todos os leitores um breve resumo da Expedição Caminhos de Canudos. Expedição essa elaborada pelos amigos Esron, conhecido como Nino da farmácia, residente na cidade de Nova Soure-BA e Adriano, residente na Capital do Estado, contudo que seus familiares residem na cidade de Novo Triunfo-BA.
Participaram da expedição: Nino, 34 anos de idade, o qual é farmacêutico e tinha a função de ser “o médico” do nosso grupo; Adriano, 26 anos de idade, com a função de Guia, por tem mais conhecimento com as trilhas e estradões onde iriamos passar; Ruy de Carvalho, 55 anos de idade, com a função de mecânico do grupo e este relator Wilton Rastelly, com a função de registrar o ocorrido.
Depois que foi traçado o roteiro com data prevista foi se formando a ideia da viagem, onde fomos convidados, outras pessoas foram convidadas através de cartaz colocado na internet no facce book e outros, contudo somente os quatro aventureiros como o povo chamava os doidos que se propuseram a fazer tal façanha, digo isso porque todos ciclistas amadores sem experiência, mas com coragem ou tolice.
Eu, o Rastelly não via a hora de chegar o dia da viagem, porém a cada dia mais perto, pensava se deveria ir ou não. A ansiedade era muita, e mesmo no dia da saída pela manhã pensei em desistir, o que não foi feito em virtude de que já havia dado minha palavra e os meus companheiros dependiam de mim.
O DIA DA VIAGEM:
Por volta das 18h38 saímos da cidade de Olindina Bahia, (Nino, Ruy e Rastelly) com destino a cidade de Novo Trinfo na finalidade de encontrar o quatro integrante da nossa expedição Adriano. Por volta das 20h30 chegamos na cidade de Novo Triunfo, na residência dos pais de Adriano o qual nos recebeu com sua maravilhosa família. Alojamo-nos lá e nos preparamos para o início da expedição no dia seguinte, aproveitamos também para conhecer de perto o pai, a mãe e os demais familiares de Adriano os quais eram unanimes eu dizer que achavam uma loucura e que não teriam coragem. A mãe de Adriano contou um pouco da historia de seu avô Zé pequeno e de suas semelhanças com Adriano.
Foto: acervo pessoal Wilton Rastely
Tudo a posto no dia 19/03/2014 pela manhã, verificamos todo nosso material, deixamos pra trás as coisas mais pesadas e saímos de Novo Triunfo com destino ao nosso primeiro desafio que seria chegar no povoado de Besouro, depois passamos pelo povoado de viração ambos pertencentes a cidade de Novo Triunfo de lá seguimos com destino a cidade de cidade de Canudos, local da nossa parada. Neste dia o sol não estava contribuindo, o tempo estava bom sim, mas pra praia, a temperatura chegava a 40º, o nosso guia Adriano era o que mais sentia pois ele comentava que estava acostumado a pedalar por mais de dez dias seguido contudo nós estávamos sempre parecendo que estávamos apostando corrida, que o ritmo estava muito forte em virtude de que seriam pra mais de 500 km que iriamos percorrer , por volta de 11h20 chegamos no povoado de brejo grande, município de Jeremoabo-BA, paramos para arrumar as mochilas e dar prosseguimento a viagem, às 12h já estávamos no distrito de Asa branca, eu dei uma esticada e o restante da equipe ficou atrás, os quais chegaram às 12h34, o motivo do atraso foi em virtude de que a câmara de ar da bike de Nino furou e foi necessário a reposição da câmara, este mesmo povoado almoçamos e depois seguimos com o sol ainda muito forte.
As vezes parecia que a nossa cabeça ia pegar fogo, estrada de chão, cascalho puro, pra piorar muita “costela de vaca”, parecia que o nosso destino nunca ia chegar, rogávamos pela noite contudo não seria uma boa ideia esperar a noite chegar, em face de que a estrada era deserta e não havia segurança, a bike de Ruy começou a apresentar problemas, subidas e mais subidas, a proporção que o tempo ia passando o cansaço aumentava, mas no meio de todas as dificuldades encontramos algo pra nos alegrar: uma arvore cheia de arara azul, espécie ameaçada de extinção, dai comentamos que somente de bike teríamos a oportunidade de ver essa beleza da natureza. Depois avistamos um monte e resolvemos explorar, deixamos as bikes embaixo com o companheiro Ruy de Carvalho o qual teria a função de tirar as fotos e também concertar a sua bike enquanto agente fazia a exploração do monte. O caminho até o monte era de difícil acesso, mas estávamos determinados, Nino a frente, Adriano no meio e Rastelly logo atrás, com muita dificuldade conseguimos chegar até o topo do monte.
Foto: acervo pessoal Wilton Rastely
Tivemos que sair logo pois ali era o habitats natural das arara azul. Depois dessa aventura tudo teve mais sentido, dai passamos a superar nossos próprios limites e já pedalávamos “no automático” isso mesmo o que vinha agente traçava e por volta das 18h10 chegamos na cidade de Canudos onde pernoitamos na residência do Sr. Malaquias avô de Adriano. A noite saímos pra conhecer a cidade e jantar. Pela manhã tomamos café, depois procuramos uma oficina para repor algumas peças da bike que apresentou defeito.
SEGUNDO DIA DE EXPEDIÇÃO.
Antes de visitar o memorial de Antonio Conselheiro, tive uma prosa com o Sr. Malaquias de 96 anos de idade, o qual se dizia que era amigo de Lampião e que Antonio Conselheiro foi um “Fanfarrão” Nas palavras dele Lampião foi injustiçado e que só fez o que fez em virtude de que assassinaram a sua mãe, mas que ele era gente boa, perguntei pra ele como lampião morreu ele respondeu que lampião morrer contudo não foi como conta a historia que arrancaram a cabeça dele, que a cabeça que mostraram nunca foi a de lampião, perguntei também de Maria Bonita ele respondeu que ela era mulher de uma sapateiro e depois se apaixonou por lampião e se embrenhou no cangaço, quando eu perguntei se Maria Bonita havia traído lampião com Curisco ele deu risada e disse que é o que dizem, que um dia viu uma sena de lampião que lampião chegou na roça e havia um forró e ele colocou todos pra dançar agarradinho, porém todos nus e ele ficou com o facão na mão e disse que quem se agitasse ele cortava os documentos do cabra. Sempre charmoso e elegante Sr. Malaquias gostava de conversar, passar seus ensinamentos e acima de tudo tirar foto, o cara é um ícone na cidade de Canudos.
Continuamos nossa expedição fazendo uma visita no Memorial Antonio Conselheiro, quem nunca foi naquele local não sabe o que está perdendo, um pedacinho de nossa história está contada ali, através de livro, documentários bonecos de cera e muito mais, ficamos fascinados com a grandiosidade de tanta beleza, fomos bem recebidos, pois o povo daquela localidade é um povo muito acolhedor. Depois saímos com destino a barragem.
Foto: acervo pessoal Wilton Rastely
Tudo era muito bonito e fascinante, contudo a expedição tinha que continuar e no caminho da cidade de Uauá, passamos no Parque estadual de Canudos, cenário da Guerra de Canudos, onde muitas batalhas foram traçadas, local tombado como patrimônio histórico onde observamos varias trincheiras, onde servia de abrigo contra o ataque inimigo. Chegamos no parque por volta das 13h23, com muita fome, o sol não dava trégua, e vamos almoçar no distrito de Canudos Velho isso era o que estava previsto contudo fomos almoçar às 15h20 na cidade de Bendegó, cidade onde conta a lenda que caiu um meteorito. Todos estamos bastante cansados, a cidade de Uauá fica somente á 45 a 50 Km, desta localidade, o que deixa agente mais animado é que será pista, por hoje chega de aperreio, estamos no limite mas a vontade de vencer nos levará muito mais além.
A brincadeira agora virou disputa sadia, Rastelly e Ruy saíram na frente e por mais de 30 km andamos em uma média de 28 a 30 km por hora, Nino e Adriana ficaram mais atrás, procurei ver até onde o meu velhinho (Ruy) aguentava naquele ritmo, fui surpreendido que ele não aliviou um só momento, paramos em um povoado para tirar uma foto, foi quando observamos que Nino e Adriano já estavam colados, Adriano que era o que mais estava sentindo na estrada de chão, tomou a dianteiro e só conseguimos alcança-lo em um bar na cidade de Uauá, dando risada e tirando onda, ficamos muito felizes pois isso melhorou e muito a auto estima dele. Já anoitecendo chegamos, passamos a noite em uma pensão e pela manhã por volta das 6h30 saímos com destino a cidade de Monte Santo, estrada de chão, cerca de 120 km.
TERCEIRO DIA DE EXPEDIÇÃO.
Foto: acervo pessoal Wilton Rastely
Por voltas das 06h30 acabamos de tomar o café na pensão em que estávamos hospedados e saímos com destino a cidade de Monte Santo, estrada de chão, pela dificuldades e pelo sol muito quente foi o dia em que exigiu muito mais da nossa determinação. Dali por diante nem o nosso guia Adriano sabia por onde deveríamos ir, havia muitos caminhos e se tomássemos o caminho errado não chegaríamos ao nosso destino. Adriano começou a sentir fortes dores nos joelhos, dificultando um pouco desenvolvimento, combinamos então que eu (Rastelly) e Nino iriam na frente sempre tomando informações e deixando indicações de por onde deveríamos ir.
Estávamos sim no meu do nada, uma estrada que só encontramos um carro quebrado no caminho e uma moto velha em todo percurso, quando passávamos em casas típicas de sertanejos ainda de taipa, os moradores nos recebiam parecendo que ali estava o Presidente da Republica, mas eram 120 a 140 km que teríamos de cortar, a determinação e perseverança fazia com que as dores fossem superadas , muitas das vezes fazíamos o percurso duas ou mais vezes procurando alguém para nos dizer o caminho correto, e sempre marcávamos o caminho utilizando pedra na finalidade de que os companheiro que vinha atrás não se perderem. Depois de uns 50 km paramos em um povoado dai esperamos por Ruy e Adriano, o qual só queria descansar um pouco, beber agua e comer alguma coisa, fiquei (Rastelly) com Adriano no local e Ruy e Nino ficaram no reconhecimento da área.
A cada momento o percurso ficava mais e mais complicado, mesmo porque as dores no joelho de Adriano aumentaram, eu (Rastelly) com o calor intenso só queria era chegar no destino para parar de pedalar, passamos por lugar que os moradores nunca tinham visto uma bike, no meio de tudo isso eu (Rastelly) ficava emocionado quando eu passava na frente das casas bastante humildes e gritava SALVE, SALVE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, e sempre tinha uma voz lá de dentro que respondia : PARA SEMPRE SEJA LOUVADO, sempre nos tratavam com alegria no rosto, nos fornecia água e convidava pra comer alguma coisa.
O sofrimento estava estampado na face do companheiro Adriano, não sei onde ele arrumou tanta força pra concluir aquele percurso, foi quando avistamos o tão esperado Monte Santo, contudo ainda havia uma longa subida, como se não bastasse a estrada estava em obras e recebemos toda poeira na “cara”. Chegamos na cidade por volta das 14h12 Nino e Ruy estavam nos esperando, iriamos almoçar para nos deslocar para a cidade de Euclides da Cunha onde iremos pernoitar. Ruy e Nino foram na frente em virtude de que eu (Rastelly) e Adriano precisávamos de um tempo maior para descansar uma vez que Adriano estava sentindo muito o joelho, foi que quando Adriano achou que tinha condições para continuar saímos em direção a Euclides da Cunha, encontramos os nossos dois companheiros tentando concerta a bike de Ruy, contudo os mesmo mandaram nós adiantar para providenciar uma pensão para dormimos, a bike de Ruy não foi concertada no tempo previsto dai tiveram que pegar uma carona em uma carro baú até a cidade de Euclides da Cunha.
ULTIMO DIA DE EXPEDIÇÃO.
Foto: acervo pessoal Wilton Rastely
Tomamos café na pousada aqui na cidade Euclides da Cunha e por volta das 08h30 saímos com destino ao nosso ponto de partida, a cidade de Novo Triunfo, mas para isso vamos passar nas cidades de Banzaê, Cicero Dantas e por fim Novo Triunfo. Iremos por pista saindo de Euclides da Cunha com destino ao povoado de Aribicé. A estrada mesmo sendo pista é muito cheia de subidas e o grupo já estava abatida, a final são quatro dias pedalando em terrenos de difícil acesso, em alguns lugares não havia como não parar para registrar a beleza da natureza, uma paisagem muito interessante é a chamada pedra furada, quando chegamos em Aribicé tomamos informações a respeito da distância para chegar na cidade de Banzaê, foi quando um morador nos informou que iriamos encontrar um “subidinha” não sabíamos o que iriamos encontrar á frente, que era a chamada sete curvas.
Quando observamos era aproximadamente umas onze horas do dia, o sol companheiro e sempre perto, com muita fome, olhamos e dizemos “vamos traçar”, tomamos um energético como se resolvesse alguma coisa, passamos quase 40 minutos somente de subida. Adriano chegou primeiro no topo das sete curva, seguido por mim (Rastelly) e depois veio Nino e Ruy,já estava perto faltava pouco para chagarmos na cidade de Banzaê (cidade dos índios), onde almoçaremos, almoçamos e depois o próximo destino seria a cidade de Cicero Dantas e por fim Novo Triunfo, onde descansaríamos e no domingo retornaríamos para nossas residências. Contudo na cidade de Banzaê eu (Rastelly) resolvi dormir em casa, estava cansado e enjoado de tanto pedalar, a saudade dos filhos me puxava para a cidade de Nova Soure, dai entramos em acerto me despedir do restante da equipe e tomei rumo para Nova Soure, e no final deu tudo certo eles dormiram em Novo Triunfo e eu (Rastelly) com a minha família e assim foi a expedição Caminho de Canudos.
Houve momentos que pensava em desistir, mas o desafio foi formado na finalidade de contar pra meus filhos que quando temos fé em Deus e força de vontade tudo é possível. A cada subida um desafio, a cada desafio vencido a esperança de que venceria o próximo.
Foto: acervo pessoal Wilton Rastely
Meus agradecimentos a Deus em primeiro lugar, aos meus filhos, e aos meus companheiros Nino, Adriano e Ruy de Carvalho, por fazerem parte dessa aventura.
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