As mulheres e as barreiras no uso urbano da bicicleta

Por Renata Aiala de Mello

Sobre a complexidade da questão

Sabemos que o tema “bicicleta” é muito amplo, complexo e, muitas vezes, polêmico. Uma prova disso é a riqueza de temáticas e a variedade de abordagens presentes nos diversos eventos que acontecem diariamente no Brasil e no mundo. Isso sem contar com as matérias veiculadas na mídia. Percebemos, assim, que as temáticas “bicicleta” e “mobilidade” urbana rendem muita conversa, muitas ideias, muitas experiências. A partir do tema “mobilidade urbana”, que para nós é muito extenso, propomos alguns recortes. Recortamos este tema e trataremos, mais especificamente, sobre As mulheres e as barreiras no uso urbano da bicicleta.

As mulheres e as barreiras no uso urbano da bicicleta
Foto: Aracaju Cycle Chic

Mesmo com todos estes recortes, ainda assim, é desafiador para nós abordar este tema. Aproveitamos que dia 8 de março foi o Dia Internacional da Mulher, achamos por bem trazer esta questão à tona, visto que vivemos na pele, nós mulheres, as consequências de uma sociedade machista e patriarcal. Evidentemente, o meio ciclístico não foge desta égide, já que é predominantemente constituído por homens.

Vejamos, abaixo, algumas reportagens que abordam o tema das barreiras enfrentadas pelas mulheres ciclistas em um ambiente urbano. Há reportagens em português, francês e inglês, de diversas partes do mundo, o que mostra a amplitude do problema.

Percebemos que a discussão sobre empoderamento feminino por meio da bicicleta é algo emergente e urgente.

Em uma pequena e rápida pesquisa na Internet, qualquer pessoa pode acessar diversos artigos que mostram a importância de se analisar, refletir, discutir e, sobretudo, buscar mudanças para melhorar a situação atual das mulheres que ocupam o espaço público e pedalam. Percebemos que há muito o que fazer. A estrada é longa, difícil de percorrer, sobretudo de bicicleta. Os obstáculos que nos são apresentados vão muito além do descaso do Estado, incluindo-se aí, evidentemente, as prefeituras que descuidam de nossas ruas e avenidas, mal sinalizadas e mal iluminadas e que não investem em ciclovias, chegando ao absurdo de fomentar ideologias contrárias à mobilidade urbana.

Poderosas Mulheres do Pedal. Jornal O TEMPO, 28/02/2015
Poderosas Mulheres do Pedal. Jornal O TEMPO, 28/02/2015
mulheres-e-as-barreiras-no-uso-da-bicicleta-02
In Gaza, Bicycles Are a Battleground for Women Who Dare to Ride. New York Times, 22/02/2016
mulheres-e-as-barreiras-no-uso-da-bicicleta-03
Pourquoi les femmes roulent-elles moins à vélo? Terraeco 26/09/2014

Algumas barreiras enfrentadas pelas mulheres no uso da bicicleta nas cidades brasileiras

Nós mulheres ciclistas sofremos vários tipos de violência nas ruas. Contabilizar estes dados seria, no entanto, muito difícil, visto que quase nunca denunciamos. Esse “nós”, entretanto, não representa um universo homogêneo de mulheres. Ao contrário, há diversos grupos e reações diferentes. Há mulheres, por exemplo, que relevam a existência desta violência e seguem seus caminhos, mas são conscientes das dificuldades e são politizadas. Há também mulheres que enfrentam, lutam, discutem e debatem tais agressões e não se calam. Rebatem e denunciam, gritam para todo mundo ouvir o bulliyng que sofrem. E há também aquelas que não relevam as agressões mas as aceitam, no sentido de acostumar-se com essa violência e com as imposições do universo masculino institucionalizado e chegam até mesmo a romantizar certas agressões como as cantadas de rua, por exemplo. Enfim, passamos por todo tipo de barreiras que dificultam ou até mesmo impedem o crescimento do número de mulheres pedalando.

Fazemos aqui um parênteses para lembrar que grande parte do alunado do Bike Anjo é formado por mulheres. A maioria delas adulta e com uma história de vida que se repete, se assemelha: não aprenderam a andar de bicicleta na infância e na juventude, pois os pais não deixaram, estes, alegando que bicicleta não era/é coisa de mulher.

Vimos que as barreiras aqui citadas são dos mais variados tipos. Uma delas se inscreve no fato de vivermos em cidades planejadas prioritariamente, quase exclusivamente, para os carros. O ciclista no universo carrocrata dificilmente tem vez e voz. Evidentemente esta barreira não é exclusiva das mulheres, mas de todos. Precisamos, muitas vezes, nos deslocar em avenidas com a velocidade máxima permitida de 70 km/h! Isto já é uma violência. Uma violência do poder público contra nós ciclistas, um desrespeito para com o cidadão. Pesquisas mostram que o número de acidentes envolvendo motoristas, ciclistas e pedestres diminui consideravelmente ao reduzir a velocidade máxima permitida nessas vias. Além disso, o número de vítimas fatais também cai drasticamente. Vemos, a seguir, um gráfico mostrando as chances de vida de um pedestre atropelado por um carro e as variadas velocidades:

risco de mortes de pedestres por atropelamento de automóveis

Quando nomeamos “motoristas”, estamos nos referindo aos que conduzem carros particulares, taxis, ônibus e caminhões. Difícil é saber quais são os mais agressivos e irresponsáveis. Fica a dúvida se esta agressividade e esta irresponsabilidade são frutos da ignorância ou da maldade alimentada pela ideologia carrocrata que os levam a pensar que eles têm mais direito enquanto cidadãos e que são mais importantes que os ciclistas. De qualquer maneira, a ignorância é absurda e o desrespeito (consciente ou não) é um absurdo maior ainda.

Não custa lembrar, o Artigo. 29 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que os veículos maiores devem proteger e dar preferência aos menores; e os motorizados são responsáveis pelos não motorizados, ou seja, pelos agentes ativos – pedestres, patinadores, skatistas e ciclistas. Entretanto, o que vemos no nosso cotidiano são motoristas que não mudam de faixa para nos ultrapassar, desrespeitando, com isto, a lei de 1,5m de distância – no CTB: Art. 201. Também são raros os motoristas que nos cedem passagem ou esperam passarmos pelo ponto de ônibus, por exemplo.

Agressões não menos importantes acontecem cotidianamente quando nós mulheres ciclistas sofremos assédios morais, sexuais e de gênero. Somos constantemente inibidas, diminuídas, desrespeitadas e agredidas não só pelo fato de sermos mulheres, mas também pelo fato de sermos ciclistas.

Muitos homens, talvez por e para se sentirem mais machos e másculos, se julgam no direito de nos molestar enquanto pedalamos. Desse modo, percebemos que as barreiras enfrentadas por uma ciclista vão além do medo de ser atropelada e assaltada, preocupações estas comuns aos homens ciclistas.

Todo este universo próprio da mulher ciclista que acabamos de descrever cria e sustenta o imaginário social de que andar de bicicleta é perigoso, sobretudo para as mulheres – que precisariam e deveriam ser protegidas pelo pai, marido, irmão e amigo, ou seja, homem protegendo a mulher de outro homem, num círculo vicioso tendo a mulher como “objeto” central de interesses. Isto explica o menor número de mulheres ciclistas. Quantas vezes não ouvimos que estamos nos arriscamos muito ao pedalar nas cidades? Quantas vezes somos desencorajadas a pedalar porque corremos riscos ao fazermos isto sozinhas?

Sapatilha de Mountain Bike: 3 modelos pra você mandar bem nas trilhas

Publieditorial – A partir de uma parceria com a MX Bikes estamos trazendo esse post especial para falar um pouco sobre a sapatilha de mountain bike. Espero que gostem do material que preparamos pra você!

Sabemos que o momento da escolha da sapatilha de mountain bike é muito importante. Escolher o modelo que vai trazer conforto e desempenho na medida certa é essencial. Pensando nisso, preparamos esse artigo com 3 opções de modelos diferentes. E não deixe de conferir, no final desse artigo, mais dicas para outros modelos de sapatilha de mountain bike.

Sapatilha de Mountain Bike: 3 modelos pra você mandar bem nas trilhas

Shimano MTB MT34

sapatilha de mountain bike Shimano SH MT34
Sapatilha Shimano SH MT34

É bem semelhante a um tênis tradicional e é muito indicada para quem costuma descer da bike para fazer algumas caminhadas.

Além disso, esse modelo conta com um solado emborrachado e não tão rígido, que oferece mais conforto e lâmina entressola em poliamida reforçada com fibra de vidro.

O fechamento é com cadarços e ainda apresenta uma resina reforçada na área dos dedos, oferecendo mais resistência e durabilidade à sapatilha. O tecido é respirável de fibra sintética, evitando que pé fique suado. O modelo é compatível com os tacos Shimano SPD.

Para conferir preços atualizados desse modelo basta clicar nos links abaixo:

Shimano MTB M089L

Sapatilha de mountain bike Shimano MTB Sh-M089
Sapatilha Shimano MTB Sh-M089

É um modelo versátil que, embora originalmente tenha sido feito para mountain bike, também pode ser usado no road bike ou spinning. Ela é produzida em couro sintético e malha respirável, com solado de borracha resistente e lâmina entressola de poliamida e fibra de vidro.

O fechamento é feito com um sistema de catraca, oferecendo um ajuste melhor na parte de cima. Seu funcionamento acontece com uma tira de plástico e uma trava que ajusta o tamanho da tira para o seu pé, evitando que ele escape durante a pedalada. Para deixar tudo ainda mais seguro, o modelo conta com 2 tiras de velcro.

O modelo se encaixa com qualquer pedal para MTB. Para conferir preços atualizados desse modelo basta clicar nos links abaixo:

Shimano XC-51

Sapatilha Shimano XC-51

É o modelo mais tecnológico da marca, com a parte de cima em couro sintético e totalmente selada, evitando entrar sujeira durante a pedalada. A sola é bem leve e muito rígida, produzida em fibra de carbono e com entressola em fibra de vidro.

O fechamento é por um sistema de catraca um pouco mais largo que distribui a tensão de maneira mais confortável.

Quer mais opções de sapatilha de mountain bike?

Além dos 3 modelos que mostramos aqui, você pode conferir 17 modelos de sapatilha para ciclismo no site da MxBikes. Tem opções de modelos intermediários e de alto desempenho, pra quem já faz trilhas a mais tempo e busca por produtos mais leves e de maior desempenho.

Ainda tem dúvidas?

Nos links abaixo você encontra outros artigos que fiz sobre sapatilha de ciclismo. São dicas para quem quer começar a pedalar de sapatilha, sugestões de modelos e reviews com testes e vídeos de um modelo de sapatilha e de um pedal clip pra te ajudar na sua escolha. Confira abaixo:

Maratona das Dolomitas 2016: percurso da prova e informações

A Maratona das Dolomitas é uma das provas de ciclismo mais concorridas do mundo. Nesse artigo você confere todas as informações sobre a prova deste ano. Se quiser saber tudo sobre a história desta prova que vai para a sua 30ª edição, pode conferir nosso artigo:

[icon size=”medium” name=”e-info-circled”] Maratona das Dolomitas: tudo sobre uma das maiores provas de ciclismo do mundo

E no final desse post tenho uma ótima surpresa pra você que acompanha o Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta e pensa em pedalar em uma das provas mais tradicionais do ciclismo italiano. Confira!

A Maratona das Dolomitas 2016

Maratona das Dolomitas 2016

A Maratona vai acontecer no dia 03 de julho de 2016, e o tema deste ano é “A Viagem”. Uma referência a essência do ser humano: seja nas viagens de bicicleta ou na viagem interior, o ser humano está sempre em movimento. Quando disse que a prova é uma das mais concorridas, aqui está o motivo: para esse ano serão cerca de 9000 vagas, e o número de inscritos promete ultrapassar os 35.000. As vagas são sorteadas entre os inscritos.

Neste video da edição do ano passado você pode conferir as belezas do percurso e a grandiosidade da prova. É muita gente pedalando junto!

Os Percursos

Como nos anos anteriores, temos 3 percursos para a prova. Abaixo você confere cada um deles, com as informações de distância e altimetria. Os gráficos e informações são do site oficial da Maratona das Dolomitas.

Percurso Maratona

Distância: 130 km

Desnível: 4230 m

Maratona das Dolomitas 2016: percurso Maratona
Maratona das Dolomitas 2016: percurso Maratona

Percurso Medio

Distância: 106 km

Desnível: 3130 m

Maratona das Dolomitas 2016: percurso Medio
Maratona das Dolomitas 2016: percurso Medio

Percurso Selaronda

Distância: 55 km

Desnível: 1780 m

Maratona das Dolomitas 2016: percurso Sellaronda
Maratona das Dolomitas 2016: percurso Sellaronda

Quer saber mais sobre os Granfondos na Itália?

Se você quiser saber mais sobre os Granfondos na Itália – como a Maratona das Dolomitas e outros – confira nossos conteúdos especiais nos links abaixo. E se quiser receber dicas sobre ciclismo, cicloturismo, trainning camp e provas na Itália, é só preencher o formulário abaixo. Te enviaremos conteúdo exclusivo e informações pra você programar o seu pedal na Itália.

[icon size=”medium” name=”e-info-circled”] Clique aqui e baixe o nosso infográfico sobre Granfondo na Itália: As 32 provas do Calendário Oficial Italiano apresentadas de uma forma muito especial.

[icon size=”medium” name=”e-info-circled”] Granfondo na Itália: O Guia Completo – todas as provas organizadas por região, distância e altimetria do percurso.

Maratona das Dolomitas: tudo sobre uma das maiores provas de ciclismo do mundo

Se você começou a praticar ciclismo há algum tempo e se interessa por provas do ciclismo amador, provavelmente já ouviu falar da Maratona das Dolomitas. Nesse artigo você vai encontrar tudo sobre a história dessa prova, que se tornou uma das mais concorridas do ciclismo amador em todo o mundo. E no final, temos dicas algumas dicas se você quiser participar e pedalar pelas montanhas mais famosas da Itália!

A Maratona das Dolomitas

Maratona das Dolomitas

A Maratona das Dolomitas é uma prova de ciclismo que acontece desde 1987 na Itália. O seu percurso é lindo e desafiador (mais de 4000m de altimetria) e passa pelos 7 passos Dolomitas: Gardena, Sella, Fedaia, Duran, Forcella Staulanza, Falzarego e Valparola. Atualmente, a prova é dividida em 3 tipos de percurso, do maior para o menor: Maratona, Medio e Sellaronda.

No video abaixo (de 2015) você pode conferir as belezas e a grandiosidade dessa prova:

[icon size=”medium” name=”e-info-circled”] Clique aqui para ler nosso artigo completo sobre a Maratona das Dolomitas 2016

A História da Maratona das Dolomitas

Confira a história dessa já tradicional prova de ciclismo italiana. Eu fiz uma tradução livre e resumida. O texto completo (em italiano, inglês ou alemão) você pode encontrar aqui.

Os primeiros anos

A primeira edição da Maratona das Dolomitas aconteceu no dia 12 de julho de 1987, por ocasião dos festejos de 10 anos da Società Ciclistica Alta Badia-Raiffeisen. O percurso de 175 quilômetros tinha sua largada e chegada em Pedraces, passando pelos 7 passos Dolomitas: Gardena, Sella, Fedaia, Duran, Forcella Staulanza, Falzarego e Valparola. No primeiro ano da prova foram 166 ciclistas, terminando com a vitória do austríaco Wolfgang Steinmayr após 10 horas de pedal.

1988 – Dois percursos: o primeiro com 184 quilômetros, semelhante ao poercurso da primeira edição. Os inscritos aumentam consideravelmente, e já chegam a 440.

1989 – 541 inscritos. Nesse ano a corrida teve de ser encerrada no passo de Giau, por conta do frio extremo.

1990 – 951 inscritos, entre eles o primeiro norte-americano. O percurso muda um pouco, chegando a 5.000 metros de desnível. Neste ano é lançada a camiseta da Maratona, que é presenteada a todos os participantes.

1991 – Pela primeira vez a Maratona ultrapassa os mil inscritos: exatamente 1292.

1992 – Mais um ano de frio intenso, que afastou um pouco os competidores: dos 2583 inscritos, largaram 1897.

1993 – O sucesso da Maratona só aumenta: foram 3095 inscritos (dos quais 138 mulheres). Com tantos participantes a logística deveria ser modificada, e foi o último ano da largada em Pedraces.

A era Moderna

1994 – A largada da Maratona acontece agora em Corvara. Com a melhora da infraestrutura a capacidade também aumentou: nesta edição partiram 5031!

1995 – o crescimento continua: 6674 inscritos. Neste ano foram introduzidos os grupos de largada. Foram 3 grupos, com largadas escalonadas.

1996 – um ano importante para a prova: é formado o Comitê da Maratona das Dolomitas, que passa a substituir a  Società Ciclistica Alta Badia-Raiffeisen. É também mais um ano de tempo frio e chuva na prova, para os 6463 inscritos.

1997 – Neste ano a Maratona é combinada com outra prova, a “Terrific Alta Badia Race”. Pela primeira vez é reservada uma semana de eventos diversos na região (não só de ciclismo).

1998 – O sucesso da Maratona faz com que o novo comitê pense sobre o número de participantes. Mas o modelo continua inalterado para este ano. Destaque para o grande número de voluntários que contribuem para o sucesso da prova neste ano.

1999 – entra em vigor o sistema de cronometragem Datasport, com um chip que permite acompanhar o tempo real do atleta. A formula da “semana do ciclista” vem se afirmando com muitas atividades ligadas ao esporte, como palestras e corridas para crianças.

“A Maratona começa a falar”

2000 – a partir desse ano, uma grande novidade: a Maratona passa a ter um tema. O deste ano é “Viver é uma arte”. É também estabelecido um número fixo de 6000 participantes.

2001 – o tema é “O encantamento vive em nós”. A organização aumenta o número de participantes para 7000.

2002 – uma edição dedicada às mulheres. É também a primeira edição a ser televisionada ao vivo pela RAI3. O sucesso foi tanto que a transmissão permanece até os dias de hoje.

2003 – a Maratona tem seu tema dedicado às pessoas com necessidades especiais. Neste ano também, os organizadores instituem o controle antidoping.

2004 – A família é o tema da edição deste ano. Pela primeira vez os 3 percursos da prova são fechados para carros. O número de participantes é aumentado para 8000 e as inscrições acabam em uma semana.

2005 – “A Maratona dos Anjos” é o tema de 2005. O número crescente de solicitações de inscrição estava superando em muito o número de vagas. Foi então instituído pela primeira vez o sistema de sorteio, que permanece até hoje.

Logo da Maratona de 2005
Logo da Maratona de 2005

A idade contemporânea

2006 – Dedicada às cores, a concorrência para participar da prova só aumenta. Nesta edição foram 8500 participantes, e quase o dobro de pedidos de inscrição.

2007 – “Gotas” foi a palavra chave da edição deste ano. Foram 8500 competidores de 39 países. A competição para crianças tem seu nome mudado para “Maratona for Kids”.

2008 – “Fostüs tracce” é o tema desta edição. Pela primeira vez é organizado um concurso de vídeos sobre a Maratona no Youtube.

2009 – Energia é a palavra chave deste ano. O número de solicitações de inscrições aumenta, mas o número de participantes permanece em 8500.

2010 – Intitulada “Eco?Logical!”, a Maratona deste ano conseguiu uma certificação de neutralidade de carbono de 70%.

Uma Maratona Consciente

2011 – “Giulian, obrigado” é o título da Maratona deste ano, comemorando a sua 25ª edição. Uma importante marca para uma prova que aumenta cada vez mais o seu prestígio.

Logo da 25ª Maratona, em 2011
Logo da 25ª Maratona, em 2011

2012 – “Sorriso” é a palavra chave de 2012. 8703 ciclistas, sendo 746 mulheres.

2013 – Com o tema “Harmonia”, a maratona teve 9143 ciclistas de 52 países.

2014 – “Tempo”, foi o tema central desta edição. Foram 8969 participantes, e 32.600 pedidos de inscrição.

2015 – “O Perdão”, foi o tema da prova de 2015, que reuniu 9.302 ciclistas de 64 países. A Maratona das Dolomitas se confirma como um grande evento de porte internacional.

2016 – O tema deste ano é “A Viagem”. Fizemos um artigo especial sobre a Maratona deste ano que você pode conferir clicando aqui.

Quer pedalar a Maratona das Dolomitas?

Basta entrar em contato conosco. Você vai receber um roteiro personalizado para a Maratona das Dolomitas. Basta pedir o seu clicando no link!

 

Pedal pela Trilha Verde da Maria Fumaça (MG)

Por Javert Denilson

Belo Horizonte, 27 de abril de 2012.
Saída de BH às 23h50min, eu, João Batista, o norte-americano Theodore Gorn (mais conhecido como Tedy), sua esposa Raimunda e o filho Alejandro, Edson e sua esposa Marcília. Motoristas Humberto e Lucas. Partimos rumo à cidade de Diamantina para fazermos o pedal pela TRILHA VERDE DA MARIA FUMAÇA.

trilha verde da maria fumaça – 1º dia (28/04) De Diamantina a Conselheiro Mata

Fizemos uma breve visita a cidade de Diamantina para tomar um café. Preparamos nossas bikes e partimos. A antiga estrada de ferro não existe mais. Agora, é apenas uma trilha. E às vezes, nem trilha. A erosão danificou bastante alguns trechos. Na primeira cachoeira que avistamos fomos nadar. E sem esperar por uma surpresa tive uma câimbra. Mas também depois de ficar quase dois meses sem pedalar e encarar a água gelada de uma cachoeira foi milagre não ter câimbra nas duas pernas! Passamos pelos distritos de Barão de Guaicuí e Mendes. E pelo caminho tiramos várias fotos da natureza exuberante.

Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson
Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson

Chegamos a Conselheiro Mata. Ficamos na Pousada do Kussu, cujo proprietário “seu” Geraldo Kussu, também é dono do Buteko e Restaurante do distrito. Kussu é um flamenguista fanático e seu bar é todo enfeitado com utensílios referentes ao time do Flamengo, como posters, escudos, camisas, charges e fotos dos times campeões. Fomos para nossos quartos. E depois de tomado banho fomos jantar. Eu comi demais: foram três pratos. Comida deliciosa. E depois de pedalar por quase quarenta quilômetros a fome não estava brincadeira!

trilha verde da maria fumaça – 2º dia (29/04) De Conselheiro Mata a Cachoeira do Telésforo

Tomamos o café da manhã no Buteko e Restaurante do Kussu. E que café da manhã: sucos de laranja, leite, torradas, pão, queijo, manteiga, café e até salsichas numa panela para quem quisesse fazer um “cachorro quente”. Depois de um café da manhã delicioso pedalamos de Conselheiro Mata até a Cachoeira do Telésforo: eu, Tedy, Edson, Marcília e Humberto. O João foi de Van e o Humberto aproveitou e pedalou com a gente até a Cachoeira. Foram 18 km de ida e 18 km de volta.

E na volta foram apenas eu, Tedy e Edson. Marcília e Humberto resolveram voltar de Van. Eu não havia comido nada, apenas bebi água. Eu já estava tão cansado que chamava Telésforo de “teleférico” e o descanso da bicicleta de “encosto”. Isso é que dá ficar uns dois meses sem pedalar e depois encarar uma trilha deste nível. Minhas pernas já não aguentavam mais. E começava a ver miragens: um enorme copo de suco bem gelado à minha frente. Chegamos a uma parte do trecho onde era de uma areia fina e branca onde os pneus atolavam com facilidade. Precisa pedalar bastante para ganhar velocidade e ao mesmo tempo a areia retendo as rodas. Um esforço fora do comum.

Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson
trilha verde da maria fumaca 005

Eu imaginava que Telésforo seria a história de um homem querendo passar um telegrama e numa época que não havia luz artificial. Ele ascendera um fósforo para clarear o ambiente e poder escrever. Então telegrama com fósforo daria “telésforo”. Mas a história não é esta. A história segundo contam os moradores do local seria a de um tal de Telêncio… No almoço não cometi o mesmo erro do dia anterior: comi apenas legumes verduras e carne (tomate, cenoura, beterraba, quiabo, almeirão e carne de sol). E apenas um prato.

trilha verde da maria fumaça – 3º dia (30/04) 2 cachoeiras em um dia!

Pedalamos até a Cachoeira do Tombadouro. Foram oito km de ida e oito km de volta. Fomos eu, João Batista, Tedy, Edson e Marcília. Paisagem deslumbrante. E pra variar, um momento radical. Tivemos que deixar nossas bikes numa vala. E eu acostumado com o asfalto de BH entrando numa “roubada” dessas! Onde é que eu fui amarrar minha égua? Mas valeu o esforço, pois tomei muito banho de cachoeira. Foi só entrar debaixo que a força das águas atuou como uma massagem em minhas costas. À tarde, fomos caminhando eu, João, Edson, Marcília, Tedy, Raimunda, Alejandro e dois meninos (moradores do lugarejo) até a Cachoeira das Fadas: um km de ida e um km de volta. Entrei na água devagar: estava gelada e no fundo havia muitas pedras.

Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson
Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson
Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson

trilha verde da maria fumaça – 4º dia (01/05) De Conselheiro Mata a Santo Hipólito

Pedalamos de Conselheiro Mata até Santo Hipólito. Trecho com muitos “mata-burros invertidos”. Chegamos a Rodeador – capital da pinha. O nome do distrito refere-se às pessoas que “rodeavam” o rebanho para contar o gado. Passamos por Monjolos e depois chegamos a Santo Hipólito.

Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denillson
Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson
Trilha Verde da Maria Fumaça
Foto: acervo pessoal Javert Denilson

Em Santo Hipólito a Van nos pegou e nos conduziu até Corinto. Passamos sobre dois pontilhões sobre o Rio das Velhas (antiga ferrovia). Depois de uma rápida passagem na casa do nosso colega Geraldo Adelmo, almoçamos no Posto Bandeirantes da cidade de Corinto.

E de Van saímos de Corinto, passamos por São José da Lagoa, Paraopeba, Sete Lagoas até BH.

E voltei para casa com:
1) um dos ouvidos entupido;
2) o corpo recheado de carrapatos. Oh, céus!

HOSPEDAGEM NA trilha verde da maria fumaça

Se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo:

Cicloturismo pelos Vales da Serra da Canastra

Por Rômulo Forca Freitas

Era o último final de semana de maio de 2014 e a expectativa por nossa viagem à Serra da Canastra tinha chegado ao fim, chegara o dia de nossa partida.

Após embarcamos as bikes em nossa carretinha de 2 andares engatada em uma van, saímos de Uberlândia por volta das 17:00 da sexta feira e seguimos viagem rumo a São João Batista do
Glória(SJBG), sul de Minas Gerais. Éramos 15, sendo 3 casais e o restante solteiros.

Chegando em SJBG por volta das 21:30 ainda teríamos que percorrer mais 24 Km em estrada de terra até a Pousada Canteiros, onde faríamos nossa primeiro pernoite. Esta uma antiga fazenda de propriedade do Sr. Pereira, encravada no meio do belíssimo Vale dos Canteiros, hoje transformada em uma confortável pousada.

Portal de entrada da Pousada Canteiros. Foto: Acervo pessoal Rômulo Freitas
Portal de entrada da Pousada Canteiros. Foto: Acervo pessoal Rômulo Freitas

O primeiro dia de pedal

Já no sábado, levantamos bem cedo e após o delicioso e farto café da manhã desembarcamos as bikes e iniciamos o pedal, acompanhados por nosso carro de apoio, que além de nossas bagagens
carregava também água gelada, repositor e frutas. Logo de cara nosso mecânico, o Derson, teve que resolver o problema de uma bike cuja corrente partiu.

Mecânico consertando a bike, carro de apoio a espera. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.
Mecânico consertando a bike, carro de apoio a espera. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Depois do conserto seguimos o nosso pedal através do Vale dos Canteiros, de altimetria quase plana, com belas paisagens que valem a parada para admiração.

Cicloturismo Vales da Serra da Canastra
Admirando o Vale dos Canteiros. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Após 13 Km chegamos ao Rio Quilombo, que tivemos que atravessar antes de ter acesso à cachoeira de mesmo nome.

Rio Quilombo
Travessia do Rio Quilombo. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Após atravessarmos o rio seguimos a pé entre as pedras margeando o mesmo e contornando um pequeno morro, atrás do qual se descortina a magnífica Cachoeira do Quilombo, segunda maior da região, depois da Casca D’Anta.

Cachoeira do Quilombo
Cachoeira do Quilombo. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Depois de um revigorante banho “gelaaado” na cachoeira seguimos pedalando, agora por uma íngreme subida de aproximadamente 1 Km, que ascende ao Vale da Babilônia.

Cicloturismo vales da Serra da Canastra
Vale da Babilônia. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Seguimos então através deste bonito vale, também com altimetria quase plana, por cerca de 24 Km até a Pousada da Vanda, onde faríamos nosso segundo pernoite. Entretanto, no meio deste trajeto um episódio interessante ocorreu. Os que estavam à frente do grupo viram um tamanduá à beira da trilha e na ânsia de chegar mais perto e sacar a máquina fotográfica para a foto acabaram trombando as bikes e caíram. Resultado, lá se foi o tamanduá sem ser fotografado, mas o bom é que ninguém se machucou gravemente, ainda bem!

Chegando na Pousada da Vanda, uma rústica pousada rural ao “pé” da Serra Branca, que serve de apoio aos ecoturistas da região, “atacamos” um delicioso almoço da típica comida mineira e
descansamos um pouco. No fim da tarde nos reunimos ao redor da mesa de refeições e ali ficamos proseando e degustando de algumas garrafas de vinho que o Fabão tinha levado, embalados pela
música do Gerson que levou seu violão. Fomos dormir cedo porque o dia seguinte seria de intenso pedal.

Pousada da Vanda
Pousada da Vanda. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

O segundo dia de pedal

No dia seguinte durante o café da manhã o comentário geral era sobre o desafio que teríamos que enfrentar, a subida da Serra Branca, que se mostrava logo ali à frente, imponente e desafiadora, com seu piso branco de areia calcária. São 2 Km de subida íngreme que alguns venceram pedalando, outros tendo que empurrar em certos trechos, mas ao final a sensação de superação é tremenda.

Serra Branca
Subida da Serra Branca. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Dali seguimos pedalando por estrada de cascalho que alterna moderadas subidas e descidas por cerca de 10 Km culminando no Morro do Carvão, onde há um mirante do qual já se pode ver o paredão do morro da Canastra com uma “pequena garganta”, visto daquela distância, por onde despenca a Casca D’Anta.

Morro do Carvão
Morro do Carvão. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Descendo do Carvão chega-se ao Vale da Canastra e daí em diante prossegue-se por cerca de 8 Km com altimetria plana até a portaria da Casca D’Anta do Parque Nacional da Serra da Canastra. Pagamos a entrada e seguimos dentro do parque margeando o Rio São Francisco por cerca de 2 Km até a base da Casca D’Anta e ali ficamos boquiabertos e estupefatos apreciando tão magnífica obra da natureza. Uma esplendida queda d’agua com 160m de altura que ao tocar o lago promove um barulho que nos estremece de emoção. E assim terminou este nosso inesquecível pedal-aventura à Serra da Canastra.

Cachoeira Casca D’Anta
Cachoeira Casca D’Anta. Foto: acervo pessoal Rômulo Freitas.

Para visitar a Serra da Canastra

Melhor época: de abril a setembro, fora do período chuvoso. Nos meses de chuva os locais ficam de difícil acesso.
Veículo: melhor se for 4×4, veículos de passeio não são recomendáveis.
Quem leva: a PedaLLa cicloturismo de Uberlândia-MG faz este e outros roteiros para a Serra da Canastra nos meses de maio e julho – http://www.PedaLLa.com.br

HOSPEDAGEM NA SERRA DA CANASTRA

Se você vai pedalar pelas cidades desse roteiro, pode consultar campings, hostels, pousadas e hotéis nos links abaixo: