1º Caminhos de Nossa Senhora / 2º RAAN – Rolé até Aparecida

Por Rodrigo Ganhadeiro

1º Caminhos de Nossa Senhora / 2º RAAN – Rolé até Aparecida

Há exatamente um ano tinha realizado o feito de ir de Vassouras/RJ a Aparecida/SP de bicicleta, foram 215km pela Via Dutra, uma viagem nada convencional para quem vai de bicicleta e não menos tensa, mesmo contando com carro de apoio. Então surgia a ideia de fazer um caminho alternativo, que não se utilizasse da Via Dutra e que pudesse ser feito sem o carro de apoio, uma viagem de bicicleta, totalmente livre. Após algumas pesquisas tomei como base o roteiro utilizado pelo Padre Cristovão Sopicki, realizado na Romaria Ciclística da Paz, ligando Niterói, no Rio de Janeiro, até o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo. Um trajeto de fé e devoção, sendo este também, o primeiro Caminho de peregrinação do Rio de Janeiro, até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, os Caminhos de Nossa Senhora.

Havia lido em uma revista especializada que o principal item para uma viagem de cicloturismo é a CORAGEM, então não me faltava mais nada. Convidei alguns amigos e apenas um aceitou o desafio de encarar uma inédita viagem para Aparecida/SP, Vitaly Costa e Silva. Coincidência é que ambos tinham somente um final de semana disponível para realizarem o desafio, então com pouco tempo para se preparar para a viagem e não havendo outra data disponível, estava combinado e desmarcar o evento nunca foi opção, sairíamos no dia 17 de Julho, com previsão de chegada a Aparecida/SP, no dia 19. O Dia D.

1º dia – 17/07

Às 6h do dia 17/07 partimos de Vassouras/RJ com as bicicletas devidamente carregadas e equipadas. Os primeiros quilômetros foram de adaptação ao peso e a nova forma de condução da bike. Seguimos por Barão de Vassouras (Vassouras/RJ), Barão de Juparanã (Valença/RJ) e Conservatória (Valença/RJ) onde após 51km de asfalto tranquilo e 3h de viagem fizemos uma parada para um café da manhã. Dali em diante, tudo seria novidade, ao menos para mim.

Seguimos para São José do Turvo (Barra do Piraí/RJ) e Nossa Senhora do Amparo (Barra Mansa/RJ), por uma estrada de terra (RJ-143) sem muita dificuldade de navegação. Aproximava-se o horário do almoço e escolhemos Quatis/RJ para almoçar, já havíamos rodado 100km em 6h de viagem. Almoçar pra mim, nessa situação, soava estranho, não sabia como o corpo iria reagir após a refeição, então optei por comer pouco e não me aventurar com alguns alimentos. Então, durante a pausa do almoço, meu companheiro faz o seguinte comentário: “para fechar o dia, só faltam 60km”.

Não precisa de muitos quilômetros para perceber que seu amigo de pedal é diferente de você! Porém isso pouco importa para o sucesso da viagem! Mas pelos menos em uma coisa vocês precisam ser iguais, na VONTADE. Dizer que restavam 60km para fechar o dia significava que ele realmente colocaria em prática os planos de chegar a São José do Barreiro/SP ainda no primeiro dia e aproveitar o corpo inteiro. Nos meus planos chegar a Resende/RJ (120km) estaria ótimo. Então decidimos seguir e ver até onde daria para andar no primeiro dia. Saímos de Quatis/RJ, atravessamos o Rio Paraíba do Sul em direção a Porto Real/RJ e seguimos pela “Via Dutra”, num dos momentos mais tensos da viagem até Resende/RJ. Uma parada para se hidratar com água de coco, antes de adentrar Resende/RJ.

No perímetro urbano de Resende/RJ perdemos muito tempo com informações, que se eu consegui entender, indicavam três acessos diferentes a São José do Barreiro/SP, qual deles seria o melhor para fazer de bicicleta? Tivemos a sorte de ao pedir informações num posto de gasolina contar com valiosa informação de um ciclista da região, aquela altura, com três caminhos diferentes a informação de um ciclista era mesmo valiosa, porque não confiar? Retornamos até uma Faculdade, onde encontramos a única placa indicativa de São José do Barreiro/SP, após o Condomínio Alphaville pegamos uma estrada de terras que nos levaria até a Rodovia dos Tropeiros (SP-068). Uma estradinha de terra, bem sinuosa, acompanhando um riacho e com uma subida suave, aquele ciclista estava realmente correto.

O dia estava terminando e certamente o final do trajeto seria feito a noite, um dos poucos momentos em que fiquei realmente preocupado. Esperava chegar a Rodovia dos Tropeiros (SP-068) ainda com um pouco de luz, pedalar a noite, por estradas de terras sem qualquer sinalização, com pontes, poderia ser mesmo perigoso. E felizmente quando a noite caiu já estávamos no asfalto da Rodovia dos Tropeiros, mais sinalizada e com alguma referência para a noite. Só me restava uma preocupação, se a rodovia não nos levasse diretamente a São José do Barreiro, correríamos o risco de ficarmos perdidos a noite.

Passamos pelo simpático lugar chamado Formoso, onde recebemos a informação de que restavam “apenas” 9km. Foram os 9km mais longos da minha vida com subidas íngremes e a falta de orientação provocada pela noite, parecia nunca chegar. Chegamos a São José do Barreiro/SP, onde havia uma quermesse para animar a noite, depois de 168,5km e 10h de viagem, procuramos por hospedagem e fomos gentilmente atendidos pela proprietária da Pousada Guimarães, que também nos indicou o Restaurante Rancho para saciar a fome. Era hora de dormir e tentar descansar para o dia seguinte.

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2º dia – 18/07.

Como a distância no dia seguinte seria menor, esticamos um pouco mais na cama e tomamos um café da manhã com mais calma, observando melhor os arredores da praça da Matriz e os hábitos de seu povo. Ao chegar na pousada e arrumar as coisas para seguir viagem, uma surpresa, minha bike estava com o pneu traseiro furado, dos males o menor, melhor trocar ali na pousada que no meio do caminho.

Saímos em direção a Areias/SP e logo sentimos as consequências do abuso do dia anterior, sentar na bicicleta parecia impossível, mas logo o corpo aquece e pedalamos melhor, mesmo doloridos, passamos pela Represa do Funil e presenciamos as consequências da crise hídrica, daria para atravessar a pé aquele braço da represa, triste! Logo após fomos presenteados com uma serra, uma subida longa e íngreme, aproximadamente uns 6km de subida, mesmo com o peso dos alforjes e o cansaço do dia anterior, empurrar não era opção, fomos girando, exercitando a paciência, a arte de padecer no paraíso… Embora a quilometragem pretendida para este dia fosse menor a altimetria não ajudou em nada.

Após Areias/SP seguimos para Silveiras/SP, atravessando outra serra muito dura. Paramos para o almoço quando já somavam 49,3km em 3h de pedal do segundo dia. Uma pausa para a refeição e aguardar o horário crítico do calor. De Silveiras/SP seguimos para o que seria nosso último ponto do dia, Cachoeira Paulista/SP, a essa altura a altimetria tinha dado uma aliviada e a viagem começava a ganhar ritmo. Chegando em Cachoeira Paulista/SP com 68,6km e 5h23m de viagem, não havia vagas para hospedagem e decidimos aproveitar o dia e seguir até a próxima cidade em busca de um local pra dormir.

Após um pequeno trecho de Dutra, uma surpresa, de Cachoeira Paulista/SP, passando por Canas/SP até Lorena/SP existe uma ciclovia com aproximadamente 12km, devidamente sinalizada o que possibilitou desenvolver uma das maiores médias da viagem, com total segurança. Em Canas/SP, não havia opções de hospedagem e estrutura, uma cidade que me causou má impressão, como a primeira impressão é a que fica, decidimos então seguir um pouco mais até Lorena/SP e aproveitar a ciclovia e o pouco de dia. Chegamos a Lorena/SP com 87km e 6h34m, quase 20km a mais que o planejado para o dia, nos hospedamos no Dom Apart Hotel e no jantar resolvemos experimentar a hamburgueria do hotel, vale até dizer o nome “Big Deal”, o sanduiche era proporcional a fome e a nossa necessidade calórica, podem ter certeza, foi um jantar e tanto.

3º Dia – 19/07

Tomamos um café da manhã reforçado, até demais, uma preguiça bateu e resolvemos descansar um pouco mais antes de partir, era merecido, pois faltavam apenas 21km! Como a distância era pequena resolvemos seguir pela Dutra de Lorena/SP até Guaratinguetá/SP, onde pegamos a estrada velha para Aparecida/SP, esse caminho poderia ser feito todo pela “Estrada Velha”, sem muitos problemas. Enfim, chegamos a Aparecida/SP, são e salvos, concluímos nossa cicloviagem, um momento sem igual. Foram 03 dias, 14 municípios, 277km, 5.532m de elevação, sem apoio, somente com o que cabia em nossos alforjes. Até agora a maior viagem feita por mim e meu companheiro e já estamos nos perguntando, quando será a próxima.

Video da viagem

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.

Cicloturismo: Caxambu (MG) a São Bento do Sapucaí (SP)

Aproveitei um convite para um final de semana no Refúgio Kalapalo (veja o post aqui) – que fica na cidade de Gonçalves (MG) – pra sair uns dias antes e pedalar por 3 dias pelo sul de Minas. O roteiro escolhido teve cerca de 200km, saindo da cidade de Caxambu (MG) até São Bento do Sapucaí (SP). Nesse post eu apresento alguns detalhes sobre a escolha do roteiro, além de fotos e o vídeo abaixo, com belas imagens dessa viagem. Não deixe de conferir também os links para o relato detalhado de cada um dos 3 dias da cicloviagem (os links estão abaixo).

Cicloturismo de Caxambu a São Bento do Sapucaí: a escolha do roteiro

Como teria apenas 3 dias para pedalar, escolhi partir de Caxambu, que ficava a cerca de 200km do meu destino final. A escolha do ponto de partida foi por motivos turísticos: sempre tive vontade de conhecer Caxambu e São Lourenço, famosas estâncias minerais. Levei em conta também o quanto gostaria de pedalar por dia e o meu nível de condicionamento físico.

Tracei a rota previamente no Google Maps, evitando ao máximo o asfalto e rodovias muito movimentadas. Acabei encontrando um caminho de estradas de terra passando entre as duas opções de asfalto. Veja abaixo no detalhe.

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O roteiro ficou dividido dessa forma:

1º dia: de Caxambu a São Lourenço (28km)clique aqui para ver o relato com fotos, vídeo e rota para GPS

2º dia: de São Lourenço a Wenceslau Brás (77km)clique aqui para ver o relato com fotos, vídeo e rota de GPS

3º dia: de Wenceslau Brás a São Bento do Sapucaí (82km)clique aqui para ver o relato com fotos, video e rota de GPS

O planejamento da cicloviagem

Pra essa viagem levei um par de alforges com capacidade de 36 litros, mais uma bolsa de bagageiro. Isso porque, apesar de pedalar por 3 dias apenas, tive que levar roupas e um par de tênis para o fim de semana. Ah, levei também bastante material pra filmagem/fotografia pra fazer o material para a série de posts. A escolha do que levar se baseou no modelo que proponho no Guia para Viajar de Bicicleta Volume 1 (que você pode baixar aqui).

A hospedagem

Quando faço minhas viagens de bicicleta gosto de ter uma cama macia pra dormir e um chuveiro quente. Nessa viagem, reservei meu hotel em São Lourenço pelo Booking, poia a variedade é grande. Em Wenceslau Brás fiquei no único Hotel da Cidade, e meu destino final foi o refúgio Kalapalo. Todos eles locais aconchegantes e confortáveis.

Foi uma viagem com muitas subidas, paisagens maravilhosas e numa região que ainda não conhecia. Não deixe de ver os relatos completos de cada dia da viagem. Cada dia está bem detalhado com fotos, um vídeo e roteiro planilhado no GPS, pra quem quiser repetir esse pedal.

Cicloturismo Caxambu (MG) – São Lourenço (MG)

[icon type=”circle” size=”small” name=”e-info-circled”] Esse post é o relato do primeiro dia da cicloviagem entre Caxambu (MG) e São Bento do Sapucaí (SP). Para ver o post com o planejamento, vídeo e roteiro completo dos 3 dias de viagem, clique aqui.

Ou se preferir, veja também:

2º Dia: São Lourenço – Wenceslau Braz

3º Dia: Wenceslau Braz – São Bento do Sapucaí

Cicloturismo em Caxambu

Caxambu é uma bela cidade do Sul de Minas, com 21.705 habitantes (dados do IBGE). Já havia estado lá de passagem, apenas por algumas horas, em 2012. Mas dessa vez poderia pedalar pela cidade.

Cheguei em Caxambu de ônibus às 5 da manhã. Foi a hora de ajeitar os alforjes na bike e quebrar a ansiedade com as primeiras pedaladas pela cidade. Depois de um café numa padaria parti para a subida do Morro do Caxambu, o ponto mais alto da cidade.

O caminho é asfaltado e depois tem calçamento, todo ele bem sinalizado. A subida foi bem difícil, com direito a empurrar a bike no trecho final que era mais íngreme. Com uma bike com megarange e sem alforjes creio que seria tranquilo. Mas, depois de toda subida vem a recompensa. E essa foi ver o amanhecer e a linda vista da cidade do alto do mirante.

Depois foi hora de aproveitar a descida até o centro da cidade e conhecer o Parque das Águas. A entrada no Parque custa R$ 5,00 para turistas (os moradores da cidade tem acesso gratuito). Atenção: infelizmente não é permitida a entrada de bicicletas no Parque das Águas. O jeito foi prender a bike e fazer o passeio a pé.

O Parque das Águas de Caxambu possui 210.000 m2 de área e 12 fontes de água mineral, todas catalogadas e com informações sobre as propriedades curativas e seu uso apropriado. Além disso, outros atrativos formam uma estrutura maravilhosa para os frequentadores: termas, piscinas, quadras de tênis, lago com pedalinhos, muitas pistas de caminhada e muito mais. Dentro do Parque funciona também a fábrica da água mineral Caxambu. Um espaço lindo que merece algumas horas de visitação.

Nota do blog: Caxambu é uma bela cidade, e pode merecer mais de um dia do viajante. Se você por acaso planeja esticar sua estadia por lá, pode encontrar uma lista de hotéis e pousadas com preços de diárias aqui.

Confira algumas fotos do Parque.

Rota do STRAVA do pedal e passeio no Parque das Águas em Caxambu

Caxambu – São Lourenço: 28km pedalando pela Estrada Real

Após o passeio no Parque era hora de seguir viagem. O plano era pedalar os 28km por entrada de terra entre Caxambu e São Lourenço. A escolha de pedalar menos no primeiro dia foi feita por dois motivos. Primeiro, por ser o momento de adaptação com a bike pesada e os alforjes. E depois pelos atrativos turísticos tanto de Caxambu quanto de São Lourenço.

Saí de Caxambu já por volta das 10 horas da manhã. A estrada de terra que liga a cidade à São Lourenço sai de frente à rodoviária, e faz parte do circuito da Estrada Real. Por isso mesmo, o caminho é totalmente sinalizado pelos totens da Estrada Real e marcos no chão que mostram a distância entre as duas cidades. E pra não correr risco de errar, os totens que estavam em locais que permitiam dúvidas sobre o trajeto são marcados com setas em tinta amarela ou verde.

Estrada entre Caxambu e São Lourenço (MG). Foto: André Schetino
Estrada entre Caxambu e São Lourenço (MG). Foto: André Schetino

Foi um começo de viagem bem tranquilo, aproveitando pra tirar muitas fotos e filmar as belezas do passeio.

O trecho mais duro ficou para o final do percurso, faltando cerca de 7km pra chegar em São Lourenço. Trata-se de um ponto com uma subida muito forte e acidentada. A estrada estava bem estreita e não passavam carros. Pra ter ideia da dificuldade, encontrei com um motociclista que fazia a Estrada retornando nesse trecho pois não conseguia prosseguir por ali. O jeito foi empurrar a bike mais uma vez.

Depois desse momento de maior dificuldade, a estrada voltou a ficar boa e logo encontrou o asfalto que levava a São Lourenço. Cruzei a pista do anel rodoviário e entrei na cidade pela Rua José Simão Dutra. O caminho era tranquilo, por dentro dos bairros. Depois de 28 km já estava na bela cidade de São Lourenço!

Cicloturismo em São Lourenço

São Lourenço é uma com 41.657 habitantes (dados do IBGE). Também possui um belíssimo Parque das Águas, esse administrado pela Nestlé, que produz a água mineral São Lourenço.

Cheguei à cidade morrendo de fome, mas passei antes na entrada do Parque para pegar algumas informações. O Parque também não aceitava bicicletas, mas tinha um bicicletário na entrada (do lado de fora do Parque), e a entrada custa 7 reais.

Resolvi então almoçar, e me instalar em um hotel antes de passear. A cidade possui ótima estrutura hoteleira. São diversos hotéis e pousadas. No site do Booking você pode escolher de uma lista com quase 30 (clique aqui para ver). Eu escolhi um hotel na próximo do Parque para me alojar. A diária custou 127 reais, com cefé da manhã.

Com a fome saciada e de banho tomado, foi a hora de caminhar e curtir o fim de tarde no Parque das Águas.

O Parque é lindo e merece um dia inteiro de passeio. É bem maior do que o de Caxambu. Sua área total é de cerca de 430.000 m2, com 9 fontes de água mineral, biblioteca, lago com pedalinhos, pista de bocha, pista de cooper e estrutura de lanchonetes, restaurantes etc. Na hora do por do sol a maioria dos frequentadores do parque se dirigem ao lago para ver a chegada das Garças. É um momento muito bonito, onde muitas (muitas mesmo!) garças chegam ao parque, se acomodando nas árvores para dormir. As árvores ficam todas branquinhas, repletas de garças, um momento muito bonito. Vale a pena conferir! Veja mais detalhes nas fotos e vídeos desse post.

Minha viagem continuou no dia seguinte, saindo de São Lourenço e pedalando 72km até a cidade de Wenceslau Braz. Confira o post clicando aqui.

Rota do STRAVA do pedal de Caxambu a São Lourenço (MG)

Links e informações úteis

Parque das Águas de Caxambu (MG)

Site do Parque das Águas de São Lourenço (MG)

Ou se preferir, veja também:

Roteiro completo de 3 dias: Caxambu – São Bento do Sapucaí.

2º Dia: São Lourenço – Wenceslau Braz

3º Dia: Wenceslau Braz – São Bento do Sapucaí

Vídeo da cicloviagem: Caxambu a São Bento do Sapucaí

Cicloturismo São Lourenço (MG) – Wenceslau Braz (MG)

[icon type=”circle” size=”small” name=”e-info-circled”] Esse post é o relato do segundo dia da cicloviagem entre Caxambu (MG) e São Bento do Sapucaí (SP). Para ver o artigo com o planejamento, video e roteiro completo dos 3 dias de viagem, clique aqui.

Se preferir, veja também:

1º Dia: Caxambu – São Lourenço

3º Dia: Wenceslau Braz – São Bento do Sapucaí

Cicloturismo São Lourenço – Wenceslau Braz (MG)

Depois de um primeiro dia de poucos km, muito cansaço e adaptações com a bike carregada, o segundo dia foi de muito pedal e belíssimas paisagens.

Depois de uma bela noite de sono e um café da manhã caprichado no hotel, saí as 8:20 da manhã tendo como primeiro destino a cidade de Dom Viçoso (MG). Foram cerca de 20km de asfalto tranquilo, com exceção da saída de São Lourenço, que estava um pouco movimentada. Mas naquele momento a estrada era bem larga e com acostamento bom pra pedalar.

Depois de sair de São Lourenço por um pequeno trecho da BR-460, entrei à esquerda no trevo para Dom Viçoso. O caminho era pela LMG-883, uma rodovia sem acostamento e de mão dupla. Porém, não me lembro de ter visto mais de 4 ou 5 carros durante todo o percurso, que foi bem tranquilo.

Estrada tranquila para Dom Viçoso (MG). Foto: André Schetino
Estrada tranquila para Dom Viçoso (MG). Foto: André Schetino

Tranquila e pacata também era a cidade de Dom Viçoso. Crianças jogando bola nas ruas, uns poucos moradores nas janelas das casas ou caminhando pelas ruas. Parei na praça da cidade e minha bicicleta logo chamou a atenção de algumas pessoas. Foi a hora de um bom papo com o dono da “venda” (como nós mineiros chamamos pequenas mercearias e mercados que vendem um pouco de cada coisa).

Ao explicar o meu destino ele se assustou, e queria me indicar o caminho pelo asfalto e as grandes rodovias. Mas quando fui falando dos lugarejos mais próximos que compunham a rota por estrada de terra ele foi compreendendo melhor a minha aventura, e confirmou o que o mapa traçado anteriormente já indicava: era possível fazer o caminho por dentro, passando por estradas de terra.

E por terra eu fui durante todo o restante do dia. Primeiro, uma subida longa de serra, cerca de 6km até o vilarejo de Pintos Negreiros. Depois da dura subida, a estrada segue maravilhosa em sua maior parte por descidas e retas, passando por diversos distritos/vilarejos como Barra, Rio Claro, Salto, Biguá e Água Limpa.

A beleza das montanhas de Minas e das estradas, a simplicidade dos vilarejos, e meu corpo já acostumado com a bike carregada me faziam pedalar em um ritmo muito bom. O pedal estava tão gostoso, que recusei gentilmente o convite de um morador de um dos vilarejos para almoçar em sua casa. E o convite não era sem motivo, pois ao perguntar sobre locais de almoço na região fui informado que não existiam (e não existiam mesmo). Eram pequenas vilas com mercadinhos, mas local pra almoçar mesmo não tinha.

Mas meu corpo estava bem e pedindo pedal. Meu combustível do dia foram 4 pães de queijo e 5 paçoquinhas, que administrei ao longo do dia até chegar ao meu destino final. Além de muita água sempre, é claro.

Ao chegar em Água Limpa, depois de +- 38 km de estrada de terra, finalmente avistei o asfalto da MG-350. Foi o momento de mais uma vez consultar alguns moradores da região, que me indicaram o pernoite em Wenceslau Braz. A dica foi excelente, pois no meu caminho era a única cidade mais próxima que possuía uma pousada. E era uma única pousada mesmo!

O caminho pra Wenceslau Braz até o asfalto foi um pouco chato. Peguei um trecho curto, de cerca de 14 km de asfalto. Os primeiros 3,6km, na MG-350 foram um pouco tensos. A estrada não possui acostamento e tinha um fluxo intenso de caminhões e carros. Depois, ao entrar no trevo a esquerda pra Wenceslau Bras passei a pedalar na BR 456. A estrada também não possuía acostamento, mas era bem menos movimentada e o pedal foi mais tranquilo.

Cheguei na cidade de Wenceslau Braz por volta de 16:00hs, com 77km percorridos. Me hospedei na Pousada Castelinho, a única da cidade. A pousada é simples porém muito confortável, e o sonho de muito cicloturista: banho quente a cama macia por 25 reais. Eu fui o único hóspede da noite.

ROTA DO STRAVA DO PEDAL DE CAXAMBU A SÃO LOURENÇO (MG)

LINKS E INFORMAÇÕES ÚTEIS

Pousada Castelinho (Wenceslau Braz) – (35) 9833-6220

O dia seguinte seria o último dessa cicloviagem. Me esperavam 82km e muitas subidas de Wenceslau Braz até São Bento do Sapucaí (SP) – Confira o post clicando aqui.

Ou se preferir, veja também:

1º dia: De Caxambu a São Lourenço (MG)

Roteiro completo da viagem – Cicloturismo de Caxambu (MG) a São Bento do Sapucaí (SP)

VÍDEO DA CICLOVIAGEM: CAXAMBU A SÃO BENTO DO SAPUCAÍ

Cicloturismo Wenceslau Braz (MG) – São Bento do Sapucaí (SP)

[icon type=”circle” size=”small” name=”e-info-circled”] Esse post é o relato do terceiro e último dia da cicloviagem entre Caxambu (MG) e São Bento do Sapucaí (SP). Para ver o artigo com o planejamento, video e roteiro completo dos 3 dias de viagem, clique aqui.

Ou se preferir veja também:

1º Dia – Caxambu – São Lourenço

2º Dia: São Lourenço – Wenceslau Braz

Cicloturismo Wenceslau Braz (MG) – São Bento do Sapucaí (SP)

Dia de subir montanhas

A exemplo do dia anterior, comecei minha jornada em uma padaria da cidade me abastecendo de gatorade, paçocas e sanduíches de queijo. Eram 8:30hs e eu sabia que teria muitas subidas pela frente no último dia de viagem.

Retornei por poucos quilômetros no asfalto que me trouxe até Wenceslau Braz, na BR 456 e depois entrei à esquerda em uma estrada de terra que me levaria aos bairros que faziam parte da zona rural da cidade, e que me levariam até Campos do Jordão.

Foi um dia de muitas e duras subidas (como você pode ver abaixo na rota de GPS do Strava), mas que começou mais tranquilo. Após o Bairro do Salão, as subidas foram ficando mais fortes. Descia em alguns momentos para empurrar, em outros encarava pedalando.

O bairro do Salão, em Wenceslau Braz (MG). Foto: André Schetino
O bairro do Salão, em Wenceslau Braz (MG). Foto: André Schetino

Depois de cerca de 15km de subidas, um refresco merecido: uma descida maravilhosa, com cerca de 5 km e belas paisagens. E foi justamente no final dessa descida que tomei o meu primeiro tombo em uma cicloviagem. A estrada que tinha bastante lama, ficou mais escorregadia ainda, pois era passagem de vacas do pasto para o curral de uma fazenda. Junte a isso um cachorro de roça frenético e pronto: um tombo meio bobo, que não machucou nem atrapalhou em nada a viagem, mas deixou um aroma especial na camisa de ciclismo, que teve de ser dispensada.

Depois de me recompor e tomar uma banho de rio a viagem continuou. O trajeto era um pouco menos habitado do que o do dia anterior. Uma região mais rural, com algumas fazendas e praticamente nenhuma estrutura de comércio. Já tinha imaginado que seria assim pelas conversas com pessoas durante o trajeto, e me preparei pra isso. A alimentação foi comprada em Wenceslau Braz, e a água era farta pelo caminho. Quando precisei reabastecer fui muito bem atendido pelos moradores das poucas casas ou fazendas que encontrava.

Alguns km após a descida, cheguei então a um dos momentos marcantes do dia: minha entrada no estado de São Paulo e o início do circuito da Água Santa. Ver a placa da divisa de municípios entre Wenceslau Braz e Campos do Jordão me animou novamente.

Saindo de Minas e entrando em São Paulo. Foto: André Schetino
Saindo de Minas e entrando em São Paulo. Foto: André Schetino
A caminho de Campos de Jordão. Foto: André Schetino
A caminho de Campos de Jordão. Foto: André Schetino

E foi preciso muito ânimo pra encarar as subidas que vinham por aí: foram quase 25km morro acima, dos quais 15km de estrada de terra, pra chegar até Campos do Jordão e seguir para São Bento do Sapucaí. Minha pedalada na verdade margeou a cidade de Campos do Jordão, passando pelo bairro Campista, e seguindo pra São Bento.

Foi um momento de muita calma, paciência e concentração. Anoiteceu e começou a fazer muito frio com neblina forte. Foi o momento de parar, colocar o farol na bike, e o corta vento.

Cheguei na rodoviária de São Bento do Sapucaí por volta das 20:20hs, exausto e no limite da água, da alimentação e da paciência. Não fosse meu compromisso em estar ali naquele dia, acho que teria parado em Campos do Jordão. Mas com uma coca-cola e algumas coxinhas da lanchonete da rodoviária, já estava recomposto e realizado por ter chegado bem e com segurança.

O dia terminava com 82km de pedal. E minha cicloviagem se encerrava ali, depois de 3 dias e cerca de 200km pedalados.

ROTA DO STRAVA DO PEDAL de wenceslau braz (MG) a São Bento do Sapucaí (SP)

Mas os pedais e a aventura não paravam por aí. Em São Bento do Sapucaí fui recebido pelo Guilherme Cavallari, para um fim de semana com muito trekking e Mountain Bike no Refúgio Kalapalo. E você pode conferir nesse post como foi.

Veja também:

1º dia: De Caxambu a São Lourenço (MG)

2º dia: De São Lourenço a Wenceslau Braz (MG)

Roteiro completo da viagem – Cicloturismo de Caxambu (MG) a São Bento do Sapucaí (SP)

VÍDEO DA CICLOVIAGEM: CAXAMBU A SÃO BENTO DO SAPUCAÍ

Passeio de bike no Canal de l’Ourcq

Por Renata Aiala

Depois de duas cicloviagens feitas durante o outono na França, buscávamos pedaladas mais longas. Mas como era inverno e não estamos acostumados a baixas temperaturas, ficamos receosos. Decidimos, então, ir para a “campagne” francesa nas proximidades de Paris. Decidimos por conhecer um canal com um pouco mais de 100 quilômetros de extensão chamado “Canal de l’Ourcq”, um lugar que atrai caminhantes e pedalantes o ano inteiro. Esse canal vai de Port-aux-Perches e chega até Paris… no Bassin de la Villette. Como queríamos curtir a natureza, pegamos uma trilha que corre em paralelo ao canal… e pedalamos por um percurso de 70 quilômetros. Foi um lindo dia se inverno ensolarado. Vejam parte desse passeio no vídeo

Vejam também algumas fotos: http://tinyurl.com/on82vlk

Clique aqui e veja todos os posts de Renata Aiala  🙂

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

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