Desempenho no ciclismo: veja 3 formas para orientar seus treinos

Post atualizado em 28/12/2019

A melhora do desempenho no ciclismo é algo que percebemos com algum tempo de prática da modalidade. São adaptações fisiológicas que acontecem em nosso corpo a partir do momento em que começamos a estimulá-lo – neste caso, com as pedaladas.

Isso é algo muito interessante de se perceber: como conseguimos pedalar mais rápido, maiores distâncias, e cansar menos à medida em que vamos ganhando tempo de prática na bike.

Quem começa a pedalar e a se interessar um pouco mais pelo ciclismo, quer também saber como acompanhar o seu desempenho e a sua melhora no esporte.

E foi pensando nisso que resolvi escrever este artigo, onde apresento 3 métodos para mensurar e orientar o seu desempenho no ciclismo. Pra cada um deles eu coloquei um link para um post bem mais completo aqui do blog, caso você queira saber um pouco mais.

Porque medir o desempenho no ciclismo?

Direitos autorais: auremar / 123RF Imagens

Essa é uma importante e a sua resposta diz muito sobre o seu desenvolvimento na bike.

Se você pedala “por conta própria”, fazendo seus treinos e pedais de forma intuitiva, medir o seu desempenho vai te dar uma idéia do seu desenvolvimento com a bike. Vai saber o que melhorou, o quanto melhorou, e o que ainda pode ser melhorado em termos de desempenho. Além disso, terá um registro importante do volume e intensidade dos seus treinos.

Agora, se você tem um acompanhamento profissional na elaboração dos seus treinos de bike, terá além das vantagens que eu já citei acima, uma importante ferramenta de controle de desempenho.

Isso porque o profissional responsável pela elaboração dos seus treinos vai utilizar esses dados para calcular o volume e a intensidade dos seus treinos, para calcular como e quanto evoluir à medida em que o treinamento progride. Isso vai permitir que você tenha a carga correta de treinamento, de acordo com seus objetivos, sua rotina e suas necessidades.

Então vamos conhecer as principais formas de mensurar o seu desempenho na bike.

3 formas de mensurar seu desempenho no ciclismo

1 -Treino por Frequência cardíaca

frequência cardíaca no ciclismo

É um dos métodos mais conhecidos e bastante utilizado no ciclismo. A partir da frequência cardíaca máxima de cada ciclista, são calculadas as suas zonas de treinamento. Essas zonas são faixas de frequência cardíaca que vão determinar a intensidade do seu pedal, bem como as vias energéticas utilizadas na atividade.

Se você achou complicado e quer saber mais, temos um artigo bem completo sobre frequência cardíaca no ciclismo, onde explicamos em detalhes sobre as zonas de treinamento.

Para medir seu desempenho no ciclismo utilizando este método você vai precisar de uma fita cardíaca, que vai medir os seus batimentos e enviar os dados para um relógio, ciclocomputador ou aplicativo de celular. Temos também um post Guia sobre fitas cardíacas, que te mostra os principais modelos e as vantagens de cada um. É só clicar e conferir.

Após o pedal, esses aplicativos apresentam estatísticas importantes. Você fica sabendo, por exemplo, quanto tempo pedalou em cada zona de treinamento. No caso de treinos orientados por profissionais, você já sai para o pedal sabendo em quais zonas irá pedalar, como serão os estímulos etc.

2 – Treino por cadência

cadência no ciclismo
Direitos autorais: ramonespelt / 123RF Imagens

O treino por cadência também é muito utilizado no ciclismo. A cadência é medida em Rotações por Minuto (RPM). Dessa forma, você (ou seu treinador) pode definir qual a cadência ideal para o seu pedal

Treinar cadência é importante para dar consistência e regularidade às pedaladas. Você pode, por exemplo, pedalar na mesma cadência independente do relevo, mudando as marchas para manter o giro do pedal na mesma freqência.

Para medir seu desempenho no ciclismo utilizando este método, você vai precisar de um medidor de cadência. Trata-se de um sensor que pode ser acoplado geralmente no pedivela ou no tubo inferior do quadro da bicicleta, que mede as rotações por minuto (RPM) à medida em que o pedal passa por ele.

Assim como as fitas cardíacas, os dados são enviados para o ciclocomputador ou aplicativos do celular, para que sejam geradas as estatísticas de desempenho.

É importante portanto comprar um ciclocomputador ou GPS que venha com o medidor de cadência, ou então comprar um medidor de cadência que seja compatível com seu ciclocomputador ou aplicativo.

Para saber mais sobre esse método eu nosso artigo:

3 – Treino por Potência

Medidor de Potência Dura Ace

Este é um método relativamente novo (comparado aos outros) e muito utilizado por atletas de alto rendimento. Para utilizá-lo, você precisará de um medidor de potência, que ainda é um aparelho u pouco caro. Mas pouco a pouco eles vem se popularizando, e já começam a equipar também as bikes de atletas amadores que querem investir nos seus treinos.

Os medidores de potência calculam a. Os modelos mais completos podem nos dar informações muito interessantes, como a força empregada por cada perna durante a pedalada, distribuição de força em diversas fases do pedal, potência média, entre outras.

Assim como os outros métodos, os dados são analisados em aplicativos e disponibilizados para o ciclista após o pedal. Dessa forma, você pode utilizar também a potência para medir seu desempenho no ciclismo.

Para saber mais, clique no link a seguir e confira nosso artigo no blog sobre potência no ciclismo.

Dicas finais: qual método devo usar?

desempenho no ciclismo

Não existe um método que possa ser considerado melhor do que o outro, uma vez que estamos falando de variáveis diferentes.

Você pode fazer um treino com potência alta e cadência baixa, por exemplo. Então,  quanto mais dados você tiver, mais completa será a compreensão do seu desempenho no ciclismo.

Tudo vai depender do quanto quer investir nos equipamentos e também nos seus treinos.

Você pode utilizar, um, dois e até três métodos simultaneamente. Hoje existem ciclocomputadores bem completos – como o Garmin Edge 1000, por exemplo, que possuem medidor de cadência e fita cardíaca. Novos modelos com medidores de potência acoplados já vão se popularizando no mercado, e em breve você poderá acompanhar seu desempenho no ciclismo de forma cada vez mais completa.

E vale a dica de sempre. Todos esses dados acompanhados pelo trabalho de um profissional de Educação Física especializado na elaboração de treinos de ciclismo vai otimizar o seu desenvolvimento na modalidade.

Frequência cardíaca no ciclismo: conheça seu coração e pedale melhor

Post atualizado em 28/12/2019

Monitorar a frequência cardíaca no ciclismo é uma das 3 formas mais utilizadas de controle de desempenho neste esporte.

Se você está se empolgando cada vez mais com a modalidade, já deve ter pensado em como monitorar seus treinos e acompanhar o seu desempenho através deste método.

Neste artigo eu vou explicar 3 pontos importantes sobre o assunto:

  1. Como estimar a sua frequência cardíaca máxima.
  2. Como é o comportamento da frequência cardíaca em ciclistas treinados.
  3. Dicas sobre como mensurar a frequência cardíaca nos seus treinos de bike.

Se preferir, assista ao nosso conteúdo em vídeo:

Estimar a sua frequência cardíaca máxima é muito importante para definir as suas Zonas Alvo de Treinamento. Temos um artigo aqui no blog falando sobre as zonas de treinamento no ciclismo. Se quiser aprofundar sobre o assunto, é só clicar no link.

O que é Frequência Cardíaca?

frequência cardíaca no ciclismo
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A frequência cardíaca é a quantidade de batimentos do seu coração em um minuto (sua medida é em bpm).

A partir dela, temos outras variações de classificação importantes:

Frequência cardíaca basal

É a frequência aferida em repouso completo, logo após acordar, na posição de decúbito dorsal (deitado de costas)

Frequência cardíaca de repouso

É a frequência cardíaca aferida sentado ou deitado, após um período considerável de descanso (acima de 5 minutos, por exemplo)

Frequência cardíaca máxima (FCmáx)

É o número máximo de batimentos que o coração é capaz de executar em 1 minuto.

Como descobrir a minha frequência cardíaca máxima?

Existem alguns testes de laboratório que podem verificar a sua FCmáx. Mas uma opção mais prática são fórmulas que podemos usar para estimar a nossa FCmáx. As duas mais conhecidas são

Fórmula de Karvonen

FCmáx = 220 – idade

Para um indivíduo de 35 anos, por exemplo

FCmáx = 220 – 35

FCmáx = 185bpm

Fórmula de Tanaka

FCmáx = 208 – (0,7 x idade)

Para um indivíduo de 35 anos, por exemplo

FCmáx = 208 – (0,7 x 35)

FCmáx = 208 – 24,5

FCmáx = 183,5bpm

Lembrando que estamos falando de estimativas. Isso quer dizer que um indivíduo de 35 anos, a depender do seu nível de treinamento e intensidade do treino, poderá ultrapassar a sua FCmáx estimada. Mas saber o valor da FCmáx pode auxiliá-lo no controle da intensidade do exercício, mostrando a hora de diminuir o ritmo, por exemplo.

O importante é saber que a frequência cardíaca varia de acordo com suas atividades do dia-a-dia. Durante um treino de bike por exemplo, ela varia de acordo com a intensidade da atividade. Em um tiro ou subida forte por exemplo, a atividade se torna mais intensa, e a tendência é o aumento da frequência cardíaca.

Da mesma forma, se paramos de pedalar ou pedalamos em um giro mais tranquilo, a tendência é a redução da frequência cardíaca.

Como o treinamento afeta a frequência cardíaca no ciclismo?

Direitos autorais: torwai / 123RF Imagens

Já sabemos que temos uma frequência cardíaca de repouso, e que qualquer atividade que fazemos provoca um aumento dessa frequência cardíaca.

Pensando no ciclismo, vamos entender reage a frequência cardíaca de uma pessoa bem treinada.

3 adaptações na frequência cardíaca no ciclismo para atletas bem treinados.

1 – Pessoas bem treinadas conseguirão diminuir os valores da sua frequência cardíaca basal e de repouso. Isso é um sinal de bom condicionamento físico, uma vez que seu coração conseguirá bombear mais sangue para o corpo a cada batimento, e portanto, poderá bater menos vezes por minuto.

2 – Para uma mesma atividade, a frequência cardíaca do atleta bem treinado vai aumentar de forma mais gradual e mais devagar, quando comparado a uma pessoa sedentária ou iniciante na modalidade.

3 – Pessoas bem treinadas se recuperam mais rápido após um estímulo. Ou seja, a frequência cardíaca vai baixar mais rápido (próximo aos valores de repouso), quando comparado a sedentários ou iniciantes.

Por exemplo. após um tiro no pedal, um indivíduo bem treinado vai baixar a sua frequência cardíaca de forma mais rápida, quando comparado a um indivíduo não treinado.

Porque mensurar a frequência cardíaca no ciclismo?

Eu acho importante mensurar a frequência cardíaca por 2 motivos.

O primeiro é conhecer o seu corpo. Você vai saber como seu corpo se comporta nos pedais que faz regularmente, treinos, provas etc.

E o outro motivo é pra quem busca melhorar seu desempenho no ciclismo. Isso porque a frequência cardíaca pode definir a intensidade do exercício. Assim, ela é uma variável que pode ser utilizada por um profissionais de Educação Física especializados em elaborar treinos de ciclismo. Eles vão montar e adaptar o seu programa de treinamento,  acompanhar a sua evolução no esporte e indicar a intensidade dos treinos com base na sua frequência cardíaca e nas suas zonas alvo de treinamento.

Como mensurar a frequência cardíaca no ciclismo

Monitor Cardíaco para ciclistas Polar A300
Monitor Cardíaco Polar A300, com cinta Bluethoot

Para monitorar a sua frequência cardíaca nos treinos de bike você vai precisar de uma fita cardíaca. Ela é ajustada na região do tórax, e possui um sensor que vai captar os seus batimentos e transmitir para um outro dispositivo, que pode ser um relógio, um ciclocomputador ou um aplicativo para celular.

Então eu diria que você tem 2 opções

1 – Cinta cardíaca + aplicativo de celular

Cinta cardíaca Runtastic com Bluethoot

É a forma mais barata, pois basta adquirir uma cinta cardíaca com Bluethoot e conectá-la a um aplicativo de registro de atividades físicas para celular, como o Strava, Endomondo etc.

Atenção: vale lembrar que o seu celular também deve ter o dispositivo Bluethoot. Além disso, alguns aplicativos disponibilizam o monitoramento de frequência cardíaca apenas na versão paga.

2 – Monitor cardíaco (relógio ou ciclocomputador)

Gps para ciclismo Garmin Edge 1030
Gps Garmin Edge 1030, com monitor cardíaco

Existem marcas de ciclocomputadores – como Garmin, Polar, etc. – que vendem seus produtos já com a fita cardíaca e aplicativos para monitoramento. O funcionamento é o mesmo: basta ajustar a fita junto ao peito e ligar o dispositivo para começar a monitorar os batimentos.

Aqui no blog temos um Post Guia sobre monitor cardíaco para ciclistas que está bem detalhado e vai esclarecer todas as suas dúvidas. Basta clicar no link abaixo ou assistir ao conteúdo em vídeo:

Ou, se preferir, você pode pesquisar abaixo diversos modelos com preços atualizados:

Cadência no ciclismo: veja como melhorar o seu giro no pedal

Post atualizado em 28/12/2019

Você já prestou atenção no ritmo das suas pedaladas? A cadência no ciclismo é um dos fatores mais importantes, pois interfere na técnica da pedalada e no desempenho dos atletas.

Além disso,  a cadência é também uma medida de intensidade nos treinos de bike.

Nesse post eu vou falar sobre treino de cadência para ciclistas, te mostrar como definir a sua cadência ideal e ainda dar algumas dicas importantes de treinamento dessa que é uma das 3 formas de se monitorar o desempenho no ciclismo.

Se preferir, confira o nosso conteúdo em vídeo:

O que é a cadência no ciclismo?

cadência no ciclismo
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A cadência pode ser definida como a velocidade de giro dos pedais em um período de tempo. No meio do ciclismo o tempo base adotado é o minuto. Portanto, sua medida é velocidade é a rotação por minuto (RPM).

A cadência é uma das variáveis mais importantes do ciclismo, pois está diretamente ligada à técnica de pedalada de cada ciclista.

Mas além disso, a cadência pode ser também uma medida de desempenho e de intensidade dos treinos. Imagine por exemplo fazer um percurso com cadência de 60RPM, e realizar o mesmo percurso com cadência de 80 RPM.

Qual é a cadência ideal para o ciclista?

Treinar ciclismo com pouco tempo
Direitos autorais: ammentorp / 123RF Imagens

Essa é uma pergunta controversa. Os cientistas ainda não conseguiram identificar se existe uma cadência que seja ideal para todos os ciclistas.

A ciência do esporte trabalha então com um conceito de cadência de conforto, ou cadência ideal que pode variar de ciclista para ciclista.

Isso porque existem diversos fatores que influenciam na escolha da cadência ideal. Vejamos alguns deles:

Cadência no ciclismo x força

Um estudo de Bieuzen (2007) analisou a capacidade de força dos ciclistas e a sua seleção de cadências preferidas. O estudo mostrou que ciclistas mais fortes tinham a tendência de escolher cadências menores. Ou seja, tinham preferência por pedalar com marchas mais pesadas, aproveitando a sua força nas pernas.

Cadência no ciclismo x nível de treinamento do ciclista

Direitos autorais: torwai / 123RF Imagens

Ciclistas iniciantes tendem a escolher cadências mais lentas do que ciclistas bem condicionados. Um estudo feito por Marsh em 1996 mostrou que ciclistas de alto nível escolhiam altas cadências para pedalar, em torno de 98 rpm!

Já ciclistas iniciantes costumam escolher cadências entre 60 e 70 rpm, o que pode ir aumentando de acordo com o nível de condicionamento.

Você já reparou como maratonistas conseguem manter por mais de 2 horas uma velocidade média que corredores “normais” conseguiriram sustentar por poucos minutos na esteira?

O mesmo vale para as altas cadências dos ciclistas profissionais.

Cadência no ciclismo x tipo de modalidade praticada

Existem ainda cadências diferenciadas de acordo com o tipo de modalidade do ciclismo e as bicicletas utilizadas. Um ciclista pista por exemplo, terá um comportamento de cadência diferente de um ciclista de estrada, mountain biker, BMX e assim por diante.

Cadência no ciclismo x altimetria e tipo de terreno

Da mesma forma, alguns terrenos e inclinações de subidas vão exigir variações de cadência ao longo do pedal. É importante lembrar que o treino de cadência é um treino de regularidade, que utilizaremos na maior parte do pedal.

O que você precisa para treinar cadência no ciclismo

cadência no ciclismo
Sensor de cadência e velocidade Runtastic acoplado ao tubo inferior do quadro

Para treinar cadência você vai precisar de um sensor de cadência instalado na sua bike. Você pode encontrar esses sensores vendidos separadamente, de marcas como Garmin e Polar, por exemplo. Mas os dados do sensor são transmitidos para os ciclocomputadores das próprias marcas.

Gps para ciclismo Garmin Edge 1030
Gps Garmin Edge 1030, com sensor de cadência

Dessa forma, você tem duas opções: a primeira é comprar um sensor de cadência da marca do seu ciclocomputador (ou de outra marca que seja compatível). Caso não tenha um ciclocomputador e queira investir em um, a dica é já comprar um modelo mais completo, que tenha o sensor de cadência.

Onde comprar sensor de cadência

Separamos abaixo alguns links onde você pode pesquisar modelos e preços atualizados de sensores de cadência.

Se ainda tiver dúvidas e quiser saber mais, temos também o link do nosso Post Guia de GPS para ciclismo, que são os ciclocomputadores mais completos com sensores de cadência.

Como treinar cadência no ciclismo

Foto: Depositphotos

É importante lembrar que o treino de cadência é um treino de regularidade.  Ou seja, nos pedais que você faz normalmente, a cadência pode variar por diversos fatores. Mas em um treino de cadência você vai tentar manter o mesmo ritmo por todo ou grande parte do treino. Isso vai melhorar a sua técnica, deixando sua pedalada mais regular, e mantendo um bom giro quando estiver pedalando regularmente.

O primeiro ponto é analisar as pedaladas que você já faz e identificar qual é a sua cadência de conforto atual. Perceba também como a sua cadência varia ao longo do treino: diferenças do início para o final, quando já está cansado. Diferenças de acordo com a altimetria, percebendo se você pedala com cadências diferentes de acordo com a inclinação da subida.

Depois disso, você tem um bom ponto de partida para começar alguns treinos técnicos, com atenção específica para a cadência. Vejamos 2 ideias diferentes

1 – tente manter sua cadência de conforto pelo maior tempo possível

Treinar ciclismo com pouco tempo
Eu em um pedal longo. Foto: Vinícius Mundim

Você deve manter a sua cadência de conforto ao longo de todo o treino (ou pelo maior tempo possível) utilizando como estratégia a troca de marchas.

Exemplo: sua cadência de conforto é de 72 rpm. Você deve então mantê-la. Ao encarar uma subida, deixe a marcha mais leve para tentar manter essa cadência. Se ao longo do pedal você for se cansando, procure também diminuir a marcha para manter a cadência até o final.

Isso vai trabalhar a constância e a regularidade do seu giro.

2 – Aumento gradativo de cadência

Você pode então começar a aumentar gradativamente essa cadência nos treinos. Você pode optar por um aumento pequeno, por um tempo maior. Ou pode ainda fazer estímulos mais curtos com cadência mais elevada.

Exemplo: sua cadência de conforto é de 72 rpm. Você pode tentar manter 75 rpm em todo o pedal. Ou ainda, pode fazer alguns estímulos curtos a 80, 85 rpm, retornando depois à sua cadência de conforto.

Dicas finais: como obter o melhor do seu treinamento

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Seguindo essas orientações você vai conseguir identificar a sua cadência de conforto, podendo usá-la em seus treinos ou até treinar para aumentá-la gradativamente.

Mas como profissional de Educação Física eu gosto sempre de falar da importância e dos benefícios de ter os seus treinos elaborados por um profissional especializado. Ele será o responsável por ajustar o volume e a intensidade dos seus treinos, de acordo com seus objetivos com a modalidade.

Espero que esse post tenha te ajudado a saber mais sobre cadência no ciclismo. Se tiver alguma dúvida, basta deixar aqui nos comentários do blog.

Potência no ciclismo: usando a força para melhorar seu desempenho nos pedais

Post atualizado em 28/12/2019

A potência no ciclismo é uma das valências centrais para se pensar o treinamento da modalidade. Afinal, estamos falando da força que fazemos para pedalar, transformando isso em velocidade e desempenho!

Nesse artigo eu vou falar um pouco sobre a potência no ciclismo e as formas de treinamento e mensuração através dos medidores de potência, que pouco a pouco vão se diversificando no mercado das bikes.

Esse post faz parte de uma série onde explico sobre as 3 principais formas de se monitorar e orientar o seu desempenho no ciclismo. Se quiser conhecer as outras duas, basta clicar no link.

Potência e Potência no Ciclismo

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Lembrando das nossas aulas de física nos tempos de escola, temos o conceito de potência como uma grandeza que determina a quantidade de energia aplicada por uma fonte a cada unidade de tempo.

De uma maneira geral, associamos a potência à força. Então podemos dizer que a Potência no Ciclismo é a força que aplicamos nos pedais e que é transformada em velocidade.

Sua unidade de medida é o Watt (w). E no ciclismo relacionamos a potência com o peso do atleta, e temos como medida a proporção Watt por quilograma (w/Kg).

O que você precisa para medir a sua potência no ciclismo

Pedais com medidor de potência Look Keo
Pedais Look Keo com medidor de potência

Para medir a potência e utilizá-la como parâmetro em seus treinos de bike você vai precisar de um medidor de potência instalado na sua bike. Eles começaram como produtos muito caros, mas pouco a pouco vem se difundindo no mercado. Podemos dizer que ainda é um produto pra quem realmente quer investir nos treinos de bike.

Existem modelos variados, com aplicações diferentes na bike: modelos acoplados no pé de vela, nos pedais. 

Medidor de Potência Dura Ace

Por hora vale saber o medidor de potência vai te permitir uma série de análises sobre o seu desempenho no ciclismo, que podem te ajudar nos seus treinamentos e nos seus objetivos com o esporte.

Como utilizar a potência no ciclismo como orientação para os seus treinos.

Exemplo de gráfico com demonstrativo de potência

Ao começar a pedalar com um medidor de potência, você terá acesso a dados que são compilados por aplicativos e irão mostrar o seu desenvolvimento. Alguns modelos mostram inclusive o percentual de força aplicado por cada perna no pedal, identificando diferenças entre a perna direita e esquerda. Uma ótima ferramenta para a técnica da pedalada.

A dica inicial é fazer os pedais que você faz normalmente e perceber como a potência se comporta. Mas você pode também fazer da potência uma variável central dos seus treinos.

Primeiramente você deverá fazer um teste para determinar o seu limiar de potência funcional (FTP, na sigla em inglês). O FTP é a potência mais alta que você consegue sustentar durante 60 minutos.

Para ciclismo existem alguns testes para determinar o seu FTP. Eles geralmente são feitos em bicicletas estacionárias com medidores de potência, em locais especializados.

Assim que definimos o FTP podem ser calculadas as zonas de treinamento de potência, para que sejam definidas de maneira mais exata a carga de cada treinamento.

Dica: como obter o melhor do seu treinamento de potência no ciclismo

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Seguindo essas orientações você vai conseguir acompanhar os dados sobre a sua potência nos pedais.

Mas é importante destacar que um profissional de Educação especializado em ciclismo poderá utilizar esses dados para ajustar de forma ótima o volume e a intensidade dos seus treinos, de acordo com seus objetivos com a modalidade.

Monitor cardíaco para ciclistas: como usar e escolher o correto para você!

Atualizado em 28/10/2019

Na hora de deixar os seus treinos mais eficientes e ganhar muito mais qualidade no pedal, muitos optam pelo monitor cardíaco para ciclistas, controlando a intensidade do esforço e programando treinos que variam sprints e força.

Apesar de extremamente útil em diversas modalidades esportivas, não apenas no ciclismo, muitas pessoas têm dúvidas sobre como usar corretamente o monitor cardíaco e principalmente como escolher o modelo certo, diante de tantas opções no mercado.

Esse é o seu caso? Então continue a leitura e tire todas as suas dúvidas.

Se preferir, confira este conteúdo em vídeo:

E no final do post temos uma lista para você pesquisar preços e modelos atualizados de monitor cardíaco para ciclistas 🙂

Monitor cardíaco para ciclistas: qual a importância?

Monitor Cardíaco TomTom Runner 3 Cardio
Monitor Cardíaco TomTom Runner 3 Cardio

Também conhecidos como frequencímetros, os monitores cardíacos funcionam basicamente da mesma maneira: oferecendo para você uma média de batimentos por minuto (BPM).

Mas, você sabe exatamente o que significa essa informação e qual a sua utilidade?

Antes de qualquer coisa, vale a pena salientar que a frequência cardíaca é algo diferente de pessoa para pessoa e pode variar de acordo com o sexo, a idade e o preparo físico.

Frequência máxima e zonas de treino

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O mais importante quando falamos em monitores cardíacos é que você consiga definir qual é a sua frequência máxima e, assim, entender em qual zona de frequência cardíaca se encontra o seu treino.

Para definir a frequência máxima existe uma conta bem fácil de ser feita (e que muitos monitores já realizam sozinho) que é: frequência cardíaca máxima = 220 – a sua idade.

Definida a sua frequência cardíaca máxima, você poderá entender em qual zona o seu treino está, como:

  • zona 1 – BPM varia de 50% a 65% da sua frequência máxima: é a zona mais usada nas fases de aquecimento e de pós-treino, sendo considerada leve e simples, não exigindo muito do ciclista;
  • zona 2- BPM varia de 65% a 75% da sua frequência máxima: é uma zona favorável à perda de peso e também à conservação da energia. Para pedais longos, essa é a mais recomendada;
  • zona 3- BPM varia de 75% a 85% da sua frequência máxima: é uma faixa indicada para melhorar a condição cardiovascular e também leve fortalecimento muscular, tornando o pedal mais difícil;
  • zona 4- BPM varia de 85% a 92% da sua frequência máxima: é um estágio conhecido como o “limiar do lactato”, ou seja, o esforço já está bem alto e o seu corpo está produzindo ácido láctico numa velocidade maior do que a absorvida, podendo causar desconfortos. Normalmente, essa zona é indicada para quem deseja competir em provas com 1 hora ou menos de duração;
  • zona 5- BPM varia de 92% a 100% da sua frequência máxima: esse é o limite e praticamente nenhuma pessoa consegue manter os batimentos nessa zona por muito tempo, geralmente ela é alcançada em sprints, quando necessitamos de uma explosão muscular maior.

O que esses dados revelam?

Monitorar a sua frequência cardíaca, como você viu, pode indicar se o seu treino está muito leve ou pesado, dependendo dos seus objetivos. Por isso, um monitor cardíaco para ciclistas pode lhe ajudar a conseguir atingir as metas que você deseja e a tornar os seus treinos bem mais eficientes.

Por exemplo, se você deseja começar a se preparar para uma prova que terá curta duração e muitos sprints, não adianta realizar treinos nos quais você apenas varie entre a zona 1 e a zona 2. Assim como, para quem deseja emagrecer pedalando, essas informações são extremamente importantes.

Quanto mais condicionamento você for ganhando, mais você notará que o seu coração ficará eficiente, ou seja, os seus batimentos estarão em um ritmo mais lento. Isso significa que será mais difícil mudar de uma zona para outra, necessitando de ainda mais esforço. Essa informação pode ser valiosa, ajudando você a entender a sua progressão.

Monitor cardíaco para ciclistas: como funciona?

Monitor Cardíaco para ciclistas Polar M430 com gps
Monitor Cardiaco Polar M430 com gps

Os monitores cardíacos mais indicados para os ciclistas são aqueles que possuem uma faixa peitoral que capta os sinais elétricos da pulsação do coração e transmitem esses dados tanto para um relógio, como para o computador de bordo ou GPS da sua bike.

Normalmente, tanto a cinta, como o relógio contam com baterias a pilha separadas. Além disso, alguns modelos de monitores cardíacos ainda permitem armazenar e transferir os dados para um computador, ou ainda se comunicarem com aplicativos, como o Strava. Isso ajuda você a analisar ainda mais de perto a sua evolução.

Na hora de escolher o modelo, contudo, é preciso atenção, porque geralmente os modelos de monitores que se comunicam com o relógio, não se comunicam com os smartphones e vice-versa.

Dicas para escolher o monitor cardíaco para ciclistas

Depois de ler os tópicos anteriores, você já está convencido de que um monitor cardíaco era o que faltava para tornar os seus treinos muito mais eficientes? Pois saiba que existe uma infinidade de modelos no mercado e encontrar o certo para você pode exigir um pouco de paciência e atenção.

Veja algumas dicas que separamos e que podem lhe ajudar.

Relógio ou celular

Como dissemos, os modelos que se comunicam com o relógio não costumam funcionar no smartphone e vice-versa. Para fazer a comunicação com celular a cinta deve ter transmissão de dados por Bluethoot (e o celular também).

O relógio é bem simples e prático, principalmente para ser usado durante as pedaladas. Além disso, ele pode ser mais resistente à quedas do que o celular. Contudo, nem todos os modelos possuem extração de dados e pode ser difícil fazê-lo se comunicar com os aplicativos de treino.

Monitor Cardiaco Speedo Jest

Já a cinta que se comunica com o celular oferece mais possibilidades nesse sentido, permitindo que você use o seu aplicativo favorito e monitore mais de perto a sua evolução. Porém, você precisará pensar em uma forma de levar o seu celular no pedal e ficar de olho nele, acompanhando o seu BPM.

Monitor Cardíaco para ciclistas Polar A300
Monitor Cardíaco Polar A300, com cinta Bluethoot

Decidir entre um ou outro dependerá apenas das suas preferências.

Funcionalidades

Gps para ciclismo Garmin Edge 1030
Gps Garmin Edge 1030, com monitor cardíaco e medidor de cadência

Além de monitorar a frequência cardíaca, muitos desses aparelhos oferecem uma gama de possibilidades, alguns até conseguindo medir também a sua cadência, velocidade, entre outras informações semelhantes a um computador de bordo.

Tente não ficar preso apenas as funcionalidades que você mais usa hoje. Pense que, esse investimento poderá ser usado também no futuro, quando você tiver mais preparo físico e desejar fazer treinos variados. Assim, um equipamento com mais funcionalidades poderá ser mais interessante (desde que você aprenda a usá-las, claro).

Agora, se você optar por um monitor que “converse” com o celular, lembre-se que muitas das funcionalidades acabarão sendo definidas pelo aplicativo.

Compare os modelos

Pulseira Monitor Cardíaco De Pulso MIO FUSE Bluetooth

Antes de fechar a sua compra, busque reviews sobre os modelos que você se interessou, converse com outros amigos ciclistas e tente entender como é a experiência deles com o produto em questão.

Saiba se o produto tem assistência técnica no Brasil, se a marca é de confiança, se existe um número grande de reclamações, entre outros dados.

Onde comprar o meu monitor cardíaco para ciclistas?

Depois de todas essas informações, já está decidido pela compra de um monitor cardíaco para ciclistas? Então confira os links abaixo onde você pode ver diversos modelos com preços atualizados:

E se você prefere um monitor cardíaco já integrado dentro de um GPS para ciclismo, pode conferir os modelos abaixo:

E, então, gostou das nossas dicas sobre monitor cardíaco para ciclistas? Aproveite e compartilhe este conteúdo em suas redes sociais e ajude os seus amigos do pedal.

Balanço ciclístico de 2017

Mais um ano terminando, e chegou a hora do nosso Balanço Ciclístico de 2017. Faço esse balanço desde o ano de 2010, e é sempre momento de dividir com os leitores o que rolou durante o ano, e é claro adiantar algumas novidades para os próximos.

2017 foi um ano especial: foram 8 anos de blog (completados em Maio) e 8 mil quilômetros pedalados!

Confira nossa retrospectiva!

Os números e publicações do blog em 2017

Fechamos o ano com mais de 402 mil visualizações de página! Publicamos 40 posts, sobre os mais diversos assuntos relacionados à bike.

Destaco o Ciclismo e Cicloturismo da Itália, tema sobre o qual venho me especializando a cada viagem à terra da bota. Esse ano estive por lá novamente, e tive a oportunidade de lançar um ebook gratuito com 4 roteiros imperdíveis por lá.

E por falar em Itália, 2017 marcou também a inauguração da Loja do Blog, com produtos exclusivos vindos diretamente de lá. Se você ainda não conhece, te convido a fazer uma visita!

Camisa de ciclismo Italy Bike Tour Montagna - frente
Camisa Italy Bike Tour – frente

Mas quem nos acompanha sabe que este é um blog movido à pedal, e esse ano foi também muito especial com a bike na estrada! E de bike nova!

As pedaladas de 2017

2017 marcou a chegada de Giovanna, minha Cannondale Synapse.

Giovanna, minha Cannondale Synapse

Essa foi a minha primeira bicicleta de estrada. Ao todo foram 8 mil quilômetros rodados no ano, com muitos pedais de longa distância e brevets organizados pelos Inconfidentes Pedalantes, clube de ciclismo do qual faço parte da organização.

Você pode ver muitos desses pedais com fotos e informações técnicas seguindo meu perfil no Strava. Em breve vou fazer um review bem caprichado dessa bike aqui no blog.

Ciclismo de Longa Distância e Randonneuring

Com o uniforme de ciclismo do Inconfidentes Pedalantes Clube Randonneur

O trabalho junto aos Inconfidentes Pedalantes também cresceu bastante. Organizamos pela 1ª vez a série randonneur completa, com provas de 200, 300 400 e 600km. Nossas provas continuaram percorrendo cidades do interior. Estivemos em Governador Valadares (200km), Itabira (300 e 200km), Divinópolis (400 e 200km) e Itaúna (600km e 200km). Além de 2 brevets de 200km em Belo Horizonte: nossa prova tradicional, e uma para “escaladores”, com subidas pra ninguém botar defeito.

Treinar ciclismo com pouco tempo
Eu em um pedal longo. Foto: Vinícius Mundim

Esse ano eu consegui me desafiar e subir mais um degrau nessa modalidade. Pedalei a prova de 200km em Governador Valadares, 300km em Itabira (que havia abandonado no ano anterior) e os 400km em Divinópolis. Essa última eu abandonei vencido pelo sono. Fica o desafio para 2018!

E para quem quiser conhecer mais sobre a modalidade randonneur e sobre o clube, basta acessar o site do Inconfidentes Pedalantes Clube Randonneur.

Cursos e Palestras em 2017

balanço ciclístico de 2017
Durante o Vivência Outdoor. Foto: Luan Gesteira

O ano ficou marcado por um convite muito especial. Participei do Vivência Outdoor, evento que congrega amantes de diversas atividades na natureza, em um clima de cooperação e troca de conhecimentos como eu nunca havia visto.

vivência outdoor 2017Na oportunidade, fiz um relato sobre uma cicloviagem que fiz entre Caxambu e São Bento do Sapucaí. Foi muito bacana falar pra um público diverso de praticantes de atividades outdoor. Aprendi muito sobre atividades que sempre me interessaram (como trekking, camping e escalada), mas que nunca tive muito contato.

E as novidades para 2018?

Até onde deu pra ir de bicicleta.
Até onde deu pra ir de bicicleta.

Nosso foco para 2018 está na produção de conteúdos que possam ajudar os leitores a pedalar mais e melhor. Teremos uma série sobre treinamento para ciclismo. Continuaremos também com nossos posts sobre cicloturismo, cicloturismo na Itália e publicando os relatos de viagens dos nossos leitores.

Pra não perder nenhuma dessas novidades, te convido a assinar o nosso Boletim Mensal. Nele eu envio todas as novidades do site para os assinantes.

Obrigado a você que esteve conosco nesse ano.

Desejo a você um 2018 repleto de saúde e com muitas pedaladas!