De Antonina a Paranaguá (via Trilha do Telégrafo)

Por Ricardo Fulgencio da Cruz

No dia 31 de outubro de 2015, próximo das 08:00h da manhã, 11 malucos por bicicleta se reuniram na cidade de Antonina, para realizar o desafio de pedalar de Antonina a Batuva-PR / de Batuva a Ariri-SP (via Trilha do Telégrafo)… (do Ariri a Ilha de Superagui via barco) com direito a um percurso de 30 km na Ilha de Superagui / e o terceiro dia seria de Paranaguá a Antonina-PR (sendo de Superagui a Paranaguá via barco)

Realizamos o primeiro percurso de 103km com o clima excelente bastante úmido e garoa, muitas poças e estradas enlamaçadas mas foi tudo muito bom.

de Antonina a Paranaguá
de Antonina a Paranaguá. Foto: Dilamar Lewiski

Para o segundo dia, tínhamos o desafio da famosa Trilha do Telégrafo, e realmente merece respeito, pois foram 7km empurrando a bicicleta, em charcos, muita lama e tombos, travessias de rios e superação, foram mais de duas horas mas foi superado com sucesso e vibração, Mas tínhamos ainda que chegar em Ariri, muito difícil pois o cansaço já refletia em muitos. Superado com muita lama e alegria pois teríamos que almoçar.

Após ao almoço pegaríamos o barco com destino à Ilha de Superagui mas devido à chuva e a maré alta tivemos que desembarcar na Barra do Ararapira para aguardar o tempo melhorar. Não melhorou, tivemos que aguardar um barco para nos levar direto até Paranaguá. O que aconteceu só no outro dia as 13h.

Chegamos em Paranaguá as 19h já com os apoios à espera pois não daria mais tempo, pois tínhamos que retornar à Curitiba. Devido às muitas condições adversas não foi possível completar todo o trajeto… mas o quê realizamos foi o melhor possível, novos amigos e velhos parceiros, novos lugares desbravados entre os caminhos conhecidos. Até o próximo desafio.

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Cicloviagem Fortaleza – Quixaba – Jericoacoara

Por Francisco Vanildo Costa Franco

No dia 24 de outubro saíamos eu, Suy Melo e Jessica Cisne de Fortaleza até Quixaba, praia que fica a 8 km de Canoa Quebrada litoral Leste do Ceará. Até Quixaba foram 150 km em um dia.

Dormimos na casa de amigos e no dia seguinte aguardamos a chegada de mais dois amigos, Pedro e Tiago, que estavam vindo da praia de Redonda, que fica a 50 KM mais ao leste de Quixaba. Eles chegaram no meio da tarde, e decidimos seguir viajem somente no dia seguinte, em direção a Jericoacoara praia do litoral Oeste do Ceará.

E assim seguimos, sempre dando preferência aos trechos de praia aproveitando as marés baixas. Quando não dava pra pedalar pela praia procurávamos estradas alternativas de terra e em último caso o asfalto.

Foram no total 600 km de cicloviagem Fortaleza – Quixaba – Jericoacoara.

Cicloviagem Fortaleza - Quixaba - Jericoacoara. Foto: acervo pessoal Francisco Vanildo Costa
Cicloviagem Fortaleza – Quixaba – Jericoacoara. Foto: acervo pessoal Francisco Vanildo Costa

Uma experiência linda pra ficar na memória, conhecer pessoas boas e compartilhar momentos emocionantes, vivenciar as boas coisas da vida com pessoas de energia do bem, ao mesmo tempo que entramos em um processo de conhecimento de nós mesmos. Não tem preço.

Quero agradecer de coração as pessoas muitos especiais que tive a oportunidade de compartilhar a estrada durante estes 8 dias de pedalada: Pedro Caran com sua personalidade de mineirinho, sempre muito consciente a nos orientar e proporcionando uma sensação de segurança a todo o grupo; Tiago Caledonio com o seu alto astral, um verdadeiro apaixonado pelo pedal, nos dando sempre uma injeção de ânimo durante todo o caminho sempre com uma energia positiva, e fazendo os melhores registros fotográficos; Jessica Sousa, energia feminina leve concentrada, pedal firme, se entregando de maneira massa a cada momento de dor e prazer que vivenciamos durante toda a viajem. Foi um prazer conhecê!-la e compartilhar a estrada de bike contigo; Suy Marley minha irmanzinha querida, figura que aprendi a gostar e amar desde outras épocas, estou muito feliz com nossas afinidades no pedal e de ter tido a oportunidade de aprender muitas coisas que nos ajudarão em nossa viajem.

É sempre muito bom estar perto de você e ser contagiado com tua energia sempre positiva.

Jessica Cisne nossa DIVA que nos alegrou com sua, voz sua irreverência e sua espontaneidade, suas gargalhadas e seu espirito de brincalhona fizeram falta na segunda parte da viajem, muito grato a todos pelos bons momentos vividos e vamos para as próximas aventuras.

[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:

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Brompton World Championship 2015

Uma corrida diferente é o que define o Brompton World Championship, o campeonato mundial da Brompton, considerada por muitos a melhor bicicleta dobrável do planeta. De fato, a marca britânica se especializou na fabricação de bicicletas dobráveis, e seus modelos são referência em qualidade mundial. Seu nome cresceu tanto que alcançou um status pouco visto no mercado: uma marca adorada por seus consumidores (quem tem uma Brompton geralmente fala muito bem da bicicleta).

Com tanto sucesso, a Brompton resolveu investir e lançou há 10 anos o Brompton World Championship: um campeonato mundial só com bicicletas da marca, que reúne não só os elementos da corrida, mas também algumas curiosidades e características ligadas ao uso das bicicletas dobráveis.

Em 2015 eu acompanhei ao vivo o campeonato, e apresento esse post especial com informações, fotos e um vídeo exclusivo para os leitores do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta. Espero que gostem!

Brompton World Championship 2015
Acompanhando o Brompton World Championship 2015

Brompton World Championship

O Brompton World Championship é o campeonato mundial de bicicletas da marca Brompton. Como as provas de ciclismo mais tradicionais, vence quem completar o percurso na primeira colocação.

Mas as semelhanças terminam por aí. A prova é mista: homens e mulheres de todas as idades pedalam juntos, o que é muito legal! Então acaba tendo um clima de competição amenizado com muita festa.

Isso também por causa de algumas outras regras adicionais. A principal delas é que não são permitidas roupas de lycra (“no-lycra allowed”). O principal objetivo era que os ciclistas se vestissem com roupas do dia-a-dia, normalmente usadas em seus deslocamentos com a bicicleta dobrável. Mas a regra também abriu espaço para a criatividade e o bom humor, tornando a corrida bastante divertida. Os ciclistas competidores passaram a investir bastante no visual para a prova, como você pode ver nas fotos desse post. A prova passou inclusive a premiar o melhor figurino, outra característica que faz do Brompton World Championship uma prova diferente das demais.

Um pouco do estilo do Brompton World Championship. Foto: André Schetino
Um pouco do estilo do Brompton World Championship. Foto: André Schetino
Um pouco do estilo do Brompton World Championship. Foto: André Schetino
Um pouco do estilo do Brompton World Championship. Foto: André Schetino
Um pouco do estilo do Brompton World Championship. Foto: André Schetino
Um pouco do estilo do Brompton World Championship. Foto: André Schetino

Brompton World Championship 2015

O Brompton World Championship 2015 foi mais do que especial. Primeiro por se tratar da 10ª edição do evento. Além disso, a prova aconteceu dentro da programação do Ride London, maior evento ciclístico do Reino Unido (que também acompanhamos e você verá em breve em um post aqui no blog)

O percurso da prova era de 8 voltas em torno do St. James Park, totalizando 17km (mesmo percurso de algumas das provas de ciclismo do Ride London). Foram cerca de 450 competidores, de 15 países diferentes. Confira nosso vídeo e galeria de fotos.

Brompton World Championship 2015 – Galeria de fotos

Brompton World Championship 2015 – O vídeo

[Nota do blog]: Nessa viagem eu visitei também a Brompton Junction, loja da Brompton em Londres. É só clicar e conferir um pouco mais sobre as melhores bicicletas dobráveis do mundo.

Brompton Junction – Loja da Brompton em Londres

Estive visitando Londres em 2015, e aproveitei bastante para experiementar a cultura da bicicleta na cidade. Mesmo antes, quando eu planejava a viagem, já programei uma visita à loja conceito da marca: a Brompton Junction.

Nesse post eu explico um pouco do conceito por trás da Brompton Junction, com algumas fotos e um vídeo bem legal pra você conhecer um pouco mais dessa marca de bicicletas dobráveis.

Brompton Junction, em Londres. Foto: André Schetino
Brompton Junction, em Londres. Foto: André Schetino

Brompton Junctio: a loja conceito da Brompton

A Brompton é uma empresa britânica especializada em bicicletas dobráveis. Suas bikes são considerada por muitos as melhores dobráveis do planeta. A marca britânica se especializou na sua produção, seu nome foi crescendo e hoje seus modelos são referência em qualidade mundial. É a marca mais popular do Reino Unido, fazendo muito sucesso na Europa e na Asia.

Por todo esse sucesso, a marca criou a sua loja conceito: a Brompton Junction. As Junctions são lojas conceito da própria marca localizadas em algumas cidades do mundo. Nelas você encontra além das bicicletas, acessórios e produtos oficiais da marca e de seus colaboradores (como selins da Brooks, por exemplo).

Além da loja, nas Junctions funciona também o serviço de oficina e reparos para as bicicletas da marca.

Além de Londres, a Brompton Junction também é encontrada em Milão, Amsterdam, Hamburgo, Bangkok, Pequim, Chengdu, Shangai e Kobe, segundo informações de seu site oficial.

Brompton Junction Londres

A Brompton Junction de Londres está localizada em Covent Garden, no coração de Londres. A loja possui uma grande variedade de bicicletas. A maioria delas está dobrada, organizada em uma grande estante colorida, muito bonito de ver.

"Eu vejo dobráveis. Onde? Em todo lugar." Brompton Junction, em Londres.
“Eu vejo dobráveis. Onde? Em todo lugar.” Brompton Junction, em Londres.

Além da estante de bikes, muitas bicicletas montadas ou no estágio intermediário da dobragem. Produtos e acessórios específicos também são encontrados em grande variedade, como cases, bolsas, mala bikes, camisas, toalhas, caramanholas, entre outros.

Brompton Junction, em Londres. Foto: André Schetino
Brompton Junction, em Londres. Foto: André Schetino

Os preços são salgados para os brasileiros, já que estão em libras. A bicicleta mais simples é vendida por 785 libras, e os acessórios e melhorias vão aumentando o preço. A loja também é muito bem decorada, vale a visita. Confira mais fotos e vídeos abaixo.

Brompton Junction Londres – Galeria de fotos

Brompton Junction Londres – O vídeo

[Nota do blog]: Nessa viagem eu pude acompanhar também o Brompton World Championship, o campeonato mundial da Brompton. É uma corrida muito divertida, com cerca de 450 competidores de 15 países diferentes! Para ver como foi, basta clicar no link.

De Natal a São Miguel do Gostoso (RN)

Por Marlene Silvana Martim e Denise Vida

Quarenta dias à nossa disposição… Partimos, cada qual com suas expectativas, mas sempre pensando no positivo, no bom, no bem e no crescimento interior. Chegamos na linda cidade de Natal-RN no dia 28 de fevereiro de 2015. Para chegar na praia de Ponta Negra, passamos pelo Parque das Dunas – um visual diferente de tudo o que tinha visto em minha vida. Neste dia pedalamos 42km.

Iniciando a Costa das Dunas

Choveu na madrugada, mas pela manhã já tinha sol. O dia amanhece cedo por aqui. Nosso café da manhã foi cuscuz, melão, uvas, iogurte, queijo e café solúvel. Vamos começar a subir para a cidade de São Miguel do Gostoso, onde será nossa base. “Subir” é um termo que os moradores do sul e sudeste usam quando vão para o Nordeste. Mas por lá eles dizem exatamente o contrário. Isto porque em latitude nós, aqui do sudeste, estamos em graus mais altos do que os do Nordeste e Norte. Natal, por exemplo, está a 5º de latitude enquanto aqui em São Paulo estamos a 23º

Pegamos a Avenida Costeira, com uma boa estrutura cicloviária, e seguimos com o visual das belas praias urbanas de Natal de um lado e do parque das dunas do outro. Após alguns Km’s alcançamos a Ponte Newton Navarro. Após esta ponte pênsil muito bonita chega-se às praias mais frequentadas, como Redinha e Santa Rita, onde fomos pedalando pela areia da praia, até Genipabu, onde fizemos uma travessia de barco até Barra do Rio.

Ponte Newton Navarro
Ponte Newton Navarro

Passamos pelo pequeno vilarejo de Graçandú – uma praia da cidade de Extremoz. Estamos na Vila de Pitangui, cansadas por causa do sol forte. Sinto uma sede sem fim. Vamos pedalar um pouco mais, uns 7 quilômetros, numa estrada entre dunas – as Dunas de Genipabu: uma paisagem absolutamente nova para mim. O sol castiga e eu descuidei do filtro solar.

Chegamos na Vila de Muriú, depois de passar por Porto Mirim e Jacumã, e encontramos a Pousada Estrelamar, de frente para o mar. Descarregamos as bikes, tomamos uma cerveja bem gelada e fomos conhecer a Lagoa de Jacumã. Era domingo e o lugar é muito bonito. Na volta à Muriú, encontramos o padre na frente da Igreja de São Benedito para a missa de domingo e paramos para trocar uma ideia e pedir a proteção. Neste dia pedalamos 66km.

Segundo dia

Antes de partir da pousada, como o dia chega sempre às 5 da manhã, aproveitamos para conhecer a praia e ver o sol nascer. Mas o tempo estava carregado e, realmente, caiu a maior chuva! Pensamos que choveria o dia todo, mas não. E assim que ela diminuiu nós partimos em direção à Maxaranguape. Nesta pequena vila fica o Cabo de São Roque, que é o ponto da América do Sul mais próximo da África e onde fica o Farol de São Roque.

Antes do farol, encontramos a Árvore do Amor, que nada mais é do que o “abraço” de duas gameleiras, árvore típica da região. Dizem os nativos que o casal que se beijar embaixo do arco formado pelos troncos das árvores jamais se separará. É realmente muito bonita essa árvore e ao lado tem uma barraca onde tomamos uma água de coco. Crianças estavam por ali pedindo algum trocado.

Chegamos em Maracajaú com 28km de pedal muito tranquilo. Estrategicamente, resolvemos ficar por aqui. Encontramos a Pousada Corais de Maracajaú. As bicicletas carregadas chamam a atenção e as cicloviajantes são recepcionadas com muita cortesia.

Venta forte, mas fomos conhecer a praia. Muitas construções estão em ruínas por causa do avanço do mar. Aqui começa uma grande área de proteção de recifes de corais. A sete quilômetros da praia estão os parrachos, que são barreiras de coral que formam piscinas naturais. Barcos levam os turistas para mergulhar. Saímos da praia, atravessamos a Vila e subimos as dunas para ver o por do sol, muito lindo!

O que comer depois de um dia agitado? Sopa é sempre uma boa opção por aqueles lados.

Malucas de BR

Decidimos sair da costeira e pedalar pela BR 101 até São Miguel do Gostoso. A rodovia segue por muitos Km’s com pouco movimento e quase sem viva alma. Sem sombra e com a típica vegetação tabuleiro, pedalamos sob sol forte.

Quando chegamos na entrada de Touros ficamos mais animadas pois nossa água já estava quente e no fim. Chegando no trevo de São Miguel do Gostoso, apesar do calor e da sede, resolvemos seguir até o Marco Zero da BR 101. É sempre emocionante esses marcos!

Marco Zero da BR 101, próximo a São Miguel do Gostoso.
Marco Zero da BR 101, próximo a São Miguel do Gostoso. Foto: acervo pessoal Marlene e Denise

Vimos algumas casas ali perto e resolvemos pedir água e, além da água, recebemos maçãs e bananas. Com o “gás” necessário, voltamos ao trevo de São Miguel e pegamos a estrada.

Chegamos na Vila de São José de Touros com 61km pedalados e paramos na primeira sombra que vimos. Trata-se da “Urca do Tubarão”: um espaço amplo, de 6.000 metros quadrados, com 5 chalés, restaurante, cachaçaria e a casa dos proprietários. Logo que chegamos os funcionários nos disseram: – os donos também são ciclistas!

O sol exaure e nós, então, demos um tempo. Comemos uma fritada de camarão, descansamos naquela sombra prazerosa e seguimos na pedalada até São Miguel do Gostoso, a 8km dali. Decidimos por estabelecer nossa base na pousada Urca do Tubarão e, de lá, fizemos várias cicloviagens curtas para conhecer um pouco mais o litoral potiguar.

Retornamos à São Paulo de alma leve, banhada num mar verde azulado, de águas mornas.

[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:

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Pedalar de sapatilha: 5 dicas para iniciantes

Atualizado em 29/04/2018

Quando o assunto é pedalar de sapatilha, muitas dúvidas aparecem: pra quem é indicado o uso da sapatilha? Qual é o momento de investir em uma? Eu vou “cair parado” tentando soltar o meu pé do pedal de encaixe?

Pensando nessas e em outras perguntas que alguns leitores enviaram resolvi escrever esse artigo com dicas e informações para quem está começando a pedalar de sapatilha, ou ainda, pra você que está pensando se vale ou não a pena comprar uma.

Pedalar de Sapatilha
Foto: 123RF.com

[Nota do blog]: se você já está decidido e procura mais informações sobre os diferentes modelos de sapatilha de ciclismo, temos o nosso artigo Sapatilha de Ciclismo: um guia completo pra você escolher a sua que é muito visitado pelos leitores.

A primeira dúvida: quando começar a pedalar de sapatilha?

Na minha opinião, a sapatilha não é um equipamento indicado para iniciantes no ciclismo. Não é pelo custo, pois já encontramos modelos com preços mais acessíveis, mas sim, pela técnica e pela especifidade do equipamento. Então vamos por partes:

Técnica

A sapatilha exige do ciclista boa desenvoltura na técnica de clipar e desclipar o pedal (especialmente desclipar). Você já deve ter ouvido, visto, ou sentido (infelizmente) a dificuldade em tirar o pé da sapatilha rapidamente em caso de uma necessidade, ou simplesmente na hora de parar a bike, levando aquele famoso “tombo parado”.

Especificidade

Uma sapatilha de ciclismo serve apenas para pedalar de sapatilha. Você não vai utilizar pra passear na rua ou caminhar em qualquer outro lugar. Então, se vai investir nesse equipamento tem que ser pra usar! Do mesmo jeito que a bicicleta fica triste quando fica encostada em casa, a sapatilha no armário não tem utilidade alguma!

Eu costumo indicar a sapatilha de ciclismo para o ciclista com alguns bons quilômetros rodados, que pedala regularmente e que já está bem adaptado à sua bicicleta e ao esporte. Mas se você ainda tem dúvidas se a sapatilha é pra você, pode fazer um teste simples. Veja em qual ou quais das situações abaixo você se encaixa.

Os sinais que indicam que está na hora de você pedalar de sapatilha:

  • Se você quer aumentar o seu rendimento no ciclismo (pedalar longas distâncias ou pedalar mais rápido).
  • Se você pedala com boa frequência (no mínimo 3 vezes por semana) há mais de 6 meses.
  • Se você dorme cedo pra acordar cedo e pedalar (dispensando aquele compromisso social noturno 🙂  ).
  • Se você já instalou o Strava no seu celular e fica dando kudos pros amigos.
  • Se você pedala em grupos de bike ou com amigos
  • Se você pretende participar de provas de ciclismo amador

Se você respondeu sim para pelo menos duas ou três dessas afirmações, você está pronto pra começar a pedalar de sapatilha. Parece brincadeira, mas elas indicam o seu nível de envolvimento com o esporte.

Então chegou a hora. Se você vai começar ou está começando a pedalar de sapatilha fique atento a essas dicas:

5 dicas para pedalar de sapatilha

Dica 1 – treine bastante o encaixe e desencaixe do pedal.

Comece em num local tranquilo, sem trânsito de automóveis de preferência. Treine bastante, encaixando e desencaixando o pedal diversas vezes.

Para encaixar o pedal: basta pressionar o taquinho da sapatilha contra o pedal. A melhor posição é com o joelho flexionado e com o pedal mais alto, durante a fase de compressão na foto abaixo (imagine o pedal como um ponteiro de relógio que está entre o número 2 o número 4). Você vai fazer a força para baixo (na direção normal da pedalada), e o pedal vai encaixar à medida em que você começa a empurrá-lo, seguindo o som de um clique.

Para desencaixar o pedal: esse é o movimento mais técnico. Você deve deslizar o pé lateralmente para dentro ou para fora para que o pedal desencaixe. A melhor posição é com a perna estendida, na fase de retorno da foto abaixo (imagine o seu pé na posição mais baixa do pedal, como ele fosse o ponteiro de um relógio apontando entre o número 5 e o número 6).

Fases da pedalada com sapatilha
Fases da pedalada com sapatilha

O vídeo abaixo eu fiz para o review do pedal Shimano M530. Você pode ver em detalhes o momento do encaixe do pedal (a 1 minuto de vídeo) e o momento do desencaixe do pedal (a 1 min e 25 segundos do vídeo).

Dica 2 – se antecipe no desencaixe do pedal

Parece óbvio, mas se fosse não teríamos tantos tombos parados. Vá diminuindo a velocidade e desencaixe o pedal antes da bike parar, mesmo que você ainda fique um tempinho com a sapatilha apoiada no pedal (desencaixada). No mesmo vídeo acima, eu faço isso numa situação de trânsito aos 1’25” do vídeo.

A pergunta que não quer calar: “Mas André, vai dizer que você nunca caiu parado tentando soltar o pé da sapatilha?”. Infelizmente sim. Situações inesperadas podem acontecer, mas espero que esse post te ajude. Se infelizmente acontecer com você, você entrará para a enorme estatística de pessoas que já tomaram “tombo parado” tentando desencaixar o pedal, e vai se valer da expressão muito usada na internet: “quem nunca?”.

Dica 3 – Mantenha o seu taquinho e pedal clip limpos

Pedalar de sapatilha
Sapatilha e pedais durante uma cicloviagem. Foto: André Schetino

Confira sempre o estado do seu taquinho e do pedal. Observe se não tem pedras, lama seca ou outros detritos atrapalhando o sistema de clipagem. Não precisa ser aquela limpeza de deixar o equipamento brilhando. O importante é não ter nada obstruindo o sistema de encaixe e desencaixe.

Dica 4 – Comece com um pedal com a plataforma maior

pedalar de sapatilha
Pedal com base mais larga para pedalar de sapatilha: um exemplo é o M530 da Shimano

Uma plataforma maior dá mais segurança ao ciclista iniciante e permite que você mantenha o pé firme no pedal mesmo com ele desencaixado. Aqui no blog temos o review de um modelo com plataforma mais larga, o pedal Shimano M530). Além dele vários outros possuem plataforma mais larga.

Dica 5 – Atenção para o sistema de encaixe/desencaixe.

Alguns pedais da Shimano tem o sistema que regula a tensão para clipagem e desclipagem do pedal. Pode ser uma boa pra quem está começando, e você pode colocar o sistema mais leve, exigindo menos força pra soltar o pé. Eu mostro esse sistema na foto abaixo e aos 33 segundos do vídeo acima nesse post. Se informe antes sobre a marca e modelo que você vai comprar, de preferência fazendo um teste sobre o sistema de clipagem da marca escolhida por você.

Detalhe do sistema de ajuste de tensão. Foto: André Schetino
Detalhe do sistema de ajuste de tensão. Foto: André Schetino

Espero que essas dicas te ajudem caso você queira começar a pedalar de sapatilha. Se você tem alguma outra dúvida ou sugestão, deixe aí nos comentários. E se achou o conteúdo bacana, compartilhe com os amigos que querem começar a pedalar de sapatilha!

Onde encontrar sapatilhas de ciclismo

Para pesquisar os preços atualizados de sapatilhas de ciclismo basta clicar nos links abaixo:

Quer saber mais sobre sapatilhas?

Agora que você já viu nossas dicas técnicas, pode tirar suas dúvidas nobre modelos nos artigos abaixo: