Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta integra a Rede de Blogs Outdoor

Novidade quente para os leitores do blog!

O Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta agora integra a Rede de Blogs Outdoor – RBO.

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A RBO nasceu  do encontro de pessoas apaixonadas pelo mundo outdoor, que além de praticantes de diversas modalidades, tem em comum o trabalho na produção conteúdo sobre o mundo outdoor na internet. Um estilo de vida ao ar livre, que tem tudo a ver com o uso da bicicleta e com o ciclismo. Até o momento, 13 blogs integram a Rede, abordando assuntos como escalada, campismo, técnicas mateiras e de sobrevivência, trekking, hiking, snorkeling, e é claro, as bicicletas e o ciclismo.

A Rede de Blogs Outdoor tem como principais objetivos unir os proprietários de blogs com temática outdoor e difundir boas práticas para produção de conteúdo para internet nesse segmento.

Me sinto muito feliz de fazer parte dessa turma!

E o que muda aqui no blog? Agora, vocês verão a logo da RBO aqui na nossa barra lateral e no rodapé do blog. E não para por aí! Aguardem as novidades aqui no blog e no site da RBO!

Experiências sobre Duas Rodas: a evolução da bicicleta e das pedaladas

Por Alfred Carstens

Em janeiro de 2011 após alguns anos com a bicicleta parada na garagem, resolvi levá-la para uma revisão geral. A ideia era pedalar em Vila Velha (ES) pela ciclovia da Praia da Costa. Não tinha companheiro para os pedais, então já com a bicicleta revisada comecei a pedalar sozinho. No começo, aproveitando o horário de verão, comecei a pedalar pela ciclovia e em março de 2011 – mais precisamente no Carnaval – resolvi ir mais longe.

No primeiro dia de Carnaval choveu, fiquei um pouco decepcionado tomei o café e esperei um pouco para ver como o tempo se comportava. A chuva que não parava começou a diminuir e lá pelas 08h30min fui pedalar. Coloquei o tênis, a camiseta de malha, boné e sem mais nada lá fui eu pedalando até Interlagos. 20 km em 1 hora e 40 minutos. Cheguei à casa todo ensopado e todo sujo devido ao resultado da chuva, mas muito satisfeito pela conquista.
Assim foram os outros quatro dias e ao final do ultimo dia de Carnaval já estava fazendo o mesmo trajeto em 1 hora, o que dá uma média de 20 km/h. O animo tomou conta e segui pedalando nos fins de semana.

Foto: acervo pessoal Alfred Carstens
Foto: acervo pessoal Alfred Carstens

A bicicleta em 2011
Na época eu tinha uma GTS M5 cassete de 7 velocidades. Fiz uma planilha para registrar os pedais e o primeiro pedal foi pela cidade de Vila Velha resultando em 27 km e 16 km/h de velocidade média. A máquina fotográfica começou a fazer parte dos equipamentos essências aos pedais.
Animei, e todo o fim de semana fazia um pedal. Em fim de fevereiro fui a Vitória passando pelas Cinco Pontes (Florentino Ávidos) perfazendo 54 km e 17,34 km/h de velocidade media. Estes primeiros resultados foram animadores, verificava a planilha e acreditei que tinha capacidade de ir mais longe.

Comecei com os pedais até Interlagos no período do Carnaval de 2011. Sempre anotando os dados dos pedais na planilha, anotava a data, trajeto, hora de saída, tempo de pedal, hora de chegada, tempo de parada durante o pedal, velocidade media e a velocidade máxima. Estava então montando um banco de dados dos pedais. Até abril de 2011 os trajetos tinham em media 50 km.

Mas no dia 16 daquele mês resolvi ir mais longe. Objetivo: pedalar até Guarapari pelo contorno da Rodosol. Sai às 06h20min da manhã e após 2h16min pedalei 41,20 km com uma média de 18,18 km/h. Parei para respirar e avaliar as condições físicas para continuar. Faltavam 7 km para o objetivo. Avaliei as condições e pensei: “não são 7 km serão 14 km, pois existe o retorno”. Avaliei e decidi voltar. Estava bem fisicamente e não queira chegar todo dolorido. Retornei pelo viaduto do Perocão e pedalando verifiquei que estava bem e que poderia ter ido até atingir o objetivo. Engano meu: não cheguei a pedalar 1 km e comecei a sentir um cansaço sem igual. Braços pernas tudo começou a doer e muito. Estava travando, a velocidade diminuía cada vez mais e a vontade de para foi tomando conta. Pensei: “se parar não pedalo mais um metro, vou continuar até aonde não der mais”.

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A bicicleta é uma atividade solitária. É só você e a bicicleta a descobrir novas sensações, faz você pensar de forma mais aberta, sem preconceitos, faz uma visão da vida e uma revisão de valores. Me contagiou de tal forma que vendi o carro, e agora é tudo de bicicleta ou mesmo de transporte coletivo, por que não? Acabou aquele estresse do transito, melhorou a saúde e agora estou mais disposto.

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Continuei, mas foi uma briga enorme comigo mesmo, questionado o que eu estava fazendo ali. Cheguei ao ponto de pensar em abandonar bicicleta e pegar um ônibus, foi assim por mais de 5 km até que tudo começou a ficar melhor. O humor melhorou, as dores sumiram e voltei a pedalar, conseguindo inclusive melhorar o tempo da volta em 1 minuto.

As experiências vividas nestes pedais foram incríveis, saber que você pode ir mais longe ou que pode ir aonde quiser sobre uma bicicleta é indescritível. A cada pedal descobria mais e mais sobre a região que achava que conhecia, pois passei várias e várias vezes de carro. Mas de bicicleta as descobertas eram mais significativas. Tinha uma visão da paisagem que nunca tinha vivido.

A bicicleta é uma atividade solitária. É só você e a bicicleta a descobrir novas sensações, faz você pensar de forma mais aberta, sem preconceitos, faz uma visão da vida e uma revisão de valores. Me contagiou de tal forma que vendi o carro, e agora é tudo de bicicleta ou mesmo de transporte coletivo, por que não? Acabou aquele estresse do transito, melhorou a saúde e agora estou mais disposto.

A bicicleta em 2012

Pensando assim, conclui que a GTS não mais servia, pois queira ir mais longe e para isto precisava de ajuda da tecnologia, uma bicicleta leve, confortável e ajustada ao corpo. Resultado: em maio de 2011, vendi a GTS e montei uma bike em um quadro Mosso, agora com cassete de 9 velocidades e um quadro adequado ao meu tamanho.
Estava sempre pedalando pela Rodovia do Sol mais por uma questão de conhecer os locais. Mas a necessidade de ir a novos lugares estava cada vez mais forte, então com a ajuda do Google Earth comecei a traçar rotas para lugares desconhecidos, e finalmente definidos, pedal para Buenos Aires em Guarapari, passando por caminhos alternativos.
Até neste ponto tudo bem, mas como se orientar? Defini o trajeto com pontos de parada anotando as distâncias entre eles e calculando a hora de chegada em função da velocidade media desenvolvida, dado que eu tinha na minha planilha, avaliei os trajetos.
Fiz a impressão das telas do Google Earth onde poderia haver duvidas e equipado com ciclo computador que indicava à distância percorrida, a velocidade, a velocidade media, tempo de pedal uma caneta e uma calculadora. La fui eu, Vila Velha, Xuri, Amarelos, Rio Calçado, Buenos Aires, Guarapari e Vila Velha, 118 km saindo às 06h25min e chegando às 17h20min.

Foi fantástico, muitas fotos, lugares espetaculares e o que mais intrigava: bem perto de casa. Talvez de carro jamais fizesse este trajeto.
A utilização de mapas impressos não era muito prática. Passei então a procurar alternativas e encontrei a solução: um GPS para bicicletas. No Salão do Esporte em São Paulo tive acesso a um deles e não pensei duas vezes: vou levar. Talvez uma das melhores aquisições para a bicicleta, pois permitiu abrir novos horizontes e a descobrir novos lugares. Agora meus equipamentos obrigatórios eram máquina fotográfica e GPS.

E assim foram mais de 1800 km com a Mosso até que, durante um pedal na cidade de Alegre (Eco Trilhas 2012), senti a necessidade de trocar de equipamento, pois alguns itens necessitavam de melhorias. Fazendo uma pesquisa de preços e avaliando as alternativas de mercado, conclui que era melhor trocar de bicicleta ao invés de trocar componentes. Decisão que se mostrou a mais acertada. Apesar de ter a Mosso, não é a mesma coisa do que uma bicicleta montada em fábrica.
Avaliando e analisando as opções decidi pela Merida TFS 1000, cassete de 10 velocidades. Excelente compra. Uma bicicleta muito confortável, precisa, muito bem equipada com freios a disco hidráulico.
Assim foram passando os pedais e com 720 km com a GTS, 1960 km com a Mosso, 1178 km com a Specialized Cross Trail Pro, e os 2102 km com a Merida.

Mas isso era só o começo. Depois desse tempo todo de experiência e planejamento, finalmente fui fazer a minha primeira cicloviagem… Mas isso é assunto para o próximo post.  🙂

“Eu e Dona Francisca” – cicloturismo no Circuito das Araucárias (SC)

Por Douglas Cordeiro

“Eu e Dona Francisca”
Resolvi passar uns dias das férias pedalando nas terras catarinense e fiz alguns convites aos amigos que sei que também amam o Cicloturismo, mas por providência divina nenhum dos que convidei pode ir comigo na data pretendida. Pensei, não posso deixar de ir mesmo que só nessa aventura que promete ser uma experiencia nova e única, até porque a cada cicloviagem se aprende algo novo, e os momentos peculiares não voltam mais. Passagem comprada e alforges pronto,bike revisada e o coração cheio de alegria, lá vou eu.

Pra começar não quis incomodar meus filhos e resolvi ir de minha casa a rodoviária pedalando e isso já deixou a esposa apreensiva, mas correu tudo bem. Cheguei em São Bento do Sul, onde se inicia o Circuito das Araucárias, e logo fui na Secretaria de Turismo, onde fui muito bem atendido. O circuito das araucárias passa por 4 municípios de Santa Catarina, local de esplendida beleza.

Foram 5 dias de pedal solo, com chuva em um dos dias e bastantes descidas e subidas que me fizeram refletir bastante. Conheci pessoas maravilhosas como a família Helmuth, Cristina da Casa Antiga, Sr. Severio do Parque das Aves, o Magno, os irmãos Alessandro e Anderson Demarchi da Bicicletária Demarchi’s e outros que não lembro o nome no momento.

Foto: acervo pessoal Douglas Cordeiro
Foto: acervo pessoal Douglas Cordeiro

Um fato engraçado que me ocorreu no último dia. Estava eu subindo a serra da Dona Francisca com a bike cheia de barro e avistei dois touros “lindos e soltos” que começaram a correr em minha direção; Dai pensei: “e dai?”. Usei a única arma, o grito. Gritei alto e balancei os braços e por sorte eles acreditaram na minha valentia em encarar os dois sozinhos e mudaram de direção. Ufa! Vamos continuar pois tenho que chegar antes de escurecer. Passei passei sebo nas canelas e continuei o pedal. A fome, sede e o cansaço do último dia dos 248 km já percorridos estavam começando a dar sinais, quando de repente levantei a cabeça e me deparei com uma onça atravessando a estrada. Fui pego de surpresa, pois estava de cabeça baixa e ouvindo “My Way” do Frank Sinatra e ela parou! Pensei, preciso tirar uma foto, não sei o que se seguiu e fui pegar o celular, dai ela ela resolveu não sair nessa matéria e caiu na mata.

Por fim conclui todo o Circuito das Araucárias com muita fé em Deus e na companhia de “D. Francisca a Estrada”.
Douglas- DC Bike

http://circuitodasaraucarias.com.br/circuitos
http://www.demarchisbike.com.br/
http://www.parquenaturaldasaves.com.br/

[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades do Circuito das Araucárias, pode consultar campings, pousadas e hotéis nos links abaixo:

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.

Entre a “segurança” e a experiência: a escolha pela bicicleta

Faz 5 anos que ando de bicicleta, e tudo começou com um pé na bunda.
Meu ex-namorado não quis casar comigo, a grana que juntei comprei um carro. Consegui quitar e logo depois… o carro foi roubado.
Estava rica. Vinte e um mil reais na minha conta do seguro. O que eu fiz? comprei um outro carro? Nãooooooooo, fui torrar a grana na Europa durante 3 meses.

Foto: acervo pessoal Helen Cardoso
Foto: acervo pessoal Helen Cardoso
Foto: acervo pessoal Helen Cardoso
Foto: acervo pessoal Helen Cardoso

Quando voltei, estava zerada de grana, pobre de novo, ( mas rica de experiências ).
Precisava trabalhar, então comprei uma bike para economizar no ônibus. Foi aí que tudo começou, Hoje sou amante da bike e cicloturista, não tenho dois pés, tenho duas rodas.

Foto: acervo pessoal Helen Cardoso
Foto: acervo pessoal Helen Cardoso

Dicas de Hospedagem

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A minha escolha pelo downhill

Por Jona Hill

Quando eu era pequeno jogava futebol às vezes na escola, até conhecer um amigo novo que veio morar perto de casa. Eu tinha uns 10 anos e ele tinha uns 13. Eu via ele empinando sua bicicleta e eu achava o máximo, nunca tinha visto algo antes, e logo me empolguei e já pedi pra ele me ensinar.

Ele tinha uma [bmx] cross preto fosco, coisa mais linda, e eu tinha uma cross da ciclo bem simplesinha. Eu tinha um amigo que praticava downhill ele também conhecia o novo amigo que veio morar perto de casa. Nosso sonho era ter umas bikes de downhill futuramente. Eu tinha 12 anos e meu amigo 16, e ele começou a trabalhar e logo comprou sua bikezinha. Abrimos uma pista aqui em casa e todas as tardes nós andávamos. Pedia para os meus pais para eles me darem uma bike igual aquela, mas eles sempre falavam: “quando tu crescer você trabalha e compra uma pra você”. Era sempre a mesma história, então meu amigo andava na pistinha com a bike dele e eu com a minha cross caindo aos pedaços. Quase sempre dava problemas nela e eu tinha que juntar grana para arrumar, normalmente eu ajudava meu avô na roça ele me dava uns trocos. Ficava lá um fim de semana inteiro e o ajudava, e também catava latinhas por ai, tudo isso para realizar o meu sonho.

E assim foi indo. Quando completei 14 anos, me inscrevi no jovem aprendiz que é um programa cooperativo que você trabalha nas cooperativas, e ali consegui juntar mais grana ainda e consegui comprar minha primeira bike. Ela era bem simples, com umas peças bem fajutas mas eu pensava: “batalhei para chegar aqui e não vou desistir da bike tão cedo”. Conheci novos amigos da bike, troquei as peças que eu queria, estava tudo sendo perfeito do jeito em que eu sonhava.

Acabava o domingo e eu já esperava chegar o fim de semana para estar com os meus amigos na minha pista. Todos reunidos e mostrando o que sabiam de melhor, aprendendo uns com os outros. Meus pais não me incentivam neste esporte, acham que é para loucos, mas eles não sabem que quanto mais eles falam isso mais eu ganho forças para erguer a cabeça e continuar seguindo em frente.

Foto: acervo pessoal Jona Hill
Foto: acervo pessoal Jona Hill

Às vezes chego em casa da pista e conto tudo o que aconteceu. Eles dizem: ”humm legal”, eu viro minhas costas e vou em bora. Mas às vezes o que mais me dói é quando eles me falam: ”tu não ta afim de fazer algum esporte?”. Ai eu todo desanimado, com uma dor no coração respondo: ”sim, eu pratico um esporte”. E eles dizem: “ah, isso que tu faz não é um esporte, os filhos dos meus amigos todos vão em escolinhas de futsal”. E eu digo: “que bom, desejo o maior sucesso a eles. Mas se você quiser me ver em uma escolinha de futebol, quem sabe verão meu outro irmão que tu vai ter que fazer, porque se depender de mim, puxe uma cadeira e se sente. Desde pequeno eu lutava pelo o que eu queria, corri atrás de tudo pra eu ter um sorriso no meu rosto, e agora nenhum de vocês ira conseguir mudar”.

E eles falam: “que nada, daqui um tempo tu esquece a bike e já ta na fase de namorar e de comprar carros”. E eu digo: ”sim, eu vou ter uma namorada, vou ter meu carro, e vou ter minha casa. Mas a bike, isso pode esquecer que eu vou largar. Ainda mais pra jogar um futebolzinho que só da briga. Olha quando acontece jogos nos estádios, é briga e troca de tiros é só isso que você vê lá. Agora vai conhecer as histórias dos bikers, os que fazem ciclismo por ai, aposto que devem ter histórias muito boas para se contar de lugares que foram. No downhill que é o meu esporte nunca se vê briga. Todos os corredores se desejam sorte na pista e que nada de ruim aconteça com eles. Eles não se importam em ganhar apenas ligam para os momentos bons que é estar la com os amigos, conhecendo novas pessoas e aprendendo um pouco mais da bike.”

A todos que leram minha história, só desejo sorte a todos vocês da bike e que levem seus ensinamentos a diante, cuidado pra galera do pedal nas estradas pois os motoristas não cuidam nem um pouquinho. Enfim, jamais desista dos seus sonhos.

Espero que minha história sirva de motivação para todos vocês bikers e jamais desistam daquilo que vai fazer vocês felizes.

A força que a gente tem: mais uma viagem de bicicleta

Por Alessandra Arriada

A gente não sabe a força que a gente tem. A verdade é essa. A gente se joga, treina, a gente pensa, racionaliza, se prepara. Mas no fim a gente não sabe se aguenta mesmo, se reage e como reage. A gente acha que vai desabar, chorar e nem conseguir tentar. A gente imagina nem sair de casa, pensa em pedir ajuda, pensa que deveria ter juízo, pensa em companhia, pensa em não estar só, pensa em impossibilidades, limitações. A gente se olha frágil, se olha menor, humana, minoria, limitada.
Mas a força vem. De um lugar escondido onde moram todas as forças escondidas desse planeta. Quando abrimos o coração, a mente, as ideias, elas surgem e nos levam a um estado búdico de felicidade plena, acima do limite físico, acima do entendimento. Simplesmente vemos que podemos ir além, ser o que quisermos, chegarmos onde queremos.

A viagem surgiu de uma ideia de retomar viagens. O sentimento de amizade único nos unia, nos levou a querer estar junto, a se divertir junto, a agregar mais, a aprender e a se divertir. O pedalar, o vento no rosto, os risos me apertavam o coração de saudade. Queria mostrar as rochas o lugar e o estar entre os meus. O sol, o esforço, a água, as decisões acertadas e desacertadas, o companheirismo, a liberdade plena, a chegada, a partida, a rocha, as limitações esquecidas, as experiências únicas. O hedonismo puro me move. O amor entre as pessoas, em minha vida, o entender, o viver, sem deixar pra lá, sem esmorecer, sem amornar, o intenso, o novo, o alegre, é a minha essência.
Contabilidade: 72km de bicicleta, sendo 25 empurrando a carga, 2 pneus furados, 10 amigos novos, 1 via encadenada acima do grau, 7 vias curtas encadenadas com alegria,1 projeto, 5 amigas escalando juntas, 1 lugar maravilhoso.

Foto: acervo pessoal Alessandra Arriada
Foto: acervo pessoal Alessandra Arriada

Já haviam acontecido outras duas viagens, as melhores da nossa vida, ambas para o Uruguai. Muito imprevisto, sonho riso, muita amizade, onde acampamos, pedalamos sem equipamento nenhum, conhecemos muita gente e chegamos em Valizas com a alma e coração lavados. Mas essa última é especial pois marca um fim de uma história. Mostra uma analogia muito verdadeira com a vida, uma viagem de bicicleta, assim como uma amizade, como uma dor e um amor, eles tem começo, meio e fim. E tem um monte de coisa no caminho. Tem toda uma trama até o desenlace. E não necessariamente o desenlace importa e até mesmo muitas vezes é o menos importante. A amizade se foi, divergências como pneus furados, não se podem prever. Mas esse caminho simples, de Caçapava do Sul até Minas do Camaquã nos mostrou muito mais do que simples pedriscos, cantorias, cansaços. Abraços ao pôr do sol, banhos de rio, barraca compartilhada, bicicletas encostadas e mãos sujas da escalada em rocha. O primeiro momento do resto de nossas vidas.

Pra ler a crônica completa com fotos:

http://www.minhascertezasincertas.blogspot.com.br/search/label/bike