Apresentação: Cristiano Kiko Molinari

Continuando a apresentação dos nossos novos colunistas, hoje é a vez do nosso novo colunista Cristiano “Kiko” Molinari dar a sua palavra. Vamos a ela:

Kiko Molinari e suas Bikes

“Hey Fellas”

Aposto que alguns de vocês já devem ter visto isso em algum lugar…

Para quem não me conhece, me chamo Cristiano Correa Molinari, mas sou conhecido como “Kiko Molinari” nas redes sociais e em alguns blog´s onde atuei/atuo. Apaixonado por carros desde criancinha, mas andando (e “fuçando”) de bike desde os 8 anos, passei a ter mais interesse sobre as bikes a partir dos 16 anos, ao ver meus amigos com suas bikes praticando ciclismo.

Um breve histórico: aos 3 anos havia ganho meu triciclo Estrela, e uns 2 anos depois um triciclo da Caloi. Como naquela época as ferramentas vinham junto, não era raro o triciclo ser desmontado e montado por mim várias vezes. Algum tempo depois ganhei uma Caloi Cuiser aro 20”, bike esta que me levou para muitas aventuras, até me levar pro pronto socorro… Explico: em uma tarde de terça-feira, lá com meus 8 pra 9 anos de idade, fui tentar tirar uns fiapos de sisal que trancaram a roda livre da bike. Virei de cabeça para baixo e comecei a pedalar, mas minha mão escorregou e o dedo indicador acabou dando a volta toda pela engrenagem maior, deixando o dedo pendurado por um pouco de pele. Foi um sufoco pois acabei tendo que ir pra cidade vizinha fazer a micro-cirurgia para o reimplante do dedo (com sucesso). Dias depois do ocorrido, fui ver a bike que me causou o dano, e ao vê-la voltei pra casa chorando, acreditando que nunca mais chegaria perto de uma bike… mas os tempos mudam.

O tempo passou, e eu já com 16 anos passava a querer ter uma bike (tinha que me contentar com a Monark Ranger Afrikan do meu pai, e que ainda existe e roda normalmente, ao contrário da Cruiser que acabou sendo depenada, só restando a coroa e pedivela, e que está montada na Ranger Afrikan). Mas essa história iria mudar: em um fim de semana nublado, minha vó me fala sobre uma bicicleta que o irmão dela havia comprado para revender, e logo fiquei interessado por ela. Eu tinha uns trocados guardados e minha vó ajudou a completar o valor pedido pela bicicleta, e lá fui eu até a cidade vizinha buscar a bike! De quebra já realizaria 2 sonhos: ter minha própria bike e ir de uma cidade a outra pedalando (coisa que eu imaginava quando tinha a Cruiser aro 20”). E de “bônus”, ainda tive um “racha” com outro ciclista já na rodovia, voltando pra casa, e percebi que eu podia andar bem mais que isso.

O tempo foi passando, vários upgrades foram feitos, várias bikes passaram por mim desde esse dia. E como todo começo, nem sempre tinha grana para arrumar a bike e acabava apelando pra minha mãe para ter alguns trocados para trocar as peças. Foi ai que comecei a pesquisar mais sobre o assunto, me tornando assim um “rato de bicicletaria”, garimpando alguma peça usada (mas que fosse melhor do que a que tinha na bike), perguntando aos mecânicos como fazia tal procedimento para troca de peças e regulagens em geral, e as vezes me arriscando a fazer alguns remendos em câmaras de ar. Uma vez sabendo de mecânica, já iria poupar uma boa grana com a manutenção e assim poderia me aprimorar no assunto. E assim se seguiu.

Tempos depois, já com 2 bikes, algum conhecimento adquirido e trabalhando em uma loja de bikes como mecânico (trabalho temporário, montando bikes novas da Caloi) entro na era da internet usando meu primeiro pc, comprado justamente dessa loja onde trabalhei. Era o auge do Orkut e MSN, e todo mundo se encontrava por lá. Recebi o convite para ingressar no Orkut e lá fui conhecendo mais gente, ganhando certo destaque e prestando consultoria a muita gente, desde iniciantes até os mais experientes, e obviamente absorvendo mais informações acerca das bicicletas. Com esse conhecimento, fui convidado a ser moderador de várias comunidades no Orkut, como a “Caloi Oficial”, “Cicloturismo” e “Bicicleta – O melhor Transporte”, entre outros, e fui ganhando mais amigos naquela rede, muitos deles ainda mantém contato comigo.

Novidades a vista: me mudei da minha cidade natal (Arapongas, norte do Paraná) para o litoral norte catarinense (em Itapema). Novos ares, novos desafios (e porque não, novos rumos para andar de bike!). Meu primeiro emprego na cidade foi como mecânico de bikes, mas logo que comecei uma outra loja me ofereceu um salario maior, mas desta vez para atuar como vendedor. Parti para o desafio: como eu já sabia sobre bicicletas e suas peças, só precisei aprender as técnicas de abordagem e negociação da loja, e uma vez aprendido as vendas começaram a ter um bom crescimento. Infelizmente a sintonia com o gerente da loja não estava sendo a mesma e acabei por sair da empresa, mas com a certeza do dever cumprido nos 5 meses que estive lá. Mas fiquei pouco tempo parado: acabei voltando pra primeira loja, para trabalhar na temporada, que por sinal foi muito movimentada! Muitas bikes novas e muitos consertos. Pena que foi só por uma temporada, e logo fiquei parado novamente. Pouco tempo depois, entrei em uma empresa e lá estou até hoje (não é minha área de atuação, mas é onde ganho meu sustento, já que as lojas não podem, ou não querem, pagar o que realmente o que um mecânico/consultor técnico de bikes vale). Algum tempo depois conheci outra loja de bikes, onde passei a prestar consultoria e mão de obra especializada para eles, o que me garantiu um bom apoio e ganhos para ambas as partes.

Hoje, com 6 bikes na garagem, um bom ferramental, um bom emprego (ainda que não seja na minha área de atuação), um bom conhecimento em mecânica de bikes e prestando serviços a uma bike shop local, agora faço parte do site Até Onde Deu Pra Ir De Bicicleta, onde irei mostrar boa parte do meu conhecimento, além de contar alguns “causos” envolvendo as bicicletas.

É, acho que falei demais…
Mas acostumem-se, pois cada postagem minha será nesse estilo: cheio de detalhes e com alguma pitada de ”humor britânico” (quem me conheceu quando era editor do Bizarrices Automotivas já sabe como é)

É isso! Espero colaborar com o site e trazer mais conteúdo para o mesmo. Meu trabalho está só no começo… 😉

Abraços
Kiko Molinari

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Luvas para ciclismo: saiba escolher as melhores

Atualizado em 28/10/2019

Hoje vou falar sobre um acessório que eu considero muito importante para todo ciclista, mas que muitas vezes não recebe a atenção merecida: as luvas para ciclismo.

Se preferir, você pode acompanhar esse conteúdo em vídeo

  • E você pode conferir modelos e preços atualizados de luvas para ciclismo no final desse post.

 Alguns acham o seu uso desnecessário, outros ainda acham que o uso de luvas está ligado apenas a questão da segurança do ciclista – o que já é muito importante, é claro.

Além de proteger as mãos no caso de um tombo indesejado, as luvas servem também para o conforto do ciclista ao segurar o guidom. Isso especialmente em pedaladas de longa distância e em terrenos acidentados.

Quando comecei a pedalar, ainda inexperiente, não usava luvas, e à medida em que ia passando mais tempo no pedal, foram aparecendo os calos nas mãos. Foi aí que comecei a usar as luvas, o conforto nas pedaladas aumentou, e os calos foram diminuindo!

Separei abaixo algumas dicas que podem ajudar vocês na escolha da luva ideal para pedalar. As dicas são também baseadas na minha experiência de pedal, e de alguns pares de luvas já consumidos ao longo das pedaladas… Vamos lá!

Primeira escolha: luvas fechadas ou “meio dedo”?

luvas para ciclismo
Luva fechada
luvas para ciclismo
Luva meio dedo

Esse deve ser o primeiro ponto, e talvez o mais complexo para pensar na hora de escolher suas luvas. Do ponto de vista da segurança, as luvas fechadas são mais interessantes. Falo isso por experiência própria. Já utilizei luvas “meio dedo” (abertas) e infelizmente me machuquei exatamente na parte do dedo que a luva não cobria.

Por outro lado, as luvas abertas são mais indicadas para o verão, por ventilarem mais. Por causa desse incidente que mencionei, já fazem alguns anos que eu só pedalo com luvas fechadas, independente do tempo.

Além disso, atualmente já temos luvas de ótima qualidade que dão mobilidade às mãos do ciclista. Elas possuem materiais mais leves e que não esquentam tanto. Além de protegerem muito bem no caso de necessidade.

Material x O uso da luva

luvas para ciclismo
Luvas com proteção reforçada nos dedos e costas das mãos

Outro fator que você deve levar em consideração é o uso que fará das luvas. Quanto mais extrema a modalidade e a possibilidade de quedas, maior deve ser a qualidade da luva e o reforço de seus materiais.

Se você vai praticar downhill, mountain bike etc, pode optar por luvas com reforço na região dos dedos, costas das mãos e palmas. Se vai optar por uma atividade mais recreativa, de baixa velocidade, pode também escolher um modelo mais simples e leve.

Mas lembre-se: a proteção na palma da mão é muito importante, e ajuda no conforto da pedalada, pois fica em contato direto com o guidão da bike.

Conservando as suas luvas

Pedalar utilizando luvas (abertas ou fechadas) geralmente aumenta a transpiração das mãos, e o suor e umidade acabam ficando no material.

Para aumentar a vida útil das suas luvas, eu recomendo pendurá-las em um varal, ou deixar em local bem arejado depois das pedaladas. De tempos em tempos (de acordo com a intensidade do uso), é legal lavar as luvas também. A maioria delas foi feita pra aguentar chuva, lama etc. Então pode lavar a vontade!

Além disso, preste bastante atenção no reforço das costuras, pois com o uso as luvas vão se desgastando naturalmente, mas se as costuras forem frágeis elas vão se abrindo.

Onde encontrar luvas para ciclismo

As luvas mostradas nesse post (e mais modelos) você pode pesquisar nos links abaixo, com preços atualizados:

Espero que tenha ajudado na escolha da sua próxima luva! Aproveite e conte sua experiência pra gente: você prefere luvas fechadas ou “meio dedo”?

Dicas finais sobre luvas para ciclismo

Além das luvas para ciclismo, temos outros equipamentos que te ajudam a pedalar melhor. Se quiser saber mais, fizemos um post bem completo com 5 equipamentos de ciclismo que melhoram o seu desempenho no pedal. É só clicar e conferir.

Cicloturismo: Pedal Serranópolis do Iguaçu até as Cataratas

Por Fabiano Gustavo Bülow

Buenos dias, buenas tardes ou buenas noches, aqui estou eu pra tentar descrever um pouco do passeio rumo as Cataratas do Iguaçu, que realizei no dia 09/02/2013.Como eu estava me programando a vários dias pra fazer esse passeio eu já havia olhado varias vezes no Google Earth o possível trajeto que levaria até as Cataratas. Levei anotações com o trajeto, levei barras de cereais, e o essencial que é a água.

De Serranópolis do Iguaçu até as Cataratas

Então, como eu tinha planejado, acordei dia 29 as 05:00 da manhã. Olhei pela janela e vi que o tempo não estava dos melhores, e resolvi dormir mais um pouco até as 6:30, nesse horário levantei e tomei uma banho pra espantar a preguiça, em seguida tomei um belo café da manha, peguei a bike e cai na estrada.

Serranópolis do Iguaçu
Primeira parada em São Miguel do Iguaçu

Segui rumo a Medianeira, pegando a BR-277 até chegar em São Miguel do Iguaçu, então segui sentido São Jorge. Chegando lá parei em um posto pra pedir informação sobre como se chegava na estrada Beira Parque Nacional do Iguaçu, e as informações foram desanimadoras rsrsr. Um dos caras me chamou de louco, e o outro me deu a sugestão de voltar pra casa, mesmo assim segui o pedal com as minhas anotações em mãos, segui por uns 8 km por estrada de calçamento, até pegar uma estrada que acabou em uma fazenda. Essa foi a primeira vez do dia que eu tinha pego a estrada errada, então voltei e encontrei um pessoal trabalhando no plantio, e novamente me falaram pra seguir reto naquela estrada que mais adiante eu poderia pedir mais informações.

Serranópolis do Iguaçu
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Quando eu vi esta bendita placa não exitei em seguir rumo ao parque, pena que não deveria ter feito isso, ai foi mais uma vez que eu peguei a estrada errada, e lá se foram mais uns 10 km perdidos, mais nesse trajeto foi legal pois avistei um bando de macacos no Parque Nacional , pena que não deu pra tirar fotos por que são muito ligeiros.

Cilo na linha Indianópolis
Cilo na linha Indianópolis

Chegando na Linha Indianópolis mais uma vez peguei uma estrada errada, e fui para dentro de uma fazenda onde encontrei uma equipe de pesquisadores do IBAMA. Eles me informaram que aquela fazenda não daria acesso ao PNI. Segui viajem até chegar na Fazenda Santo Antonio do Iguaçu, uma propriedade particular onde é necessário a autorização pra poder passar por lá. Até que enfim, logo após essa fazenda, cheguei na estrada Beira Parque, também como é conhecida Estrada velha de Guarapuava. Assim, percorrendo mais alguns km até chegar na Trilha Linha Martins, um atrativo do Macuco Safári. Pelo que eu percebi ainda não esta liberado pra visitação, mesmo assim peguei a bike e fiz essa trilha em meio às arvores, uma descida bem interessante até chegar em um rio que eu não sei o nome, mas sei que lá eu aproveitei pra beber uma água fresca e me ”lavei” um pouco.

Entrada da Trilha Linha Martins
Entrada da Trilha Linha Martins
Ponte sobre o rio
Ponte sobre o rio
Perceba o contraste
Perceba o contraste
Local com bancos para descanso
Local com bancos para descanso

Depois dessa parada os ânimos começaram a voltar. Não me recordo com certeza, mas calculo que já faziam mais de 5 horas que eu estava pedalando sob o sol e poeira. Então parei novamente eu uma fazenda pra pedir um pouco de aguá. Fui recebido por dois trabalhadores que ficaram interessados em ouvir sobre o meu trajeto, e fiquei ali conversando com eles durante uns 30 minutos. Eles me falaram que faltava mais uns 25 a 30 km até chegar nas Cataratas, então me despedi e agradeci por terem me cedido um pouco de água.
Com a aproximação do aeroporto eu já conseguia ouvir o barulho das turbinas dos aviões. Isso me deu um ‘gás’ a mais pra seguir em frente. Nessa hora eu já estava exausto, já estava começando a “arregar” nas subidas. Pedi informação para um carro que passou e o cara me disse que eu estava a 1,5 km do estacionamento das Cataratas. Completando 130km em 8 horas de pedal, confesso que cheguei acabado no Hostel. Uma dica muito importante pra quem esta afim de fazer uma loucura como eu fiz (de sair sem rumo): se prepare com muita aguá, afinal sofrer por desidratação não é nada bom, vão por mim que eu sei o que eu estou falando rsrrs

Recepção do Hostel Paudimar Campestre
Recepção do Hostel Paudimar Campestre
Nem pude aproveitar a piscina
Nem pude aproveitar a piscina
Jardim do Hostel
Jardim do Hostel
' Paz e Alegria':' será que precisamos de algo mais?
‘ Paz e Alegria’:’ será que precisamos de algo mais?
Enfim cheguei no meu objetivo do final de semana
Enfim cheguei no meu objetivo do final de semana

E pra terminar o final de semana, peguei uma carona até a rodoviária de Foz do Iguaçu com uma Combi ano 1982 (rsrsrs). Da rodoviária segui até Medianeira e depois pedalando até chegar em casa. Olha que foram sofridas essas ultimas pedaladas!

totalizando 130 km saindo de Jardinópolis até o estacionamento das Cataratas
totalizando 130 km saindo de Jardinópolis até o estacionamento das Cataratas

Não posso deixar de agradecer às pessoas que deram informações, ou aguá e em especial ao pessoal do Hostel Pudimar Campestre. A partir do momento que cheguei lá, me atenderam muito bem e ficaram a disposição se eu precisasse de algum medicamento (pois eles viram que a minha situação não era das melhores).

O Hostel Paudimar uma ótima opção pra passar o final de semana, apenas 7 km das Cataratas

Convido todos os leitores do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta a conferir outros relatos no meu Blog: http://ciclismobeiraparque.blogspot.com.br/

Quer mais dicas de roteiros para cicloturismo? Clique aqui e veja nossa lista completa de relatos de viagens.

[Nota do blog:] se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:

Dicas de Hospedagem nesse Roteiro

Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.

Começando a pedalar longas distâncias

Começando a pedalar longas distâncias

Já que estou estreando como colunista do blog, achei que seria interessante falar sobre começos, e um tema bem interessante aos bikers é a questão das primeiras pedaladas, principalmente as mais longas. Nos grupos de ciclistas espalhados por aí, volta e meia este tema está em discussão, pois sempre tem gente entrando e saindo dos mesmos: garotos e garotas curiosos, senhores querendo melhorar sua condição física, bikers recém-chegados nas cidades, e malucos de todo tipo. Sinceramente acho que qualquer um pode se aventurar no ciclismo, seja MTB, speed, cicloturismo ou transporte, mas, por outro lado, penso que para início de conversa devemos observar algumas considerações básicas.

Pra você que já pedala:

-ajude o próximo: o estreante que quer pedalar longas distâncias chega cheio de dúvidas e receios, muitas vezes não entende muita coisa sobre o equipamento, sobre os caminhos etc., portanto os mais “experientes” devem auxiliá-lo, lembre-se que você também começou um dia, ou seja, nada de tentar se dar bem em cima de quem está começando.

-não deboche do equipamento alheio: esta é uma prática que já deveria ter sido abolida. Ninguém usa um equipamento de baixa qualidade por puro sadomasoquismo e nem todo mundo pode comprar aquela superbike de luxo (apesar de todos termos o direito de sonhar com uma). Lembro que quando comecei, e isso não faz muito tempo (pedalo há apenas dois anos), eu usava uma bike super pesada (17,5kg), com 21 marchas ruins e pneus velhos, era um verdadeiro tanque de guerra atolado na lama, mas foi com ela que comecei, com ela que passei meus primeiros apertos, fiz meus primeiros ajustes e aprendi os primeiros macetes. Cheguei a ouvir algumas piadinhas, mas no geral eu recebia incentivos, muitos incentivos, do tipo: “caraca muleque, tu é corajoso de encarar a trilha com essa bike”, ou “tu ta pedalando bem hein? Quando comprar uma bike de verdade então…” Enfim, incentive e oriente seus novos parceiros(as) a adquirir equipamentos que tragam mais qualidade e conforto às pedaladas, mas nunca os menospreze.

Para quem está começando:

-não compre uma superbike logo de cara: bicicletas luxuosas, equipadas e ultraleves são sonhos de qualquer um, mas sonhos caros; se você está começando, peça dicas aos seus parceiros de pedal ou a um vendedor de confiança. Se puder, compre uma bike mediana; talvez numa bike mais barata a gente sinta mais confiança para aprender a fazer ajustes e se preocupe menos com tombos, arranhões no quadro e possíveis peças quebradas.

-não minta: se você está começando, diga que está começando. Nunca, mas nunca mesmo, minta sobre isso. O grupo que está lhe recebendo certamente vai adequar a pedalada às necessidades de quem está começando. Geralmente, os grupos já têm marcados os dias e horários das pedaladas mais leves ou mais pesadas. O perigo de mentir sobre isso é passar um baita aperto num passeio inicial, já vi inclusive gente que nunca mais quis subir numa bicicleta. Cabe aqui até um “causo”: certa vez, eu e um colega de trabalho estávamos conversando sobre as últimas pedaladas quando um conhecido se aproximou e comentou que também pedalava e que gostaria de nos acompanhar. Prontamente combinamos com ele um rolé para o fim de semana seguinte, mas não nos esquecemos de perguntar sobre a experiência e condições físicas dele, e a criatura respondeu que estava a pleno vapor, pedalando cerca de 70km, três vezes por semana. Ok, ótimo então. Nunca poderei provar se o cara mentiu ou não, a questão é que na primeira subida mais forte o bichinho já estava empurrando a bicicleta, no fim das contas a criatura quase morreu, parecia mais Cristo carregando a cruz do que um ciclista sobre uma bicicleta, nunca mais apareceu.

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acredite: eu sei que quando aquele vizinho lhe contou que pedalou 150km num só dia, você achou aquilo impossível, impensável, chegou a espalhar para a vizinhança que o cara era um baita “caôzeiro”, ou então achou que o cara tinha superpoderes, mas acredite: em condições normais qualquer um pode pedalar longas distâncias. Vai sofrer um bocado no começo, vai doer tudo (as costas, a cabeça, o pescoço, as nádegas), vai chegar em casa morto, vai ouvir os parentes te chamando de maluco, vai pensar em desistir. Mas seja perseverante, daqui a poucos meses você estará todo orgulhoso no trabalho tirando uma de super-herói. Há um ano e meio atrás eu postei todo feliz no facebook uma foto do meu velocímetro marcando 30km de distância!!! Em pouco tempo 30km virou treino.

-participe de um grupo: o grupo tem comprovadamente imensa importância psicológica. Com o grupo você vai aprender mais e mais rápido, faça perguntas, preste atenção. E, além disso, a galera não vai te deixar em paz. Naquele dia que bater a preguiça ou que estiver aquele frio desgraçado, fique tranqüilo, vão começar a chegar mensagens no seu celular: “e aí furão, tá com medinho do frio?”

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-treine: se começou e gostou, fique tranqüilo, agora vai virar vício. Treine sempre, treinar será um prazer.  Regularidade é a chave para acabar com as dores, com as dúvidas e até com as crises existenciais; sim, elas existem, quem é que nunca entrou numa paranóia debaixo de sol quente no meio daquela subida “monstra”? (“O que é que eu estou fazendo aqui? Eu podia estar no meu sofá!”). Quem pedala sabe a diferença que faz aqueles dois treininhos de meio de semana.

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Enfim, suba na bike e vá pedalar. Mesmo que sua bike seja aquele “camelinho” velho e pesado, mesmo que ache que não vai dar conta, que não saiba ajustar a magrela sozinho. Mesmo que já tenha tentado algumas vezes e tenha batido aquela paranóia. Mesmo que já tenha passado aquele aperto. Um dia você vai ver a felicidade que é chegar em casa acabado de cansaço e imundo, mas com um baita sorriso, com aquela cara de “eu consegui!!!”.

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Clique aqui e veja todos os posts do colunista Vitaly Costa e Silva

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Acreditamos que compartilhar nossas experiências é a melhor forma de incentivar o uso da bicicleta e o ciclismo. Muitas pessoas que acreditam nessa ideia tem se juntado a nós e colaborado com o Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta.

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Se você é apaixonado pelas bikes, e gosta também de escrever e compartilhar com outros leitores suas ideias, conhecimentos e experiências, você pode ser um colaborador.

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Como funciona?

Temos uma equipe de colaboradores que escreve textos sobre o assunto de sua preferência e envia ao blog para publicação. Sendo sobre bicicletas e ciclismo, vale tudo: dicas para pedalar, roteiros e relatos de cicloturismo, mountain bike, ciclismo, mobilidade urbana, resenhas… queremos compartilhar a sua experiência com nossos leitores.

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Qual a periodicidade?

Depende da disponibilidade do colaborador. Alguns colaboram com textos de forma esporádica. Outros se tornam colunistas, escrevendo de forma regular – semanalmente, quinzenalmente, mensalmente etc. O importante é o desejo de escrever e publicar neste espaço.

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Qual a vantagem de ser um colaborador do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta?

Visibilidade com qualidade: seus textos estarão em um espaço reconhecido pela comunidade da bike, que agrega muitas pessoas e tem um número grande de visitas. Vocês poderão perceber isso pelo retorno de seus textos (geralmente os leitores escrevem, comentam, compartilham etc., dando um bom retorno sobre os textos).

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É um serviço remunerado?

Não há remuneração. Periodicamente enviamos brindes/produtos/acessórios para bicicleta aos nossos colunistas. Os brindes são disponibilizados pelo Editor ou por empresas parceiras do site.

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Estamos esperando o seu contato. Basta preencher o formulário abaixo.

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Queremos que o blog seja um espaço cada vez mais participativo. Um grande abraço e boas pedaladas a todos!

Video – Pedalando em uma bicicleta gigante!

Já imaginou a sensação de pedalar a mais de 4 metros de altura? Pois foi o que o americano Richie Trimble fez durante o CicLAvia, evento realizado na cidade de Los Angeles, California.

O video já tinha rodado a internet faz uns meses, mas assisti agora e achei muito legal! A música e a edição, e principalmente a câmera (acoplada no corpo do ciclista) passam a vertigem da altura e deixam com vontade de experimentar!

Repare aos 1’02 min do vídeo quando ele passa na ponte e a galera vai ao delírio! Nos comentários do vídeo, Richie disse que não mediu a altura da ponte antes de construir a bike. Foi por pouco!

No final do vídeo tem também umas fotos da bike inteira, e dá pra ver o trabalho que ele teve pra adaptar e construir.

Deu vontade de sair pedalando em uma bicicleta gigante como essa!

Gosta de videos de bike? Clique aqui e veja nossa lista completa!