Pedal MastiGo – Vitória à Marataízes

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Por Thiago Soares

Essa cicloviagem até a cidade de Marataízes foi realizado através de uma viagem de bicicleta com o “Pedal MastiGo”, um grupo de amigos ciclistas que curtem o cicloturismo da melhor forma possível: pedalando e lanchando!

Marataízes é uma cidade litorânea do estado do Espírito Santo, com forte presença de pescadores, rica em história local e conhecida como a Pérola do Sul Capixaba.

A ansiedade por esse pedal era tamanha, justamente porque já havia pedalado com o grupo para Regência em fevereiro desse ano; logo depois, o grupo havia realizado uma cicloviagem para Matilde, mas perdi a trip. Agora, era a vez de conhecer Marataízes e não poderia perder essa chance! Com meses já programado, desejei que nada poderia desse errado.

E assim, no dia 23 de Junho de 2017 arrumava a Caloi Explorer 20 para mais uma aventura: um bagageiro acoplado ao canote do selim sustentava uma mochila ensacolada. Dentro dela, minhas roupas que usaria nos dois dias de viagem, um saco de dormir e objetos de higiene pessoal. Além disso, instalei a minha bolsa de guidão, onde levaria dois litros de água, quatro biscoitos integrais, dois rocamboles de brigadeiro, uma garrafa de isotônico, duas mini garrafas com 237ml de Pepsi e 50 gramas de chocolate. Na parte da frente da bolsa de guidão, uma câmara de ar furada (eu iria remendar se precisasse!), um kit básico de reparo para a bicicleta, um conjunto de chaves allen e uma tesoura de mão.

O tempo brincava conosco! Choveu muito durante os dias anteriores!

Na madrugada do dia 24 de Junho, na qual faríamos nossa cicloviagem, o ideal era ficar em casa e curtir minha confortável cama por horas. No entanto, fui dormir às 00:30 e acordei às 03:30! Ao acordar olhei o grupo do Pedal MastiGO no WhatsApp e percebi que alguns integrantes nem sequer dormiram, comentando sobre o temporal que poderíamos pegar na cicloviagem.

A vontade de ficar na cama era imensa. Minha bicicleta estava pronta. Todos no grupo do WhatsApp agitados pra sair. Empurrei a bicicleta para fora de casa e, ao mesmo tempo, realizava um check list no meu cérebro, lembrando de tudo que estava levando, pra não esquecer de nada. Nesse turbilhão de coisas, às 04:00h, fui ao encontro de Fernando, ciclista que fazia parte do grupo, e estava conhecendo naquele momento e que mora no mesmo bairro que eu.

Fechei o portão de casa e nem havia percebido que minhas luvas haviam caído na garagem. Ao pedalar até à casa do Fernando, a bolsa de guidão estava pesada demais e encostava na roda dianteira. Não ia dar certo levar aquela bolsa despencando daquele jeito!

Encontrei com Fernando e esperamos o Rodrigo chegar com o carro. O planejamento foi termos um carro de apoio onde as bagagens mais pesadas seriam levadas no carro e o essencial conosco. Pra mim, o essencial era a alimentação e o kit de reparo. Por isso, enquanto Rodrigo ajeitava a sua bicicleta no trans bike, retirei o bagageiro e a bolsa de guidão da minha bicicleta e optei por levar a mochila nas costas com a alimentação e o kit de reparo. O resto foi no carro de apoio!

Com três bicicletas ajeitadas no carro, mais as bagagens de todos no porta malas, fomos motorizados para a casa da Adriana (Drika), que seria a motorista do carro de apoio. Quando estávamos indo ao encontro de Drika, na avenida Vitória, encontramos ciclistas que saíram de Maruípe e encontrariam conosco na Rodoviária de Vitória.

Buscamos a Drika em sua casa. Ela disse pra mim que tinha uma câmara de ar nova para aro 29, caso eu precisasse. Me senti aliviado caso meu pneu furasse (obrigado Drika!).

Descarregamos as três bicicletas que estavam no carro na Rodoviária de Vitória e lá conheci os ciclistas que passaram por nós na avenida Vitória: a Márcia, o Luiz, o Tom e o Wallace. Agora, Drika guiava o carro até Vila Velha e nós éramos sete ciclistas em direção à Praça do Ciclista, em Vila Velha para encontrarmos com o restante da galera.

Chegamos na Praça do Ciclista por volta de 05:45h e encontramos o Leonardo, o Fábio, o Flavio e a Sabrina. Um bate papo rápido e já programada uma parada para o café em Guarapari!

A rota até Guarapari foi pela clássica Rodovia do Sol: saindo da ciclovia de Vila Velha, seguimos ao sul em direção à Ciclovia da Barra do Jucu, que beira a Reserva de Jacarenema! No acostamento central da Rodovia do Sol, próximo à Interlagos, já era possível observar o sol nascer. E rapidamente o Sol já se mostrava! As nuvens negras estavam discretas, a pista estava molhada e nossa velocidade média estava em torno de 19km/h.

Eu havia comido chocolate e bebido água. Não estava faminto e nem desidratado. Mesmo tendo uma pequena noite de sono, estava ativo pra pedalar. O alto astral, a disposição do grupo em estar junto e respeitar uma velocidade média ideal para todos, tornava o pedal confortável demais. Mesmo “no giro” era possível conversar e ir se conhecendo aos poucos. Eu mesmo, tive a oportunidade de conversar com o Fábio, amigo fotógrafo do Grupo Cliques, mas era a primeira vez em que pedalávamos juntos!

Chegando em Santa Mônica, estávamos em fila indiana e ouço gritos. Acredito que os gritos eram de Márcia. Ao parar a bicicleta e olhar pra trás, vejo Flávio caído no asfalto e um ônibus da Viação Alvorada parado próximo à ele. De dentro do ônibus via-se um motorista assustado e um policial, no carona, espantado também com a situação. Ao mesmo tempo, Flávio se levanta tranquilamente e ri com a situação. Por segundos, todos parados e observando a situação de “quase atropelamento”.

Ele estava bem!

Flávio vai ao encontro de sua bicicleta e volta a pedalar. Pergunto a ele se havia se machucado e responde pra mim que estava tudo tranquilo. Foi um susto pra todos! Eu não vi o que realmente aconteceu, mas depois descobri que Flávio havia se desequilibrado da bicicleta e caído na pista. Por pouco o ônibus não o atropela!

Continuamos e, na parada para o café em Perocão, em Guarapari, o Fábio se despediu de nós. Ele já havia dito que participaria de apenas uma parte do pedal conosco porque tinha um compromisso de trabalho e sua bicicleta era uma speed, e andar com ela pelas ruas horrorosas e esburacadas do Centro de Guarapari não seria uma boa idéia. Já era mais de 08:30h e o trânsito já se apresentava instável na Cidade Saúde.

A travessia por Guarapari foi pelo centro urbano. Sendo assim, tivemos que ter bastante cuidado para fugir do transito intenso. Mesmo pedalando nas vias e no mesmo sentido dos carros, ainda é nítido o desrespeito no trânsito entre motoristas e ciclistas.

A rota voltava a ficar tranquila quando chegamos à ciclovia que existe em Nova Guarapari, em direção à Meaípe. Dali em diante, continuaríamos pelo asfalto da ES-060, numa reta que nos levaria até a cidade de Piúma. Durante esse caminho, encontramos a Drika no carro de apoio, tirando fotos de nossa cicloviagem.

Realizamos uma parada para fotos em Anchieta, próximo à Lagoa Maimbá (ou Mãe-Bá) e lanchamos mais um pouco. A Márcia e o Tom foram os que mais aproveitaram para tirar foto da galera! No nosso retorno do dia seguinte, com certeza iríamos tirar uma foto próximo ao Santuário de São José de Anchieta. Subir até o Santuário já seria outro desafio!

Não estávamos cansados e o vento estava nos ajudando bastante a atingir nosso objetivo de almoçar em Marataízes. Já passava de meio dia e até Iriri eu já conhecia a estrada.  O resto do caminho, era uma surpresa pra mim, mais já sabia seriam mais quilômetros avançados para o sul do estado de bicicleta. Dessa vez, deu pra vislumbrar mais o Monte Aghá e a paisagem atlântica à sua frente.

A paisagem do litoral de Itaipava até Itapemirim era única: do nosso lado esquerdo, o mar; e do nosso lado direito, a vegetação litorânea. Uma estrada na qual avistávamos Itapemirim. A fome já atingia nossos cérebros durante a pedalada até Itapemirim e confundir essa cidade com Marataízes era apenas um detalhe para ciclistas que já ultrapassavam os 100km pedalados em um dia.

Chegando em Marataízes, por volta de 14h, uma pausa para o almoço no Bom Sabor Restaurante, que é um self service com churrasco.

Após algumas conversas, decidimos ir até o Pier I para tirar mais fotos da cidade. No píer também há um poste de madeira com diversas setas coloridas que indicam as distâncias dos diversos lugares do litoral de Marataízes e um relógio solar. Saindo do píer, levei um leve banho de mar, já que as ondas quebram com grande velocidade nas pedras embaixo do píer.

E assim, retornamos para Iriri, em Anchieta. Ainda em Marataízes, mas já saindo da cidade, fizemos uma parada para fotos nas Ruínas do Trapiche, no Porto da Barra.

O Trapiche foi construído pelo Barão de Itapemirim entre 1860 e 1883, com o objetivo de armazenar os produtos agrícolas da região e desenvolver as atividades portuárias. A obra possuía 2 pavimentos e com o uso das estações ferroviárias e estradas de rodagem, caiu em desuso, sendo desativado nos anos 50. Mesmo parecendo estar abandonado pelo Poder Público ficamos um bom tempo por lá e tiramos uma foto oficial do passeio.

O pedal nesse dia resultou em uma cicloviagem de mais de 150km, passando por belas praias e admirando um pouco da história da cidade de Marataízes.

Chegamos em Iriri por volta de 17:30h, com o sol já se pondo! Da casa do Fernando, dava pra ver o mar. E a Drika já nos aguardava! Ela havia comprado refrigerantes e água para todos.

O corpo agradecia pelo pedal! A Caloi Explorer 20 estava com as correntes secas e precisa de óleo para a sua volta de 100 km.

Nesse dia havia feito novos amigos! Que venha mais MastiGo!

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