Muitos leitores tem pedido mais textos sobre decoração com bicicletas. Eu gosto muito do tema – um dia vou inclusive mostrar aqui o escritório do Até Onde deu pra Ir de Bicicleta, que é todo decorado com bikes – e separei uma ideia bem legal que vi na internet. É um móbile com roda de bicicleta.
Móbile com roda de bicicleta. Foto: Lauren Clark
Os móbiles são feitos a partir de um conjunto de estruturas que podem ser interligadas por fios e cabos, equilibrando-se através da distribuição de peso. Com essa organização, as estruturas ficam livres e se movimentam com a ação do vento. No caso dessa imagem a estrutura principal do móbile é a roda da bicicleta, que serve de suporte para os fios que sustentam os aviões de papel.
Essa é uma ideia bem bacana, e você pode escolher o que quiser para pendurar na estrutura da roda, inclusive bicicletinhas em miniatura. Os móbiles são muito utilizados na decoração do quarto de bebês e crianças, principalmente por proporcionar um visual colorido e estimulante (já vi muitos móbiles no berço do bebê). Mas já vi também alguns escritórios e casa com móbiles bem interessantes na decoração.
Vou tentar escrever mais sobre decoração com bicicletas aqui no blog. Se você quiser ver os outros posts que já escrevi sobre o assunto, basta clicar no link abaixo.
* Esse é o segundo texto das aventuras de Zeca, ciclista urbano recém chegado às ruas, personagem das crônicas do colunista Humberto Brito. Para acompanhar os outros textos, clique aqui.
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Bons Ventos: um processo de auto-convencimento!
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Zeca já tinha decidido adotar a bicicleta como transporte diário para o trabalho, mesmo com tantas dúvidas. Saiu à compra de sua bicicleta e depois de umas vinte horas de pesquisa na internet e consultoria de vendedores opta por uma bicicleta híbrida, urbana, que não chama muito a atenção e um pouco mais barata. Já que é uma experiência e como todas, pode ser interrompida por várias questões.
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A compra da bicicleta não necessariamente marca a transição. À medida que se afasta a possibilidade de não ter uma bicicleta como desculpa para já não estar indo e vindo sobre pedais, apresentam-se novas dificuldades. O trajeto não é só o trabalho e a viagem tem que necessariamente incluir o terceiro turno, a faculdade. Como bom brasileiro prevenido, talvez isso seja uma contradição, faz-se uma pesquisa de possibilidade de guarda da bicicleta nos locais de parada. No trabalho, bicicletário previsto e pouco usado. Na faculdade, permissão para estacionar a bicicleta no estacionamento dos professores, interno e vigiado.
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Parece que os problemas estão selecionados, mas cabe uma reflexão. O bicicletário, quando existe, dá sempre a impressão de ser algum arremedo para se livrar da insistência de algum bicho-grilo, ecochato ou biodesagradável que inventa essa coisa de andar de bicicleta só para tirar o sossego da administração predial. Não haveria no mundo um projeto de bicicletário que não amontoasse umas bicicletas nas outras e fizesse despencar tudo justamente na sua? Zeca se lembra de que as empresas, em Amsterdã, possuem gaiolas individuais para a bicicleta, de uso coletivo, com o cadeado pessoal, que tamanha a segurança, é raramente usado.
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Nós precisamos nos dedicar a valorizar mais a opção saudável e sustentável de alguns colegas. Precisamos nos dedicar mais para resolver o problema coletivo, mas isso é um assunto profundo, pensa Zeca.
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O fato é que não a desculpa do local para guardar a bicicleta foi superado. Zeca criou outra. A segurança do ciclista no trânsito é desprezível, ou seja, tende a zero. Isso é uma bomba em cima da idéia de Zeca. Reflexivo, Zeca começa a pensar nas possibilidades de caminho, menos movimentadas, as travessias e chega em casa, liga a televisão já tarde da noite, para ouvir um punhado de notícias antes de dormir. Noticiário para Zeca é um vício. Ironia do destino, no último bloco de um jornal é exibida uma matéria do ganho que as ciclovias estão proporcionando aos ciclistas urbanos.
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Zeca para. assiste e pensa que se um morador de uma cidade satélite de Brasília, que é distante do centro, roda vinte quilômetros diários para vir trabalhar e mais vinte para voltar para casa e elogia que agora tem ciclovia por todos os lugares, porque ele acha que não é possível para ele fazer três? Essa pergunta ecoa até o próximo sábado, quando Zeca vai buscar a bicicleta na loja. Voltando para casa pensa em fazer simulações de caminho, no final de semana, para quando começar, ter mais segurança.
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Zeca se vê enrolado, pela falta de desculpas para não começar. Mal sabe ele que mesmo inconsciente, ele ainda procura outras desculpas.
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Encontrará? Conto nos próximos capítulos.
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* Esse é o segundo texto das aventuras de Zeca, ciclista urbano recém chegado às ruas, personagem das crônicas do colunista Humberto Brito. Para acompanhar os outros textos, clique aqui.
O capacete de ciclismo é um item fundamental para a segurança do ciclista. Mas com tantos modelos diferentes, as vezes fica difícil escolher. Pensando nisso, preparei mais um Guia Especial para os leitores do blog. Vou dar dicas de como escolher o capacete de ciclismo ideal pra você. Espero que gostem!
Se preferir, assistam a esse conteúdo em video
E no final do post temos uma lista pra você pesquisar modelos e preços atualizados de capacete
Como escolher seu capacete de ciclismo
A primeira coisa que se deve levar em conta na escolha do capacete é o tipo de modalidade ou o uso que você fará dele. Abaixo você confere os principais tipos de capacete encontrados no mercado.
1 – Capacete aberto
capacete de ciclismo aberto
Também chamado “meia casca” ou “meia concha”, é o modelo mais conhecido e também o mais utilizado. Seu formato é parecido com uma concha serve para melhorar a aerodinâmica na pedalada e no caso, e também para ser mais eficiente em quedas “horizontais”Alguns modelos vem com uma aba removível, que protege não só do sol como também de galhos e outros objetos, e por isso são os preferidos dos praticantes de mountain bike. Existem também os modelos sem aba, que são os mais utilizados no ciclismo de estrada.
2 – Capacete “coquinho” ou urbano
capacete de ciclismo urbano
Esse modelo é mais indicado para modalidades onde há o risco de uma queda vertical. Por isso, ele é um pouco mais fechado e achatado na parte superior. É um capacete muito usado pela galera do street, BMX e vertical. Além disso, tem sido utilizado por muitos adeptos do ciclismo urbano e também do bike polo.
3 – Capacete fechado
Capacete fechado
São maiores e mais pesados, indicados para modalidades mais extremas, que envolvem altura e grandes velocidades. Por serem fechados, possuem a proteção para o queixo, e são utilizados pelos praticantes de downhill e muitos do BMX.
Atletas de bmx nos jogos olímpicos: capacete fechado
4 – Capacete de ciclismo de pista
Existem ainda os capacetes próprios para o ciclismo de pista. Esses são bem fechados e testados para vencerem da melhor forma a resistência aerodinâmica nas provas de velódromo. Por conta disso, alguns possuem um prolongamento na parte traseira, além de visor integrado.
Capacete da seleção britânica de ciclismo de pista
Depois de escolhido o uso do capacete, é hora de pensar na qualidade e no preço. Abaixo separei algumas características pra você pensar na hora da escolha.
O que pesquisar quando for comprar seu capacete de ciclismo
1 – Ventilação:
Quanto mais ventilado o capacete, melhor para atividades mais longas. Imagine uma pedalada por longas horas sob o sol. Um capacete bem ventilado não deixa você chegar de cabeça-quente do pedal, literalmente. A ventilação ajuda na transpiração da cabeça e proporciona mais conforto para a pedalada. Nas imagens abaixo você pode comparar a ventilação dianteira e traseira de alguns dos principais modelos de capacetes.
ventilação traseira do capacete de ciclismoventilação dianteira e lateral do capacete de ciclismo
2 – Regulagens
Além dos tamanhos diferenciados (P, M, G etc), os capacetes possuem regulagens para melhor ajustar na cabeça do ciclista. Alguns vem apenas com a regulagem do queixo e orelhas. Outros vem também com a regulagem de cabeça na parte traseira, que deixa o capacete mais firme (detalhes das fotos).
Regulagens de queixo e orelha do capacete de ciclismoRegulagem de cabeça na parte traseira do capacete
3 – Material
A maioria dos capacetes são feitos em isopor, que é considerado um bom material para absorção de impactos. Os modelos mais modernos e caros são revestidos com polímeros, alguns deles inclusive com fibra de carbono, o que os deixa bem mais leves. Além disso, a “casca” que envolve o capacete tem também a função de absorver energia no caso de impacto. Além disso, fique atento para o sistema de espumas internas do capacete, que aumentam bastante o conforto.
Onde comprar capacete de ciclismo com bons preços
O preço do capacete de ciclismo varia de acordo com os fatores acima. Quanto melhor o material, mais leve, melhor ventilado e confortável for o capacete, mais caro ele será. A principal dica desse post é pedalar com segurança!
Onde comprar capacete de ciclismo
Os capacetes mostrados nesse post (e outros modelos diferentes) você pode encontrar nos sites abaixo com preços atualizados:
No último dia 15 de março, foi ao ar pela Rádio Inconfidência AM uma entrevista concedida por mim. O programa se chama “Inconfidência de Todos os Esportes”, que vai ao ar todo sábado das 11:05 às 12hs.
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Na oportunidade, falei da minha escolha pela bicicleta como meio de transporte, do meu trabalho envolvendo a bike – especialmente deste blog e dos leitores que contribuem comigo. Falei também dos desafios e benefícios do uso da bicicleta como meio de transporte.
Recomendo também escutarem as outras matérias do programa, todas disponíveis no site da Rádio Inconfidência. Acho sensacional a ideia de um programa esportivo que dá espaço para os mais diversos esportes e assuntos além do futebol, que domina 90% (se não mais…) do tempo da programação dos maios de comunicação em nosso país.
Na semana passada recebi o vídeo acima, produzido pelo amigo Pippo Cariglia durante nossa viagem de bicicleta pela região da Puglia, na Itália.
A viagem foi realizada em setembro do ano passado, e gerou uma série especial do blog chamada Cicloturismo na Puglia, com 12 textos, 8 vídeos e muitas fotos.
Nosso passeio começou pela cidade de Alberobello, e seguiu por cerca de 400 quilômetros, passando por cidades como Ostuni, Brindisi, Lecce, Otranto, Santa Maria de Leucca e Galípoli, entre outras.
* Esse é o primeiro texto das aventuras de Zeca, ciclista urbano recém chegado às ruas, personagem das crônicas do colunista Humberto Brito. Para acompanhar os outros textos, clique aqui.
Eureka! Nasce um ciclista urbano!
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O dia amanhece normal. Tudo igual, como há dezenas de quarta-feiras que não eram de cinzas mas de muito trabalho. Dia cheio, tranquilo somente do ponto de vista de compromissos. Zero reunião na parte da manhã, zero documentos com prazo de entrega máxima para esse dia. Ótimo banho matinal, compondo-se posteriormente com tranquilidade na escolha da roupa. Café da manhã com primeiras notícias do dia. A essa altura, José de Alencar já está com inveja de tantos detalhes na descrição do moderno e simples ritual diário de aprontar-se para sair para o trabalho.
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Pois bem. Eis que é chegada a grande hora para Zeca. Grande porque ele ainda não sabe o tamanho da mudança que ocorrerá em sua vida quando, ao levantar de sua cadeira habitual, desligar os equipamentos, a televisão, alcançar as chaves do carro, descer o elevador, entrar no carro, colocar a chave e quê? como assim? como pode o carro não funcionar? óleo? ok. água? ok. Estando incapacitado para ir além, Zeca não vê outra saída a não ser ligar para o seguro. A atendente, pela experiência ou pela repetição, rapidamente dá o diagnóstico, sem entonação, emoção ou sequer, cuidado. Senhor sua bataria deve ter acabado. Precisa fazer chamado para a assistência técnica e eles demoram até duas horas. !
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Zeca, irritado, diz que não pode esperar e depois liga de novo. A irritação faz lembrar que na infância, quando algo saia errado, Zeca saía a andar, a correr, a subir em árvore a fazer qualquer coisa que o impedisse de explodir e se põe a caminhar em direção ao trabalho. Caminho é curto demais e aproximadamente dois quilômetros e meio depois do início da caminhada e passados vinte minutos, um corpo cheio de endorfina chega ao trabalho.
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O dia passa como se fossem minutos. E a caminhada de volta se revela inevitável. É esse o grande momento! Zeca caminhando, menos estressado com a atendente do seguro, vê as plantas na rua, passa por pessoas, por cartazes, por grafites, alguns cheios de arte, e sobretudo percebe uma conexão com o mundo exterior ao para-brisa do carro que estava, no mínimo, abandonada. Volta a racionalidade e anota que sua caminhada leva, na prática, o mesmo tempo que o trajeto de carro. Sem estresse e engarrafamento, imagina que de bicicleta o tempo seria reduzido pela metade ou ainda mais!
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Se Zeca fosse Arquimedes, correria pela rua, pelado, gritando Eureka, Eureka, Eureka. Com certeza iria! Ainda bem que era mesmo Zeca e não Arquimedes. Contudo, com tudo isso e como toda ideia, Zeca se via agora com uma série de necessidades e questionamentos. E o primeiro era qual bicicleta comprar. Isso, porém, é assunto para outras pessoas, mais especializadas, pois durante as conversas com Zeca, o que menos me interessava era os detalhes técnicos das bicicletas.
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A partir de tudo isso, Zeca começou um processo de mudança de estilo de vida que afetou todo o pensar, agir, fazer, querer. Também afetou índices orgânicos, pressão, colesterol, visão, audição, olfato, tato, e, juro, paladar!!
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Isso, porém, é assunto para os próximos capítulos.
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* Esse é o primeiro texto das aventuras de Zeca, ciclista urbano recém chegado às ruas, personagem das crônicas do colunista Humberto Brito. Para acompanhar os outros textos, clique aqui.