Meu primeiro Audax 200

Por Bruno Cavalheiro

Essa história não é uma viagem em si, mas sim uma superação.

Em pouco tempo de bike andando em Curitiba, veio o convite do amigo Diego para fazermos um Audax. A primeira impressão ao ver o que era, como faria, etc, foi de pensar que não daria, que seria impossível, 200km… Nunca havia feito nada perto disso.

Foram passando os dias e eu com isso na cabeça, se iria ou não. Até que em uma viagem a trabalho, passo por 2 ciclistas na estrada e na hora penso: “se eles podem, eu também posso”. Dito e feito, isso foi a chave para decidir encarar esse audax.

Não cheguei a fazer treinos específicos nem nada, único “Treino” que fiz (vamos dizer assim), foram cerca de 60km no máximo, o resto era 25 a 30km de bike.

Batendo papo com meu amigo ele me apresenta o pedal de encaixe, dizendo que seria melhor o meu desempenho. Ok, fui atrás, comprei o pedal e a sapatilha. Chegou a hora que consegui me adaptar com isso. O negócio era difícil no começo. Como eu trabalhava aos sábados na parte da manha, resolvi ir aos sábados para o trabalho de bike, assim iria testando e me acostumando com a sapatilha.
Não vou mentir, demorei para adaptar, o encaixe não dava certo, para tirar era pior ainda, alguns tombos eram inevitáveis, alguns sustos como ter que parar do nada também. Enfim, foi difícil acostumar com isso.

Mas feito isso, lá vou eu para o meu primeiro Audax. Saí de Curitiba no sábado com destino a Balneário Camboriú. Chegando lá, vou encontrar meu amigo no trabalho dele, e ficamos conversando um pouco sobre a prova e outras coisas. Depois disso fui para a casa dele preparar as coisas.

Nessa época ele trabalhava em shopping, então saia do trabalho as 23hs, e não tinha carro também, ia caminhando para casa e chegava em torno das 00hs. Ok, tínhamos que acordar umas 4:30, ótimo heheh.

Arrumamos as coisas e fomos dormir. No outro dia acordamos e até por as bikes no carro, arrumar e sair, nos atrasamos. A largada era 6hs, tínhamos que chegar lá as 5:30 para fazer o check-in e ver se estava tudo dentro das regras.

Chegamos lá já eram quase 6hs, estávamos bem atrasados. Aí começou a função: tira bike do carro, põe sapatilha, põe colete refletivo ( obrigatório para audax) etc, chegamos onde estavam todos reunidos 6:10 +-. Todos estavam prontos para largar e nós procurando onde era o carimbo inicial do Audax… Feito isso, conseguimos e largamos.

Antes de começar a falar como foi esse audax, vou falar dos equipamentos, a minha bike era uma beeem antiga, peguei emprestada para andar do meu pai, era uma monark que pesava cerca de 16kg pra mais. Inventei de pintar ela de preto, para ver se tirava a cara de antiga (hehe) e até que ficou mais ou menos. Os suportes para garrafinhas eram presos por cintas plásticas. As mudanças que fiz na bike foram colocar pneus slick 1.5 e colocar um ciclocomputador. Feito isso era só pedalar.

Vamos ao audax 200.

No começo da largada era só felicidade, aquele monte de gente, estava tudo ótimo. Como estava escuro ainda, as luzes da bike precisavam estar acesas, e o colete refletivo como falei era obrigatório… Só que na hora da correria de arrumar para sair da casa do meu amigo, coloquei a camisa de ciclismo e o colete por cima. Até ai tudo certo, só que estava frio no começo, não pensei duas vezes, peguei um casaco grande preto e coloquei por cima, agora sim estava bom para pedalar.

Só que o colete refletivo precisa ficar para fora né, se não qual a finalidade? Pronto, parei a bike, tira casaco, tira colete, veste casaco e coloca colete. Agora estava certo, mas nisso os outros não nos esperaram né, tivemos que acelerar o pedal no começo para não perder as pessoas de vista.

Passamos ainda na beira da praia de Balneário Camboriu antes das 7hs. Muita gente saindo de balada, muita gente olhando a corrida, foi algo legal de ver, não me esqueço até hoje, pedalando na praia e quando olho para o lado vejo aquele Ipad gigante nos filmando.

Os PC’s ( paradas do Audax) eram a cada 50km. Chegamos no primeiro pc felizes, ainda tudo tranquilo com bike e com o corpo. Mas o calor já estava se formando, e eu lá de casacão. Chegamos no pc e lá estava aquele café delicioso a nossa espera, aquele monte de gente comendo e saindo para pedalar de novo.

Comemos e lá vamos nós em busca dos 100km. Até os 100 km foi praticamente plano, não se via muita subida (graças a Deus), fomos passando as cidades, passando algumas pessoas, até que eu encosto em um grupo que estava andando em um ritmo bom. Beleza, encaixei na roda, dei aquela respirada e maravilha, estavam se revezando na frente para ninguém se cansar muito. Porém quando olho para trás, cadê meu amigo? Combinamos de fazer juntos, então temos que permanecer juntos. Olhei e ele tinha ficado para trás. Saí do grupo que estava e diminuí o ritmo até ele chegar, e completamos os 100km “tranquilos”.

Foto: acervo pessoal Bruno Cavalheiro
Foto: acervo pessoal Bruno Cavalheiro

Chegamos no pc dos 100km e lá fui eu pegar algumas bananas (haha), pois sempre tive muita câimbra, e como já haviam se passado 100km, não hesitei em comer. Tomamos aquela coca gelada também, enchemos os bolsos de comida e partiu 150km.

Ai começou o terrorismo. Eu não havia me preparado muito, quando vejo que dos 100 aos 150km era praticamente subida… Pronto, me ferrei. Tentei ir subindo até que caiu o suporte da garrafinha, tive que levar o suporte e a garrafa nos bolsos do casaco. Tentei subir mais um pouco e não deu. Falei para meu amigo ir, que eu ia empurrando mesmo. Empurrei até cansar de caminhar, nas poucas descidas eu subia na bike e tentava embalar para a próxima subida, mas sem condições. O cansaço com o sol nesses 50km foi maior do que os 100km pedalados anteriormente.

Cheguei ao ponto 130km na volta da serra, e quando vejo lá esta meu amigo me esperando. Conversamos um pouco e tentei seguir com ele e mais um ciclista que estava junto. Nada feito. Falei para eles irem que eu iria caminhar mesmo. Dos 50km devo ter caminhando 30 ou mais sem dúvidas. Fazer o que, quem mandou não se preparar…

Cheguei no 3º pc faltando 4 minutos para fechar. Meu amigo já estava esperando a uns 40 minutos! Ufa, que alivio, passei. Agora só faltavam 50km. O apoio do audax estava lá, aproveitei e tomei mais água, mais banana, relaxante muscular nas pernas, e lá fomos nós.

Perguntei para ele se tinha mais subida na volta, e ele veio com aquele papo de ciclista: “não, só tem 1 subidinha de nada”. E eu disse para ele: “beleza, só vou terminar o audax então porque tu me esperou até agora”.

Tinhamos até 13hs e 30min para terminar o audax. Não me recordo em quanto tempo já estava quando faltavam os 50km finais. Mas foram os 50km mais longos que já passei. Começou a ficar noite e nada da chegada. Olhava para frente e tinha aquele subida que não estava mais no roteiro. Pronto, faltando cerca de 10km e pouco tempo para as 13hs e 30min, a fome bateu de uma forma que não tinha como pedalar. Avistei de longe uma padaria, não tive outra ideia a não ser parar e comer algo. Quando vejo, volta o meu amigo apavorado e me xingando que parei para comer. O tempo estava acabando. Saímos de lá e entramos em Balneário Camboriú e finalmente vejo de longe a chegada. Que alívio! Eram mais de 13hs em cima da bike, tava muito cansado.

Mas enfim, concluímos o tal audax 200km.

Para terminar, a corrida/desafio foi em um domingo, segunda-feira voltava tudo ao normal, tinha que retornar a Curitiba até as 8hs para trabalhar.

Chegamos na casa dele, tomamos aquele banho, comemos algo e tibum na cama. Dormi até 4:30 da manhã, sai de lá rumo a Curitiba e fui trabalhar direto.

Depois disso começa a cair a ficha que você se superou e que nada é impossível.

A Lenda* do Ciclista Fantasma

Por Flávio Allan Krüger

Há uma história de um ciclista misterioso, geralmente visto em estradas secundárias de pouco movimento, que ninguém sabe ao certo seu destino, os motivos por que pedala e nem há quanto tempo já está na estrada. Aparece em cidades pequenas e, da mesma forma que surge, desaparece sem deixar vestígios. Muitos acreditam que ele, na verdade, seja um fantasma, pois afirmam já terem o visto andando sem as mãos e pedalando para trás. Algumas pessoas até já conversaram com ele, quase sempre quando perguntadas sobre informações do caminho que percorria.

Embora tenham muito medo, ninguém sabe ao certo de nenhuma coisa estranha que já tenha feito. Algumas pessoas que se atreveram a acolhê-lo em suas casas relatam, inexplicavelmente, terem sentido uma grande paz de espírito em sua presença. Crianças e principalmente animais parecem gostar muito dele, aproximando-se e permanecendo ao seu lado. Uma senhora disse acreditar que ele, ao invés de um fantasma, seja na verdade um anjo.

Recentemente foi descoberta uma antiga fotografia, tirada por um senhor que dirigia seu caminhão numa estrada rural, em que aparece uma pessoa misteriosa com uma bicicleta. As pessoas que já o viram afirmam tratar-se do ciclista fantasma.

Foto: acervo pessoal do Ciclista Fantasma
Foto: acervo pessoal do Ciclista Fantasma

Caso algum dia você o encontre, siga sua mais profunda intuição e decida se deve ajudá-lo. Só assim você realmente saberá quem é o ciclista fantasma.

* conto inspirado em uma expedição ciclística real, de Curitiba a Montevideo
(https://plus.google.com/100324963984762464621/posts/3uy8wxXcrdT)

Veja aqui o que é o Ciclismo de Estrada

Uma das mais tradicionais modalidades, não só do ciclismo, mas do esporte como um todo, é o Ciclismo de Estrada. Muito popular, principalmente na Europa, essa modalidade de ciclismo tem provas célebres por sua história e vem crescendo, atualmente, em todo o mundo.

Sabe sobre o que se trata o Ciclismo de Estrada? Conheça mais sobre essa modalidade, em mais um artigo do Especial Ciclismo: Modalidades, e se torne um apaixonado, assim como nós!

Foto: Depositphotos
Foto: Depositphotos

O Ciclismo de Estrada

Provas de Ciclismo de Estrada são registradas desde 31 de maio de 1868, quando houve uma corrida no Parque de Saint-Cloud, em Paris. Desde então, temos várias provas famosas, entre vários tipos de competições de Ciclismo de Estrada.

Existem as provas que duram um dia inteiro e as que duram vários. Há também corridas curtas contra o relógio, nas quais o objetivo é marcar o menor tempo de volta, que podem ser individuais ou por equipes. Por fim, há as Ultramaratonas, nas quais são percorridos até 3.000 milhas em menos de uma semana, apenas de bike!

O ciclista de estrada

Curiosamente, não apenas a categoria se subdivide em tipos de provas, como também os ciclistas têm a sua ramificação dentro de algumas especialidades do Ciclismo de Estrada, dado o nível da técnica e de especialização que os atletas precisam alcançar. O ciclista chamado de Passista é de grande utilidade nas provas de equipes, pois a sua característica é se manter competitivo por muito tempo, conseguindo sustentar um ritmo de corrida por várias horas. Isso permite formatar melhor a estratégia da equipe em cima da performance desses atletas.

Já o Velocista é o contrário: capaz de “tiros” de grandes velocidades, eles têm a explosão e a força necessárias para atacar, em um determinado momento, os oponentes que se encontram à frente. Mas não conseguem sustentar o mesmo ritmo por grandes períodos de tempo.

O Escalador é aquele ciclista que tem muita potência para pedalar nas subidas, o que pode representar bastante vantagem, principalmente nas provas mais longas. Gregário é o que segue na frente do pelotão, puxando o ritmo e elevando o nível da competição, mas que, em um determinado momento, tem a sua posição cedida a outro ciclista que é, na verdade, quem pode vencer a prova. O gregário, portanto, tem um valor estratégico para a equipe, mas não acaba obtendo resultados tão significativos quanto aqueles que estão subindo no pódio.

O Contrarelogista é o atleta especializado em pedalar sozinho, muito técnico, buscando os melhores tempos em pista. Essas corridas são chamadas de provas contra o relógio.

As corridas mais famosas do Ciclismo de Estrada

Entre as provas que tornaram esse esporte um dos mais praticados no mundo, está a legendária Tour de France, corrida realizada desde 1903 na França e que faz parte dos Grand Tours, que são as três maiores provas de Ciclismo de Estrada do mundo. São elas: Tour de France, Giro d’Italia e Vuelta a España. No Brasil, a modalidade cresce a cada dia, com a organização de grupos de ciclistas e competições em todos os níveis.

Quer conhecer outras modalidades de ciclismo? Não perca o nosso Especial Ciclismo: Modalidades!

Cicloviagem de renovação espiritual: de Ibiúna a Aparecida (SP)

Por Alexandre Vieira Borba

Cicloviagem de renovação espiritual

No ano de 2012 fiz minha primeira cicloviagem de Ibiúna-SP para basílica de Nossa Senhora Aparecida. Foram 260 km rodados em apenas um dia. 14 horas de um pedal solitário: apenas eu, a bike, meus pensamentos e Deus…

É um dia impar sem explicação… Voltei uma pessoa melhor da viagem. No primeiro ano me chamou a atenção a quantidade de pessoas morando debaixo das pontes na Marginal Tietê, também a fila na porta do CDP com sua maioria de senhoras com o mesmo semblante de sofrimento. Isso me fez ver que para uma mãe não importa o que seu filho fez, ele sempre sera seu filho.

E em relação às pessoas morando na ponte, que não podemos nunca reclamar enquanto vivo, pois sempre tem pessoas com problemas bem maiores que os nossos… Uma vez fiquei quase sem água na viagem porque dei minha água para “socorrer” uma família com o carro que ferveu na rodovia, e pedalei 50 km sem água…

Cicloviagem de renovação espiritual
Cicloviagem de renovação espiritual. Foto: acervo pessoal Alexandre Vieira Borba

São inúmeras historias e acontecimentos que me fazem renovar a fé crescer espiritualmente… enquanto conseguir pedalar farei essa cilcoviagem todo ano.

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.

Até Onde VOCÊ Foi: coletânea de pequenas histórias nº 4

O projeto Até Onde VOCÊ Foi recebe histórias de todos os tipos e tamanhos, inclusive algumas bem pequenas, mas ainda assim, muito legais. Pensando nisso, resolvemos agrupar algumas pequenas histórias em textos coletivos, para que a leitura fique mais interessante. Confira abaixo 4 histórias.

1 – De Canoas a Praia do Magistério (RS) – por Mauro Hoffmann

Eu e mais três amigos fizemos um pedal de MTB de Canoas até a praia de Magistério no RS. Neste passeio fizemos ida e volta 276km, levamos 8:0hs para ir e 7:45min para voltar. Na ida pegamos um vento frontal onde não conseguíamos andar mais de 15km/h, foi bastante desgastante. Na volta foi mais tranquilo, não furamos nenhum pneu, tivemos uma saída de pista forçada por um ônibus, a sorte que estávamos de MTB, pois o acostamento tinha buracos e muitas pedras.

Foto: acervo pessoal Mauro Hoffman
Foto: acervo pessoal Mauro Hoffmann

2 – 1000km na Serra da Mantiqueira – por Cláudio Carvalho Junior

Pedalando 1000 Km na Serra da Mantiqueira entre as divisas dos estados SP, MG e RJ, foi uma experiência incrível! Esse projeto mudou minha perspectiva da vida. Essa região é fantástica de natureza exuberante, lugares maravilhosos e de pessoas simples e receptíveis.

Foto: acervo pessoal Claudio Carvalho
Foto: acervo pessoal Claudio Carvalho

3 – Aparecida do Norte – por Celso José da Silva

Eu e meus Amigos todo ano fazemos a romaria de Cambui MG a Aparecida do Norte SP uma viagem de fé, alegria e esperança.

Foto: acervo pessoal Celso José da Silva
Foto: acervo pessoal Celso José da Silva

4 – De Ourinhos a Bauru – por Jackson Tamura

Já fui e voltei de Ourinhos para Bauru (em dois dias diferentes, duas ocasiões), talvez com uns 02 meses de diferença. Ontem voltei de bike de Bauru, contando a volta que dei dentro de Bauru deu 131 Km, com direito a pneu furado e tudo. Voltei a andar de bike em setembro/2014, quando comprei minha Cannondale no Paragua (Ciudad Del Este)…

Foto: acervo pessoal Jackson Tamura
Foto: acervo pessoal Jackson Tamura

[Bikes com nome de gente] Caloi Aluminum Supra Aerolight “Juliana”

Dando continuidade a série, mostraremos hoje a segunda bike da frota: “Juliana”

 Esta é a quinta bike de alumínio que monto, sendo a terceira para uso em trilhas, e mais uma da Caloi! (as outras duas anteriores eram da mesma marca)

 

Caloi Aluminum Supra Juliana
Caloi Aluminum Supra Aerolight, ou simplesmente “Juliana”

Origem do nome:

Assim como a “Erika”, esta bike recebeu o nome de uma garota da qual também tive um amor platônico. A diferença é que, com a tal garota, acabamos passando boa parte do tempo juntos (estudamos juntos no mesmo colégio e éramos vizinhos). Filha de pais empresários, tinha um ar de “intocável” por não aparecer muito no grupinho do bairro, e dessa vez nossos pais já se conheciam desde muito tempo.

Juliana (4)
Primeira foto da “Ju” em solo catarinense

Ela também era loira (acho que fica explícito minha preferência por loiras não? hehe) com pouco mais de 1,70 e feições alemãs, totalmente diferente dos pais dela, e chamava a atenção por onde passava. Tínhamos um bom relacionamento como colegas de classe nos primeiros meses de escola, até que outros “colegas” começavam a espalhar rumores de que havia algo a mais entre a gente. Foi o suficiente para ela “virar a cara” pra mim. Isso até que não foi tão ruim, até o momento em que um vizinho novato passou a conversar com ela e terem mais afinidade. Meu mundo caiu outra vez 🙁

Depois de um bom tempo acabei mudando de bairro e desde então perdi totalmente o contato com ela. O pouco que sei até então é que ela fez intercâmbio na Alemanha, ficando lá por alguns anos, e que não mora mais em Arapongas/PR. Acredito que, a essas alturas, já deve estar casada e morando em algum lugar do Brasil (ou na Alemanha, o que não duvido nada!)

Juliana (3)
Ju em sua primeira competição: foi logo a primeira vitória nossa na categoria Sub 25

Origem do nome “2ª versão”:

Depois de pouco mais de um ano morando em Itapema/SC, estava eu na casa se um colega de trabalho comentando sobre minhas vitórias nas competições do estado. Em um momento, ele me pergunta o nome da bike, e eu respondo “Juliana”. Logo, ele fez alusão a “Republica Juliana”, referindo-se aos revolucionários que tinham laços com a Revolução Farroupilha (era praticamente uma extensão dessa revolução), que buscavam independência politico/econômica do restante do Brasil. Acredito que faça mais sentido, pois tal como os revolucionários, a Juliana era praticamente uma guerreira pois encarava as competições em pé de igualdade com demais bikes de maior tecnologia e valor agregado, e em muitas vezes chegando ao topo do pódio dentro da categoria Sub 25 (categoria onde participei de 4 corridas, vencendo 3 delas e desistindo da última devido a uma quebra do câmbio traseiro, e ainda assim conquistando o segundo lugar geral da categoria e com 3 corridas a menos!)

Juliana (5)
Juliana depois de alguns upgrades: melhorando a cada dia

 Sobre a bike:
Esta é a terceira bike de trilha que monto, e desde então é a “titular” para trilhas e competições (essa última um tanto raras de aparecer,devido a falta de treinos e grana para as inscrições). As duas primeiras que havia montado (ambas Caloi Aspen Extra Aluminum) eu acabei vendendo depois de muita insistência dos então interessados pelas bikes. O curioso é que eu não tinha pretensão de revende-las, uma vez que havia montado elas para meu divertimento, e olha que os componentes usados nem eram de boa qualidade! Em dias em que meus amigos me chamavam para fazer trilhas, me via obrigado a colocar os pneus Pirelli BM85 Demon na Erika pra poder acompanhar a galera. Estava passando da hora de montar uma bike exclusiva para trilhas!

Juliana (1)
Juliana “fazendo pose” em algum lugar da região da Costa Esmeralda

Foi então que, em uma fim de tarde de inverno, descubro que um dos colegas que estavam iniciando no Down Hill havia trocado o quadro dele, uma Caloi Supra Aerolight, por um com geometria “slooping” e mais reforçado (acreditem: o cara usava o quadro da Ju para fazer Down Hill!!!). Eu já gostava do formato desde quadro muito antes de iniciar no ciclismo, mais precisamente quando vi uma na cor amarela com adesivos diferenciados da Caloi e preparada para correr no asfalto. Me apaixonei pelo modelo e botei na cabeça que iria ter um desses!

Voltando ao “encontro do quadro”: lá estava eu na bicicletaria que frequentava, quando me deparei com aquele quadro. Reconheci a peça de longe e eu conhecia o dono dela. Para minha sorte, o dono dela apareceu lá e logo o abordei sobre o mesmo. Ele não tinha interesse em vender o quadro (na real ele nem sabia o que fazer com ele!) Mandei uma oferta pra ele e ele aceitou, e acertamos de dar o dinheiro pra ele no dia seguinte. Dito e feito, pagamento efetuado e lá estava eu todo feliz levando o quadro pra casa 😀

E como todo começo, montar essa bike não foi fácil (cheguei a montar uma bike mais simples pra poder trocar ela por um par de rodas Aero para colocar na Ju). Algumas peças eu já tinha, e outras tive que ir comprando aos poucos para poder montar a bike. Como nessa época eu já prestava serviços de montagem de bikes novas da Caloi para uma autorizada, eu conseguia algumas peças com preços reduzidos.

Como era de se esperar, apareceram mais interessados por esta bike, mas jurei a mim mesmo que esta eu não iria vender, e assim se segue até hoje! Por pouco eu não troco ela por uma Brandani customizada, mas pensei muito e não fiz a troca. Pena que a tal Brandani foi vendida para uma garoto que acabou destruindo a bike e largando o quadro jogado no quintal da casa dele. Uma pena :/

Juliana (2)
Juliana pronta para mais um giro

A bike é feita com alumínio 6061 -T6 e possuía um desenho diferente do que era oferecido na época, em fins da década de 1990. Era vendida no mercado com o nome Caloi Aluminum Supra, e a nomeclatura interna na Caloi era Aerolight, devido ao downtube de desenho aerodinâmico e de maiores proporções. Esta parte também era usada para fazer a Caloi T- Type a partir de 1998. Originalmente, o quadro era polido, mas o antigo dono mandou pintar de azul brilhante (quase no mesmo tom que a Caloi usava), e a cor permanece inalterada, com exceção dos riscos devido as várias quedas que já tive com essa bike.

A bike já encarou muitas competições e trilhas, e foi a que mais sofreu upgrades ao longo de quase 10 anos em minha mãos. Ela sim pode ser chamada de guerreira, pois já passou por vários tombos, uma quebra de gancheira, várias quebras de câmbio e está lá firme e forte. Pena que tive que desistir das competições por um bom tempo pra poder melhora-la. Hoje ela usa componentes Shimano Deore 27V, pedais clip Shimano, e o último upgrade dela foi um guidão reto em alumínio.

Quem sabe um dia eu volte a competir em definitivo… Mas uma coisa eu sei: competindo ou não essa bike ficará comigo até eu morrer (não só ela mas as demais 7 que possuo)

Gostaram da história? Então vão se preparando que no próximo post falarei da “Gaby”, minha Caloi Aluminum Extra.

Até a próxima o/

Fotos, texto e edição: Kiko Molinari Originals®

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