A bicicleta e a transformação psicológica

Por Richard Antunes

Queridos leitores , iniciar os textos como colunista , foi um tanto quando difícil para mim, pois do meu ponto de vista , fica complexo começar sobre um determinado assunto no que tange a ciclismo e triathlon. Os assuntos são infinitos. Pois bem, iniciemos então com explicações de como tudo começou.

A bicicleta e a transformação psicológica

Até meados do mês de maio de 2009, minha vida era de um tremendo sedentário. Trabalhava como um louco, me alimentava muito mal (isso incluía ficar 5, 6 , 7 , ate 8 horas sem nenhuma refeição), e quando parava para comer, vocês sabem né? Batia aquele baita prato. Dormia em media 4 a 5 horas por noite, sem contar na quantidade de bebida alcoólica e remédios para dormir que eu consumia, no mínimo 4 vezes por semana. Este estilo de vida começou a me custar muito caro. Caro no sentido de pagar um preço alto com meu corpo e minha qualidade de vida. Neste ponto eu que tenho 1,78 metros,  já estava pesando 100 kg com um percentual de gordura girando em torno de 30 a 31%. Estava hipertenso, e com algumas alterações em nível sanguíneo, e isto com apenas 31 anos.

O resultado disso foi procurar um médico, pois, como quem me conhece sabe, já fiz uma cirurgia cardíaca e as coisas não estavam muito boas para mim. Na consulta o cardiologista me pediu uma serie de exames, e todos apresentaram problemas. O doutor foi categórico: “Richard , se você não mudar seu estilo de vida , iremos entrar com remédios para pressão arterial e para outros problemas, e só existe uma saída para você fugir disso: atividade física. E caso não inicie, as coisas vão piorar para você”.

Fui embora para casa de cabeça baixa, refletindo e pensando se realmente eu queria continuar daquele jeito. Fiquei pensando sobre tudo, e percebi que eu só ficava cansado, que não tinha energia para nada. Que minha vida estava horrível em todos os sentidos. Psicologicamente eu não tinha emocional para lidar com as dificuldades do dia a dia e a bebida tornou se uma válvula de escape para tudo. Nos dias que se passaram do dia da consulta, eu só refletia e, um dia resolvi procurar uma academia. Me matriculei para a musculação e na entrevista com o professor que iria montar minha ficha, eu expliquei que eu queria mudar de vida, que eu queria perder peso, que eu queria ter prazer em fazer atividade física, e de inicio fui ferrenho: ” – Professor, eu ODEIO correr”. E ele disse assim ;
“Calma Richard, tudo no seu tempo”. Isto foi primordial para que eu ficasse tranquilo.

Mas vamos ao que interessa né ? Comecei fazendo treinos de musculação intervalados com corrida na esteira, onde eu ficava na esteira por 10 minutos com series de 2 minutos de caminhada mais 2 minutos de trote, e corria para malhar um grupo muscular. Isso era feito três vezes por semana. Após os treinos eu me sentia exausto , mas com aquela sensação de prazer e relaxamento. Como sou curioso demais, comecei a pesquisar sobre as sensações que eu sentia e descobri que meu corpo liberava algumas substâncias que me deixavam com aquela sensação, e isto começou a me viciar. Quando percebi, eu estava já a 2 meses neste esquema e com 5 kg a menos. Perai! Cinco Quilos a menos??? Mas eu nem gostava de correr!! Pois bem, nesta brincadeira, por intermédio de um grande amigo de infância, Bruno Pinheiro, decidi comprar a porta de entrada para a minha felicidade, a minha terceira bicicleta.. (em outro texto explico a historia das duas primeiras – Que não tiveram um final feliz ;-).

Montei a primeira bicicleta de Mountain Bike, e decidi fazer trilha com este meu amigo, o Bruno. Na primeira trilha que fiz, sofri. Ah meu Deus mas eu sofri demais e só ficava para traz, e nunca terminava, as pernas doíam, nunca chegava e o estomago estava mal (não soube me alimentar), a garganta ficava seca demais (não sabia me hidratar), e quando eu ficava para traz eu pensava o tempo inteiro em como seria bom ficar com o pelotão da frente… Terminei a trilha destruído, com aquela sensação de “o que que eu tava fazendo ali”, em pleno domingo ao meio dia, pedalando desde as 6 da manhã. Fomos embora, e no caminho para casa, fui pensando em como havia sido bom. Espera aí, mas tinha sido bom sofrer daquele jeito ??? Sim! Pode parecer maluquice, mas só quem é moutain biker, corredor, triatleta e atletas de atletismo no geral vão me entender, pois achei delicioso aquilo tudo. As montanhas, as novas amizades, os novos conceitos, as parcerias em ajudar nas dificuldades, o trabalho em equipe para andarmos todos juntos, a parada da turma inteira para ajudar a trocar um pneu furado e mais uma série de questões que ficaram na memoria. A partir daquele dia eu decidi mudar a minha vida, por causa de uma simples bicicleta.

Lapinha-serra

Decidi levantar 3 vezes na semana antes de ir trabalhar para pedalar no asfalto mesmo, e intercalar com corrida, e nesta altura do campeonato tive que mudar minha alimentação, pois não tem como você almoçar uma feijoada na sexta feira  e ir correr 5 km de tarde não é mesmo ? Descobri que melhorar a alimentação era um efeito colateral da atividade física, pois era necessário alimentar se de refeições leves e práticas para serem digeridas rapidamente e serem transformadas em energia para o treino seguinte e neste ponto , eu já tinha pulado de 100 KG para 90 Kg. Sim, perdi 10 kg em menos de 4 meses e não precisa nem falar o que isto representa socialmente não é mesmo? Tratava-se de um efeito fantástico em minha vida, pois tudo estava alterado. Tinha perdido peso, mudado alimentação, aprendido a ter mais foco, mais organização e a lidar melhor com o tempo, sem contar a parte mais interessante que era de eu ter reduzido o uso de bebida alcoólica em uns 90%. Sim, eu estava vencendo, e tudo graças a um passeio no mato de bicicleta. Neste ponto, eu já corria 2 vezes e pedalava 3 vezes na semana , e o domingo era o maravilhoso dia de encontrar a turma as 5 da manhã para nosso pedal , e isto se tornou rotina.

Fiquei neste ritmo por uns dois anos e participei de provas de moutain bike, mas eu ainda estava inquieto, e um dia pesquisando na internet, vi uma reportagem sobre um cara que tinha saído do trabalho de helicóptero com a namorada para sua casa de praia e no meio do caminho houve uma tempestade que jogou a aeronave no mar e havia 4 pessoas , o sujeito , a namorada dele , o copiloto e o piloto .Resultado da tragédia: a namorada e o piloto morreram, e o sujeito, chamado João Paulo Diniz, nadou a noite, com tempestade e sobreviveu. Céus, me veio a pergunta: o que faz um sujeito abalado psicologicamente por saber que a namorada estava para traz se afogando, conseguir nadar debaixo de uma tempestade no escuro e ainda por cima conseguir se salvar em alto mar? Isto me martelou a cabeça e fui pesquisar para saber o que o cara fazia da vida. Bom, de inicio descobri que ele era filho do dono da rede de supermercado Pão de Açúcar, mas sabia que não era isto que o tornava um ser humano diferenciado dos demais. Na sequencia descobri que ele era um Triatleta. Mas o que mais me chamou a atenção, foi o lado emocional do cara em conseguir dar braçadas seguro e confiante do seu destino, e isto foi o que me levou em busca de me tornar um mutante, porque o que me interessava era construir um caráter de aço como o João Paulo teve ao se salvar. Sim, tenho o habito de dizer que nós triatletas somos mutantes, porque para fazer o que fazemos , só existe uma explicação. Definitivamente não somos normais !!!!E foi ai que tudo começou…

Tri abraços a todos e a saga continua no próximo texto…

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Um treino qualquer

Por Vitaly Costa e Silva

Um treino qualquer

Primeiras pedaladas afastando-se da calçada de casa. Curva à esquerda e um mergulho numa leve descida. Velocidade até encontrar os buracos na terra preenchidos com restos das águas da última chuva. Asfalto liso e o pedalar segue reto e preciso. Paralelepípedos fazem tremular braços, roupas e pernas. Atravesso parte da cidade e ganho a estrada.


Duas retas meio curvas, lisas e rápidas. Uma curva à direita e um profundo mergulho numa forte descida. O prazer da velocidade e do vento. O gosto da infância. Sinto o cheiro de uma época que eu não soube precisar qual. O mundo para.


Uma longa reta. Vento contrário. A ignorância soberba sentada ao volante tira um fino da bicicleta. O tremular do susto vem acompanhado da adrenalina que toma o corpo de assalto de ponta a ponta. Um suor frio e lento é expulso pelos poros e me liberta do medo. Até que o silêncio e a calma retornam. A concentração e o não-pensar-em-nada voltam ao domínio da mente.


Nova reta de paralelepípedos mal colocados que sacodem a máquina e o corpo e tentam embaralhar a concentração. O olho tenta fixar uma reta inexistente. Curva à direita. Uma ponte precede duas leves subidas. Asfalto novamente. O barulho do ônibus denuncia a enorme força desprendida para vencer a ladeira e dói nos ouvidos. Rápida descida leva a um pequeno túnel inacreditavelmente feito numa curva. Voo rasante por debaixo dos trilhos.


Entrando na ponte vejo e escuto o rio. A imensidão da paisagem faz o mundo parar de novo. A música do rio para a mente. Deixo a ponte. À minha direita, num nível acima, a linha do trem. O barulho da composição vem baixo, me alcançando lá de longe. Cada vez mais perto. Cada vez parecendo mais rápido. Um turbilhão de sons de ferros em atrito me engole num repente. O sol, observando tudo pelo lado oposto, projeta a sombra do trem sobre a minha, fundindo as máquinas por alguns segundos. E o trem passa, levando todo o barulho consigo, deixando apenas o suave e contínuo entoar da corrente.


Fim da linha. Sentado na praça, observo a velha estação. O trem, agora também parado, faz silêncio do outro lado. O sol, mais ao fundo, desta vez escondido entre nuvens, permite ao céu um azul mais vibrante. O telhado da estação, velho e abandonado, com sua estrutura quebrada, parece formar ondas. Sobre as ondas perambulam pombos entediados. Meninos passam gritando felizes em suas bicicletas. Os pombos se assustam com a alegria dos meninos e voam. Passam em frente ao relógio da estação, cujos ponteiros parados me fazem lembrar do tempo. Subo na máquina e retorno ao mundo.

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Cicloturismo na Puglia – Itália. Dia 6: de Otranto a Santa Maria de Leuca

Esse post faz parte da série Cicloturismo na Puglia – Itália. Foram 8 dias de pedaladas pela região da Puglia, a convite da Italy Bike Tour. Para conhecer o roteiro completo da viagem clique aqui.

Dia 6 – de Otranto a Santa Maria de Leuca

Nosso sexto dia de viagem continuou com muito sol, praia e belas paisagens. Nosso destino era Santa Maria de Leuca, a ponta da Itália! Eu e Walter acordamos cedo e voltamos para o centro de Otranto, para algumas fotos. A cidade estava ainda mais bonita durante o dia, com muitos barcos e belas construções.

Vista de Otranto...
Vista de Otranto… Foto: André Schetino.
Otranto e seus castelos. Foto: André Schetino.
Otranto e seus castelos. Foto: André Schetino.
Otranto
… belas casas… Foto: André Schetino.
Otranto
Os barcos em Otranto. Foto: André Schetino.

Depois nos reunimos com os amigos de pedal, e as 10 da manhã iniciamos nossas pedaladas. Logo avistamos o mar, que estava lindo. Sua cor misturava o azul com o prateado formado pelos raios do sol, e permaneceu assim durante muito tempo. Vimos também uma cava de bauxita, com um lago embaixo das montanhas de minério vermelho.

A cava de bauxita
A cava de bauxita
O belo mar na saída de Otranto
Giulio e João, com o belo mar na saída de Otranto

O caminho ficava cada vez mais bonito a beira mar. Pedalamos por uma grande reta, uma estrada de asfalto com flores brancas dos dois lados sempre acompanhados do mar azul-prateado à nossa esquerda. Mas o percurso hoje ficou marcado pela mistura de subidas – não muito íngremes e um pouco longas, para passar a região de pedras – e descidas que nos levavam de volta a belas praias. No alto tínhamos muito pontos de mirantes, e foi muito bonito avistar o litoral, as cidades que estavam por vir e as outras que deixávamos para trás.

Como bom mineiro, de braços abertos pra o mar!
Como bom mineiro, de braços abertos pra o mar!
Caminho de subidas, com belos mirantes...
Caminho de subidas, com belos mirantes…
... e um mar sem fim!
… e um mar sem fim!

Nosso primeiro banho de mar foi na praia de Porto Badisco, com um belíssimo visual. Lá encontramos um casal de cicloturistas holandeses, e aproveitamos os momentos de uma boa conversa. Eles já eram bem mais velhos e tivemos uma aula de vida, com as experiências de duas pessoas que estão há tanto tempo juntas, e mantendo o espírito de aventura.

O primeiro mergulho do dia, em Porto Badisco
O primeiro mergulho do dia, em Porto Badisco

Seguimos então, pedalando até chegarmos em Santa Cesarea Terme. Uma pequena cidade do litoral com um castelo de inspiração árabe, que se destaca na paisagem da cidade. Lá paramos para um sorvete e conversamos um pouco aproveitando o sossego do lugar.

A bela vista de Santa Cesarea Terme
A bela vista de Santa Cesarea Terme

Nosso destino agora era a cidade de Castro, onde paramos pra almoçar e aproveitamos mais uma vez o mar. A chegada na cidade foi muito bonita, com suas casinhas brancas e o mar à esquerda. O dia foi de massa com frutos do mar no restaurante Grota del Conte, mais uma vez acompanhado de nosso delicioso tiramisu! hehehe

Chegada à cidade de Castro
Chegada à cidade de Castro

A região tem praias muito bonitas, e além das subidas e descidas de bicicleta, experimentamos também o entra e sai da água. Era até engraçado, porque nadamos bastante em Porto Badisco e em Castro, antes de seguir pedalando. Pouco tempo de pedal depois, ao chegar na próxima praia, tinha a sensação de que o lugar era tão bonito que não tinha como não entrar no mar. Sorte que meus amigos de viagem tiveram o mesmo sentimento. A foto abaixo é da praia de Aquaviva, linda! Não tinha como recusar um mergulho não é mesmo?

Acquaviva. Impossível não entrar!
Acquaviva. Impossível não entrar!

E assim foi durante todo o dia. Em um ritmo bom, sem pressa e aproveitando bastante as praias e o dia de sol. Após Aqcua Viva, tivemos uma das subidas mais longas do percurso. Quando começamos a descer, Giulio encostou ao meu lado e disse: “presta atenção no que vem pela frente”. Ele já conhecia a região e já deve ter visto a reação de muitas pessoas ao ver aquele lugar. Por isso mesmo notei que ele ficava satisfeito ao ver minha cara de espanto e de admiração pela paisagem que se abria bem diante de mim.

À medida em que íamos descendo pedras enormes iam se aproximando e crescendo diante dos nossos olhos. Chegávamos ao Ciolo, região com pedras muito altas à beira mar. O mar entrava por entre duas colunas muito grandes de pedras, formando cavernas e um visual maravilhoso. Ali tivemos um fim de tarde especial. Curtimos o visual, tiramos fotos, participamos inclusive do book de casamento de um casal que fotografava por lá (tiramos fotos os 5 ciclistas com os noivos! rsrs).

As grandes rochas do Ciolo
As grandes rochas do Ciolo
... de mar e cavernas...
… de mar e cavernas…
ótimo lugar para mergulhos...
ótimo lugar para mergulhos…
... e também para as fotos de casamento!
… e também para as fotos de casamento!

Depois experimentamos algo simples, mas muito especial, que só pôde ser proporcionado pelo espírito dessa viagem de bike. Ficamos lá sentados nas pedras, os 5 amigos, em silêncio, admirando a belíssima paisagem e o cair da tarde. Sem se preocupar com os quilômetros, com a hora de chegar, apenas curtindo o momento. Me senti muito grato por estar ali naquele lugar, com aquelas pessoas, contemplando aquela linda paisagem. Depois de 6 dias pedalando juntos, formávamos uma bela turma de amigos. Sem precisar falar nada, nos levantamos todos juntos e seguimos viagem.

um dos belos momentos da viagem...
um dos belos momentos da viagem…

Já com a noite chegando avistamos o Farol de Santa Maria de Leuca. Após 57 quilômetros pedalados, chegávamos na ponta da Itália, onde se encontram o Mar Adriático e o Mar Jônico. Ficamos hospedados no Hotel Terminal. Estávamos cada vez mais próximos do destino final de nossa viagem de cicloturismo. Faltavam apenas mais dois dias.

o farol de Leuca. A ponta da Itália.
o farol de Leuca. A ponta da Itália.
Santa Maria de Leuca
Santa Maria de Leuca

Resumo do dia e dados técnicos – Otranto – Santa Maria de Leuca

Kms pedalados: +- 57
Cidades: Otranto, Porto Badisco, Santa Cesarea Terme, Castro, Santa Maria de Leuca.
Alguns pontos de interesse: o dia é do mar e das praias. Todo o litoral convida para os banhos de mar. Aproveite bastante as áreas de Porto Badisco, Castro  e do Ciolo, que também são muito boas para a prática do mergulho. A praia de Acqua Viva é mais rasa, um belo lugar para sentar e ficar.

Dicas de Hospedagem

Se você vai pedalar pelas cidades deste roteiro, pode consultar hostels e hotéis nos links abaixo:

Esse post faz parte da série Cicloturismo na Puglia – Itália. Foram 8 dias de pedaladas pela região da Puglia, a convite da Italy Bike Tour.

Para conhecer o planejamento e o roteiro completo da viagem clique aqui.

Veja também os relatos dos outros dias. É só clicar nos links abaixo:

1º Dia – Chegada em Bari e a reunião do grupo – as primeiras pedaladas

2º Dia – de Alberobello a Ostuni

3º Dia – de Ostuni a Brindisi

4º Dia – de Brindisi a Lecce

5º Dia – de Lecce a Otranto

7º Dia – de Santa Maria de Leuca a Galipoli

8º Dia – Pedal por Galipoli e retorno a Lecce

Quer mais roteiros de cicloturismo na Itália?

Aqui no blog temos um ebook gratuito de cicloturismo na Itália (clique para baixar). São 4 roteiros nas regiões da Toscana, Emília Romana, Dolomitas e Puglia. Todos com muitas fotos e detalhes técnicos de distância e altimetria em cada dia.

Se você preferir, pode receber um roteiro personalizado de cicloturismo, trainning camp ou Granfondo na Itália. Basta pedir o seu clicando no link!

Espero que possa te ajudar a planejar o seu pedal pela Itália.

Cicloturismo na Puglia – Itália. Dia 5: de Lecce a Otranto

Esse post faz parte da série Cicloturismo na Puglia – Itália. Foram 8 dias de pedaladas pela região da Puglia, a convite da Italy Bike Tour. Para conhecer o roteiro completo da viagem clique aqui.

Dia 5 – de Lecce a Otranto

O quinto dia (de um total de 8) de nossa viagem foi um marco. Primeiro por conhecermos Lecce, a cidade de Giulio e Felippo, que nos acompanhavam no pedal. Experimentar a hospitalidade dos amigos em uma cidade maravilhosa foi realmente especial. Outro fator importante: desse dia até o final de nossa viagem, pedalamos pelo litoral, com paisagens deslumbrantes e muitos banhos de mar. Acreditem, para um mineiro apaixonado pelo mar (pleonasmo) isso é muito importante!

Logo pela manhã saímos para um pedal por Lecce. A cidade, de arquitetura barroca, é cheia de vida! Muitas bicicletas, pessoas de todas as idades pedalando muito, turistas, imigrantes… Uma cidade realmente especial. Ficamos um bom tempo no centro histórico, tirando fotos e conversando.

Lecce barroca...
Lecce barroca… Foto: ANdré Schetino
As ruínas antigas de Lecce. Foto: André Schetino.
As ruínas antigas de Lecce. Foto: André Schetino.
No centro histórico de Lecce. Foto: André Schetino.
No centro histórico de Lecce. Foto: André Schetino.

A tia do Felippo nos presenteou com uma travessa enorme de tiramisu, doce preferido de nosso amigo Walter. Uma delícia! O tiramisu fez sucesso e nos acompanhou por uns 100km de viagem! Se tornou uma de minhas sobremesas favoritas também.

Saímos muito animados para mais um dia de pedaladas. Passamos pelo pequeno povoado de Acaia, parando para fotos e um lanche na praça. A cidade era pequenina e muito agradável, com um pequeno castelo e muitas flores.

Em Acaia
Em Acaia. Foto: André Schetino.

Depois disso. o caminho pelo litoral foi se mostrando muito bonito! Saindo de Acaia passamos pela Reserva Natural Le Cesine, administrada pela WWF. Pedalamos por uma estrada que foi uma antiga rodovia. Depois de um tempo desativada, a floresta começava a tomar conta. Encontramos alguns ciclistas pedalando por lá, um trecho muito bonito!

Pouco depois da estrada, o mar! Estávamos em San Foca, pedalando ao lado do mar Adriático. O caminho tinha vários pontos com mirantes, e víamos que era uma região de muitas pedras e cavernas.

Em San Foca, um visual de tirar o fôlego!
Em San Foca, um visual de tirar o fôlego! Foto: André Schetino
João pedalando firme!
João pedalando firme! Foto: André Schetino.

Paramos em um local chamado Poesia. O nome não poderia ser mais apropriado, e até hoje não consigo explicar como me senti ao ver aquele lugar pela primeira vez. O mar passava por entre as pedras e entrava em um “buraco”, formando um poço de água cristalina. As pessoas podiam entrar descendo pela lateral, ou pulando (como nós fizemos). Assim que editar o vídeo coloco aqui no post. É um lugar para se passar o dia todo. Nadamos um bocado, e fui embora com vontade de ficar mais. Mas como os amigos Giulio e Felippo disseram, ainda havia mais belezas pela frente.

... um lugar inspirador!
… um lugar inspirador!
Poesia, nosso primeiro mergulho do dia...
Poesia, nosso primeiro mergulho do dia… Foto: André Schetino.

E eles estavam certos. Nosso pedal seguiu passando por Rocca Veccia, Torre Delorso, até San Andrea, onde paramos para curtir mais praia e também para almoçar – dessa vez acompanhados de nosso delicioso tiramisu!

Área de pesca próximo a San Andrea
Área de pesca próximo a San Andrea. Foto: André Schetino.
San Andrea
San Andrea. Foto: André Schetino.

Depois da siesta, o pedal seguiu com bom ritmo até Otranto. Pela primeira vez na viagem chegávamos ao nosso destino antes do por do sol, depois de 60kms pedalados! Nos hospedamos no Hotel Basiliani, e aproveitamos esse tempo para curtir um passeio à noite pela cidade.

Resumo do dia e dados técnicos: Lecce – Otranto

Kms pedalados: +- 60
Cidades: Lecce, Acaia, San Foca, San Andrea, Otranto
Alguns pontos de interesse: a cidade de Acaia, com seu castelo e praças. Poesia, no litoral de San Foca, é um show a parte. Ótimo para um banho e para passar o dia. Todo o litoral desse trecho é bem bonito. Vale também um banho em San Andrea. Em Otranto, uma boa pedida são os passeios de barco, e também a noite da cidade!

Dicas de Hospedagem

Se você vai pedalar pelas cidades deste roteiro, pode consultar hostels e hotéis nos links abaixo:

Esse post faz parte da série Cicloturismo na Puglia – Itália. Foram 8 dias de pedaladas pela região da Puglia, a convite da Italy Bike Tour.

Para conhecer o planejamento e o roteiro completo da viagem clique aqui.

Veja também os relatos dos outros dias. É só clicar nos links abaixo:

1º Dia – Chegada em Bari e a reunião do grupo – as primeiras pedaladas

2º Dia – de Alberobello a Ostuni

3º Dia – de Ostuni a Brindisi

4º Dia – de Brindisi a Lecce

6º Dia – de Otranto a Santa Maria de Leuca

7º Dia – de Santa Maria de Leuca a Galipoli

8º Dia – Pedal por Galipoli e retorno a Lecce

Quer mais roteiros de cicloturismo na Itália?

Aqui no blog temos um ebook gratuito de cicloturismo na Itália (clique para baixar). São 4 roteiros nas regiões da Toscana, Emília Romana, Dolomitas e Puglia. Todos com muitas fotos e detalhes técnicos de distância e altimetria em cada dia.

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Espero que possa te ajudar a planejar o seu pedal pela Itália.

Cicloturismo na Puglia – Itália. Dia 4: de Brindisi a Lecce

Esse post faz parte da série Cicloturismo na Puglia – Itália. Foram 8 dias de pedaladas pela região da Puglia, a convite da Italy Bike Tour. Para conhecer o roteiro completo da viagem clique aqui.

Dia 4 – de Brindisi a Lecce

Saímos pela manhã da Masseria onde estávamos hospedados e já começamos o pedal por pequenas estradas, e belas plantações. Não chegamos a entrar na cidade de Brindisi, e seguimos pedalando para San Pietro Vernótico.

Brindisi
Passamos por plantações de melão…
Brindisi
uvas…
... e pedalamos por San Pietro Vernotico
… e pedalamos por San Pietro Vernotico

A cidade era pequena e tranquila, e lá encontramos Gianni, um amigo do Giulio, que pedalava conosco. Ele nos levou até a sua Masseria, que fica próximo a Tochiarolo, outro pequeno povo. As terras ficavam numa região de sítio arqueológico da cidade. Ele nos mostrou uma estrada que levava à Roma antiga, e contou um pouco sobre a história do lugar.

Chegada à masseria do Gianni
Chegada à masseria do Gianni
... area arqueológica
… area arqueológica
Gianni nos dando uma aula sobre a região
Gianni nos dando uma aula sobre a região

Aproveitamos também para lembrar da boa vida no campo, comendo figo do pé, e experimentando outras frutas plantadas por ele. Sua masseria não havia sido reformada, e ainda apresentava características originais de antiga construção. Após algumas fotos, o céu nublado se transformou em chuva, e decidimos seguir viagem.

Foi a única chuva que pegamos em todos os dias de viagem. Mais ou menos 1 hora, que foi bom pra refrescar (fazia bastante calor) e fazer valer a pena ter levado o casaco corta vento. Pouco tempo depois chegávamos a Lindinuso. A pequena cidade tinha em sua maioria casa de veraneio, e como passamos na hora da siesta, parecia estar abandonada. Nós não poderíamos fazer diferente. Seguindo a tradição, após nosso almoço fizemos também nossa siesta, e depois do cochilo saímos mais uma vez para o pedal.

No banco da praça. em Lendinuso: hora do cochilo. Foto: João Vicente Falabella
No banco da praça. em Lendinuso: hora do cochilo. Foto: João Vicente Falabella

O caminho até Lecce foi lindo. Paramos em uma antiga abadia, que agora havia sido transformada em Museu. Lá vimos além da antiga construção, o antigo local de produção de azeite. Depois seguimos por uma região de Parque Natural. O caminho tinha vários percursos cicloturísticos, indicados com placas, e passávamos no meio de oliveiras centenárias, lindas. A noite chegava acompanhada da lua cheia, um show de paisagem!

A antiga abadia que hoje virou um museu...
A antiga abadia que hoje virou um museu…
... local da antiga produção de azeite
… local da antiga produção de azeite
Percorso cicloturístico próximo a Lecce, em uma região de parques...
Percorso cicloturístico próximo a Lecce, em uma região de parques…
... cercados por oliveiras centenárias
… cercados por oliveiras centenárias
A lua cheia nos acompanha em nosso pedal. Lindo!
A lua cheia nos acompanha em nosso pedal. Lindo!

Depois de um pneu furado – da minha bike, rapidamente trocado – chegávamos a noite em Lecce. Foi o dia mais longo e com maior distância pedalada – 76km. Era a cidade de nossos amigos de viagem, Giulio e Felippo. Conhecemos rapidamente alguns de seus amigos e nos hospedamos no Art Hotel & Park Lecce. Na manhã seguinte teríamos o dia para conhecer a cidade e seguir nossa viagem.

Resumo do dia e dados técnicos: Brindisi –  Lecce

Kms pedalados: +- 76
Cidades: San Pietro Vernotico, Tochiarolo, Lendinuso e Lecce
Alguns pontos de interesse: as estradas do caminho são muito bonitas, especialmente a região de Parque próximo a Lecce. Aproveite bastante os “percorsos cicloturisticos”, que são muitos e  bem sinalizados.

Dicas de Hospedagem

[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades deste roteiro, pode consultar hostels e hotéis nos links abaixo:

Esse post faz parte da série Cicloturismo na Puglia – Itália. Foram 8 dias de pedaladas pela região da Puglia, a convite da Italy Bike Tour

Para conhecer o planejamento e o roteiro completo da viagem clique aqui.

Veja também os relatos dos outros dias. É só clicar nos links abaixo:

1º Dia – Chegada em Bari e a reunião do grupo – as primeiras pedaladas

2º Dia – de Alberobello a Ostuni

3º Dia – de Ostuni a Brindisi

5º Dia – de Lecce a Otranto

6º Dia – de Otranto a Santa Maria de Leuca

7º Dia – de Santa Maria de Leuca a Galipoli

8º Dia – Pedal por Galipoli e retorno a Lecce

Quer mais roteiros de cicloturismo na Itália?

Aqui no blog temos um ebook gratuito de cicloturismo na Itália (clique para baixar). São 4 roteiros nas regiões da Toscana, Emília Romana, Dolomitas e Puglia. Todos com muitas fotos e detalhes técnicos de distância e altimetria em cada dia.

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Espero que possa te ajudar a planejar o seu pedal pela Itália.

Camisas de ciclismo melhoram o desempenho nas pedaladas

Atualizado em 28/10/2019

Todo esporte investe bastante em uma tecnologia própria de vestuário. Já reparou nas roupas de corrida, de ginástica, e nos maiôs de natação? Pois no ciclismo também temos muita tecnologia envolvida na confecção das roupas. As camisas de ciclismo chamam bastante atenção por seus modelos coloridos, justos, com bolsos.

Então decidi mostrar hoje como nada é por acaso, e vamos ver como as camisas de ciclismo melhoram o desempenho nas pedaladas.

Se preferir, confira este conteúdo em vídeo:

Na minha opinião as camisas de ciclismo são indispensáveis para os treinos de bike. Seja no ciclismo de estrada ou no mountain bike. Muitas vezes eu utilizo até no cicloturismo, pois separo duas camisas de ciclismo para pedalar e não sujo as outras roupas que escolho para passear pelas cidades que estou visitando durante as viagens.

Essa preferência acontece porque as camisas de ciclismo tem muitos detalhes que fazem delas a melhor escolha para as pedaladas. Confira abaixo como as suas características ajudam a melhorar o desempenho dos ciclistas.

Os diferenciais das camisas de ciclismo

1 – Bolsos

Camisa de ciclismo Italy Bike Tour Montagna - costas
Camisa Italy Bike Tour Montagna – costas

As camisas podem vir com um, dois ou até três bolsos na parte traseira. Os bolsos são costuras que criam divisões e ficam abertos, para que o ciclista possa pegar seus objetos sem precisar parar de pedalar. Geralmente eu levo gel de carboidratos, barras de cereal, ferramentas, documentos, etc. A principal vantagem é que os bolsos são profundos, e com isso você pode guardar muita coisa sem o perigo de cair. Muito prático!

2 – Ventilação

Camisa de ciclismo Italy Bike Tour Montagna - frente
Camisa Italy Bike Tour – frente

Outro fator importante. As camisas de ciclismo vem com zíperes (foto) para que o ciclista controle a ventilação. O tamanho do zíper pode variar de acordo com o modelo.

Quando está frio ou quando a temperatura do corpo do ciclista está confortável, ele pode manter o zíper todo fechado, o que é melhor para a aerodinâmica. Mas, se a temperatura aumenta, o zíper pode ser regulado e o ar entra dentro da camisa, ventilando melhor o ciclista.

Camisa de ciclismo Italy Bike Tour - tecido respirável nas costas
Detalhe do tecido respirável nas costas

Além do zíper, algumas camisas podem vir com tecido respirável, que favorece a evaporação da transpiração nas costas (foto). No caso da camisa da foto, a frente é com um tecido fechado (onde recebe vento). Já as costas possuem uma trama diferente de fibras (com aspecto poroso) que favorece a transpiração.

3 – Aerodinâmica

Camisa de ciclismo Italy Bike Tour - manga direita
Detalhe da fita elástica da manga direita: bandeira brasileira

Para diminuir os efeitos da resistência do vento durante a pedalada, as camisas de ciclismo são bem justas. Geralmente possuem elásticos na parte de baixo e nas mangas (foto), para evitar que fiquem soltas durante a pedalada.

4 – Material

Geralmente são feitas em material sintético, variando as composições de materiais como a Lycra, Poliamida, Poliéster, etc. Esses tecidos secam rapidamente no caso de chuva, evaporam o suor mais rapidamente. Ideal pra atividades como o ciclismo.

5 – Modelos

camisas de ciclismo

Podem ser em manga curta , 3/4 ou comprida, geralmente em cores vivas. Isso é outro fator importante, pois o ciclista deve ser visto, chamar atenção, seja na estrada, na trilha ou no trânsito. Variam também a largura e profundidade dos bolsos, e o tamanho de abertura dos zíperes (desde abertura pequena até zíperes em toda a extensão da camisa).

Onde comprar suas camisas de ciclismo

Muito legal não é mesmo? Agora você sabe toda a tecnologia e funcionalidade que estão por trás das camisas de ciclismo que utilizamos.

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Dicas finais

Além das camisas de ciclismo, temos outros equipamentos que te ajudam a pedalar melhor. Se quiser saber mais, fizemos um post bem completo com 5 equipamentos de ciclismo que melhoram o seu desempenho no pedal. É só clicar e conferir.