Olá amigos queridos que acompanham o Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta. Nesse artigo eu vou falar sobre um assunto muito importante, que é o planejamento no cicloturismo.
Quem me acompanha a mais tempo sabe que esse é um assunto sobre o qual aprendi bastante na prática. Todas as viagens de bike que já fiz tiveram uma dose de planejamento envolvido. E a cada viagem vou tentando aprimorar esse conhecimento.
Só que com o passar do tempo e com a experiência de outros estilos de viagem, fui percebendo como melhorar esse planejamento. Cheguei a um modelo de 5 coisas que você deve saber para fazer um bom planejamento no cicloturismo.
Se você preferir, pode assistir a esse conteúdo no vídeo abaixo:
Vamos então começar com uma pergunta importante:
Qual a importância do planejamento no cicloturismo?
Mapa do plenejamento da minha cicloviagem na Puglia (Itália)
Ou ainda: por que devemos planejar as nossas viagens de bike? A resposta pode parecer óbvia para alguns, mas o que quero mostrar aqui é como o planejamento é a base de uma viagem de cicloturismo.
Mesmo quando a idéia é se lançar de forma autônoma e “não planejar muito”, existe um nível de planejamento básico que é fundamental em toda cicloviagem. Ou seja, toda cicloviagem envolve algum tipo de planejamento. E afirmo isso porque:
A) O Planejamento no cicloturismo serve principalmente para a nossa segurança
Mesmo que façamos uma atividade com nível considerável de risco (como saltar de paraquedas, mountain bike e é claro, cicloturismo) o nosso objetivo principal é realizá-la com segurança. Realizar uma atividade que gostamos de forma segura é fundamental para queremos repetí-la. Ou seja, a segurança não exclui a aventura e a adrenalina do cicloturismo. Você ainda voltará da sua viagem cheio de histórias e ótimos momentos para sua vida, e para dividir com os amigos e a família.
Aqui no blog temos um post bem completo sobre esse assunto, onde apresentamos 7 dicas de segurança para sua cicloviagem
B) O planejamento no cicloturismo pode evitar ou resolver problemas que podem acabar com a sua cicloviagem
Imagine sair para uma viagem de bike sem o devido conhecimento sobre a rota que você vai fazer? Ou ainda se esquecer de levar alguma ferramenta básica? Nesse caso, um simples imprevisto – como um pneu furado – em um local um pouco mais distante pode se tornar um problema maior.
Então é isso: o planejamento no cicloturismo é importante porque ele é a base da sua cicloviagem. É a espinha dorsal. Ele pode e deve ser modificado de acordo com a realidade apresentada no momento da sua viagem de bike. Mas se saímos sem o mínimo planejamento, não temos um norte a seguir
Vejamos então a minha lista de itens importantes para o planejamento de uma viagem de bicicleta:
Planejamento no Cicloturismo: 5 coisas que você deve saber para viajar de bicicleta
1 – Preparação da bicicleta
Minha bike em Wenceslau Braz (MG): Alforjes traseiros, top rack e bolsa de quadro. Foto: André Schetino
Todos sabemos que a bicicleta para cicloturismo exige alguns acessórios ou adaptações, que podem variar de acordo com a tipo de cicloviagem que você irá realizar. Em linhas gerais, é uma bicicleta que privilegia o conforto na posição corporal, além de acessórios que vão lhe permitir carregar a bagagem necessária.
Veja os principais aspectos na preparação da bicicleta para a sua cicloviagem:
Bagageiros: para carregar os alforjes, mochilas, barracas etc. Podem ser traseiros e/ou dianteiros. Dependendo da viagem, outro sistemas podem ser escolhidos, como os trailers e carretinhas.
Pneus: escolha o tipo de pneu de acordo com o terreno no qual vai pedalar.
Paralamas: na minha opinião, indispensáveis para o conforto do cicloturistas. Você pode não necessariamente pedalar na chuva, mas também pedalar por locais molhados, beira de praia etc;
Selim confortável: escolha um modelo apropriado para longas distâncias, que geralmente possuem uma área um pouco maior, além de acolchoamento.
Guidão confortável. Se não estiver satisfeito com os modelos tradicionais, uma boa opção é o guidão borboleta, muito utilizado no cicloturismo. Aqui no blog eu fiz um review do Guidão Borboleta Ergotec, que é o modelo que eu já utilizei.
2 – Preparação da carga
Bike carregada durante cicloviagem pela Estrada Real
A preparação da carga é indispensável para um bom planejamento. Você deve ficar atento aos dois aspectos seguintes:
O que levar:
Temos um vídeo no nosso Canal do YouTube que fala sobre o que levar em uma viagem de bike. Você pode conferir abaixo:
A lista é longa e pode ser ainda maior, dependendo do local da viagem, condições climáticas e do número de dias pedalados. Na sua lista devem estar incluídas roupas, ferramentas básicas, acessórios para bicicleta e em alguns casos.
Checklist de Cicloturismo do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta
Uma ótima dica é baixar gratuitamente o nosso Checklist de Cicloturismo. Nele apresentamos uma lista completa de materiais para levar em uma cicloviagem, e você ainda pode adicionar seus próprios materiais, modificando a lista de acordo com o seu estilo de viagem.
Como levar:
Depois de decidir tudo o que vai levar, a tarefa seguinte é escolher a melhor forma de transporte. As mais utilizadas no cicloturismo ainda são os alforjes e bolsas de guidão.
Além disso, a principal dica é colocar nos locais de acesso mais difícil (parte de baixo dos alforjes e bolsas) os itens dos quais você vai precisar pouco ou espera não precisar. Deixe por cima e nas bolsas externas os itens dos quais vai precisar com mais frequência.
3 – Conhecimentos básicos de mecânica
Imprevistos podem acontecer não só em uma cicloviagem, mas mesmo em qualquer passeio de bike pela cidade. Eu sempre indico alguns conhecimentos (bem) básicos que acho legal você saber para realizar uma cicloviagem autônoma. São eles:
Remendar e substituir câmara de ar
Fazer a regulagem básica de marchas e freios
Trocar cabos de freio ou marcha.
Eu indico que você aprenda esses conhecimentos básicos, porque senão você pode ficar na dependência de viajar na companhia de alguém que saiba, ou mesmo deixar de viajar por causa disso. São conhecimentos básicos e que vão te dar mais confiança e autonomia para viajar de bicicleta. E tomara que você nem precise utilizá-los 🙂
Onde aprender sobre conhecimentos básicos sobre mecânica?
Na internet temos muitos material sobre isso, seja em vídeo ou em texto.
4 – Escolha e organização da Hospedagem
Guia de Hospedagem para Cicloturistas
Camping ou hotel? Casa de amigos, hospedagem solidária? Um pouco de cada?
A hospedagem é também um dos pontos centrais do planejamento no cicloturismo. Saber onde vamos ficar, ou pelo menos as opções de hospedagem pelo caminho certamente deixa nossa viagem mais segura. Além disso, pode influenciar inclusive nos materiais que precisamos ou não levar em uma cicloviagem (item número 2 desse post).
Aqui no blog nos temos o Guia de Hospedagem para Cicloturistas (download gratuito). Nele apresentamos os tipos de hospedagem no cicloturismo, além de uma lista nacional de campings, hotéis e pousadas indicadas por cicloturistas experientes que já se hospedaram e foram bem recebidos com suas bicicletas.
5 – Escolha e organização da quilometragem diária a ser pedalada
Esse é um ponto que vai depender de várias coisas:
Seu perfil de cicloturista: você é uma pessoa que prefere pedalar longas distâncias, ou dividir a viagem em trecho menores? Uma viagem de 400km, por exemplo, pode ser organizada de diversas maneiras. Para citar apenas duas: em 4 dias (100km por dia) ou no dobro do tempo: 8 dias, 50km por dia.
Seu condicionamento físico (ou do grupo, no caso de viagens em grupo): não adianta querer pedalar determinada distância diária, é preciso conseguir cumprir essa distância, estando pronto para as exigências dos dias seguintes.
A distância diária a ser pedalada é algo que aprimoramos a medida em que conhecemos melhor o nosso corpo e nossos limites. A cada cicloviagem vamos aprendendo mais sobre a forma na qual nos sentimos mais confortáveis pedalando, e assim aprendemos a escolher melhor as distâncias.
Se você quiser saber mais sobre o assunto, aqui no blog temos um post muito visitado que dá dicas para você saber quantos km você deve pedalar por dia em uma viagem de bicicleta.
Como dominar o planejamento no cicloturismo e fazer ótimas viagens de bicicleta
Eu em cicloviagem por Gonçalves (MG). Estrada de terra batida em ótimo estado. Foto: Marcos Adami.
Como toda atividade, é a experiência que vai nos deixar melhores a cada dia.
É por isso que com o passar do tempo e o planejamento de mais viagens, você vai dominar os 5 elementos que apresentei aqui e as viagens de bicicleta se tornarão mais fáceis para você.
Além disso, aproveite todo o conteúdo aqui do blog. Nesse post eu indiquei outros artigos, além de ebooks e outros materiais.
O cicloturismo é uma atividade extremamente prazerosa, mas que, como qualquer outra, está sujeita a alguns problemas que podem interferir na sua prática. Tanto que os assuntos mais procurados pelos leitores aqui do blog são conhecimentos que evitam problemas quando os dominamos: planejamento de cicloviagens, conhecimentos sobre mecânica básica, treinamento físico, entre outros.
Nesses 7 anos de cicloviagens, e trocando idéias com muitos cicloturistas leitores que publicam as suas viagens aqui no Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta, percebi que esse é um assunto importante.
Já recebi relatos de alguns cicloturistas – poucos, felizmente – que tiveram que encerrar suas viagens de bicicleta antes do planejado, por conta de algum problema. Eu mesmo precisei encurtar a minha primeira cicloviagem pelo problema número 2 que apresento aqui nesse post.
Pensando nisso, eu resolvi listar aqui 3 problemas que podem te obrigar a encerrar a sua cicloviagem antes do planejado. Apesar do texto falar sobre problemas, tenho duas ótimas notícias:
A lista de problemas em cicloviagem é pequena.
A grande maioria desses problemas podem ser resolvidos, minimizados ou até mesmo evitados. E alguns deles com atitudes tomadas antes mesmo da viagem.
Por isso mesmo, a abordagem desse post é bem positiva. Vamos apresentar os problemas e também dar dicas de como resolvê-los. Acredito que saber dos possíveis problemas e como resolvê-los seja uma forma de conquistarmos confiança e segurança para nossas cicloviagens. E meu objetivo aqui é sempre incentivar o cicloturismo de forma segura 🙂
Se preferir, assista a esse conteúdo em vídeo:
3 problemas em cicloviagem que podem fazer você voltar pra casa antes do planejado (e como resolvê-los)
Essa é uma das maiores preocupações de muitos cicloturistas. Sempre que andamos de bicicleta (não precisa nem ser em cicloviagem), estamos sujeitos a uma série de problemas mecânicos. Eu dividi os problemas abaixo de acordo com o seu grau de complexidade. É claro que, dependendo do seu conhecimento sobre mecânica, alguns problemas podem ser mais fáceis ou mais difíceis de resolver. Vamos a eles.
São problemas que podem ser resolvidos por você mesmo na hora em que acontecem, desde que você domine algumas técnicas básicas de mecânica e esteja com as ferramentas apropriadas. São eles:
Pneu furado
Corrente arrebentada
Cabos de freio ou marcha arrebentados
Quebra de gancheira do quadro (simples caso você leve uma gancheira reserva)
São problemas um pouco mais complexos, que podem ser resolvidos em bicicletarias ou mecânicos (caso esteja em pequenas cidades, locais com pouca estrutura). Ou mesmo por você, se tiver um pouco mais de perícia e mais ferramentas. Exigem um pouco mais de tempo para resolver, e podem exigir trocas de peças mais simples.
Raios quebrados / roda empenada (causado por pancadas fortes)
folgas ou desregulagem de freios ou marchas
quebra de bagageiro
Problemas mecânicos graves
Eu sei, a foto está exagerada. Mas é só pra mostrar que alguns problemas realmente acabam com uma viagem. Direitos autorais: dotsent / 123RF Imagens
Geralmente te obrigam a encerrar a sua viagem, ou exigem alguma medida mais drástica, como por exemplo trocar peças mais complexas ou a bicicleta.
quebra de quadro, garfo ou suspensão
problemas no movimento central (quebra / travamento)
Como resolver os problemas mecânicos em uma cicloviagem
Primeiro passo: analise o local onde você está. O local é seguro? Você está próximo a algum local com estrutura? Avalie se é melhor empurrar alguns kms, ou se tem transporte fácil para chegar a um lugar com mais estrutura.
Segundo passo: avalie o tipo de problema mecânico que você teve.
Problema mecânico grave (eu não consigo resolver): você deverá conseguir ajuda para ir com sua bike até a cidade mais próxima. Avalie todas as condições: é possível ir empurrando? Qual o local mais próximo onde posso pedir ajuda? Mantenha a calma
Problema mecânico intermediário (eu não consigo resolver naquele local ou momento): avalie se a bike consegue chegar – mesmo com alguma adaptação ou gambiarra – ao local mais próximo onde possa ser reparada. Caso seja algo que você precise colocar a mão na massa pra alguma gambiarra ou adaptação, siga as orientações do próximo item.
Problema mecânico simples (eu consigo resolver): procure um local seguro e confortável na medida do possível. Se estiver no meio da estrada, procure uma sombra onde possa trabalhar mais tranquilo. Faça o reparo necessário e siga viagem 🙂
2 dicas sobre mecânica que te deixarão mais seguro em uma cicloviagem
Dica 1: Antes da viagem, faça uma revisão geral na sua bicicleta. Acho um investimento necessário e pode evitar muitos dos problemas descritos. Infelizmente algumas pessoas não dão a devida atenção a esse ponto e começam uma viagem com a bike já precisando de alguma regulagem, troca ou manutenção de peças.
Dica 2:aprenda o básico sobre mecânica, para resolver os problemas simples. Isso vai te dar mais segurança e confiança. Saber remendar furos em uma câmara de ar (ou substituí-la), emendar uma corrente ou trocar cabos de freio e marcha. Existem muitos vídeos na internet que ensinam esse tipo de manutenção básica.
2 – exaustão física ou lesão por esforço excessivo
Um problema muitas vezes ignorado, mas que está diretamente ligado à segurança e ao bem estar do cicloturista em uma viagem. Está relacionado a um esforço físico muito grande comparado ao seu condicionamento físico, podendo acarretar inclusive em lesões. Tenho uma experiência que aconteceu comigo em minha primeira cicloviagem que explica bem o problema.
Essas lesões por esforço excessivo podem acontecer quando nos submetemos a um esforço muito maior do que nosso condicionamento atual pode suportar, ou ainda, se não descansamos a musculatura o suficiente antes de seguir pedalando.
Esse problema pode ser evitado de algumas formas. A melhor solução para esse caso é conhecer o seu corpo e saber dimensionar o esforço durante a sua cicloviagem de acordo com as suas capacidades.
Eu digo sempre que um cicloturista não é um atleta de ciclismo, mas um cicloturista bem condicionado consegue aproveitar melhor a viagem. Isso porque um cicloturista que chega “inteiro” ao seu destino final (do dia ou da viagem toda) consegue aproveitar melhor do que aquele que chega no seu último esforço querendo apenas uma cama para descansar.
Veja algumas atitudes que você pode tomar antes e durante a viagem para evitar o problema de exaustão física
Antes da viagem
Procure estar com as pedaladas em dia.
No momento do planejamento, escolha distâncias diárias de acordo com o seu condicionamento e capacidade.
Durante a viagem
Se perceber que está ficando muito cansado ao final do dia, considere diminuir a quilometragem diária pedalada
Se estiver muito cansado depois de alguns dias de viagem, considere a possibilidade de intercalar dias de descanso (aproveitando em algum lugar bem legal) com dias de pedal.
Dicas para o condicionamento físico para cicloturistas
Aqui no blog temos alguns posts que podem te ajudar com relação ao condicionamento físico para cicloviagens. Confira abaixo:
Bike carregada durante cicloviagem pela Estrada Real. Foto: André Schetino
Outro problema ligado ao planejamento que vai ter consequências durante a viagem (muitas vezes te obrigando a encerrá-la). Esquecer ou deixar de levar propositalmente coisas.
No primeiro volume do meu Guia para Viajar de Bicicleta (clique para baixar gratuitamente) eu escrevi um capítulo sobre o que levar em uma viagem de cicloturismo.
Esse conteúdo também está disponível no formato em vídeo, e você pode conferir abaixo:
Vale ter atenção especial a uma categoria de carga que chamei de “coisas que você deve levar em uma cicloviagem, mas espera não usar (ou o peso da segurança)”.
Imagine deixar de levar um desses itens? Por exemplo, você está em viagem, em algum ponto mais distante, e acontece algum problema mecânico simples descrito no item 1 desse post. Um simples pneu furado, e você não levou kit remendo ou câmara de ar reserva. Sua corrente arrebenta, e você não possui uma ferramenta simples para fazer a emenda.
Nesses casos, um problema simples pode atrasar muito a sua viagem, ou mesmo te obrigar a encerrá-la.
Como evitar a falta ou esquecimento de itens importantes em uma cicloviagem
Antes da viagem
Checklist de Cicloturismo do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta
Faça um planejamento cuidadoso de tudo o que precisa levar. São itens que vão influenciar na sua segurança e conforto na viagem. Uma ótima dica é baixar gratuitamente o nosso Checklist de Cicloturismo. Nele você possui uma lista completa de todos os materiais que vai precisar para sua cicloviagem, de acordo com a duração e com o seu estilo de cicloturista.
Durante a viagem
Aqui infelizmente não há muito o que fazer. Se você não tiver acesso a algum lugar onde possa comprar ou emprestar o item do qual precisa, é possível que a sua viagem tenha de atrasada, adaptada ou mesmo encerrada.
Quando problemas em cicloviagem nos obrigam a terminar antes da hora
Eu relatei aqui no problema número 2 sobre uma vez na qual precisei encerrar uma viagem antes do planejado. Isso sem contar inúmeras vezes onde a viagem precisou ser adaptada.
O cicloturismo é uma atividade aberta, com um bom grau de imprevisibilidade. Por mais que planejemos, na hora de botar a bike na estrada podem acontecer problemas em cicloviagem ou situações que nos obriguem a adaptar nosso planejamento. Em casos mais extremos, talvez desistir daquela viagem e prepará-la novamente para um outro momento.
Caso isso aconteça, é o momento de assimilar o aprendizado e se preparar para as outras.
Na verdade, o grande aprendizado para a resolução de problemas está na forma como lidamos com eles. Confesso que tenho o perfil mais otimista, mas acho que uma atitude positiva é fundamental na hora de lidar com problemas e dificuldades. Isso é uma lição que tento levar para a minha vida, e não seria diferente em uma cicloviagem.
Se você tem alguma experiência sobre problemas enfrentados em uma cicloviagem e como você lidou com eles, conte a sua história aqui nos comentários desse post. Ela será importante para complementar a informação do post, e é onde mais uma vez a sua experiência pode contribuir para a prática de outros cicloturistas.
Fim de ano é aquela época de retrospectivas e avaliações. O blog não fica de fora, e todo ano faz também um apanhado que que rolou durante o ano. Esse é o Balanço Ciclístico de 2016 do Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta.
Os números e publicações do blog em 2016
Faltando ainda 3 dias pra fechar o ano, estamos com 587 mil visualizações de página, 65 mil a mais do que no ano anterior.
Publicamos 54 posts, entre reviews, relatos de viagens, artigos técnicos e histórias de leitores.
Além dos posts, produzimos outros tipos de conteúdo. Lançamos o nosso terceiro ebook, o Guia de Hospedagem para Cicloturistas. Fiquei muito feliz com essa publicação, pois foi um ebook colaborativo.
Guia de Hospedagem para Cicloturistas
Eu fiz uma chamada na internet e cicloturistas de todo o Brasil responderam, indicando hospedagens nas quais tinham sido bem recebidos com suas bicicletas. O resultado foi um ebook feito de cicloturistas para cicloturistas, disponibilizado para download gratuito.
E por falar em Itália, 2016 foi da minha segunda visita ao país para pedalar. Dessa vez para uma semana de muito pedal na região da Emília Romana.
No alto de San Marino! Foto: Cecília Rocha Mendes
Foram passeios pela região, assisti a uma etapa do Giro d’Itália e ainda participei do meu primeiro Granfondo! Abaixo você confere a lista completa dos posts dessa viagem:
O Inconfidentes Pedalantes Clube Randonneur, clube de ciclismo do qual faço parte como organizador, entrou para o seu terceiro ano de atividades.
Neste ano realizamos Brevets em Belo Horizonte (200km), Congonhas (200km), Itabira (300km) e Divinópolis (200 e 400km).
Um cãopanheiro na estrutura de secretaria durante a organização dos Brevets 200km e 400km em Divinópolis (MG)
Além de trabalhar na organização, tive a oportunidade de pedalar os 200km de Congonhas e Divinópolis. Tentei também os 300km de Itabira, mas abandonei a prova com 200kms completados. Fica o desafio para o próximo ano de brevetar provas mais longas.
Em 2016 crescemos a nossa seção de reviews com mais 3 produtos. Testei por 4 mil km um conjunto de pneu, câmara de ar e fita antifuro. Se você não viu, pode confeir no link abaixo os resultados. E pra entender como eu faço os testes de produtos vale uma olhada na Política de Reviews que criei.
A grande novidade do ano ficou por conta do lançamento do Curso de Cicloturismo: Planejamento e Treinamento. O curso foi realizado em Florianópolis, em parceria com o meu amigo Fábio Almeida, do Pedal Nativo.
Durante o curso de cicloturismo
Turma do 1º Curso de Cicloturismo – Planejamento e Treinamento em Floripa. Foto: Mario Nery
A parceria rendeu frutos e novas edições estão planejadas para 2017. Aguardem!
Além disso, tive a oportunidade de palestrar também na Adventure Sports Fair, também falando sobre treinamento para viagens de bicicleta. Foi uma ótima oportunidade de trocar experiências com outros cicloturistas e amantes de aventura.
Palestrando na Adventure Sports Fair, em São Paulo
E as novidades para 2017?
Para o ano que vem o blog segue o seu objetivo de oferecer conteúdo, produtos e serviços de qualidade para os amantes das bikes.
O que posso adiantar para o momento são as novas edições do Curso de Cicloturismo, além da disponibilização do curso na plataforma online, para atender pessoas de todo o Brasil.
Na parte de conteúdo, já temos agendados reviews de bicicletas. Está planejado também mais um ebook gratuito para o ano que se inicia.
Pra não perder nenhuma dessas novidades, te convido a assinar o nosso Boletim Mensal. Nele eu envio todas as novidades do site para os assinantes.
Obrigado a você que esteve conosco nesse ano.
Desejo a você um 2017 repleto de saúde e com muitas pedaladas!
Cicloturismo Rota das Emoções – Mais uma vez Vera Ferreira, neta do famoso “Rei do Cangaço”, ele mesmo: Lampião, tomou a iniciativa de organizar e incentivar a realização desta trilha. Suas iniciativas estão construindo e consolidando um calendário anual de extraordinários passeios de bike.
Depois da costa uruguaia, a partir de Porto Alegre, ano passado, foi a vez de pedalarmos pelo litoral norte do Ceará. Viajar de bike pela Rota das Emoções foi uma experiência única de intercâmbio cultural e paisagens belíssimas neste “gigante pela própria natureza”.
Cicloturismo Rota das Emoções
Saímos de Aracaju (SE), de van, dia 10.09.2016, com destino a Fortaleza (CE), ponto de partida do pedal. No mês de setembro essa região é presenteada com fortes ventos alísios que sopram favoravelmente no sentido Fortaleza – São Luís. Uma benção para nós que pedalamos bastante pelas belíssimas praias cearenses. Fazer este percurso, neste período, no sentido inverso é um grande desafio.
Participaram desta aventura: Max, Denise, Beto, Fernando, Vera, Chico, Alberto, Ângelica, Stella, e eu (Sebastião Filho)
Após um domingo de imersão turística em Fortaleza, na segunda, dia 12.09.2016, iniciamos nossa cicloviagem. Em função do trânsito decidimos começar a pedalar depois da ponte Ulisses Guimarães, que passa sobre o Rio Ceará, saída da cidade, sentido Jericoacoara.
Neste primeiro dia não pedalamos pela praia, em face do horário da maré. Próxima a Fortaleza fica a bonita praia de Cumbuco. Se houver tempo disponível vale uma visita/banho. Este trecho é muito bonito, principalmente, a chegada ao Porto de Pecém, cercado por muitas dunas com areais branquíssimas, acompanhado pelo mar azul turquesa e águas mornas. Um convite a um relaxante banho.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Em decorrência da dificuldade de obtermos informações mais precisas sobre outra opção de caminho que não fosse a rodovia e buscando economizar alguns quilômetros optamos por seguir, a partir de Pecém, via São Gonçalo do Amarante. Todavia, há uma estrada via Siupé. Vale lembrar que com a maré baixa é possível pedalar pela praia a partir de Cumbuco.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Lagoinha é muito charmosa e bonita, com ótimos cenários para fotos cinematográficas, além de ser uma das praias mais belas do Ceará. Tem cerca de 15km de extensão, lagoas de água doce, coqueiros e muito mais. Enfim, um local encantador, mergulhado na tranquilidade de uma praia paradisíaca, com muitas opções de restaurantes, hotéis e pousadas. Ficamos na Pousada Daniel´s Grill (R$ 50,00/pessoa)
A partir de Lagoinha iniciamos nosso pedal pela praia. É importante registrar que o Wikiloc parou de mapear na praia de Baleia. Por que? – Quem sabe!
Um percurso de encher os olhos, acompanhado de muito calor, sol forte, gigantescos parques eólicos, nenhuma dificuldade com o tipo de areia e vento fortemente favorável.
Assim foi até a praia de Caetanos, depois de termos passado pelas belas praias de Guajiru, Flecheiras, Emboaca, Mundaú e Baleia. Em Mundaú e preciso atravessar de balsa (R$ 3,00/por bike).
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Depois de 62km de pedal pela praia chegamos a Caetanos, onde deixamos a praia, em função da maré alta.
Demos uma parada para hidratação com bastante água de coco na barraca de D. Lúcia, senhorinha muito prestativa, agradável, típica representante da prestimosidade ainda presente na vida no interior, e seguimos por 4km numa via de calçamento com pedras irregulares e mais 20km de via asfaltada, esburacada e sem acostamento, mas com pouco movimento.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Icaraí de Amontada ou Icaraizinho é um “point” do litoral norte do Ceará, ainda pouco explorado pelo turismo tradicional. Muito frequentado pelos praticantes de kite e windsurf os quais se deliciam com ventos que sopram regularmente entre 20 e 30 nós durante boa parte do ano.
O destaque desta região diz respeito às condições climáticas: ventos fortes o ano quase todo, águas mornas e nada de frio. A explicação esta na proximidade da Linha do Equador.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Em Icaraí existem vários bares e restaurantes irreverentes e de ótima qualidade, como por exemplo, a excelente Pizzaria Banana Verde. Além de outras opções de comida italiana, japonesa, brasileira, assim como botecos e bares bem legais. Vários deles sob a batuta de nativos internacionais.
Na manhã de 14.09 rumamos em direção ao Distrito de Moitas, com o objetivo de pegarmos a balsa para atravessarmos o Rio Aracatiaçu.
Ao chegarmos ao primeiro ponto das balsas, fomos informados por pescadores que a travessia por aquele local não estava sendo feita. Era necessário ir para outro ponto de travessia, um pouco mais acima do rio, localizado em Barra das Moitas.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Este segundo ponto de travessia (R$ 2,50/bike) fica entre belas e grandes dunas. Local muito bonito. Do outro lado pegamos uma estrada de terra batida em direção à Vila de Patos, onde chegamos após 21 km de pedal, depois de termos passado pelos Distritos de Pachichu e Barbosa.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Descansamos um pouco e nos hidratamos no único bar existente na praia da Vila de Patos e partimos, pela praia, até Torrões, onde fizemos a travessia no barco de Seu Antônio (R$ 2,00/bike).
Após o tradicional descanso e hidratação retornamos para praia e seguimos até Almofala, final de linha, neste trajeto, do pedal pela praia. A natureza não permite continuar pedalando, nem mesmo com a maré seca, depois de Almofala.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Foi um percurso de mais paisagens belíssimas, mas um pouco cansativo, em face dos inúmeros trechos de areia fofa, às vezes, nos convidando a descer pra empurrar, apimentado com muito…muito calor.
Em Almofala fomos visitar a lendária Igreja Nossa Senhora da Conceição, cuja história remonta ao final do século XIX, quando dunas móveis soterraram completamente a Igreja. A força da natureza atua novamente, desfazendo a ação anterior e começa a desenterrar o templo em 1941. Em 1943 a imponente Igreja esta a vista novamente.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Depois da visita e das fotos seguimos pela BR CE 085 (cerca de 35 km) até Acaraú, via Itarema. Cidade bem estruturada, bom comércio, várias opções de bares e restaurantes. Ficamos na ótima Pousada Taverna Village (R$ 65,00/pessoa), um pouco afastada do centro da cidade, mas no início do caminho do dia seguinte.
Iniciamos o pedal em direção a Aruaná, início de nossa rota “praiana”. Um pouco antes, porém, tivemos que entrar Cruz para resolvermos um pequeno problema numa das bikes. Problema solucionado, seguimos viagem.
O trecho entre Aruaná e Praia de Preá, portal menos conhecido de Jericoacoara, foi sofrido para ciclistas e bikes: muita areia fofa e uma insistente película de água salgada, claro, banhando grande parte da extensão do trajeto. Fato que desencorajou alguns e depois todo o grupo a seguir pedalando até Jeri.
Foto: acervo pessoal Sebastião Filho
Em Preá almoçamos uma bela peixada admirando o mar no restaurante Tobias da Caranguejada. Tobias, o proprietário, é uma pessoa muito agradável, comunicativa e excelente guia turístico.
Conversa vai, conversa vem, acertamos com Tobias para ele conduzir a Van pela estrada de areia até Jeri (cerca de 11km), como também para fazer os passeios na em sua caminhonete no dia seguinte.
Depois de dois dias descansando e passeando por Jeri partimos para Camocim. As praias neste percurso são menos atraentes, com longos trechos de areia fofa e muita água salgada banhando suas areias.
Além disso, havia muito bagaço de algas em quase toda extensão. Em Guriú é necessário pegar uma balsa. Buscando evitar atravessar o mangue negociamos com barqueiro para nos deixar na sede do Distrito de Guriú (R$ 3,00/bike), de onde retornamos para praia por uma estrada de piçarra e areia.
Foto: acervo pessoal Sebastião FilhoFoto: acervo pessoal Sebastião Filho
A chegada a Camocim exige pegar outra balsa (R$ 3,00/bike) para atravessar o Rio Coreaú. Também é o fim de linha do pedal pela praia na Rota das Emoções.
De Camocim até Parnaíba são aproximadamente 130km, de via asfaltada, com trechos sem acostamento, e sempre acompanhado de muito calor.
Dessa forma, fizemos uma reunião e decidimos continuar de van até Parnaíba, Lençóis e São Luís, de onde retornamos maravilhados com as belezas e encantos vistos e vividos em duas semanas de viagem.
Você pode reservar hotéis, pousadas, hostels e até casas de hóspedes através do Booking.com. Assim terá muitas opções para comparar e escolher a que vai te atender da melhor forma.
Pedalar na Itália está nos planos de muitos que planejam uma cicloviagem ao exterior. Afinal, o país tem uma cultura ciclística fantástica, além de boa estrutura para receber viajantes de bicicleta.
Mas por onde começar? Qual roteiro escolher?
Nesse post eu vou apresentar pra vocês as regiões da Itália e os atrativos cicloturísticos de cada uma delas. São pontos de interesse, roteiros, provas de granfondo e muitas dicas que vão te ajudar a decidir sobre o seu roteiro de viagem de bicicleta na Itália. Tudo isso com mapas, fotos e links para outros artigos aqui do blog. Vamos nessa!
As Regiões da Itália
A Itália é dividida em 20 regiões, destacadas no mapa acima: Venezia, Trentino, Lombardia, Valle D’Aosta, Piemonte, Liguria, Veneto, Emilia Romagna, Toscana, Marche, Umbria, Lazio, Abruzzo, Molise, Campania, Puglia, Basilicata, Calabria, Sicilia e Sardegna.
Cada uma das regiões possui uma capital. Além disso, as regiões também são divididas em províncias, que são microregiões. E finalmente, as fazem parte das províncias as comunas, que equivalem aos nossos municípios.
Exemplo: A Região da Emilia Romagna é composta por:
Província de Bolonha (que possui 60 comunas)
Província de Ferrara (que possui 26 comunas)
Província de Forlì-Cesena (que possui 30 comunas)
Província de Modena (que possui 47 comunas)
Província de Parma (que possui 47 comunas)
Província de Piacenza (que possui 48 comunas)
Província de Ravena (que possui 18 comunas)
Província de Reggio Emilia (que possui 45 comunas)
Província de Rimini (que possui 20 comunas)
Agora que você já sabe o básico da geografia italiana, vamos conferir os atrativos ciclísticos e cicloturísticos de cada uma das regiões da Itália. Você poderá fazer os seus roteiros passando por uma ou mais regiões. Além disso, disponibilzei alguns links de roteiros que eu já pedalei, ou que foram montados pela Italy Bike Tour, agência parceira do Até Onde Deu pra Ir de de Bicicleta.
Os atrativos cicloturísticos das regiões da Itália
1 – Friuli-Venezia Giulia
A região de Friùli-Venezia-Giulia fica no extremo norte da Itália, fazendo divisa com a Àustria e a Eslovênia. Sua capital é Trieste, que é banhada pelo Mar Adriático e fica a cerca de 40 minutos de barco de Veneza.
Trieste
Além de Trieste, outras cidades de interesse para um roteiro cicloturístico são Udine, Aquiléia e Spilimbergo.
Via Mercatoveccio, em Udine. Por M.agostinelli – Obra do próprio, GFDL, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3990965
Basilica de Aquileia. Foto: FVG Tourism Archive
Centro histórico de Spilimbergo – Di Ziegler175 – Opera propria, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=48198692
Opções de hospedagem na região de Friuli-Venezia Giulia
Também situada no extremo norte da Itália, o Trentino-Alto Ádige faz fronteira com a Áustria e a Suíça. É uma região com mais de um milhão de habitantes. Destacam-se Trento (a capital) e Bolzano. A região também tem dois belíssimos pontos de interesse: as Dolomitas (cadeia de montanhas) e o Lago de Garda. Com tanta beleza, a região tem muitas opções para quem quer pedalar por lá. Confira algumas fotos e nossos links.
Panorama de Trento – Por Franco Visintainer – Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=12025347
Roteiros de Cicloturismo na região de Trentino- Alto Adige
O lago de Garda é sem dúvida uma região para se visitar. Riva del Garda fica bem próxima a Trento.
Riva del Garda. Por Federico Tarolli – Obra do próprio, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4527740
E pra quem gosta de subidas, as Dolomitas e Zoncolan são sempre uma ótima opção. Confira abaixo um vídeo feito pela Italy bike Tour
Provas de Granfondo na região de Trentino-Alto Adige
Maratona das Dolomitas: uma das provas mais tradicionais e concorridas de Granfondo na Itália, com cerca de 9 mil ciclistas pedalando a cada edição. Temos um post bem completo sobre a Maratona das Dolomitas (clique para acessar).
Granfondo Charly-Gaul, na cidade de Trento.
Marcialonga Cyclingcraft, em Predazzo.
Opções de hospedagem na região de Trentino-Alto Adige
A Lombardia é a região mais populosa da Itália, com cerca de 10 milhões de habitantes. Está localizada ao norte, fazendo fronteira com a Suíça. É composta por 12 províncias e sua capital é a famosíssima Milão.
Roteiros de Cicloturismo na região da Lombardia
O Lago de Como é um lago de origem glacial, localizado na cidade de mesmo nome. É o terceiro maior lago da Itália, depois do lago de Garda e do lago Maggiore.
O Lago de Como. Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=363956
Uma parada obrigatória aos amantes do ciclismo – e das subidas – é o Passo de Stelvio. Localizado próximo a Bormio, a montanha possui 2.757m de altitude em uma estrada de tirar o fôlego (visualmente e fisicamente!)
Algumas das 48 curvas que escalam o Passo do Stelvio, em ***. By Amcs1983 – Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=21164962
Provas de Granfondo na região da Lombardia
A Lombardia recebe duas famosas provas de Granfondo no ano:
Fazendo fronteira com a Suiça e a França, o Valle D’Aosta é uma pequena região dividida em 74 comunas com cerca de 126 mil habitantes e 3.262 km². Sua capital é Aosta.
Roteiros de Cicloturismo na região do Valle D’Aosta
Um dos destinos é a capital Aosta, capital da região, situada entre montanhas e próxima a fronteira com a França.
Situada entre as montanhas, a cidade de Aosta. CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1312
Para o contato com a natureza, o Parque Nacional Gran Paradiso. Fundado em 1922, é o parque nacional mais antigo da Itália. Recebe o nome da montanha de Gran Paradiso, com 4061m de altitude.
Panorama do Gran Paradiso. CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=38204
O Piemonte é uma região composta por 8 províncias, situada ao norte da Itália. Faz fronteira com a Suiça e a França, e possui cerca de 4,3 milhões de habitantes. Sua capital é Torino.
Roteiros de Cicloturismo na região de Piemonte
Uma das paradas imperdíveis é a capital Torino. É a quarta maior cidade do país, de arquitetura belíssima e atrações turísticas variadas. Na foto abaixo em destaque à direita, a Mole Antonelliana, que abriga o Museu Nacional do Cinema.
A belíssima Torino. Por Hpnx9420 – Obra do próprio, CC BY 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=31074264
Como opção de cidades menores e mais próximas à natureza, a comuna de Alba é uma boa pedida. Cidade medieval situada na província de Cuneo, é famosa por suas trufas e avelãs.
Vista da cidade de Alba. Por Cloud7 em Wikipédia alemã, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=792912
Provas de Granfondo na região de Piemonte
Piemonte recebe duas famosas provas de Granfondo no ano:
A Liguria fica no noroeste da Itália, fazendo fronteira com a França. É formada por 4 privíncias e sua capital é Gênova. A região é banhada pelo Mar Lígure e é uma região de muitas belezas naturais.
Roteiros de Cicloturismo na região da Liguria
A região de Cinque Terre é visita obrigatória. Formada por cinco cidades marítimas (Corniglia, Manarola, Monterosso al Mare, Riomaggiore e Vernazza) a região tem o título de patrimônio mundial da UNESCO e paisagens maravilhosas.
Vernazza, uma das cidades marítimas que fazem parte de Cinque Terre – Por AnticheSere – self-work, GFDL, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3168001
Provas de Granfondo na região da Liguria
A Liguria recebe quatro provas de Granfondo no ano:
A Emilia Romagna está situada ao norte da Itália. Seu litoral é banhado pelo Mar Adriático. Possui 9 províncias, e sua capital é Bolonha.
Roteiros de Cicloturismo na região da Emilia Romagna
A região é grande incentivadora do ciclismo e cicloturismo, especialmente na província de Rimini. A cidade de Riccione possui inclusive uma associação de Hotéis especializada em receber ciclistas.
Panorâmica sul de Riccione – Di Original uploader was Antonfon at it.wikipedia – Transferred from it.wikipedia; transferred to Commons by User:Trixt using CommonsHelper., Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=8412756
A capital Bolonha também merece uma visita, por sua arquitetura e ótimos restaurantes.
Piazza Maggiore, em Bologna. Foto: André Schetino
Provas de Granfondo na região da Emilia Romagna
A Emilia Romagna recebe quatro provas de Granfondo no ano:
A Toscana é uma região da Itália central com cerca de 3,7 milhões de habitantes. Possui 10 províncias e sua capital é Firenze. A região é famosa por suas paisagens do campo com seus pinheiros, além de um belo litoral. Uma região que já foi cenário de diversos filmes.
Foto: Italy Bike Tour
Foto: Italy Bike Tour
Roteiros de Cicloturismo na região da Toscana
Temos duas opções de roteiro de cicloturismo na região em artigos já feitos pelo blog. Basta clicar nos links para acessar:
A região de Marche conta com cerca de 1,5 milhão de habitantes. É banhada pelo Mar Adriático, possui 5 províncias, e sua capital é Ancona.
Panorama de Ancona. CC BY-SA 2.5 it, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=925188
Roteiros de Cicloturismo na região de Marche
Além da capital Ancona, destaco as cidades de Urbino e Pesaro. Urbino tem cerca de 15 mil habitantes e está localizada no topo de uma colina em meio aos Apeninos.
Panorama de Urbino. Di Original uploader was Pietro il Grande at it.wikipedia – Transferred from it.wikipedia; transferred to Commons by User:Wikinade using CommonsHelper., CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4863789
Já Pesaro é uma cidade litorânea, terra do compositor Rossini, que compôs 39 óperas, entre elas, a famosa “O Barbeiro de Sevilha”.
Piazza del Popolo, em Pesaro. Di Florian Prischl – Opera propria, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2607360
Provas de Granfondo na região de Marche
Marche recebe duas provas de Granfondo no ano:
Granfondo di Ancona, na cidade de Ancona
Granfondo Porto Sant’Elpidio, em Porto Sant’Elpidio.
A região da Umbria tem cerca de 834 mil habitantes. Possui apenas 2 províncias, e sua capital é Perugia.
Roteiros de Cicloturismo na região da Umbria
Uma das cidades mais famosas da região (talvez a mais famosa) e que merece uma visita é Assisi, cidade onde nasceu São Francisco.
Panorama de Assisi, com a Basílica de São Francisco. Di Roberto Ferrari from Campogalliano (Modena), Italy – Assisi, CC BY-SA 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5006520
Além disso, a capital Perugia também é um local para passeio. Fundada pelos etruscos, é um pólo turístico e cultural da região da Umbria.
Foto aérea do centro histórico de Perugia. Di Fabio Tiberi – Opera propria, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=28739646
Panorâmica da Praça IV de Novembro, centro histórico de Perugia. Di Luca Vanzella – Flickr: Perugia panoramic, CC BY-SA 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15026751
A região de Lazio fica na Itália Central, é formada por 5 províncias e sua capital é também a capital do país, Roma. Uma das cidades que recebe mais turistas do mundo, a região é riquíssima em atrações turísticas, culturais e ciclística também.
Roteiros de Cicloturismo na região de Lazio
Ao passar uns dias em Roma, sugiro reservar pelo menos um dia para um bike tour. Fiz isso em 2013, e registrei no post Roma Bike Tour, com dicas inclusive para o aluguel de bicicletas. O vídeo você pode ver abaixo:
Vista aérea do centro de Roma, com o Coliseu ao centro. Di Oliver-Bonjoch – Opera propria, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4943243
Provas de Granfondo na região de Lazio
A região de Lazio recebe quatro provas de Granfondo no ano:
A região de Abruzzo fica na Itália Central, e é banhada pelo Mar Adriático. Com cerca de 1,3 milhões de habitantes, possui 4 províncias e sua capital é Áquila.
Roteiros de Cicloturismo na região de Abruzzo
A capital Áquila tem mais de 700 mil habitantes, e infelizmente ficou conhecida por um fato triste, que foi um forte terremoto ocorrido em 2009. Mas guarda a beleza de suas praças e de ruínas romanas, como o anfiteatro de Armiternum.
Vista aérea do centro de Áquila. Di LIAP – Opera propria, CC BY 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5676279
Anfiteatro romano de Amiternum, próximo a Àquila. Di Lasacrasillaba – Opera propria, Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=8373472
Outra cidade que merece uma visita é Pescara. Uma ótima opção para quem quer pedalar pelo litoral.
Pescara. Di Luca Aless – Opera propria, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=41423667
Molise é uma pequena região de cerca de 300 mil habitantes no sul da Itália. É composta de duas províncias, e suas capital é Campobasso.
Roteiros de Cicloturismo na região de Molise
A capital Campobasso é a principal cidade da região. Alguns dos pontos turísticos da cidade são Castelo Monforte, a Torre Terzano e a Catedral da Santíssima Trindade.
Vista de Campobasso. Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=703659
Vista de Campobasso. Di Emmin (E. Minardi) – Opera propria, Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=716891
Piazza della Vitoria, em Campobasso. Pubblico dominio, https://it.wikipedia.org/w/index.php?curid=1779843
A Campania (Campanha ou Campânia, em português) é uma região do sul da Itália com cerca de 5 milões e 700 mil habitantes. É composta por 6 províncias, e sua capital é a famosa Nápoles.
Roteiros de Cicloturismo na região da Campania
Nápoles é a cidade mais importante e certamente merece uma visita com boas pedaladas pela região.
Vista de Nápoles. Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15833161
Além de Nápoles, a Costa Amalfitana é um famoso ponto turístico, por sua beleza e atrativos naturais. Um ótimo local para um roteiro de cicloturismo!
A bela cidade de Amalfi, vista do mar. Di Nessun autore leggibile automaticamente. Sudodana2048 presunto (secondo quanto affermano i diritti d’autore). – Nessuna fonte leggibile automaticamente. Presunta opera propria (secondo quanto affermano i diritti d’autore)., CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=930449
Provas de Granfondo na região da Campania
A Campania recebe uma prova de Granfondo no ano:
Granfondo dei Gladiatore, em Santa Maria Capua Vetere
A Puglia é uma região do sul da Itália (com o apelido geográfico de “o salto da bota”) com cerca de 4 milhões de habitantes. É composta por 6 províncias, e sua capital é Bari. A região é famosa pelas belíssimas praias, perfeitas para se conhecer pedalando.
Roteiros de Cicloturismo na região da Puglia
Estive na região em 2013 e fiz um roteiro maravilhoso com 8 dias de pedaladas. Deixo abaixo algumas fotos e o link para o roteiro completo. Vale a pena conferir!
A Basilicata é uma região do sul da Itália com cerca de 611 mil habitantes. É composta por 2 províncias, e sua capital é Potenza.
Roteiros de Cicloturismo na região da Basilicata
Potenza é uma cidade de 67 mil habitantes. Vale a visista por suas igrejas e arquitetura.
Anoitecer em Potenza. Di Antonio Petrullo – Opera propria, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=18272677
Outro local que merece uma visita é a cidade de Matera, famosa por seu centro histórico – Sassi di Matera – que é considerado pela Unesco como patrimônio da humanidade.
Sassi di Matera. Di Luca Aless – Opera propria, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=45529817
A Calabria é uma região do sul da Itália com cerca de 2 milhões de habitantes. É composta por 5 províncias, e sua capital é Catanzaro.
Roteiros de Cicloturismo na região da Calabria
A calábria é mais uma das regiões da Itália com belas praias. Pra quem gosta de pedalar pelo litoral, uma boa pedida são as cidades de Régio da Calabria e Tropea.
Reggio Calabria. Di Mimmo Zema – Opera propria, Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1376502
A cidade de Tropea. Di Brianza2008 – Opera propria, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=27246230
A Sicilia é uma região autônoma no sul da Itália. É totalmente circundada pelo Mar Mediterrâneo, e possui cerca de 5,1 milhões de habitantes. Possui 9 províncias e sua capital é Palermo.
Roteiros de Cicloturismo na região da Sicilia
Palermo é uma grande cidade com cerca de 1,2 milhões de habitantes e vale a visita.
Vista de Palermo. Di Bengt Nyman – Flickr: DSC_0421, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=25129773
Além da capital, as cidades de Messina e Catânia são famosas pelas praias e belezas naturais. O vulcão Etna, se encontra entre as duas cidades.
Messina. Di Jeroen P from The New Forest, United Kingdom (Great Britain) – Messina Strait, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=24535816
Anfiteatro romano de Catania. CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1674074
Provas de Granfondo na região da Sicilia
A Sicilia recebe uma prova de de Granfondo no ano:
A Sardegna (em português, Sardenha) é uma ilha no Mar Mediterrâneo, e uma região autônoma da Itália. Possui cerca de 1,6 milões de habitantes. É formada por 8 províncias e sua capital é Cagliari.
Roteiros de Cicloturismo na região da Sardegna
Cagliari é a capital e com certeza merece uma visita, e algumas pedaladas. Mistura a beleza do litoral com a história e arquitetura das cidades italianas.
Montagem com fotos de Cagliari. Di various users from flickr, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9781954
Agora que você já conhece um pouquinho da cada uma das regiões da Itália, é hora de aprofundar. Volte sempre nesse post, pois vamos adicionar links das provas de granfondo, roteiros de cicloturismo e muito mais.
[icon size=”medium” name=”e-info-circled”] Atualização em 03/10: Estou sorteando 5 ingressos Para a Adventure Sports Fair 2016 – pra concorrer é só clicar aqui!
Atualização em 10/10: Sorteio encerrado! Acabamos sorteando 8 ingressos ao invés de 5! Confira abaixo os nomes dos sorteados. Os ingressos serão enviados para o email de vocês.
Celia Cristina Cardeal Pereira
Cláudio Meletti
Flávio R Grossi
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José Gonçalves Ramalho Jr.
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Obrigado a todos que participaram. Fiquem ligados no nosso Boletim Mensal para novos sorteios e novidades. Para saber mais sobre a oficina na Adventure Sports Fair 2016, basta conferir as informações abaixo.
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Olá amigos. Esse post é dedicado especialmente para você que estará em São Paulo na semana de 12 a 16 de outubro em São Paulo. Gostaria de te convidar para a Adventure Sports Fair 2016.
E não é um convite qualquer! Eu estarei por lá no dia 14/10, ministrando uma oficina sobre Preparação Física para Cicloviagens.
Em viagem pela Mantiqueira em 2015. Foto: Marcos Adami
A partir da minha experiência como cicloturista e Educador Físico, vou falar um pouco sobre o treinamento para viagens de bicicleta:
A preparação física como um diferencial pra você aproveitar ainda mais as suas viagens de bicicleta;
Como se preparar fisicamente para uma cicloviagem;
Como adequar a preparação de acordo com o seu perfil de cicloturista;
E o que mais o nosso tempo permitir!
Se você estiver por São Paulo nessa data, apareça por lá pra batermos um papo ok? A oficina vai ocorrer no dia 14 de outubro em dois momentos: as 14:00 e as 17:30hs.
Além da minha oficina, meu amigo Fábio Almeida, do blog Pedal Nativo, vai ministrar uma oficina com o tema “Preparando sua primeira viagem autônoma de bike”.
Será uma boa oportunidade para rever os amigos, e também pra “desvirtualizar”, conhecendo os leitores do blog batendo um bom papo sobre cicloturismo.