BMX – Veja aqui as principais informações sobre a modalidade

Uma das amostras mais verdadeiras da diversidade e da versatilidade das modalidades do ciclismo é o BMX. Todos que gostam de esportes radicais, principalmente aqueles nascidos na década de 80, têm na cabeça a imagem de garotos pedalando explosivamente suas pequenas bicicletas em pistas com rampas de terra, dando saltos e fazendo manobras espetaculares. Mas nem todos sabem como esse esporte surgiu e evoluiu até o seu formato atual. Conheça então o que é o BMX, sua origem e outras informações sobre essa modalidade.

Foto: Deposit Photos
Foto: Deposit Photos

As origens do BMX

Muitos acreditavam que o BMX, ou Bicicross como também é conhecido no Brasil, havia surgido nos Estados Unidos ao longo dos anos 70, na Califórnia, o berço dos esportes radicais. Faz bastante sentido, certo? Na verdade, O BMX Freestyle realmente teve início nesta época, quando alguns pilotos mais experientes e habilidosos, como Tinker Juarez, resolveram invadir os skateparks e piscinas para explorar as transições, rampas e outros obstáculos com saltos e manobras criativas.

Porém, recentemente foi descoberto um vídeo de garotos participando de competições de bike em pistas de terra na Holanda, em 1957! Claro que as biikes eram bastante diferentes, mas seriam eles os precursores do BMX?

A sigla BMX significa Bicycle Moto Cross, por causa dos garotos que imitavam as corridas de Motocross em suas bicicletas na terra, na década de 60. Até os dias de hoje, o esporte evoluiu muito e se ramificou em algumas variações, se profissionalizando ao longo do tempo.

As modalidades de BMX

Basicamente, o BMX pode ser dividido em Racing (corrida) e Freestyle. As corridas são feitas em baterias, geralmente com uma volta completa no circuito de terra, com rampas, costelas e curvas fechadas.

Já o Freestyle tem vários tipos diferentes: Pode ser praticado em pistas como o skate, nas variações de Vertical (em bowls, piscinas e half-pipes) e Street, executando manobras em obstáculos, como corrimões, quarter-pipes e muitos outros.

No Dirt Jumping, uma rampa de terra com recepção é o palco de manobras ainda mais impressionantes e disputas entre os pilotos mais corajosos. E para contrastar com o impacto e a agressividade do Dirt, no Flatland os pilotos demonstram extrema habilidade em manobras de solo, com o máximo de fluidez, precisão e continuidade possível.

Os pilotos mais famosos do BMX

Se o skateboarding tem Tony Hawk, o BMX tem o seu próprio mito: Mat Hoffman apavorou nos anos 90 voando com sua bike no Vert, atraindo muitos garotos para a modalidade, que na época ainda estava à sombra de outros esportes radicais, como o skate e os patins inline.

Outros pilotos que marcaram seu nome na história mundial do BMX: Dave Mirra, Tim Wood, e Ryan Nyquist.

Atualmente, no Brasil quem se destaca são Renato Rezende e Priscilla Carnaval, os atuais campeões brasileiros de BMX.

A bike de BMX

As bicicletas voltadas para o BMX são frequentemente confundidas com “bicicletas infantis”, devido às pequenas rodas de aro 20” ou 24”. Dependendo da modalidade, o quadro deve ser mais reforçado, como no caso do Dirt Jumping, ou mais leve, no caso das bikes para Flatland ou Racing.

As bicicletas de BMX não possuem marchas, e nos modelos de Flatland o guidão possui um mecanismo que permite que seja girado quantas vezes quiser, sem se prender no cabo do freio.

Não deixe de conferir todos os posts do nosso Especial Ciclismo: Modalidades. Até o próximo!

Cicloturismo: de Praia Grande (SP) a Paranaguá (PR)

Por Edu Standerski

Cicloturismo: de Praia Grande (SP) a Paranaguá (PR)

Diário de Bordo: dia 1

Trecho: São Paulo, Praia Grande, Mongaguá, Suarão, Itanhaém e Peruíbe.
Distância: 73 Kms

De casa até o Jabaquara a gambiarra do pezinho da bike já quebrou logo na primeira parada para checar o pedal que também estava abrindo o bico. Toquei até o Terminal de ônibus do Jabaquara. Embarquei sem problemas em um ônibus expresso da Viação Breda rumo a Praia Grande, o que eu não sabia era que ele vai para o terminal da Vila Mirim e não para o terminal próximo a Ponte Pencil e Forte, de onde eu pretendia iniciar o pedal. Menos uns 10 kms. Acho que no fim das contas acabei ganhando, depois que o mecânico da bicicletaria me deu o toque de que eu não deveria ir pela praia e acelerar sentido Mongaguá, por causa da minha segurança, pois a bike equipada como estava chamaria muita atenção. Abortei a etapa de praia da Praia Grande e cheguei em Mongaguá pela Av Kennedy mesmo. Rapidão estava na areia da praia finalmente.

Naquelas condições, baixa temporada, a praia de Mongaguá estava com um visual bem bonito. Depois de passar pela plataforma de pesca tive que parar em uma barraca de praia, que estava fechada, pra colocar a capa corta vento pois começou a chover. Enquanto me preparava vi duas corujas tirando a maior onda na chuva, tomando um banhão!! E depois disso a presença de corujas pelo caminho tornou-se bem frequente até o final.

Cheguei em Itanhaém e optei por almoçar ali de frente pra praia mesmo pois não queria passar pela praça, Igreja e etc. O PF muito bom em um restaurantezinho legal montado em uma casa centenária. A decoração também conta com a participação dos clientes que pra lá levam seus projetores Super 8, celular Motorola PT550 e muitas outras coisas.

Animadão que iria chegar em Peruíbe, peguei uma rua de paralelepípedos e num desses solavancos o bagageiro se soltou e caiu sobre o câmbio traseiro e a roda e arrebentou os dois. Sem qualquer chance de conserto. Ambos deveriam ser substituídos.

Na outra esquina encontrei a bicicletaria da loira, que logo me deu o orçamento do aro e cambio novos e começaram o conserto. Duas horas e meia depois, e isso já umas 4 e meia da tarde, e 100 reais a menos no budget da viagem, parti sentido areia da praia pra chegar logo em Peruíbe. Mas não sem antes ter que trocar pneu e câmara de ar traseiros, porque quando o bagageiro caiu deve ter machucado o pneu de alguma forma e ele explodiu. Guardei pneu e câmara de ar pra jogar no lixo mais tarde. Faltavam uns 10kms para chegar e mais uma parada para remontar o cambio “XiiiiMano”, vendido pela Loira da Bicicletaria, pois ele estava soltando os parafusos pelo caminho, por sorte consegui achar. Montei tudo de novo, e enfim……Peruíbe!

Dia 2
Trecho: Peruíbe a Iguape
Distância: 121 kms

Mais uma vez acordei as 5 da manha, tal qual os dias que antecederam o inicio da trip, dei uma geral na bike e reapertei tudo que foi parafuso e lubrifiquei, claro que traumatizado pelo dia anterior onde a quebradeira foi forte. Café da manhã tomado, fui atrás de conseguir uma barco para atravessar de Peruíbe a Jureia. Fui no mercado do peixe, liguei pra Toshio San mas realmente e coisa era bem mais complicada do que imaginei: além de ser longe pacas ficava caro igual.

De Praia Grande a Paranaguá.
De Praia Grande a Paranaguá. Foto: Acervo pessoal Edu Standerski

A alternativa era subir 40 kms até Miracatu, pegar 12 kms da Régis Bitencourt e depois mais 55 kms até Iguape. Isso já eram 10 horas da manhã, teria que acelerar o passo pra estar o mais próximo possível de Iguape, pois já sabia que pedalaria de noite. Até a Régis tudo bem, descansei no posto Fazendeiro e toquei pra SP222. Fiz uma pausa no inicio e logo continuei. Foi quando encontrei a subida mais longa de todas que já vi na vida! 6 kms pra cima! Devagar em sempre consegui chegar lá em cima, e o visual do Vale do Ribeira do Iguape valeu a pena.

Esfriou bem a partir daí e acelerei o passo ladeira abaixo. Anoiteceu, me equipei com todas as luzes que eu tinha o lugar é escuro! Mas muito escuro mesmo!!! A noite estava linda, céu limpo e lua e acho que todas as estrelas que eram possíveis de serem vistas estavam lá. Mas ainda faltava 40 kms. O subidão foi logo no começo da estrada, tinha ainda toda a parte de planalto até chegar em Iguape. Pra descontrair a pedalada, quando estava chegando perto da cidade horas depois, me grita um louco do meio do mato “Óiaaa! é a bicicreta da pulicia!” Eu honestamente nunca seria capaz de saber onde ele estava com aquela escuridão, mesmo equipado com luzes o suficiente pra parecer uma ambulância do SAMU!

Dei umas boas risadas e logo comecei a avistar as luzes da cidade naquele breu. O pessoal do posto de gasolina me indicou a Pousada dos Lampiões, no Centro de Iguape. Instalada em uma casa centenária com decoração que remetem a época, deixando o ambiente muito bom. Pousada excelente com atendimento e preços também.

Sobre Iguape dizem: Para o Cristão, que em agosto acontece a segunda maior festa católica do Brasil, em homenagem ao Bom Senhor Jesus de Iguape, perdendo apenas para Aparecida do Norte! Para o Pagão, que o carnaval de lá é espetacular!! Mais de 80 mil pessoas pelas alamedas e ruazinhas, gastando os paralelepípedos.

Dia 3
Trecho: Iguape, Ilha Comprida, Cananéia, Comunidade do Marujá na Ilha do Cardoso e Barra do Ararapira/PR.
Distância: 64 kms

Na noite anterior, eram 10 da noite, escutei sinos soando bem alto, achei estranho mas inocentemente concluí que deveria se tratar apenas de um capelão um pouco mais empolgado com o vinho. Que nada, às 5 da manha lá estavam eles de novo soando em alto e bom som. 5 toques para as 5 horas, 6 para as 6 e assim foi, com aquela confirmada a cada meia hora.

Levantei então e fui para a tradicional geral na bike e logo em seguida fui “levantar acampamento”, pois a esta altura eu já havia aprendido que parte das horas das minhas pousadas eram para tirar e recolocar as coisas nos alforges e de volta na bike. Felizmente quando pensei como eles deveriam ser recheados, tomei a decisão de que um deles teria conteúdo “social”e o outro de “trabalho”. Achei que foi uma boa estratégia porque agilizou muito as minhas manhãs.

Rapidinho estava na ponte que separa Iguape da Ilha Comprida e ali decidi que não faria o extremo norte da Ilha por causa do tempo com cara de chuva. Mais tarde fui perceber que a minha decisão era a mais certa, apesar do motivo não ser o certo, pois o sol até apareceu mais lá pro sul da Ilha. Com isso a Barra do Rio Ribeira, Ponta do Icapara e Praia da Juréia ficam pra uma próxima visita.

Pedal muito tranquilo e com vários encontros pelo caminho. Gaviões Carcará, Maçaricos, Gaivotas, Botos, pescadores, de bike, de boa e assim foi até chegar na entrada da comunidade de Pedrinhas. Parei no quiosque da pernambucana Jô, que me disse ali ser o melhor lugar do mundo pra se viver. Conversando com ela e com o filho Jr, descobri que deveria me apressar para chegar logo a entrada de estrada da balsa pra Cananeia, pois a maré estava subindo e rápido. Se eu tivesse ido até o extremo norte da Ilha eu não teria tido tempo de chegar até a estrada da balsa, pois a maré teria subido e acabado com a faixa de areia pedalável da praia, único meio possível de se chegar lá. Mirei no que vi e acertei no que não vi!!

Pedalzinho suave até a balsa onde abasteci meu suprimento de cocadas, quebra-queixo e outras gordices.

De Praia Grande a Paranaguá.
Foto: Acervo pessoal Edu Standerski

Chegando a Cananeia a bordo da Balsa, vi uma galera carregando um barquinho com dois bujões de gás e imaginei que eles poderia estar indo para alguma Ilha e com alguma sorte seria a do Cardoso. Falei com os caras e dito e feito. Moravam no Marujá/Ilha do Cardoso e partiriam pra lá em uma hora. Acertei com eles que iria junto e fui comer alguma coisa.

De Praia Grande a Paranaguá.
Foto: Acervo pessoal Edu Standerski

Embarcados seguimos rumo a ilha do Cardoso por uma paisagem inacreditável da Serra do Mar e das Montanhas da Ilha do Cardoso. Conversando com os caras, fiquei sabendo que por conta da maré alta, que naquele dia muito mais alta do que o normal, eu não conseguiria pedalar pela praia da Ilha do Cardoso por não haver faixa de areia pedalável. Renegociamos e seguiria de barco então até o objetivo final do dia, a Barra do Ararapira/Ilha do Superaguí, do lado do Paraná. Do lado de fora do mar de dentro fica a Ilha do Cardoso/SP e do lado de de dentro do mar de dentro fica a Ilha do Superaguí/PR.

Dei um tempo lá no Marujá até eles descarregarem o barco. Aí conversei com uma galera que trabalha lá como monitores ambientais. Fora da temporada a Ilha serve com o lugar do estudo do meio, levando alunos as escolas estaduais e particulares para um fim de semana monitorado na Ilha, para conhecer os diversos ecossistemas que existem ali: mangue, montanhas, praia, restinga e outros que nem me lembro agora. Tudo monitorado com cronograma, programa e conteúdo a serem seguidos. Achei muito bom e organizado.

Mas estava anoitecendo e comecei a ficar cabreiro de que teríamos que descer até o sul da Ilha já de noite. Não deu outra. Anoiteceu e estávamos no meio do mar de dentro e no meio do caminho para a Barra do Ararapira. Apesar de ter feito antes, fiquei bem tenso. Finalmente chegamos ao píer e desembarquei naquela escuridão de forma meio estabanada e lá se foi meu amado GPS pro mar!

Me instalei na casa do Dico, em uns quartinhos que ele tem pra alugar, jantei com ele e a familia, afinal de contas não haveria qualquer outra chance de conseguir comida alí.

Foram muito gentis e o jantar estava ótimo mesmo. Ainda inconformado com a perda do GPS voltei no píer e como a maré já tinha baixado, achei!!! Fiquei muito aliviado e consegui dormir tranquilo.

Dia 4

Como de costume acordei as 5 da manhã e logo pulei da cama e fui para o pier ver o nascer do sol. Foi um dos pontos altos da trip. Lindo! Dei um tempo lá com os pescadores que ainda decidiam se sairiam pra pescar ou não e assisti o espetáculo do dia amanhecendo ali. Fui tomar um café com torta de banana, pois o Fernando e Beto, já me esperavam para uma carona até a parte pedalável da Ilha do Superagui.

De Praia Grande a Paranaguá.
Foto: Acervo pessoal Edu Standerski

Mas antes de embarcar, dei uma passada na casa da Associação das Mulheres produtoras de Cataia. Uma erva que nasce no mato e que mergulhada na cachaça durante 7 dias, torna-se o “uísque”do caiçara. Diz a lenda que na década de 60, o primeiro cara que tentou esta receita, foi o pai do Dico, o dono do quartinho que passei a noite. Comprei dois pacotes da danada da erva e me mandei pro barco. Travessia rapidinha de barco e logo estava na areia da praia. O lugar é realmente espetacular! E conhecido por todos como a praia deserta do Superaguí. E assim seria até quase na Vila do Superagui. Uma praia deserta mesmo, não encontrei ninguém durante uns 30 km, a não ser duas boias de sinalização desprendidas do mar e atoladas na areia da praia.

Já chegando no fim da praia deserta, alguns pescadores e lagoas de água doce. Pedalei por ali um pouco e logo fui pra Vila pois queria muito chegar a essa altura. Me instalei, enganei a fome com algumas porcarias pois não havia almoço disponível em lugar nenhum. Nem na minha pousada. Acertei com o dono do mercadinho, Toninho, uma carona até Paranaguá logo as 7 da manhã, racharíamos a gasosa e eu economizaria uma hora e meia de viagem. Topei na hora! Dei umas caminhadas, fiquei de preguiça, dormi, jantei, mais umas caminhadas e cama!!

5 da manhã de pé de novo, fui ver o sol nascer na praia mas na verdade fui mesmo é passar um frio do cacete, pois o sol demorou bem pra aparecer aquele dia e tive que voltar pra pousada e pegar o barco pra Paranaguá. O caminho pra Paranaguá também merece um destaque especial aqui, pois é espetacular! A vista da Serra da Graciosa e das Montanhas da Ilha do Cardoso são impressionantes.

De Praia Grande a Paranaguá.
Foto: Acervo pessoal Edu Standerski

Em Paranaguá me despeço do amigo Toninho, tomo uma café e embarco no busão sentido Curitiba, com todas essas histórias pra contar e muitas fotos.

[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

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O Caminho da Fé e as lições do cicloturismo

Por Paulo César Melo

Comecei a pedalar para melhorar a saúde. Precisava de exercícios, mas nunca gostei de academias, por ser um espaço fechado, e a bicicleta me pareceu o ideal.

Comecei aos poucos, equipamentos simples, e fui me adaptando aos passeios com a bike. Conheci novas pessoas, aprendi sobre pedalar, descobri as trilhas onde muitos outros ciclistas dividiam experiências e alegrias. Num destes passeios, conversamos sobre cicloviagem, e as aventuras e prazeres que tal viagem proporciona. Já estava bem familiarizado com os pedais, equipamento melhorado, e bem mais experiências., e a ideia me agradava muito.

A ideia tomou forma, consegui um parceiro de aventura, e marcamos nossa viagem. O trajeto escolhido para nossa primeira experiência foi o “Caminho da fé”, onde sairíamos de Águas da Prata e iríamos até Aparecida Norte. 318 km , pensados para concluirmos em 6 dias.

Foi uma ansiedade fora de série que antecedeu a viagem, programada para iniciar numa segunda feira . Manutenção na bike, acessórios , mochila e agendamento em pousadas. Tudo arrumado, e a véspera de iniciar o passeio foi difícil conseguir dormir. Começamos bem cedo, com uma empolgação juvenil, saindo de Águas da Prata. Quem conhece o caminho, sabe que dali já começa com uma subida pesada, mas tranquila de se vencer. Pegamos a trilha de terra entre as fazendas e começamos o caminho até Andradas. O caminho tem boa ascensão, passando por lugares maravilhosos, que dá gosto de passar.

O problema começou próximo a Andradas, onde comecei a sentir pequenas fisgadas na perna. Não achei que fosse um problema, e seguimos em frente. A ideia era almoçamos em Andradas e darmos sequência, porém, encontramos um grupo de ciclistas já saindo para a trilha, com o mesmo destino que o nosso.Pensamos, vamos deixar de comer e seguir junto, pois o pessoal já estava com mais de 10 anos de experiência no caminho. E fomos juntos, em direção a serra dos lima. E minha perna começou a fisgar mais, já dando sinais de câimbras. Seguimos, um lugar espetacular, com subidas e descidas dignas de profissionais. Confesso que aderimos ao grupo em solidariedade ao meu parceiro, e o pessoal era realmente muito bacana, mas estávamos fugindo completamente ao nosso roteiro. O Grupo ia até Ouro Fino neste dia, o que não era nossa ideia, mas fomos em frente.

Já estávamos no meio da tarde, é minhas duas pernas doendo como nunca, onde o passeio já estava mais para sacrifício do que prazer. Destino ainda estava longe, e eu já não aguentava mais. Liberamos o grupo para seguir em frente, diminuídos o ritmo, mas eu já estava sem condições de prosseguir, no meio do nada. Mas estávamos no caminho da fé, e fé era o que eu mais tinha de aparecer alguém naquele ponto, que pudesse me ajudar a seguir.

Pois bem, apareceu uma caminhonete , com dois caras, que trabalhavam em manutenção de torres energia, e pararam para me ajudar, dado as dores que eu estava sentindo. Meu parceiro foi pedalando até Ouro Fino, e eu fui de carona. Na cidade, já anoitecendo, procurei ajuda para melhorar as dores, más não consegui nada. Nos reunimos, comemos, finalmente, é fomos descansar, já pensando no dia seguinte. Foi uma madrugada horrível, com câimbras muito fortes, e dores de fazer chorar.

Acabava minha aventura ali, na pousada. De manhã, conversamos e concordamos que não havia condições de eu continuar, uma vez que dali em diante, o caminho ficaria mais pesado. Foi uma tristeza . Todos que ali estavam me deram apoio, conforto e incentivo, mas não foi fácil aceitar. A imagem deles iniciando o, pedal e indo embora marcou muito. Ainda com dores, comprei minha passagem de volta. Isso foi em 2012.

Foto: acervo pessoal Paulo César Melo
Foto: acervo pessoal Paulo César Melo

Hoje estou mais experiente, tratei minhas câimbras, tenho um condicionamento muito melhor que naquela época. Ainda tenho contato com o pessoal que conheci naquele dia, e todo ano eles fazem este caminho. Já fiz várias vezes o caminho de Águas da Prata até Andradas, mas ainda não fiz o Caminho da fé. Este ainda vou retomar um dia, para realmente apreciar suas belezas que suas trilhas possuem. Esta experiência me motivou ainda mais a pedalar, pois embora eu não tenha conseguido meu intuito, consegui boas amizades, e isso a bicicleta nos presenteia sempre.

[Nota do blog]: aqui no blog temos também um post sobre o Caminho da Fé com rota no Strava que pode interessar a você que pretende pedalar por esse roteiro.

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Cicloturismo Brasília – Pernambuco: 1800km de pedal

Por Jacó Fortunato das Chagas

Cicloturismo Brasília – Pernambuco: 1800km de pedal

Junho de 2012, Eu com 44 anos tomei uma decisão: embrulhei minha bicicleta , alforges peguei um ônibus rumo a Brasilia (DF). Cheguei em Brasilia de manhã e pedalei o dia todo na capital federal, enquanto aguardava Ricardo Pioto, que seria meu companheiro da maior parte da vigem.

Partimos no dia seguinte sentido Minas Gerais, planejamos esta cicloviagem para pegarmos apenas estradas vicinais, regionais e estaduais, evitando assim ao máximo as rodovias federais.
Saímos de Brasilia e entramos em Goiás (Formosa de Goiás), Cabeceiras, Chapada Gaucha, Arinos. Entramos em Minas Gerais, e nos encontramos com o Rio São Francisco (Velho Chico) que seria nosso companheiro durante a maior parte da viagem (Januária – Petrolina). Pedalamos por lugares e paisagens fantásticas, conhecemos e fomos acolhidos por pessoas maravilhosas na Bahia e fizemos o trajeto da música Sobradinho, de Sá e Guarabira ( “Adeus REMANSO, CASA NOVA, SENTO SÉ, PILÃO ARCADO adeus, adeus…”). Conhecemos quilombos, fazendas, minas, reservas indígenas, povoados e religiosos.

Cicloturismo Brasília - Pernambuco.
Cicloturismo Brasília – Pernambuco. Foto: Jacó Fortunato

Passamos momentos marcantes. Um deles foi que Saindo de Xique-Xique na Bahia, quando decidimos pegar um Barco (Princesa do Café) para atravessar o São Francisco. Às 22:00 horas, um curto circuito deixa o barco à deriva, com mulheres e crianças chorando. Me prontifico e digo que tinha ferramentas (alicates e fita isolante) na mala da bicicleta. Eureka!! Consertamos o barco. Alegria geral!! Gritos de felicidade e abraços, nossa adrenalina estava lá em cima. O barco depois ainda encalhou, nos unimos e desencalhamos. Festa geral, com direito a bananas e comidas, doces e bolos regionais. Conclusão: atracamos em Pilão Arcado as 02:00 da madrugada, dormimos até as 05:00, e partimos.

Na divisa da Bahia e Pernambuco (Juazeiro da Bahia/ Petrolina) o Ricardo pega um avião de volta no aeroporto Nilo Coelho, eu sigo num pedal solo e após três dias chego em Araripina (Região da Chapada do Araripe) onde fui recebido pelo meu irmão que não acreditava na façanha!!

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Meu começo no pedal

Por Cristian Luan Colatto

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A semana inteira fico ansioso esperando o final de semana para poder pedalar com minha magrela, com ela esqueço de tudo, a unica preocupação é em guia-lá para os melhores lugares.
O vento no rosto, o suor de cada pedalada, o esforço de ir mais longe, aquela subida que você pensa em desistir, mas continua. Quando todos que colocam pra baixo não te apoiam, você ganha cada vez mais motivação para mostrar para si mesmo que é capaz, sim.
Ainda estou no inicio, mas ainda vou ir bem mais longe.

Downhill: história e atualidade

Uma das modalidades mais populares do Mountain Biking nos dias de hoje é o Downhill, também conhecido pela sigla DH. Essa é uma das variações mais radicais do ciclismo, na qual a agressividade nas manobras e a velocidade nas descidas dão tom à modalidade. Se você quer saber mais sobre o Downhill, conhecer suas origens e qual o panorama atual deste esporte que não para de crescer dentro do ciclismo, confira este post!

Até Onde deu Pra Ir de Bicicleta - Especial Ciclismo Modalidades - Downhill

As origens do Downhill

Na década de 70, o Mountain Biking era um esporte ainda em processo de criação. Na verdade, o Downhill surgiu antes da construção da primeira Mountain Bike em 1978 por Joe Breeze. Em 21 de outubro de 1976, foi feito o primeiro campeonato com uma descida de bicicleta cronometrada, que aconteceu na cidade de Fairfax, California.

As bikes usadas neste evento eram bicicletas comuns de passeio, que possuíam apenas o freio traseiro do tipo “contrapedal”, no qual é necessário pedalar no sentido contrário para acionar o mecanismo e diminuir a velocidade.

A bicicleta para o Downhill

As bicicletas feitas especificamente para a prática do Downhill possuem características bastante específicas. Geralmente, elas têm o quadro produzido em alumínio, aço ou carbono. É muito comum que os tubos usados para a construção do quadro sejam bem largos e as soldas bastante reforçadas.

Uma das características mais chamativas das bikes de DH são as suspensões. Hoje, os modelos usados são aqueles chamados de “full suspension”, pois possuem suspensão traseira e dianteira para absorver os impactos das descidas acidentadas.

As bicicletas de Downhill também precisam ter uma capacidade de frenagem extra, e por isso os freios são muito importantes para essas magrelas. Os freios a disco hidráulico são muito usados pela eficiência e também pela capacidade que fornecem de a bike continuar rodando mesmo que haja algum problema com o mecanismo de frenagem.

Downhill na atualidade

Além de ser a primeira modalidade de Mountain Bike, o Downhill é também uma das formas mais praticadas de ciclismo em todo o mundo. Além das pistas de DH nas montanhas e florestas, uma variação muito praticada é o Downhill urbano, realizado em descidas em ruas e vielas das cidades.

O campeonato mundial de Downhill 2014 aconteceu na Noruega, na cidade de Hafjell, e foi vencido pelo piloto inglês Gee Atherton, que havia ficado em segundo lugar no ano passado. Isso porque Sam Hill, que chegou a possuir uma vantagem de 3 segundos perdeu o controle e acabou sofrendo uma queda. Isso sem falar em Josh Bryceland que aterrisou no flat depois de uma rampa e machucou o tornozelo, perdendo o segundo lugar. Na categoria feminina, Manon Carpenter levou o primeiro prêmio, superando Rachel Laura Atherton.

O que se pode reparar é que a competitividade está cada vez maior, aumentando o grau de dificuldade de todas as competições. Por isso acontecem essas reviravoltas incríveis nas principais etapas do mundial de Downhill!

Continue acompanhando a nossa série Especial Ciclismo: Modalidades, e aproveite para tirar suas dúvidas no campo de comentários.