O ano de 2013 foi sem dúvida o ano mais produtivo – ciclisticamente falando – pra mim e para o Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta. Seguindo o costume de todo final do ano, faço uma pequena retrospectiva, e um balanço do que rolou nas pedaladas e por aqui no blog.
Esse ano pedalei um pouco menos para o trabalho. Mas, isso foi provavelmente o único aspecto negativo do ano.
Tive a minha primeira experiência em uma prova de ciclismo de longa distância, no Audax 200km em Rio das Ostras (RJ). Foram quase 11 horas de prova ao lado de gente muito legal e num clima bem gostoso. Quero tentar repetir a experiência, quem sabe em 2014 mesmo!
Em setembro foi a vez de pedalar mais, e mais longe: minha primeira viagem internacional de cicloturismo! Foram 8 dias na Região da Puglia, na Itália. A viagem rendeu uma série de 10 posts, que foram os mais visitados durante o ano.
Cicloturismo na região da Puglia – Itália
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O ano fechou com um bate-papo Pecha Kucha Night sobre Bikes, no Studio-X Rio de Janeiro. Foram 8 apresentações ao todo, com uma galera bem legal do Rio, São Paulo e Belo Horizonte (eu!), que apresentaram suas experiências com as magrelas. Eu falei um pouco sobre a história da bicicleta e do ciclismo no Rio de Janeiro.
Minha apresentação no Pecha Kucha Bikes – Rio de Janeiro
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Na rede – Pedalar em grupo é bem melhor!
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No blog a novidade mais legal foi a chegada dos colunistas e colaboradores. Há muito venho me esforçando para transformar o Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta em um espaço de troca de experiências entre os ciclistas e apaixonados por bike. Em 2013 esse projeto ganhou fôlego, com a chegada de um time de primeira: muito obrigado ao Kiko Molinari, Vitaly Costa e Silva, Richard Antunes e Raquel Correia.
Além dos colunistas, iniciamos uma seção onde o leitor e ciclista é o destaque: Relato do Leitor. Recebemos neste ano 26 relatos de pedaladas, viagens de cicloturismo e experiências de leitores de todo o Brasil. Obrigado à todos que enviaram seus relatos! Esperamos mais belas histórias em 2014!
Tanto trabalho e pessoas legais refletiram nos números do blog. Nossos acessos mais do que dobraram! Fechamos o ano com pouco mais de 316 mil visualizações, contra 144 mil no ano de 2012. Os posts mais visitados foram a série especial de Cicloturismo na Puglia – Itália e as Dicas para pedalar.
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Por isso, não poderia terminar esse balanço ciclístico de 2013 sem alguns agradecimentos importantes. O primeiro a você, amigo leitor, que acompanha esse blog nos seus mais de 4 anos de vida. Eu acreditava que o único motor para o deslocamento do ciclista eram suas próprias pernas. Mas tenho descoberto que suas visitas, comentários, emails, críticas e sugestões tem tornado esse espaço cada vez melhor e me motivado a pedalar e escrever cada vez mais!
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Obrigado também a cada amigo e amiga com quem dividi pedaladas em 2013! E um agradecimento especial aos nossos parceiros de 2013: Italy Bike Tour, Curtlo, Gamaia Esportes, Mazzashop, Haw Comunicação e Produtos.me, por acreditarem junto comigo no poder transformador da bike e do ciclismo.
Os projetos para o ano de 2014 já estão prontos! Podem esperar por muitas novidades aqui no blog.
Seguimos juntos e com muita disposição neste ano que se inicia. Desejo a todos um 2014 pleno em realizações e com muitas pedaladas!
Tive o prazer da participar do programa Bike Sonora, produzido pelos alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo. Os programas no formato “drops”, com informações sobre a bike no dia a dia da cidade de São Paulo, além de música, cultura e curiosidades do mundo das magrelas. Participei do programa número 1, falando um pouco sobre o papel da bicicleta e do ciclismo na conquista das mulheres por mais espaço e direitos na sociedade.
Pra ouvir, é só clicar abaixo!
E se quiser ouvir os outros 4 programas do Bike Sonora, é só clicar aqui.
Conheça todas as novidades, modelos e informações sobre as bikes dobráveis.Entre as opções confira as bikes dobráveis elétricas, de alta performance e muito mais.
Após diversas tentativas de achar parceiros para fazer uma travessia de bike de Vassouras-RJ para Ibitipoca-MG resolvi fazer sozinho, pra desespero dos familiares. Por este motivo, achei melhor encurtar o trajeto de forma a não pedalar em estradas asfaltadas e mais movimentadas, apenas em estradas rurais. Assim, no dia 15/11, minha esposa, linda ela, me levou de carro até Rio Preto, de onde saí às 5:45hs rumo a Ibitipoca.
Saindo de Rio Preto-MG
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Quem faz este caminho de carro, pega à direita em Rio Preto e vai até Santa Bárbara do Monte Verde, então pega a estrada de chão à esquerda e vai até a BR-267, onde, pegando novamente à esquerda, segue até Lima Duarte, num trajeto de +/- 70km. Porém, eu passaria “por dentro”, pelas serra que passa pelo Funil e sai em Olaria – MG.
. A saída de Rio Preto para o Funil já começa com uma parede sinuosa de paralelepípedos que vai serpenteando até chegar à estrada de chão já bem lá no alto. Dali até o Funil são subidas e mais subidas (como já escrevi aqui mesmo no blog: http://ateondedeuprairdebicicleta.com.br/cicloturismo-de-valenca-rj-a-pedra-do-funil-mg/). Este trecho foi de adaptação, pois era minha primeira viagem de bike efetivamente, ou seja, carregando bolsas, barraca, isolante etc. no bagageiro, ou seja, carregando peso. O centro de gravidade da bike muda e, além disso, o esforço é bem maior. No alto do primeiro “top” fui premiado com o nascer do sol. (olha ele aí embaixo)
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Minha pretensão era chegar ao Funil às 8hs, tomar um fortificado café-da-manhã e sair de lá no máximo às 9:30hs, porém cometi um erro de cálculo: como o feriado era numa sexta, a pousada do Funil ainda estava vazia (os hóspedes chegariam naquele dia, mais tarde), ou seja, não teria café aquela hora; me contentei com um pão com queijo num dos bares do local e resolvi ficar lá até o almoço (eu não podia fazer um pedal tão pesado sem estar bem alimentado); às 12:30hs eu almocei e deixei o Funil às 14hs (5hs após o planejado!!!!).
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Dali pra frente foi bem diferente, pois eu nunca havia passado do Funil, portanto eu atravessaria um trecho desconhecido, o que torna a sensação da pedalada bem diferente. Você não sabe mais o que tem a frente, o quanto dura uma subida, se na descida você terá algum obstáculo mais forte (como uma curva muito fechada), e não tem referências pra saber se está chegando ao destino ou não. E assim foram horas de pedaladas. E é maravilhosa a sensação de durante estas horas ver morros e mais morros, pequenos riachos, senhores em seus cavalos, pássaros, borboletas (tinham umas grandonas azuis que apareciam a toda hora). Horas e horas longe das cidades cinzas, em meio ao verde; um incrível descanso para os olhos e para a mente. Confira aí:
..Olha quanto eu subi!!! A estradinha vem serpenteando lá de baixo.
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Cheguei a Olaria às 18:15hs. Observando a pequeníssima cidade de 2000 habitantes tive a mesma impressão que já tive diversas outras vezes ao visitar Minas Gerais: as pequenas cidades mineiras, pelo menos as que conheci, são extremamente limpas e organizadas, com ruas amplas e calçadas amplas, com casas simples porém bem cuidadas, bem diferente das infelizmente abandonadas cidades pequenas do sul-fluminense. Após as impressões iniciais, sentei numa padaria para um lanche e meditei um pouco sobre o resto do pedal. Eu teria que pegar à noite um trecho desconhecido de estradas pouco movimentadas que cortam fazendas, somando isso ao grande desgaste físico já passado até ali e principalmente ao fato de estar sozinho, resolvi dormir em Olaria e seguir viagem no dia seguinte. Imaginem um tombo no meio do nada sozinho às 10 da noite: pesou mais o senso de segurança.
.Mapa e altimetria do 1º dia de viagem. Saca só as subidas: acumulado de 1795m de ganho de altitudeentrada de Olaria, às margens da BR-267
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Às 6:45 da manhã, deixei Olaria em direção a Ibitipoca. Dali pra frente haviam duas possibilidades: seguir por São José dos Lopes ou Rancharia. Optei por Lopes, pois está estrada me levaria até o trecho que vai de Lima Duarte a Ibitipoca. De Olaria a Lopes foi tranqüilo. Algumas subidas não muito pesadas e alguns baixadões bem planos. Em Lopes uma rápida parada para reabastecer o carboidrato e a água.
Cow Parade. Existem estas esculturas de vacas em diversas partes do mundo, como em Lima, Buenos Aires, Nova York, Paris, Sidney, Tóquio. Mas em São José dos Lopes!?!?!?! Legal mesmo!
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De Olaria a Ibitipoca são apenas uns 28km, mas eu mal podia adivinhar o quanto seria duro o trecho final. Muitos já tinham me avisado: a estrada de Lima Duarte a Ibitipoca é duríssima. Mas tem coisa que não adianta ninguém falar, só vivendo pra saber. Eram umas 8 da manhã quando entrei na estrada de Ibitipoca. Dali pra frente eu subi muito. A cada subida mais forte eu lembrava do meu grande amigo Christhophe Balmant dizendo: “cara, a última subida é uma parede, vai poupando porque a última subida é monstruosa, mas aí também termina”. E a cada subida mais forte eu achava que era a última que o Cristhophe havia falado. Num determinado momento, após umas das subidas, olhei o odômetro e percebi que faltavam apenas uns 2km, logo pensei: “é, está deve ter sido a última subida, a que o Christophe havia falado”. Parei para beber o último restinho de água.
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Enquanto bebia via a minha frente dois baitas morros bem altos e a estradinha entrando entre eles, provavelmente, pensei, Ibitipoca é logo ali do outro lado. De repente, vejo algo se mexendo lá no alto da montanha. Eu mal pude acreditar: era um carro, subindo vagarosamente e com extrema dificuldade um paredão desesperador. Eu quase desisti naquele momento. Fiquei uns 10 minutos sentado ao lado da bike pensando já em pedir carona. Refleti, refleti e pensei: “quer saber, eu não vou deixar de completar este pedal apenas por causa da última subida”. Subi na bike e iniciei a penosa subida. O sol resolveu aparecer bem nessa hora. Acho que uns 90% desta ladeira eu fiz empurrando a bike. Empurrava 50 metros e dava uma parada pra respirar. E assim foi até lá em cima. No caminho, dois carros pifados me davam a noção da força daquela subida. Os motoristas que passavam me olhavam até com pena, mas outras davam gritos de incentivo.
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Assim, às 10:20hs da manhã do dia 16/11, cheguei a Ibitipoca. As forças haviam acabado. Deitei na calçada destruído, me deliciei com o picolé de limão mais refrescante de toda a história de humanidade e fiquei curtindo a felicidade de terminar mais uma longa travessia sobre a magrela.
Esse foi o momento que vi o paredão!!! Logo abaixo, minha cara ao ver o que ainda faltava!!!Esperando o resgateA altimetria do 2º dia. Saca só o paredão no final!!!! Você sai de 850m de altitude e vai a 1250m numa só subida!!! Essa é de matar!!!
[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:
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No último domingo dia 17/11/13 fomos, eu e um amigo, a Anamari, uma pequena cidade ao pé do maciço de Baturité aqui no Ceará.
Partimos meio tarde, já às 7:45 da manhã, e a ideia era ir até uma localidade chamada Ladeira Grande que fica no município de Maranguape (famosa por ser a cidade natal do Chico Anísio). Mas ao chegar lá, esse meu amigo me disse que tinha familiares na cidade a frente, e resolvemos seguir viagem.
A manhã estava amena, com sol parcialmente encoberto por nuvens espaças o que deixava o clima mais tranquilo e facilitou muito o pedal de ida. Tínhamos a vantagem de que a maior subida já havíamos vencido, a já citada Ladeira Grande, que recebe esse nome com justa referência e ainda que tínhamos descidas leves mas com vento a favor. Fiquei pensando o óbvio, que toda essa vantagem se voltaria em desvantagem na volta e ainda com o sol mais forte, mas mesmo assim seguimos em frete.
A paisagem é bem diferente pois há a seca que castiga o Ceará nos últimos anos e ao mesmo tempo, ao horizonte, víamos montanhas com um verde exuberante.
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Vimos fazendas com criação de gado, cabras e aviários, mas o que realmente chamava muito a atenção era a cor de palha que encobria o chão resultado da seca prolongada que atinge o Ceará.
Chegamos em Anamari e fomos direto para casa da avó do Mario Lehi(colega de viagem) e lá me fizeram me sentir em casa. Fui convidado a tomar café, com bolo, pães e um suco delicioso de abacaxi, além de ficar para almoçar, mas achamos melhor não ficarmos para não “esfriar o corpo”. Foi uma tortura pois o almoço estava chegando muito bem e confesso que fiquei pensando no almoço boa parte da volta a Fortaleza.
Conversamos um pouco e logo depois colocamos o pé na estrada.
A volta, pelo menos até Ladeira Grande, foi pesada por causa de dois fatores: vento forte contra e o sol que resolveu “dar as caras” e castigou nossa volta. Aproveitamos e fomos parando para tirar algumas fotos, coisa que não fizemos na ida. Sabe como é… quando a vida lhe dá limões, tente fazer uma limonada!
No caminho de volta
Nesta parte do retorno (de Anamari até Ladeira Grande, cerca de 23Km) fiquei realmente muito cansado e houve uma hora, quase chegando em Ladeira grande, que paramos e sentamos uns 5 minutos em um bar de beira de estrada. Tomei uma coca cola de 600ml (a melhor coca cola que já tomei na minha vida! heheheh). Essa parada, juntamente com a energia ganha com a coca cola, me deu um novo ânimo para continuar. Incrível como isso levantou meu moral e acordou meu corpo que a esta altura já estava dando sinais claros de fadiga.
O restante do retorno foi tranquilo, com as energias renovadas e o fato de sabermos que estávamos cada vez mais perto de casa.
No total foram 106 km percorridos, em cerca de 5h de pedal e 6 horas e meia de percurso.
Nunca tinha pedalado tanto e ao final veio aquela gostosa sensação de limites vencidos!
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Andamos com uma das novas bikes da VZAN para 2014, mostrando o que ela tem a nos oferecer.
Texto, fotos e edição: Kiko Molinari Originals®
Agradecimento especial a “Chico” e Rogério “Kaba” da Pro Bike Bike Shop
Desde que o Mountain Bike foi criado, muita coisa mudou desde sua criação até os dias de hoje. No Brasil, marcas como Caloi e Monark apostaram na ideia e hoje vemos que quem apostou nesse então “nicho de mercado” se deu muito bem (exceto a Monark que parou no tempo e anda bem esquecida do público)
Hoje, vemos mais marcas brasileiras aderindo ao MTB, ainda mais com o advento das “rodas grandes”, de 27,5” e as famosas “29ers” E falando delas, hoje mostraremos a brasileira VZAN Spix 27.5 30V:
Não, você não leu errado!
Embora a VZAN traga as versões de aro 29” da Spix com os grupos Shimano Deore 30V e Shimano Acera 24V (além de outros modelos em aro 26” e uma Full Suspension 29” com peças distintas, sem contar os quadros avulsos e demais acessórios), fica claro que a marca aposta nas rodas “meio termo”, neste caso as bikes de aro 27,5”.
A unidade usada é uma “pré série”, isto é, unidade geralmente destinada a testes internos a serem feitos pelo fabricante antes do lançamento, mas que nesse caso foi destinada a alguns lojistas pré selecionados já como um produto definitivo, para avaliação da reação do público diante da novidade. Não é a toa que na loja onde a bike se encontrava a fila de espera para um “test drive” era de até 3 dias! Mas nós do site Até Onde Deu Pra Ir de Bicicleta conseguimos uma brecha e mostraremos em primeira mão o que a bike tem a oferecer.
Inicialmente fabricando aros simples e de folha dupla (mais conhecidos como “aero”) em 2002, passando a fabricar rodas prontas para Speed e Mountain Bike a partir de 2009, a VZAN aposta na montagem de bikes prontas usando uma mescla de componentes importados e nacionais.
A bike possui componentes importados em sua maioria, como quadro em alumínio 6061, canote de selim, canote de guidão e guidão TranzX e suspensão Suntorur XCM 27,5 vindos de Taiwan, enquanto o kit Shimano Deore 30V vem do Japão. Apenas os aros Strike 27,5 de 32 furos, são feitos no Brasil (fica a dúvida quanto aos raios, se são da brasileira DDL ou da taiwanesa Chairman Spokes).
Apesar de possuir os mesmos componentes da Spix 29.0, o quadro é bem diferente na versão 27.5, bem como obviamente as rodas e suspensão dianteira. Segue a foto da Spix 29.0 para comparação:
Analisando:
Devo confessar-lhes que nunca havia andado em uma bike dessa nova safra, seja aro 27,5” ou 29” (no máximo algumas pedaladas com uma Giant 29” de um amigo colombiano, em um espaço pequeno durante a última edição do XCO Masters realizado em Balneário Camboriú/SC em 2011), mas a experiência foi muito boa. Com a Spix 27,5, pude pedalar mais e explorar o que ela tinha a oferecer. Começando pelo quadro: o quadro é em alumínio em liga 6061 feito com tubos hidroformados, com ligeiras diferenças se comparado a Spix 29.0 (suporte da pinça do freio traseiro e uma leve ondulação no downtube perto do movimento central são as mais notórias).
A suspensão dianteira desta unidade é uma Suntour XCM 27,5 com trava rápida no guidão e 100 mm de curso. Apesar de ter rodado menos de 15 km com a bike, o trecho por onde rodei teve vários tipos de piso, de asfalto lisinho até trechos de paralelepípedos bem irregulares. O desempenho foi satisfatório em ambos os pisos, garantindo agilidade e boa dirigibilidade. A trava no guidão é de acionamento rápido chamado RSLO (Remote Speed Lock Out), o que garante a trava/destrava da suspensão com uma agilidade considerável.
As rodas usam aros exclusivos para a linha Spix, chamadas de Strike. Nesse caso, temos aros Strike 27,5” montados com cubos Shimano Deore M595 Center Lock e raios inox na cor preta. As rodas são calçadas com pneus Maxxis Crossmark 27,5 x 2.0, de cravos baixos e composto macio. Esse conjunto proporcionou um bom desempenho independente do piso. O único inconveniente é a retomada de velocidade quando se está quase parando: é um pouco mais lenta se comparada as aros 26”, mas isso é compensado quando se embala mais e mantém uma cadência mais alta. Depois que embala, a bike dispara!
O grupo de componentes é o já consagrado Shimano Deore M595 com 30 marchas e passadores Rapid Fire DynaSys, que garante trocas muito rápidas tanto para marchas ascendentes quanto descendentes. Um prato cheio para os bike-entusiastas e atletas amadores que procuram um bom desempenho. Infelizmente não pude testar a bike em subidas mais íngremes. O canote de selim, mesa e guidão são da TranzX em liga 6061 e 7075 respectivamente, e o selim é um Velo Plush VL-3256 em gel e vazado.
Pedalando:
Pego a bike e a levo para fora da loja. Sinto que é bem leve a um primeiro contato, mas não chega a ter a leveza de uma bike em fibra de carbono. Apesar da bike ser maior para o meu tamanho (era tamanho 19”), senti que a bike se encaixara perfeitamente ao meu biotipo. Como eu havia chegado a loja com a “Juliana” (minha Caloi Supra Aerolight para trilhas) e já estava de sapatilhas, não foi difícil usar a bike com os pedais Shimano DX que estavam nela. Ao montar nela, já senti que ela era mais alta mesmo tendo geometria slooping. Primeiras pedaladas: não senti muita diferença no inicio, mas notei que tinha marcha “sobrando”, isto é, pedalava e trocava de marchas mais vezes para conseguir mais velocidade (me senti o Brian O´Connor da saga Velozes e Furiosos nessa hora ^^! “entendedores entenderão”)
No primeiro semáforo, já pude sentir a precisão dos freios hidráulicos Shimano Deore com seus rotores de 175 mm: já freiam ao menor toque nos manetes, possibilitando uma boa modulação na frenagem. Sinal verde, hora de arrancar! Com a suspensão travada, a bike ficou bem firme e aliado a precisão das trocas de marchas do Rapid Fire Deore com a tecnologia DynaSys, garantindo trocas mais rápidas se comparados com as versões mais antigas de Rapid Fires da mesma linha. Mais um semáforo e dessa vez uso os freios com mais intensidade, e mais uma vez eles funcionaram de maneira impecável e precisa.
Volta na quadra, hora de pegar o trecho de paralelepípedos: a suspensão Suntour XCM trabalhou muito e garantiu uma boa dirigibilidade. Os aros maiores passavam por trechos que seriam mais sofridos com tal facilidade que parecia que estava em um asfalto apenas ondulado. Passei novamente pelo trecho, desta vez com a suspensão travada: senti o trecho dessa vez, mas ainda assim com menos intensidade se comparado com minha bike aro 26”. Mais alguns giros testando acelerações e frenagens e uma última volta na quadra, passeando e apreciando a geometria slooping da bike. Volto pra loja com um gostinho de “quero mais”, encosto ela no balcão e converso com o Chico da Pro Bike Bike Shop sobre a bike. Agora entendi o porque da fila de espera ser tão grande!
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Em Resumo:
Para um giro de pouco mais de 15 km na região da loja de bikes (mais precisamente um “bate-volta” entra a loja e a ciclovia da beira mar de Itapema/SC), a bike me agradou muito tanto pela novidade de se pedalar uma mountain bike com aro maior quanto pelo desempenho que ela proporciona. Apesar de grande, eu “vesti” a bike e parti pro pedal como se a conhecesse de muito tempo, tamanha a facilidade de guiar a bike. Ficou aquela vontade de pedalar muito mais (pelo menos uns 100 km com ela), mas foi o suficiente pra satisfazer a curiosidade inicial.
Não sabemos o preço final dessa bike, mas se depender da fila de espera para fazer o test-drive e os elogios que a bike recebeu por quem já andou nela, pode ser que se torne uma boa preferência para quem não quer (ou não pode) ter uma aro 29”. Eu gostei 😀